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Revista de Ciências Agrárias

Print version ISSN 0871-018X

Rev. de Ciências Agrárias vol.40 no.4 Lisboa Sept. 2017

https://doi.org/10.19084/RCA17040 

ARTIGO

Gestão de infestantes em vinhas, olivais e pomares

Weed management in vineyards, olive groves and orchards

João Portugal1,*, Ana Monteiro2 e João Pedro Luz3

1Instituto Politécnico de Beja, Escola Superior Agrária, Rua Pedro Soares, 7800-295 Beja, Portugal

2Linking Landscape, Environment, Agriculture and Food (LEAF), Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa, Portugal

3Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior Agrária, Quinta da Senhora de Mércules, 6001-909 Castelo Branco, Portugal

(*E-mail: jportugal@ipbeja.pt)


RESUMO

A implementação de culturas perenes, em Portugal, sofreu nas últimas décadas grandes alterações quer na instalação da cultura quer nas técnicas de gestão. Este artigo revê a gestão das infestantes nas principais culturas perenes em Portugal, o que se julga pertinente dado que se tem verificado a implementação de sistemas de modo de produção biológica (MPB) e de produção integrada (MProdi). Por infestante, os autores, consideram as populações de uma dada espécie vegetal que acima de determinados níveis e sob condicionalismos ecológicos particulares sejam responsáveis por prejuízos "líquidos" (balanço benefícios-prejuízos negativo) inaceitáveis em termos económicos e/ou ecológicos ou sociais. Primeiramente, apresentam-se os dados de 2015 relativamente às áreas e produções das culturas perenes mais importantes em Portugal – vinha, olival, pomares de macieira, pereira e citrinos. De seguida, referem-se os principais prejuízos e benefícios das infestantes, salientando-se os estudos relativos aos prejuízos na vinha e os meios de controlo disponíveis mais adotados–mobilização do solo, controlo químico e enrelvamento, as vantagens e inconvenientes de cada método. Por último, refere-se a conveniência da integração das técnicas de gestão, de modo a potenciar os benefícios de cada uma e evitar as suas limitações.

Palavras-chave: citrinos, enrelvamento, herbicidas, macieira, pereira, proteção integrada, mobilização do solo.


ABSTRACT

This article reviews literature about weed management in vineyards and the most important fruit orchards in Portugal. Data from 2015 for the areas and the most important perennial fruit crops areas and yields in Portugal - grapevine, olive, apple, pear and citrus - are presented. The major losses and benefits arising from weed interference in these crops are detailed. Studies about weed competition, major control methods (mechanical control, chemical control, and cover cropping) are presented, as well as their advantages and disadvantages. Finally, it is discussed the suitability of the integration of the three weed control techniques to maximize the advantages of each one and avoid their drawbacks.

Keywords: apple, citrus, cover cropping, herbicides, IWM, pear, soil tillage.


INTRODUÇÃO

Em Portugal, o sistema convencional, ainda amplamente usado pelos fruticultores, tem vindo a ser substituído pelo modo de produção biológico (MPB) e pela produção integrada (MProdi). Esta mudança deve-se a fatores económicos, à consciencialização do produtor para questões ambientais e às exigências do mercado. São diversas as causas que têm provocado uma alteração na gestão das infestantes nas culturas perenes. Salienta-se a implementação do regadio em muitas áreas afetas a estas culturas, o aumento do preço dos combustíveis, com o consequente aumento dos custos das mobilizações, a diminuição das substâncias ativas (s.a.) herbicidas disponíveis (Quadro 1) e o baixo custo do herbicida glifosato, mas também a atribuição de ajudas da Política Agrícola Comum (PAC) a práticas como o enrelvamento. A razão de alguns herbicidas terem deixado de estar homologados resultou da reanálise feita aos pesticidas em consequência de Directiva 91/414/EEC, de 15 de julho de 1991, de que resultou uma diminuição significativa de s.a. disponíveis no mercado.

Área e produtividade

As principais culturas perenes em Portugal ocupam áreas muito significativas do território, assumindo grande importância económica e social nas regiões onde estão implantadas. É de referir que as infestantes nestas culturas podem causar prejuízos de ordem económica não negligenciáveis. De acordo com o INE (2016), em 2015, a oliveira (Olea europaea L. subsp. europaea) ocupava a maior área (351341 ha), com uma produção de 702140 t de azeitona para azeite e 20752 t de azeitona de mesa. O Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL, 2017) refere que o Alentejo responsável por 76% da produção de azeite em Portugal, é a região que sustenta o aumento da produção nacional dos últimos anos, em resultado da entrada em produção dos novos olivais intensivos (300 a 400 árvores por hectare) e superintensivos (com 900 a 2000 árvores por ha) de regadio. A alteração das densidades e a introdução do regadio no olival acarretou alterações importantes em inúmeras operações culturais, designadamente na gestão das infestantes que, tradicionalmente era feita com recurso a mobilizações (Máximo, 2013). O uso do glifosato passou a ser uma prática corrente, o que levou inclusivamente à ocorrência de populações resistentes em avoadinha-peluda (Conyza bonariensis (L.) Cronquist) e em avoadinha (Conyza canadensis (L.) Cronquist) (Mendes et al., 2012; Calha et al., 2013).

