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Revista Portuguesa de Educação

versão impressa ISSN 0871-9187

Rev. Port. de Educação v.20 n.1 Braga jan. 2007

 

Teses de Doutoramento

António Carlos Ribeiro Silva (2006). Abordagem curricular por competências no Ensino Superior: um estudo exploratório nos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia no Estado da Bahia — Brasil. Tese de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Desenvolvimento Curricular)

Resumo

As abordagens sobre a organização curricular no Ensino Superior não têm ocorrido com tanta frequência como na escola dos Ensinos Básico e Secundário, pois repensar o currículo nestes níveis proporciona reflexão sobre a actual tensão em torno da qualidade dos cursos. Esta tese consiste num estudo sobre a abordagem curricular por competências, com ênfase nos cursos de graduação de Administração, Ciências Contábeis e Economia. O trabalho desenvolve-se a partir da identificação das orientações curriculares do Ministério da Educação do Brasil, que sinalizam a abordagem por competências como eixo norteador para os cursos de graduação. Assim, o estudo teve estes objectivos: a) identificar as actuais abordagens curriculares nos cursos investigados; b) analisar as competências e habilidades definidas pelo MEC para os cursos em estudo; c) constatar a importância atribuída pelos coordenadores dos cursos quanto às directrizes curriculares; d) conhecer as normas estabelecidas pelo MEC para os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia; e) propor referenciais para uma abordagem curricular por competências. As bases analíticas foram elaboradas a partir da trilha teórica construída sobre o assunto, associada à trilha metodológica, procurando descobrir se, nos cursos pesquisados, havia o predomínio de currículos centrados em aspectos conteudais, com ênfase no ensino transmissivo, ou se se encontravam adaptados às mudanças legais, contidas num ensino por competências. O estudo empírico baseou-se numa metodologia quantitativa e qualitativa, com recurso à análise documental, ao inquérito por entrevista e ao inquérito por questionário. Os sujeitos pesquisados foram os coordenadores de cursos, os professores e os alunos do último semestre ou ano dos cursos pesquisados, nas Instituições de Ensino Superior com mais de sete anos, que ofereciam tais cursos no Estado da Bahia – Brasil. Foram aplicados inquéritos por questionário aos docentes e discentes, realizadas entrevistas aos coordenadores de cursos e foi também realizada uma análise documental (dispositivos legais que abordam as directrizes curriculares nacionais). Em síntese, os dados revelam que, nos cursos investigados, o ensino é ainda de natureza transmissiva, reprodutora e conteudista, com escassas mudanças relativamente ao que é preconizado nas orientações legais, pois não é ainda utilizada a abordagem curricular por competência. Por isso, a preocupação principal deste trabalho investigativo foi a de elaborar alguns referenciais para a organização de um currículo por competências, capaz de contribuir para mudanças de paradigma educacional, através da construção de novos caminhos educativos, criando e recriando condições que nos permitam desenvolver alternativas de aprendizagens, que atendam às necessidades, interesses dos sujeitos aprendentes.

Artur Manuel Sarmento Manso (2006). Filosofia educacional na obra de Agostinho da Silva. Tese de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Filosofia da Educação)

Resumo

Este trabalho, intitulado Filosofia educacional na obra de Agostinho da Silva, é a tese de Doutoramento em Educação, área de especialização em Filosofia da Educação, de Artur Manso. É constituído por três capitulos, um índice, uma introdução, uma conclusão e um anexo.

Na introdução, justificam-se os objectivos da investigação, explicando-se a metodologia usada e a forma como é organizado o trabalho.

No primeiro capítulo, é feita a apresentação e a classificação da totalidade da obra agostiniana reunida para estudo.

No segundo capítulo, expõem-se as ideias pedagógicas de Agostinho da Silva, inventariando as suas reflexões sobre a educação escolar e extra-escolar e sobre aquelas que considerou serem figuras modelares da Humanidade. Apresentam-se, ainda, as suas reflexões sobre a educação portuguesa, evidenciando, por um lado, os modelos educativos que rejeitou e, por outro, os rumos que apontou, apresentando-se, ainda, aquelas que, em sua opinião, eram as figuras modelares da portugalidade.

