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Revista de Ciências Agrárias

Print version ISSN 0871-018X

Rev. de Ciências Agrárias vol.35 no.2 Lisboa July 2012

 

Ensinar e aprender à distância: Utilização de ferramentas de comunicaçãoon-line no ensino universitário

Teach and learn on-line: New tools to communicate at university classes

Ana Aguiar[1]

 

[1]REQUIMTE & Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Campus Agrário de Vairão. 4485-661 Vila do Conde. Portugal. E-mail: aaguiar@fc.up.pt

 

RESUMO

Com este estudo pretendeu-se adquirir experiência no uso de ferramentas de comunicação on-line em contexto de ensino formal universitário; no ano letivo 2010/2011, em duas Universidades (Porto e Pacífico Sul) foram ensaiadas aulas em chat síncrono em substituição de aulas presenciais. Na Universidade do Porto ensaiou-se a utilização do forum de discussão do moodle para debate com base nas monografias preparadas pelos estudantes. Deste trabalho conclui-se que: (i) o chat é uma ferramenta didática com vantagens pedagógicas em sistema de b-learning; (ii) o forum de discussão permite criar oportunidades de debate de ideias e crítica inter-pares com bons resultados pedagógicos; (iii) e, no espaço de chat, os estudantes sentem-se corresponsáveis pelo desenrolar da aula, atitude muito diferente da que geralmente têm na aula presencial. Este trabalho permitiu, aos docentes e discentes envolvidos, ganhar experiência no uso de ferramentas de comunicação on-line.

Palavras-chave Chat, discussão, forum, web2.0.

 

ABSTRACT

In this study we have experiment the use of communication tools on-line in the teaching-learning process in formal graduation programs. On the academic year 2010/2011 in two universities (Porto and South Pacific) we substituted some face to face classes by on-line chat classes. At University of Porto we also have use the discussion forum at moodle to discuss student’s assessments. We conclude: (i) the chat is a didactic tool that can be use in b-learning at the University; (ii) the discussion forum on-line enhance the discussion of ideas and opinions; (iii) and at chat environment, students feel responsible for the class process, situation very different from face to face classes. This study gave, to teacher and students, a good experience in the use of on-line communication tools at the University.

Keywords Chat, discussion, forum, web2.0.

 

INTRODUÇÃO

A possibilidade de utilizar tecnologias informáticas e da internet no ensino universitário veio trazer novas possibilidades na forma como se ensina e aprende. Às ferramentas de ensino tradicionais, como o quadro preto e o projetor, somam-se as ferramentas digitais, em particular as que utilizam a internet.

A Universidade do Porto e as novas tecnologias

A Universidade do Porto tem apostado no uso de novas tecnologias no ensino e mantem, desde 2001, um gabinete de incentivo e apoio pedagógico e técnico aos docentes que queiram utilizar as tecnologias de informação e comunicação (GATIUP). Tem sido com o apoio do GATIUP, que, desde o ano letivo 2001/2002, foram colocados on-line[2] os conteúdos das várias unidades curriculares (UCs). Inicialmente, a plataforma de e-learning[3] era usada apenas para colocação de documentos e afixação de avisos, em ambiente Web1.0, na mesma lógica que antes se entregava um exemplar na reprografia do departamento para ser fotocopiado. O uso da plataforma, em ambiente Web1.0, permitiu uma melhor gestão do acesso dos estudantes aos documentos, a disponibilização de diferentes materiais como fotografias e animações e a colocação de notícias e avisos sobre funcionamento da UC (Aguiar, 2003). Foram usadas as plataformas WebCT e WebCTVista e foram produzidos diversos materiais de que se destacam as animações em flash que explicam o ciclo de vida da traça da uva. Essas animações têm sido usadas em diversos contextos como aulas no ensino superior, incluindo a Universidade Católica Portuguesa, a Universidade Nacional de Timor Lorosae em Dili (Aguiar, 2004) e a Universidade do Pacífico Sul em Apia, Samoa em 2011, assim como, palestras, cursos e sites de divulgação técnica, como é o caso do INFOVINI.

O ambiente Web1.0 permitiu não só alargar os espaços de ensino mas também a apresentação da informação em novos formatos (ex: animações, multimédia, jogos de aprendizagem e filmes).

Além de ser uma fonte aparentemente inesgotável de conteúdos, a internet é, cada vez mais, uma forma de interagir e comunicar, num ambiente Web2.0.