A vinha (Vitis vinifera L. subsp. vinifera), em 2015, era a segunda cultura perene em termos de área, ocupando 178957 ha, com uma produção próxima dos sete milhões de hL de vinho e de 19032 t de uva de mesa. Também nesta cultura ocorreu a introdução do regadio em algumas regiões e uma maior utilização do glifosato no controlo das infestantes. O controlo químico baseado no glifosato, tal como no olival, induziu a resistência adquirida ao glifosato nas vinhas do Douro, em particular na sub-região de Cima Corgo, em populações de erva-febra e azevém-perene (Lolium rigidum Gaudin e Lolium perenne L.) numa área de cerca de 10000 ha (Portugal et al., 2013).

Os citrinos, em 2015, ocupavam 20109 ha, com 83% da área com pomares de laranjeiras, doce (Citrus sinensis (L.) Osbeck (pro. sp.) e azeda (C. aurantium L.), e uma produção de 246639 t. No mesmo ano, a área de tangerineiras (C. reticulata Blanco, C. nobilis Loureiro, C. sunki Loureiro e C. deliciosa Tenore, entre outras), pomeleiro (C. paradisi Macf.), torangeira (C. grandis Osbeck) e híbridos (Citrus clementina T. x, entre outros táxones) foi de 2383 ha com uma produção de 37778 t. Podem encontrar-se citrinos por quase todo o país, mas a produção de laranjas e tangerinas, numa escala comercial, está limitada ao Algarve, ao litoral alentejano e a algumas zonas microclimáticas espalhadas pelo país. O limoeiro (Citrus limon (L.) Burm.f.) tem, além dessas localizações, uma importante zona de produção na região Oeste mas no Algarve os pomares são, em média, três vezes superiores à dimensão média nacional (Duarte, 2014; Clara, 2016). Tal como nas culturas anteriores, também num pomar de laranjeiras foi confirmado um caso de resistência adquirida ao glifosato, na espécie C. bonariensis (Calha et al., 2013a; Simões et al., 2013).

Os pomares de macieiras (Malus domestica Borkh.) e pereiras (Pyrus communis L.), em 2015, ocupavam áreas similares, 14006 ha e 12115 ha, respetivamente, que produziram 324994 t de maçã e 141186 t de pera (INE, 2016). É na região do Ribatejo e Oeste que se encontram as maiores áreas destas culturas. A adopção de novas técnicas levou a que, em 14 anos, a produtividade média de maçã aumentasse cerca de 72% e, a uns extraordinários 170%, no caso da pera (Batista, 2016).

No sector do vinho e do azeite, uma parte da produção destina-se aos mercados externos, cujo valor das exportações atingiu, em 2015, 737 milhões de euros e cerca de 350 milhões de euros, respetivamente (IVV, 2015; AICEP, 2016). A pera ‘Rocha’, a cultivar predominante em Portugal, movimentou 120 milhões de euros, dando emprego permanente a 4700 pessoas (ANP, 2015).

GESTÃO DO COBERTO DO SOLO

A gestão do solo do pomar, senso lato, sofreu grandes alterações nas últimas décadas. A mobilização generalizada do solo foi substituída pela não-mobilização com controlo das infestantes através do uso de herbicidas. Posteriormente, foi reconhecido o papel positivo de alguma vegetação espontânea no pomar. Assim, o enrelvamento da entrelinha com coberto vegetal e a aplicação de herbicida na linha tornou-se na técnica dominante. Os receios de competição, em particular a hídrica, entre a vegetação natural e a cultura condicionaram no inicio a implementação do enrelvamento mas a publicação das normas de produção integrada deram um grande incentivo nesta matéria (ref. Normas Prodi- OILB, 2017, IOBC, 2004).

Em Portugal, o combate à vegetação espontânea é uma prática corrente em todas as regiões e na generalidade das culturas, existindo diferentes abordagens no modo como é feito. O agricultor deve ter em consideração que os táxones vegetais espontâneos apresentam aspetos benéficos e prejudiciais. Entre os aspetos benéficos apontam-se os seguintes: a) reduzem a erosão do solo (Gyssels et al., 2005; Gómez et al., 2009; López-Vicente et al., 2016); b) melhoram a transitabilidade das máquinas agrícolas (Reintam et al., 2016); c) melhoram a fertilidade e a estrutura do solo (Folorunso et al., 1992; Gómez et al., 2009, 2011); d) funcionam como reservatório de auxiliares (Carlos et al., 2004; Gonçalves et al., 2012; Calha e Portugal, 2014; Furtado et al., 2017); e) são hospedeiros alternativos e preferenciais de pragas (Nentwing, 1998; Böller et al., 2004; Franco, 2012); f) melhoram a qualidade da produção, em períodos e em circunstâncias específicas (Lopes et al., 2008; Portugal et al., 2015); g) podem constituir uma fonte de alimento para o gado; h) alguns táxones, ainda que em pequeno número, são usados para fins medicinais, na culinária e como aromáticas (Sabugosa-Madeira et al., 2008; Cunha et al., 2011). E, outros ainda, por exemplo do género Plantago, beneficiam as abelhas, polinizadores importantes dos pomares (Sabugosa-Madeira et al., 2008). Os principais prejuízos apontados são: a) diminuição da produção, uma vez que concorrem pela água e nutrientes (Afonso et al., 2003; Lopes et al., 2011); b) diminuição da qualidade da produção (Portugal et al., 2015); c) interferência nas operações culturais, aumentando o tempo necessário para a sua execução (Colbach et al., 2014); d) hospedeiros de doenças, designadamente de viroses e micoses (Colbach et al., 2014) e de pragas, por exemplode ácaros tetraniquídeos, e outras pragas polífagas, sobretudo durante o período de repouso vegetativo, permitindo a sobrevivência nuns casos e que prossigam o ciclo de vida noutros (Santos, 2011).