No terceiro capítulo, abordam-se os fundamentos filosóficos das ideias pedagógicas. Num primeiro momento, investiga-se a sua reflexão em torno do Conhecimento, do Ser, de Deus e do Mundo, bem como a sua concepção de Homem e a sua visão sócio-económica. Num segundo momento, trata-se exclusivamente de Portugal, expondo os núcleos essenciais da especulação que o pensador nos legou sobre a origem, evolução e destino da sua Pátria.

Na conclusão elencam-se, capítulo a capítulo, as principais ilações retiradas do trabalho desenvolvido de acordo com os objectivos de investigação previamente demarcados.

Quanto à bibliografia, organiza-se em três campos: I. De Agostinho da Silva; II. Sobre Agostinho da Silva; III. Complementar.

Anexam-se três documentos. 0 primeiro é a impressão das últimas dez páginas de um manuscrito ainda inédito de Agostinho da Silva e a fixação do texto. 0 segundo é a reprodução de uma Circular, assinada por Agostinho, que acompanhou as colecções dos Cadernos, no ano de 1942. Por último, dão-se a conhecer as folhas do livro de termos de abertura e renovação de matrícula do Liceu Rodrigues de Freitas, do Porto, que registam a progressão escolar do pensador ao longo dos anos em que o frequentou.

Ana Maria Coelho de Almeida Peixoto (2006). As Ciências Físicas e as actividades laboratoriais na Educação Pré-Escolar: diagnóstico e avaliação do impacto de um programa de formação de Educadores de Infância. Tese de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Metodologia do Ensino das Ciências)

Resumo

Desde os primeiros anos de vida, as crianças vão construindo ideias acerca dos fenómenos físicos que observam no mundo que as rodeia. Quando ingressam na Educação Pré-Escolar usam estas ideias para compreender muitos fenómenos físicos e para explicarem a sua ocorrência. Muitas vezes, os Educadores de Infância não estão conscientes da existência dessas ideias e conduzem as crianças à exploração do mundo como se se tratasse do primeiro contacto da criança com os fenómenos físicos em causa. Diversos autores atribuem esta postura à insegurança científica e metodológica destes profissionais e ao seu receio em serem questionados pelas crianças relativamente a assuntos que dominam pouco. Esta insegurança pode dever-se à escassez de formação no domínio das ciências, facultadas a estes profissionais durante o Ensino Secundário e Superior. Esta falta de formação é particularmente relevante no caso da Física e da Química, dada a pequena expressão que as ciências têm nos currículos dos cursos de formação de Educadores de Infância, e pode também justificar o baixo recurso a actividades laboratoriais, especialmente do domínio das Ciências Físicas, por parte destes profissionais, bem como o facto de as actividades laboratoriais implementadas serem, geralmente, do tipo ilustrativo, com procedimento desenhado e executado pelo Educador de Infância, e não explicitamente relacionadas com os conhecimentos prévios das crianças.

Neste contexto, foi realizada uma investigação que envolveu dois estudos complementares. No primeiro, através do inquérito por questionário, procurou-se caracterizar as práticas referentes à abordagem de assuntos do âmbito das Ciências Físicas, com recurso a actividades laboratoriais, dos Educadores de Infância portugueses (N=228), do distrito de Viana do Castelo, e analisar a sua formação prévia em ciências, bem como as eventuais necessidades de formação sentidas pelos participantes no estudo. No segundo estudo, avaliou-se o impacto de um programa de formação que foi desenhado e aplicado a 16 Educadores de Infância do concelho de Viana do Castelo, na abordagem de assuntos do âmbito das Ciências Físicas, com recurso a actividades laboratoriais com crianças dos três aos seis anos de idade.

Os resultados do primeiro estudo mostraram que: a formação em ciências da maior parte dos participantes no estudo terminou no 9° ano de escolaridade; durante a formação inicial e em serviço a maioria destes profissionais não abordaram assuntos do domínio das Ciências Físicas, com recurso a actividades laboratoriais; muitos deles afirmaram evitar a abordagem com as crianças de assuntos relacionados com este domínio, embora estejam convencidos que as crianças aderem bem às actividades laboratoriais; a maioria reconheceu ter falta de formação aos níveis cientifico e metodológico para a abordagem de assuntos do domínio das Ciências Físicas.