Ambientes na internet, Web1.0 e Web2.0

No ambiente Web2.0, a própria rede é a plataforma que abarca todos os dispositivos conectados e inclui o fornecimento de software como serviço continuamente atualizado, o consumo e remistura de dados de várias fontes e a criação de uma arquitetura de participação (Lim et al., 2010). Este ambiente abriu novas possibilidades na comunicação e é atualmente muito utilizado em contatos informais entre jovens para conversas do dia-a-dia. As novas ferramentas de comunicação (nomeadamente o chat[4] e o forum[5]) e as redes sociais na internet criaram uma nova literacia e uma nova forma de interagir.

Em Web2.0 há uma relação entre pares que se traduz na formação de redes sociais através de ferramentas como blogues, chat e forum. Tudo funciona com palavras-chave. A informação está num qualquer lugar do mundo e é acedida em rede através de jogos (wikis) ou espaços virtuais (facebook) (Quadro 1).

 

 

Aulas teóricas presenciais no ensino universitário

As aulas teóricas no ensino universitário são essencialmente expositivas, o professor fala em monólogo e os estudantes assumem uma atitude passiva; toda a responsabilidade da aula é acometida ao professor. Isto está de acordo com Limniou e Smith (2010) quando referem que o professor apresenta o material previamente preparado, não havendo motivação para a participação ativa dos estudantes, e com McShane (2010) quando afirma que o professor é ator que controla cada minuto da aula. Merchant (2007) refere a existência de uma descontinuidade entre professores, estudantes, seus ambientes de trabalho e o que a tecnologia proporciona. Os estudantes não estão treinados a debater ideias ou emitir opinião e consideram que a aula é apenas da responsabilidade do professor.

Novas literacias

Os recursos disponibilizados através da internet são cada vez mais e de mais fácil acesso, sendo essa pesquisa prática frequente para situações do dia-a-dia e para realização de trabalhos académicos.

Sendo ainda pouco usadas no ensino, nomeadamente no ensino formal, Merchant (2007) propôs que o mundo virtual fosse integrado nas rotinas de ensino formal, situação que já está a acontecer. Há um capital digital cada vez mais importante na educação avançada e no mundo profissional, que pode constituir um conjunto de competências diferenciadoras para a entrada no mercado de trabalho.

Os jovens de hoje usam a internet para aceder a conteúdos e para entrar nas redes sociais. Esses conteúdos são fornecidos em diferentes tipologias desde os ambientes restritos na plataforma de ensino, por subscrição individual ou institucional ou de livre acesso. As redes sociais são canais da internet para conversas informais, que os jovens usam sem restrições de conteúdo ou linguagem, pelo que se trata de um espaço onde interagem e debatem ideias (Ronda, 2009), situação muito diferente da que vivenciam nas aulas.

Objetivos

Com este estudo pretende-se adquirir experiência no uso de ferramentas de comunicação on-line em contexto de ensino formal universitário e atingir os seguintes objetivos:

i) Testar o chat como ferramenta didática que permita criar debates;

ii) Testar o forum de discussão como espaço para desenvolver, nos estudantes, o espírito crítico e dar-lhes oportunidade de o praticar, criticando os trabalhos dos colegas e recebendo críticas dos colegas;

iii) Criar, através do espaço virtual, um ambiente de sala de aula em que os estudantes se sintam parte responsável pelo que acontece na UC.

 

MATERIAL E MÉTODOS

Aulas em chat

As experiências de aulas em chat síncrono aconteceram no ano letivo 2010/2011 nas UCs “Bases de Proteção das Culturas”, “Agricultura Biológica”, “Fruticultura” e “Proteção das Culturas”, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (UP) e na UC “Proteção Avançada das Culturas” (Advanced Pest Management), da Faculdade de Agronomia da Universidade do Pacífico Sul (USP)[6].

Nas UCs da UP, na primeira aula de cada UC (aula presencial), foi proposto aos estudantes substituir algumas das aulas presenciais por aulas de debate à distância. Tendo tido a aceitação dos estudantes, o calendário foi definido, intercalando aulas presenciais (teóricas e/ou práticas) e aulas à distância (em chat). Na Universidade do Pacífico Sul, as aulas em chat ocorreram na terceira semana da UC, após duas semanas de aulas presenciais.

As aulas em chat aconteceram no espaço de chat da página da UC no moodle[7], à qual tinham acesso apenas os estudantes e professores dessa UC. Cada aula começou à hora prevista (conforme horário definido), sendo que cada estudante podia estar onde quisesse desde que tivesse uma boa ligação à internet. À hora certa, professoras e estudantes iam entrando no chat, dizendo bom dia, como fariam na aula presencial.