Tendo em consideração os benefícios e os prejuízos, perante uma infestação de plantas espontâneasa melhor atitude a tomar é a de permitir a sua presença em condições que permitam retirar partido dos seus aspetos benéficos, pelo menos de uma parte deles, e evitar os aspetos negativos. Esta opção implica um conhecimento profundo da vegetação existente, nomeadamente da biologia e ecologia das espécies presentes, da sua abundância, assim como dos meios de controlo disponíveis, em particular, custos, vantagens e inconvenientes. É com base nestes conhecimentos que é possível implementar um sistema de gestão da vegetação presente que permita uma melhor sustentabilidade da cultura em termos económicos, ecológicos e sociais. Com base no exposto, uma das estratégias preconizadas em MProdi é a manutenção de estruturas funcionais, designadamente, enrelvamento da entrelinha, enrelvamento em faixas alternadas, margens floridase muros de pedra (Böller et al., 2004; IOBC, 2004; Franco, 2012).

A maioria das plantas que constituem o elenco florístico das culturas perenes são espécies que se instalam por semente – terófitos (Domingos, 2008; Pacheco et al., 2009, Sousa et al., 2009; Monteiro et al., 2012; Calha e Portugal, 2013a). O controlo destas espécies revela-se na grande maioria das situações bastante mais fácil do que aquelas que se multiplicam através de órgãos de propagação vegetativa, vivazes ou perenes, tipos biológicos designados por hemicriptófitos, criptófitos, caméfitos e fanerófitos, de acordo com a localização das gemas de renovo. A propagação por sementes das espécies vivazes e perenes, embora geralmente menos importante, pode ter um papel relevante no início das infestações e na manutenção da variabilidade genética permitindo melhorar a adaptação a novas condições ambientais.

IDENTIFICAÇÃO DA VEGETAÇÃO ESPONTÂNEA

A identificação da vegetação espontânea presente na cultura perene constitui uma etapa decisiva para permitir elencar os táxones infestantes e a escolha dos meios de gestão a adotar, assim como do período de intervenção em que devem ser aplicados. De uma forma genérica é conveniente e em geral decisivo, que a identificação dos táxones vegetais presentes na cultura seja feita nas primeiras fases da vida das plantas, uma vez que a eficácia dos meios de controlo depende, frequentemente, da fase de desenvolvimento em que se encontram. Deve ter-se presente que o objetivo, quando se aplicam medidas de controlo da vegetação infestante, não é a eliminação total e completa da vegetação, mas antes proceder à sua gestão. Para tanto, e desde logo, é necessário que o agricultor conheça as espécies presentes e a sua biologia, designadamente quanto ao ciclo de vida e tipo biológico ou fisionómico; quais os períodos em que ocorrem as emergências; se são monocotiledóneas ou dicotiledóneas e fazer uma avaliação da abundância das espécies presentes. Nesta tarefa poderá recorrer a um técnico ou a livros ou manuais que disponham deste tipo de informação, de que são exemplo os trabalhos de Moreira et al. (2000), Caixinhas (2001), Recasens e Conesa (2009), Vasconcelos et al. (2014) e mais recentemente a sítios da internet como o Flora On – Flora de Portugal interativa (flora-on.pt) ou ainda a aplicações para telemóveis, na sua maioria gratuitas. Estas novas ferramentas embora não sejam exaustivas têm a vantagem de estar disponíveis, na grande maioria das situações, no local onde é necessário proceder à identificação da espécie.

De uma forma genérica, pode dizer-se que existe uma vegetação outono-invernal, cujas primeiras emergências ocorrem depois das primeiras chuvas outonais, constituída, maioritariamente por espécies anuais. No início da primavera normalmente a partir de março ocorre novo período de emergências, dependendo do ano e das regiões, de espécies que vulgarmente se designam de primavera/verão, na sua maioria constituídas por espécies anuais (Pacheco et al., 2009) mas também por vivazes (por ex., os geófitos Convolvulus arvensis L. e Cynodon dactylon (L.) Kuntze) e hemicriptófitos perenes (por ex. Rumex sp. e Conyza sp.) de difícil controlo.