O segundo estudo envolveu quatro fases: diagnóstico, formação, aplicação de conhecimentos no Jardim-de-Infância e avaliação final. As entrevistas realizadas na fase de diagnóstico mostraram que os Educadores de Infância acreditavam nas potencialidades das actividades laboratoriais, mas apenas as usavam para abordar temas relacionadas com a água. Para além disso, as actividades usadas eram fechadas, de tipo ilustrativo, e não tinham em conta as ideias prévias das crianças. Na sequência da formação, os Educadores de Infância passaram a implementar, com as suas crianças, diferentes tipos de actividades laboratoriais, com diferentes graus de abertura, sendo a maioria destas actividades destinadas à reconstrução de conhecimento conceptual das crianças e ao desenvolvimento de conhecimento procedimental. A avaliação final, baseada em observação de práticas, análise de documentos e entrevistas, mostra que: as dificuldades científicas e metodológicas inicialmente manifestadas pelos Educadores de Infância foram diminuindo e que, para tal, contribuiu o acompanhamento da formadora na fase de aplicação; as concepções sobre actividades laboratoriais e sua utilização no ensino das ciências evoluiram, aproximando-se das concepções mais consensuais entre os especialistas neste assunto.

Os resultados desta investigação apontam para a necessidade, não só de uma reformulação dos currículos da formação inicial de Educadores de Infância, de modo a incrementar a formação científica e metodológica dos novos profissionais, mas também de um maior número de acções de formação no âmbito das Ciências Físicas, em geral, e do seu ensino com recurso a actividades laboratoriais, em particular, a fim de reforçar a formação dos educadores em serviço e de contribuir para que as crianças comecem, desde cedo, a olhar mais crítica e interessadamente para o mundo que as rodeia.

Cleomar Landim Oliveira (2006). Deficiência mental leve: o lugar da representação espacial do corpo na aprendizagem da escrita. Tese de Doutoramento em Psicologia apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Psicologia da Educação)

Resumo

Este estudo investigou a construção da escrita em crianças deficientes mentais leves, em processo de inclusão em escolas públicas e particulares. Compuseram a amostra 61 crianças com idade entre 8 e 11 anos (29 meninas e 32 meninos). Os instrumentos usados foram: Matrizes Progressivas Coloridas de Raven para verificação da inteligência; ABC para averiguar o nível de maturidade e a motricidade fina; Bender para esclarecer a possibilidade de organicidade; Goodenough para verificação do esquema corporal e a idade mental (IM); Escala de Ozeretzki, revista por Guilmain e adaptada por Costallat, para a verificação da idade motriz (IMo); Teste de Representação do Corpo para o estudo da relação entre a funcionalidade motora e a representação espacial do corpo (TEREC); teste de Relações Espaciais; Anamnese com os pais, para verificação da história de vida da criança; Entrevista com as professoras e o levantamento nos prontuários de cada criança para a verificação das variáveis idade, atraso, retenção escolar e etiologia normal e patológica. Verificou-se que o desenvolvimento do esquema corporal encontrou valores inferiores nas crianças do grupo de controle no pós-teste do que no grupo experimental. Apesar das crianças do grupo experimental terem, ainda, uma rotina de movimento longe do esperado, apresentaram maiores índices de movimentação e aumento do nível mental, após se submeterem ao programa psicomotor de estimulação. Também a nível da escrita, puderam ser verificados ganhos significativos nos quatro parâmetros considerados (flexibilidade, direccionalidade, ligação e traçado) por parte das crianças do grupo experimental. Pode-se inferir, com base nestes resultados, que há uma falta de estimulação psicomotora nos diversos contextos de desenvolvimento destas crianças. Muitas vezes os seus pais, por superprotecção, bem como por falta de informação e medo de os exporem a perigos, acabam por não oferecer situações favoráveis ao seu desenvolvimento psicomotor. Outros elementos que podem vir a explicar os resultados encontrados referem-se à idade de início da escolaridade. Neste contexto, o problema existe pela falta de experiências motoras infantis e pela falta de convívio significativo para esse desenvolvimento, assim como pela pressão que sofrem por parte dos pais e dos professores para a aprendizagem da escrita. No estudo realizado, as dificuldades na aprendizagem da escrita mostram a necessidade de um trabalho psicopedagógico e psicomotor que aborde o desenvolvimento cognitivo e psicomotor, a fim de desenvolver a representação espacial do corpo, a orientação espacial e a motricidade da criança.