Em cada aula em chat, após uma pequena introdução de enquadramento da aula, a professora lançou o primeiro tema a que se seguiu um debate. Os vários temas foram-se sucedendo, conforme preparado, e a aula decorreu no horário previsto. No final de cada aula, foi pedido aos estudantes que respondessem a um pequeno questionário de avaliação sobre o interesse das aulas em chat.

Forum de discussão

As experiências de utilização de forum de discussão assíncrono aconteceram, no ano 2010/2011, nas UCs Bases de Proteção das Culturas e Agricultura Biológica.

Em cada UC, foi proposto que o estudante realizasse um trabalho académico de revisão bibliográfica segundo temas dados. Cada trabalho foi disponibilizado on-line, na página da UC, sendo o título do trabalho o título do tópico para o forum. Assim, foi criado um forum de discussão com tantos tópicos quantos os trabalhos.

A cada estudante foi pedido que lesse e comentasse os trabalhos dos colegas e respondesse, em tempo útil, aos comentários/questões dos colegas.

A professora comentou os diferentes trabalhos e acompanhou o debate sem o dominar. O forum esteve aberto, de forma assíncrona e continuada durante 3 semanas, permitindo que perguntas e respostas fossem fundamentadas, estruturadas e bem redigidas.

Considera-se a experiência de Granberg (2010), quando usa o blog on-line para criar um espaço em que os estudantes se envolvam num diálogo reflexivo durante algum tempo, ficando as suas contribuições registadas.

Considera-se, ainda, a experiência de Oliveira (2009) que, ao criar, para a UC de Farmacologia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto,uma base de dados de perguntas mais frequentes (FAQs) on-line, apercebeu-se da atitude de colaboração dos estudantes muito diferente da que geralmente têm nas aulas.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Aulas em chat

Participação na aula

As aulas em chat decorreram, com início e fim às horas marcadas, e ao ritmo que a professora imprimiu e os estudantes acompanharam. Os estudantes mantiveram-se ativos e participaram intensa e interessadamente. Esta situação (pontualidade e participação ativa) verificou-se em todas as aulas em chat e revela o empenhamento dos estudantes (Figura 1).

 

 

Usou-se o chat como um meio pedagógico e não como um fim em si, tal como fizeram Mercer et al. (2010) ao usar o quadro interativo. Pretendeu-se usar uma forma de comunicar que fosse fácil para os estudantes e escolheu-se o chat do moodle. De acordo com Madge et al. (2009), os jovens de hoje usam o espaço do facebook para conversas informais, marcação de encontros, partilha de acontecimentos e eventos, e criação de uma rede social, mas não o usam em situações de estudo, debates académicos ou trabalho. Nenhum dos estudantes deste estudo tinha experiência de utilização de chat em contexto de ensino formal.

Ao usar a sala de chat da página da UC no moodle, mostrou-se que seria uma sessão diferente das que têm no facebook. Os estudantes interiorizaram a mensagem e acompanharam a aula com seriedade e empenhamento, não deixando contudo de mostrar o desembaraço que o treino desta tecnologia lhes proporciona. A rapidez de resposta, associada ao uso de abreviaturas e siglas reconhecidas pela comunidade utente de chat, revela uma prática do uso desta ferramenta; a maior parte dos estudantes são muito rápidos a escrever, sem dúvida mais rápidos que a professora; esta prática permitiu que as aulas fossem dinâmicas e muito participadas. A experiência com um grupo de estudantes com uma experiência de vida e vivência cultural muito diferente, como são os estudantes da Universidade do Pacifico Sul, permitiu ir mais longe nesta análise. Os estudantes de Agronomia da USP são provenientes dos vários países da região asiática que integram a Universidade. Durante o tempo letivo ficam instalados no Campus Universitário em Apia, capital de Samoa, onde têm livre acesso à internet. Contudo, dado não haver internet nas suas aldeias e vilas, estes jovens raramente usavam o chat como meio de comunicar. A falta de treino no uso de chat foi notória na dificuldade em acompanhar conversas rápidas e no cuidado em escrever bem.

Na UP, o número médio de posts[9] por aluno e por aula variou entre 26 e 89 (Quadro 2). O estudante que menos participou colocou apenas 7 posts numa aula de Fruticultura e o que mais participou colocou 116. O modelo de aulas em chat exige que os estudantes participem (senão a aula não acontece), situação diferente da aula presencial. A experiência evidenciou que o número de estudantes para o chat deve ser cerca de 10.