Os dados conhecidos relativamente ao elenco florístico que se instala nas culturas perenes, designadamente em vinhas (Monteiro et al., 2008, 2012), em olivais (Pacheco et al., 2009; Simões et al., 2014) e em citrinos (Domingos et al., 2009), mostram claramente que existe uma boa base para a instalação de enrelvamentos naturais nestas culturas. Os trabalhos de Pacheco et al. (2009), Calha e Portugal (2013b) e Simões et al. (2014) em olivais no Alentejo, de Ribeiro et al. (1993) em vinhas no Alto Minho, de Rodrigues (1996) e Sousa et al. (2009) em vinhas do Alentejo e de Monteiro et al. (2012) na região vitícola do Dão, ao identificarem a vegetação natural destas culturas para estas regiões, ajudam os decisores na escolha de táxones para enrelvamento. Pacheco (2009) chama atenção para a influência do tipo de solo na vegetação espontânea que se instala, bem como da utilização herbicidas na linha, uma prática relativamente comum, em olivais intensivos, que conduzem ao aumento de espécies vivazes.

TÉCNICAS DE GESTÃO DAVEGETAÇÃO ESPONTÂNEA

As opções de técnicas para a gestão da vegetação espontânea são limitadas porque a longevidade das culturas perenes impede o uso da rotação em períodos curtos e, na maior parte dos casos, da mobilização do solo (lavoura). As principais técnicas sejam, mecânicas, químicas ou culturais têm todas vantagens e desvantagens que serão abordadas seguidamente: Prevenção; Mobilização do solo; Controlo químico (herbicidas); Enrelvamentos; Combinações de técnicas.

Prevenção

A prevenção é um pré-requisito para um bom programa de gestão da vegetação natural ou residente. O gestor deve estar ciente da origem das plantas presentes e tomar as medidas adequadas para evitar infestações. Em culturas perenes, as ações devem incluir a triagem da água de irrigação para evitar a importação de sementes, a cuidadosa seleção e limpeza dos materiais usados em coberturas orgânicas (palhagem) e das alfaias de mobilização, a utilização de estrumes e outros materiais orgânicos corretamente compostados, de modo a eliminar propágulos, e a utilização de material de multiplicação vegetativa isento de sementes estranhas à cultura (Maciel, 2014).

Mobilização do solo

A mobilização é uma prática corrente em algumas regiões do país, podendo ser feita tanto na entrelinha como na linha, neste caso com recurso a alfaias específicas para o efeito. No caso da vinha,o número de mobilizações varia de região para região, porém é relativamente comum serem efetuadas duas mobilizações na entrelinha, a primeira entre a queda da folha e o início do abrolhamento (mobilização de outono-inverno) e a segunda na primavera. Nas regiões quentes e secas faz-se uma mobilização na entrelinha, normalmente antes de junho, com o objetivo de fazer a amontoa na linha e assim, conservar a humidade junto das raízes, evitando o escaldão do colo da cepa (Portugal e Monteiro, 2006). Ao adotar esta técnica, em qualquer das culturas perenes consideradas, deve ter-se presente o seguinte (Pinheiro et al., 2005; Gómez et al., 2009; Gucci et al., 2012; Maciel, 2014; Portugal, 2014):

-as mobilizações tendem a agravar a erosão das camadas superficiais do solo, em particular nas parcelas de maior declive, o que é tanto mais grave na medida em que a camada superficial do solo, que é a primeira a ser arrastada, é a mais fértil;

-os efeitos na fertilidade fazem-se também sentir pela maior degradação que provocam na matéria orgânica, e tem consequências particularmente negativas, em particularnas propriedades físicas e biológicas do solo;

-as mobilizações causam frequentemente danos no sistema radicular, não só porque diminuem a superfície de assimilação, mas também porque as feridas que causam poderão ser uma porta de entrada a doenças;

-a grade de disco e a fresa têm um efeito multiplicador das infestantes vivazes, uma vez ao fragmentarem as estruturas vegetativas de táxones com rizomas monopodiais (ex. Equisetum sp.) ou simpodiais (ex. Cynodon dactylon (L.) Pers., Elymus repens (L.) Gould e Panicum repens L.), cormos (ex. Arrhenatherum elatius Presl subsp. bulbosum (Willdenow) Hylander), e gemas radiculares (ex. Cardaria draba (L.) Desv., Convolvulus arvensis L. e Cirsium arvense (L.) Scop.) aumentam o número de propágulos vegetativos;

-a fresa tem um efeito negativo na estrutura do solo, sobretudo nos solos mais pesados, onde promove a compactação do solo, fazendo diminuir a macroporosidade, com consequências negativas na infiltração da água, no arejamento e a médio prazo no crescimento das raízes;

-os custos inerentes à sua adoção, tendo em consideração os gastos de energia, as horas de trabalho e a manutenção das alfaias, são frequentemente superiores ao das outras técnicas;

-de uma forma geral as mobilizações promovem a emergência de espécies anuais devido ao arejamento do solo e ao facto de muitas infestantes serem fotoblásticas positivas;

-as mobilizações, a realizarem-se, deverão ser sempre superficiais e em número reduzido.

