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Revista Portuguesa de Imunoalergologia

versão impressa ISSN 0871-9721

Rev Port Imunoalergologia vol.24 no.3 Lisboa set. 2016

 

EDITORIAL

 

SPAIC 2014‑2016 – Balanço de um novo ciclo de formação continuada

 

Luís Delgado

Presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica

 

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia  Clinica tem tido uma ação determinante nas áreas da alergia, asma e imunologia clínica em Portugal, nunca sendo demais destacar a atuação das anteriores direções da SPAIC na dinamização, divulgação e projecção da nossa sociedade e especialidade, quer a nível nacional quer internacional. Neste ciclo trianual da SPAIC, o objectivo da atual direção foi, essencialmente, o da consolidação do seu crescimento e notoriedade, com a participação de todos, de modo a contribuir para a inovação e excelência no desenvolvimento profissional dos seus associados.

Procurámos sempre que a SPAIC, enquanto principal referência nacional nas doenças imunoalérgicas, se continuasse a afirmar como o motor da formação e inovação nas áreas científicas que abrange. Para concretizar esses objectivos desenvolvemos neste triénio um trabalho em equipa, em comunicação aberta com todos os sócios, e organizado dentro da direção em quatro áreas funcionais: Congressos e Eventos, Educação e Projetos, Comunicação e Associados, Organização e Relações Externas. Em jeito de balanço, apresento de seguida alguns dos momentos mais marcantes nas múltiplas atividades de educação e formação continuada que a SPAIC coordenou neste triénio 2014‑16.

Como em anos anteriores a Reunião Anual da SPAIC, organizada no início de cada mês de Outubro, continua a ser o evento regular mais relevante na área da formação em Alergologia e Imunologia Clínica em Portugal, com a presença e participação ativa de um grande número de membros da nossa sociedade, vindos de todo o País. Estivemos no Porto, Coimbra e Lisboa, em reuniões que abarcaram os temas da Asma e Ambiente, Imunoterapia e Imunomodulação da Patologia Imunoalérgica e, já este ano, as Doenças Imunoalérgicas na Criança. Os seus programas científicos foram desenvolvidos com base em muitas das sugestões dos nossos associados e Grupos de Interesse, a quem queremos deixar aqui o nosso expressivo agradecimento, já que foi de muito dos seus interesses e actividades de investigação que fizemos o palco principal da troca de informação científica e experiência clínica entre todos os que participaram nos trabalhos das nossas reuniões anuais. Neste triénio tivemos, por reunião anual, uma média de 347 participantes, colaborando em cada programa cerca de 86 Conferencistas e Moderadores e tendo sido apresentadas anualmente uma média de 93 Comunicações Científicas (um aumento de 48% em relação ao triénio anterior), distribuídas por três sessões de Comunicações orais e cinco de Posters com discussão. Em todas estas sessões houve sempre uma grande interatividade, o que foi ajudado pela apresentação e discussões dos eposters (cartazes sob a forma eletrónica), uma inovação que foi do  agrado de todos os que utilizaram esta forma de divulgar informação clínica e científica. Como conferencistas e moderadores nas nossas reuniões anuais, contámos também com distintos colegas da Alemanha, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Itália e Noruega, representando também Sociedades com que temos muita afinidade, como a SLBAIC e a ASBAI, a SEAIC, a EAACI e a ACAAI, a quem muito agradecemos o excelente contributo dado aos nossos programas científicos.

O início do mês de Abril, com o arranque da Primavera e da Semana Mundial da Alergia, foi também marcado anualmente pela realização das reuniões temáticas da Primavera da SPAIC, com objetivo de promover a atualização em áreas desenvolvidas pelos seus Grupos de Interesse. Passamos por Aveiro, Figueira da Foz e Sintra, abordando temas como as Manifestações cutâneas das doenças Imunoalérgicas, Rinoconjuntivite (as comorbilidades para além da asma) e a Hipersensibilidade a Fármacos (reconhecer e orientar). A coordenação científica destas reuniões teve o empenho de diferentes Grupos de Interesse da SPAIC, como os de Alergia Alimentar, Alergia Cutânea, Alergia a Fármacos, Rinite, Aerobiologia, Alergénios e Imunoterapia e o de Anafilaxia e Doenças Imunoalérgicas Fatais. Com uma média de 153 participantes e organizadas em três mesas‑redondas, tiveram sempre programas de elevado nível científico e de interesse para a prática clínica, em ambiente propício para a troca de experiências e partilha de conhecimentos.

As atividades do triénio foram também marcadas pela participação ativa de elementos da direção e sócios da SPAIC na organização e no programa de reuniões científicas conjuntas com outras organizações internacionais, de que a SPAIC é associada ou tem parcerias. Foi o caso dos Congressos da Sociedade Luso‑Brasileira de Alergia e Imunologia Clínica (no Porto em 2014 e em Curitiba, em 2016), dos simpósios SPAIC‑SEAIC nas reuniões anuais das respectivas sociedades (Salamanca 2014, Coimbra 2015 e San Sebastian, já este ano), do International Symposium on Molecular Allergy (ISMA), com a EAACI (Lisboa, em 2015), da assembleia‑geral do GARD (Global Alliance Against Chronic Respiratory Diseases), de que a SPAIC é parceiro fundador (em Lisboa, 2015) e a participação anual, no mês de Maio, no Curso de Alergia – ASBAI, do Hospital do Servidor Estadual de São Paulo, Brasil.

Em todas elas, os nossos associados deram um contributo muito significativo para consolidar a imagem de qualidade da SPAIC junto dos nossos colegas internacionais, pelo que agradeço a todos o empenho demonstrado, frequentemente numa agenda de trabalho nem sempre fácil de gerir.

Tendo como base a experiência das Formações em Investigação Clínica realizadas no triénio anterior a direcção lançou neste triénio o programa PHYSALIS 2014‑1– Programa de Formação Especializada para Jovens Imunoalergologistas.

O PHYSALIS (cujo nome é uma homenagem à primeira descrição de anafilaxia por Richet e Portier, quando estes faziam experiências com a anémona “Caravela Portuguesa” – Physalia physalis), foi constituído por 10 módulos, cada módulo contendo um tema clínico, discutido numa perspetiva prática e um tópico não clínico, útil para a vida profissional. O programa teve uma forte e entusiástica adesão dos mais jovens, contando também com o apoio dos Grupos de Interesse da SPAIC para as diferentes fases da formação. Permitiu criar momentos que contribuíram para a formação das novas gerações de especialistas, encontrando durante o ano espaços para a formação continuada, uma troca de experiências pessoais e uma vivência comum entre todos. Já em 2016, o programa incluiu também o contacto com um centro de excelência de investigação Internacional – o campus Charité, em Berlim – onde, conjuntamente com o grupo do Prof. Paolo Matricardi, se organizou o módulo “Advancing Allergy – from in vitro and in vivo diagnosis to clinical research”.

Olhando para todas estas ações de formação no triénio, envolvendo entre nós mais de 1500 participantes, mais de 250 formadores e cerca de três centenas de comunicações científicas, parecem‑nos espelhar uma actividade e investigação vibrante e dedicada dos nossos associados que, ao fim ao cabo, se torna a melhor recompensa da direção que os acompanhou nestes três anos.

 

Pela direção da SPAIC 2014‑2016,

Luís Delgado

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