 

 

Relações sociais

As redes sociais da internet proporcionam relações sociais com características próprias e a sua utilização no ensino, em ambiente Web2.0, tem sido comentada por diversos autores.

Segundo Chapman et al. (2008), uma forte comunidade on-line ajuda os estudantes a sentirem-se ligados e dá, a cada um, a sensação de pertença. São relações que não devem ser ignoradas (Enriquez, 2010). Ainda segundo Chapman et al. (2008), os ambientes on-line com comportamentos imediatos (resposta rápida, discussão síncrona) podem aumentar o grau de pertença, essencial para o sucesso das discussões e quantidade de posts. O sentimento de pertença social é um elemento chave numa comunidade on-line e no processo de colaboração, ambiente característico de Web2.0. É uma situação muito diferente das primeiras plataformas de ensino através da internet (ambiente Web1.0), em que o trabalho individual e isolado criava distância e dificultava o relacionamento pessoal. As relações sociais que se estabelecem mediadas por computador não ficam confinadas a esse espaço virtual e facilmente desencadeiam outras relações (Enriquez, 2010). São hoje frequentes os eventos sociais presenciais que tiveram origem em redes sociais na internet. Os jovens de hoje sabem fazer esta articulação entre o espaço social virtual e o presencial. No espaço virtual, onde a socialização não tem peso geracional, os participantes aceitam integrar comunidades com elementos muito diferentes, situação distinta do relacionamento presencial.

Neste estudo, as aulas on-line foram intercaladas com aulas presenciais, permitindo assim continuar conversas e discussões iniciadas à distância: foram experiências em sistema b-learning[10]. Nas UCs da UP, a cada aula em chat sucedeu-se sempre a aula presencial. Os temas debatidos no chat foram naturalmente, e intencionalmente, retomados, permitindo que estudantes com mais facilidade de comunicação presencial contribuíssem mais plenamente.

Na USP, professoras e estudantes estavam no mesmo Campus. O intervalo, necessário para relaxar, foi um tempo de encontro e conversa. No primeiro embate, ao chegar cá fora, os risos e sorrisos foram reveladores da conivência que se estabelece ao usar meios de comunicar diferentes. O debate continuou ali fora; para alguns era mais fácil debater presencialmente, para outros mais difícil, para a professora o intervalo serviu para perceber que era preciso dar mais tempo; havia ideias que não estavam a ser totalmente exploradas, havia estudantes que não acompanhavam o chat rápido. A distância cultural e vivencial entre professora e estudantes não tinha permitido perceber, no chat, sinais de desfasamento e cansaço de alguns estudantes. O intervalo serviu para aferir, da mesma forma que as aulas presenciais intercaladas nas UCs da UP serviram para aferir e complementar o chat.

Maior facilidade de debate

No questionário de avaliação do interesse do uso do chat em substituição das aulas presenciais, os estudantes referiram a maior facilidade de debate em ambiente chat: “no chat colocamos mais dúvidas que na aula presencial”, “os alunos falam mais”, “no chat expressei a minha opinião muito mais do que conseguiria fazer na aula, (…) sem medo dos comentários dos colegas[11]”, “tenho mais oportunidade de expressar a minha opinião e confrontá-la” e “posso expressar as minhas ideias sem medo de estar errado”.

Na aula presencial, os estudantes estão socializados para ouvir e tomar apontamentos, enquanto em chat, a experiência que esses mesmos jovens têm é de um espaço em que se pode estar à vontade para expressar a opinião. A diferente socialização nos dois espaços (aula presencial e chat) explica a maior facilidade em debater e emitir a opinião em chat. Um estudante diz “é mais interessante quando há discussão e menos quando são aulas explicativas”.

Capital digital

Através da internet tem-se acesso a um número quase ilimitado de conteúdos. Os estudantes estão habituados a usar esses recursos, mas nem sempre têm o necessário espirito crítico. Ensinar os estudantes a ter poder crítico para selecionar os documentos que interessam e ter critérios de análise da sua fiabilidade são desafios que se colocam hoje aos professores.

Também as universidades, na sua vocação produtora de conteúdos de qualidade, contribuem para este aumento da informação e são cada vez mais os materiais acessíveis através da internet. No questionário, um dos estudantes diz que a aula em chat “é uma oportunidade de visualizar vídeos que estão na internet”.