Salienta-se, todavia, que em situações de resistência a herbicidas ou de inversão da vegetação é recomendável proceder a mobilizações de solo na linha e na entrelinha. Por exemplo, a mobilização do olival no caso de resistência de Conyza sp. ao glifosato (Calha, 2011) ou utilização de inter cepas no controlo de Lolium spp. resistente ao glifosato na linha das vinhas do Douro (Calha e Portugal, 2013b; Portugal et al., 2013).

Herbicidas

O número e diversidade de substâncias ativas homologadas para as culturas perenes ainda são suficientes para garantir uma gestão química adequada da vegetação espontânea (Quadro 1), apesar da redução verificada com a reanálise feita aos pesticidas pela Diretiva 91/414/EEC, de 15 de julho de 1991.A adoção deste meio de controlo pela maioria dos agricultores resulta, de um modo geral, da facilidade da sua utilização, da elevada eficácia que apresenta e do custo, em termos relativos, da sua aplicação. Em parcelas onde as culturas perenes não estão alinhadas, situação cada vez menos comum,é mesmo o único meio de controlo das infestantes economicamente passível de ser usado. Contudo, a utilização de herbicidas não garante o sucesso da operação cultural nem é isenta de riscos, pelo que a aplicação e a escolha dos produtos a utilizar são muito importantes, devendo o aplicador atender, entre outros, aos seguintes aspectos (Calha, 2014): a) verificar se o herbicida é eficaz em relação às principais espécies infestantes que se pretendem eliminar; b) optar pelo(s) produto(s) menos tóxicos para o Homem e Ambiente; c) a tratar no momento oportuno, normalmente nos primeiros estados de desenvolvimento das plantas a controlar, no caso das espécies anuais; d) aplicar a quantidade de produto correta, tendo em atenção o estado de desenvolvimento das principais espécies presentes e o tipo de solo; e) pulverizar uniformemente o produto e, no caso dos produtos de contacto e sistémicos, devem ter-se precauções para que não se atinjam os órgãos herbáceos das culturas perenes.

As aplicações de herbicidas residuais são de evitar, permitindo-se deste modo que ocorram as emergências das espécies espontâneas, fazendo-se uma intervenção quando se inicia a competição, normalmente no início da primavera, que poderá ser repetida mais tarde, dependendo do nível de infestação e das disponibilidades de água no solo, mas nunca na fase final do ciclo produtivo da cultura, uma vez que a competição já ocorreu e a presença da vegetação espontânea no outono-inverno é uma mais-valia, em particular no controlo da erosão (Portugal e Vidal, 2013).

Para combater as espécies vivazes devem aplicar-se produtos sistémicos, porquanto afetam também os propágulos vegetativos, o que não acontece com os herbicidas de contacto que só afetam a parte aérea das plantas.As aplicações poderão ser feitas na entrelinha, nas linhas de cultura ou apenas em zonas onde surgem as espécies mais competitivas (aplicação localizada) ou ainda em toda a área (aplicação generalizada), dependendo se as aplicações são acompanhadas de outros meios de gestão da vegetação espontânea (Maciel, 2014). Deve fazer-se notar que em Produção Integrada só é permitida a aplicação de herbicidas na linha podendo, no entanto, fazer-se aplicações localizadas no combate a espécies vivazes de difícil combate. Salienta-se ainda que a não mobilização do solo, com recurso exclusivamente a herbicidas é considerada uma prática inaceitável em Produção Integrada (Aguiar et al., 2005), uma vez que obriga à aplicação de herbicidas residuais, que são os que deixam maiores quantidades de resíduos no solo e potencialmente na água.

No Quadro 1 apresentam-se as substâncias ativas homologadas em Portugal para culturas perenes, designadamente para oliveiras, citrinos, macieiras e videira com os modos de actuação e modo de ação de acordo com a classificação do Herbicide Resistance Action Committee (HRAC, 2017).

A fim de evitar o aparecimento de casos de resistência adquirida aos herbicidas, a escolha do herbicida a utilizar deve ter em consideração o seu modo de ação, devendo evitar-se a repetição de herbicidas com o mesmo modo de ação em anos consecutivos. Assim, a alternância de herbicidas com diferentes modos de ação, bem como a adoção de misturas de herbicidas com diferentes modos de ação, são boas práticas preventivas para evitar o surgimento de novos casos de resistência (HRAC-BR, 2016).

Ensaios levados a efeito na região do Douro numa vinha com Lolium sp. resistente ao glifosato, verificou-se que a utilização combinada de glifosato com herbicidas com diferentes modos de acção, como o cicloxidime, quizolofope-P-etilo (inibidores da ACCase) ou flazassulfurão (inibidor de ALS) podem ser alternativas muito eficazes no combate a essas populações resistentes. O corte na linha e na entre linha, efeutiado após o afilhamento, não foi tão eficaz como as alternativas químicas descritas atrás, mas teve um efeito muito positivo na redução do banco de sementes (Portugal et al., 2015).

Enrelvamento

O enrelvamento é um sistema sustentável de gestão do solo recomendado nas culturas perenes, que consiste na instalação de uma cobertura vegetal, espontânea ou semeada, que ocupa a totalidade ou parte da parcela (normalmente a entrelinha), podendo ter carácter temporário ou permanente. Esta técnica é hoje muito utilizada em várias regiões frutícolas e vitícolas do mundo. Em Espanha, o enrelvamento na entrelinha já é adoptado em cerca de 30% dos olivais (MAGRAMA, 2015), desconhecendo-se em Portugal a percentagem de olivais que adotam esta prática, pode dizer-se com alguma segurança que nos olivais intensivos de regadio, sobretudo nos mais recentes, já é uma prática comum.

Esta técnica tem como principais objetivos:

- diminuir a erosão da superfície do solo,o que é particularmente importante quando as parcelas têm declives acentuados e quando ocorrem elevadas precipitações em curtos períodos de tempo (Battany e Grismer, 2000; Hartwige & Ammon, 2002; Ruiz-Colmenero et al., 2011). Esta ação deve-se ao facto da massa vegetal reduzir substancialmente o impacto das gotas da chuva no solo;

- aumentar o arejamento, a infiltração, a retenção da água do solo e, deste modo, os níveis hídricos disponíveis (o que é muito importante nalgumas regiões), assim como diminuir as escorrências superficiais de água. Estas alterações decorrem da melhoria da estrutura do solo, que ocorre devido ao aumento da macro e microporosidade, resultantes da ação perfurante das raízes, e ao aumento da matéria orgânica do solo (Folorunso et al.,1992). Ou seja, de acordo com Saavedra e Muñoz-Cobo (2002), Fonseca e Salazar (2003) e Pinheiro et al. (2005), o enrelvamento permanente do solo limita a erosão e a escorrência superficial da água devido aos seus efeitos i) na interceção das gotas da chuva, protegendo desse modo os agregados; ii) no aumento da infiltração, devido à macro e microporosidade resultante das raízes das espécies da vegetação; e (iii) no aumento da resistência ao escorrimento;

- aumentar a fertilidade do solo, sobretudo em azoto e fósforo.O aumento em azoto acontece quando o revestimento é constituído por leguminosas [luzernas (Medicago spp.), trevos (Trifolium spp.), ervilhacas (Vicia spp.), serradelas (Ornithopus spp.), etc.), devido à capacidade que têm de fixar o azoto atmosférico. Já o aumento do teor em fósforo fica a dever-se, fundamentalmente, à decomposição das raízes da vegetação espontânea ou semeada que constituem o revestimento vegetal, encontrando-se este numa forma facilmente absorvida pelas plantas (Rodriguez-Lovelle et al., 2000; Schreiner e Scagel, 2006; Celette et al., 2009; Ovalle et al., 2010; Rodrigues, 2013);

- diminuir a lixiviação de azoto e de resíduos de produtos fitofarmacêuticos, em particular de herbicidas. Este objetivo é atingido porque uma parte dos resíduos são retidos na matéria orgânica (sendo libertados lentamente através da mineralização) e outra parte é decomposta pela flora microbiana residente. A acumulação de matéria orgânica é também, em grande medida, responsável pela diminuição das perdas de azoto por lixiviação (Saavedra, 2002; Pérez-Álvarez et al., 2015a e 2015b). Um estudo com oito anos de duração levado a efeito por Simões et al. (2014) em olival tradicional de sequeiro, mostrou que o corte do enrelvamento natural na entre linha efetuado na primavera comparado com o sistema de mobilização tradicional, tinha efeitos positivos na biodiversidade, na qualidade do solo, sem afetar a produção;

- aumentar as micorrizas: o enrelvamento aumenta a atividade dos fungos micorrízicos promovendo as relações de simbiose com as raízes das plantas no que concerne à absorção da água e nutrientes (Njeru et al., 2014);

- reduzir a pressão de pragas e doenças (insetos, nemátodos, fungos e infestantes (Guertal et al., 1998; Aballay e Insunza, 2002; Haramoto e Gallandt, 2005; Franco, 2012). Ao aumentar as populações de fauna auxiliar, pode contribuir para o controlo biológico de algumas populações de insetos, evitando que atinjam o estatuto de praga. Todavia também podem aumentar outros fatores de risco (roedores, insetos e infestantes); É de referir neste ponto o trabalho desenvolvido em olival por Furtado et al. (2017), onde foi possível constatar que as espécies Anchusa azurea, Lavatera cretica e Foeniculum vulgare  eram fonte de alimento preferencial de Psyttalia concolor (Sze´pligeti) (Hymenoptera: Braconidae), um importante parasitóide de Bactrocera oleae (Rossi) (Diptera: Tephritidae) a praga mais importante do olival;

- modificar a temperatura do solo e reduzir a evapotranspiração, tendo em conta que a reflexão dos raios solares se faz sobre o revestimento e não diretamente sobre o solo (Barbeau et al., 1999);

- melhorar a transitabilidade das máquinas e alfaias, em particular nos períodos em que a precipitação é maior, uma vez que providencia maior tração (Pinheiro et al., 2005; Osborne et al., 2008).