Alguns estudantes queixam-se da velocidade com que as aulas decorreram “a rapidez do formato nem sempre permite discussões aprofundadas”, “não há tempo para preparar uma resposta”, “são todos a falar ao mesmo tempo”. Esta situação deverá ser corrigida, sabendo contudo que a aula mais lenta é, para alguns, um convite à distração, aproveitando os tempos mortos para outras atividades.

A atitude de participação dos estudantes é explicada pela afirmação “estou mais à vontade para falar via chat”; contudo alguns estudantes afirmam preferir as aulas presenciais; uma estudante da USP disse “(…) na aula presencial cria-se um ambiente mais agradável”[12]

Forum de discussão

No forum de discussão foram debatidos todos os trabalhos dos estudantes, tendo sido colocadas questões interessantes desencadeadoras de respostas interessantes.

Verificou-se que a participação foi intensa (entre 44 e 256 acessos) e que o número de intervenções foi quase sempre igual ao número de acessos do estudante, o que mostra a intenção de participar (Quadro 3). O facto de ser assíncrono, e durante bastante tempo, permitiu a necessária serenidade na elaboração das respostas (Figura 2).

 

 

 

 

Os debates foram “sérios” e “duros”: os trabalhos foram lidos pelos colegas que fizeram perguntas objetivas que exigiram que o autor do trabalho elaborasse resposta clara, elucidativa e fundamentada.

 

CONCLUSÕES

As experiências didáticas de utilização de ferramentas de ensino à distância no ensino universitário, realizadas no ano letivo 2010/2011, e relatadas nesta comunicação, mostraram que a utilização das tecnologias de ensino à distância no ensino formal universitário é possível e permite atingir objetivos pedagógicos e didáticos não conseguidos em situação presencial. Deste trabalho, conclui-se que:

i) O chat, forma de comunicação síncrona através da internet, usado na plataforma de ensino, é uma ferramenta didática passível de ser usada, com vantagens pedagógicas, no ensino formal universitário em sistema de b-learning, em que as aulas à distância são intercaladas com aulas presenciais.

ii) O forum de discussão assíncrono, através da internet, usado em ambiente restrito na plataforma de ensino com estudantes universitários, permite criar oportunidades de debate de ideias e crítica interpares com grande participação dos estudantes e bons resultados pedagógicos.

iii) No espaço de sala de aula virtual que é o chat, os estudantes sentem-se corresponsáveis pelo desenrolar da aula, atitude muito diferente da que geralmente têm na aula presencial.

Além destes aspetos, este trabalho permitiu, aos docentes e discentes envolvidos, ganhar experiência no uso de ferramentas de comunicação on-line.

 

AGRADECIMENTOS

Agradece-se aos revisores pelo cuidado na revisão e excelentes comentários.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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NOTAS

[2] Disponibilizar através da internet.

[3] Ensino à distância com utilização de tecnologias informáticas.

[4] Chat – ferramenta de comunicação síncrona, à distância, através da internet.

[5] Forum – ferramenta de comunicação assíncrona, à distância, através da internet.

[6] A USP, Universidade do Pacifico Sul integra 12 países insulares da região (Ilhas Cook, Fijdi, Kiribati, Ilhas Marshall, Nauru, Niue, Ilhas Salomão, Tokelau, Tonga, Tuvalu, Vanuatu e Samoa). As várias faculdades estão distribuídas pelos diferentes países. Em Samoa está apenas a Faculdade de Agronomia.

[7] Moodle é a plataforma de ensino usada por diversas universidades nomeadamente pela UP e USP.

[8]Formato intencionalmente reduzido para proteção dos intervenientes.

[9] Intervenções.

[10] Blended-learning, sistema de ensino em que parte das aulas são presenciais e parte são à distância através da internet.

[11] Well, to be honest, I have express a lot that I could not if in the class but at times when no one is making remark on your enquiries you tend to lose concentration and interest in the Chat classes or so many people giving their opinions and views it tends to totally make me confused and lose concentration. But otherwise, this is the best place to express your opinion openly without no one staring at you or laughing out loud and discouraging your attention. Also you feel, I guess more free to be saying anything you may think.

[12]The disadvantage of Chat is only not to use too much of lectures in here. Some weak students might be distracted and lose tract along the process because face to face creates a most friendly atmosphere learning ground that motivates and help us to concentrate to the lecturer alone. If given a choice of using Chat or Face – Face, I would go for the latter.

[13] Formato intencionalmente reduzido para proteção dos intervenientes

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