Ensaios, conducentes à viabilidade do enrelvamento em vinha, desenvolvidos no nosso país na região dos Vinhos Verdes, casta ‘Alvarinho’, mostraram que a permanência de um relvado natural, dominado por grama (Cynodon dactylon (L.) Pers.) conduziu a perdas de produção da ordem dos 50%, não se tendo registado contudo diferenças significativas nos parâmetros da qualidade (Afonso et al., 2003). Na região de Lisboa (Alenquer), numa vinha, casta ‘Cabernet Sauvignon’, com relvado permanente semeado e natural, verificou-se uma diminuição do crescimento vegetativo das videiras (Monteiro e Lopes, 2007; Lopes et al., 2008). Todavia, este efeito foi considerado positivo atendendo ao excesso de vigor que nesta região as videiras normalmente apresentam, o que conduz a uma maior incidência de ataques de podridão cinzenta (Botrytis cinerea Pers.). Com a redução de vigor, verificou-se que o microclima dos cachos melhorou, o que se traduziu numa melhoria da qualidade. Por sua vez, no Alentejo, na zona de Estremoz, numa vinha regada e com enrelvamento espontâneo, assistiu-se a uma diminuição do crescimento vegetativo das videiras e da produção, mas também sem alteração significativa na qualidade. Todavia, concluiu-se que particular atenção devia ser dada ao início da rega e, no caso do estudo, esta deveria ter sido iniciada mais cedo (Lopes et al., 2011).

Em olival, num ensaio de longa duração, de sistemas de manutenção da superfície do solo, em Castelo Branco, verificou-se que, ao fim de 12 anos, as parcelas com enrelvamento espontâneo permanente apresentaram uma produção média superior em 25,6% em azeitona e em 29,2% em azeite, em relação às parcelas completamente mobilizadas (Luz et al., 1998). Na modalidade com enrelvamento permanente a gestão da vegetação foi somente realizada pelo pastoreio por ovelhas. Ainda em olival de sequeiro, os trabalhos conduzidos por Pinheiro et al. (2005), no Alentejo, demonstram as vantagens das coberturas vegetais do solo na entrelinha quando comparados com as mobilizações tradicionais, nomeadamente na redução de custos e na protecção do ambiente. Na mesma cultura, e região, Simões et al. (2014)  constataram que o corte das infestantes na primavera era uma prática mais favorável em termos de conservação da biodiversidade, na disponibilidade de água do solo e no seu recobrimento do que as mobilizações do solo. Gonçalves et al. (2012) avaliaram, em laboratório, o efeito de algumas plantas espontâneas desta cultura, no fomento da proteção biológica de conservação, através da análise do seu papel no incremento da actuação da crisopa-comum [Chrysoperla carnea (Stephens)].

Relativamente à fauna auxiliar da vinha para a região do Douro salientam-se as publicações de Carlos et al. (2004) e de Gonçalves et al. (2013). Quanto ao efeito do enrelvamento na fauna auxiliar, também em vinha, um ensaio desenvolvido na região Oeste mostrou que as populações de insetos auxiliares eram maiores em vinhas com enrelvamento permanente (espontâneo ou naturale semeado) do que nas vinhas mobilizadas (Campos et al., 2006). Verificou-se ainda que a intensidade de ataque da cigarrinha-verde (Empoasca vitis Goethe) foi menor nas modalidades com enrelvamento permanente, em particular na modalidade natural, do que na modalidade mobilizada. Contudo, neste caso, a explicação poderá não se encontrar exclusivamente no aumento das populações de auxiliares, mas em outros aspetos como a menor atratividade das cepas, relativamente às espécies de plantas espontâneas presentes nas modalidades enrelvadas ainda verdes (Campos et al., 2006). Na mesma região amostragens efetuadas em relação às populações de ácaros mostraram que o ácaro predador Typhlodromus pyri Scheuten era particularmente frequente nas espécies Conyza bonariensis (L.) Cronquist e Picris echioides L., pelo que a sua presença numa vinha poderá ser considerada até certo ponto benéfica. Por sua vez,os táxones Parietaria judaica L. e Solanum nigrum L. mostram ser hospedeiros preferenciais de dois ácaros fitófagos [Tetranychus urticae Koch e Tetranychus cinnabarinus (Boisduval)], pelo que a presença destas duas plantas espontâneas na vinha poderá, desde que em pequeno número ser positiva, uma vez que funcionam como hospedeiros preferenciais, diminuindo deste modo as populações da praga na vinha (Marques et al., 2005).

Os dados, contudo, são escassos, pelo que o enrelvamento deve ser visto com algumas cautelas, sendo fundamental ter em consideração a composição florística, atendendo à sua competitividade, capacidade das plantas espontânease semeadas poderem ser hospedeiras preferenciais de pragas ou de auxiliares, disponibilidade de água no solo e às castas da vinha, na medida em que estas podem responder de forma diferente ao stress hídrico.

Atendendo à competitividade da cobertura vegetal, esta deverá restringir-se, na maioria das situações, à entrelinha, apesar do enrelvamento da linha poder ser viável com espécies de ciclo curto e prostradas. Estudos que seria pertinente desenvolver considerando a importância de substituir o uso de herbicidas na linha por métodos alternativos.

A permanência da cobertura vegetal viva durante todo o ciclo da cultura apenas é possível, e com o cuidado de se fazerem cortes repetidos, quando a pluviosidade anual, em especial durante o período de verão, garante uma baixa competitividade pela água. Situação que não ocorre na grande maioria das regiões portuguesas, ou então se a cultura é regada e não existem problemas de abastecimento de água, devendo ter em atenção o período em que se iniciam as regas (Lopes et al., 2011, Monteiro et al., 2012). Nas restantes situações, o enrelvamento deverá ter caráter temporário, atendendo à competição em especial pela água que a cobertura exerce. Assim, o enrelvamento é recomendável durante o período outono-invernal, procedendo-se a um corte no final do inverno/início da primavera, que poderá ser repetido No período de maior escassez de água a cobertura vegetal já deverá ter sido eliminada de forma mecânica ou química (Portugal e Vidal, 2013).

Dependendo da quantidade de água no solo, da composição florística, do número de cortes e das condições climatéricas, existem situações em que um número importante de espécies é eliminado de forma natural.

O enrelvamento é desaconselhado nas parcelas onde as espécies vivazes, por exemplo como a grama (C. dactylon) e as malvas (Malva sp.), são abundantes atendendo ao seu elevado consumo de água (Afonso et al., 2003; Lopes et al., 2004).Chama-se ainda atenção, que atendendo à fraca competitividade das culturas quando são mais jovens o enrelvamento, pode ser adotado mas os cortes do relvado deverão ser feitos mais cedo e mais frequentes (Saavedra, 2012).

COMBINAÇÕES DAS DIFERENTES TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO DA SUPERFÍCIE DO SOLO

Tendo presente que nenhuma das técnicas apresenta apenas vantagens, deverá a gestão das infestantes nas culturas perenes fazer-se combinando as diferentes técnicas, tirando partido dos aspetos mais positivos de cada uma (Young, 2012).

Uma das práticas mais comuns consiste na realização de mobilizações na entrelinha e aplicação de herbicida na linha. Em alternativa às mobilizações, poderá optar-se pelo enrelvamento na entrelinha e aplicação de herbicidas e/ou mobilizações na linha.

A aplicação de herbicidas na linha afigura-se mais adequado que as mobilizações, atendendo, nomeadamente, aos seus custos serem menores. No caso da vinha, um número significativo de situações, poderá efetuar-se uma aplicação antes do abrolhamento, com um herbicida sistémico, e posteriormente outra aplicação, com um herbicida foliar de contacto.

Nas situações em que a presença de espécies vivazes é significativa na entrelinha o seu combate poderá ser feito recorrendo a mobilizações com escarificador de modo a trazer para a superfície os propágulos vegetativos, que irão abrolhar e desta forma reduzir as reservas das plantas. Quando as novas plantas apresentam uma superfície foliar bem desenvolvida deverá ser aplicado um herbicida sistémico. Esta operação poderá ser repetida por forma a reduzir a população destas espécies na parcela (Portugal e Sousa, 2014).

Por último, chama-se a atenção para a existência de outros meios de gestão passíveis de serem usados, designadamente o controlo biológico e a monda térmica (Sartorato et al., 2006; Muller-Stover et al., 2016) O revestimento total ou parcial da parcela com casca de árvores (estilha), palhas e outros materiais orgânicos mortos e materiais sintéticos (telas, entre outros) e inertes da mais variada origem é uma técnica com algumas vantagens, em particular na linha e em pomares e vinhas jovens e em agricultura biológica (Pelizza et al., 2009;). Contudo, estas técnicas, até ao momento, pelas razões mais diversas, apresentam pouca expressão na maioria das culturas perenes mas a sua  aplicabilidade e eficácia devem ser estudadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um artigo de revisão visa juntar informação que se encontra dispersa, não podendo ser obviamente exaustivo sobre tudo o que se tem feito no âmbito da área de estudo abrangida pelo artigo. Pretende ser uma síntese do trabalho desenvolvido por inúmeras equipas de investigação que têm realizado estudos neste âmbito. É particularmente importante, para os autores, chamar a atenção para as publicações que se encontram referenciadas. Nestas, o leitor poderá obter informação mais pormenorizada sobre os diferentes domínios de investigação aqui abordados. Constatou-se também que existem várias lacunas ao nível da experimentação e investigação publicada na área abrangida pelo artigo, de que se salienta a ausência de informação sobre a gestão das infestantes na linha das culturas perenes aqui analisadas.


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Recebido/received: 2017.02.21

Recebido em versão revista/received in revised form: 2017.05.17

Aceite/accepted: 2017.06.20

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