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Revista de Ciências Agrárias

Print version ISSN 0871-018X

Rev. de Ciências Agrárias vol.35 no.2 Lisboa July 2012

 

A protecção das plantas numa encruzilhada

António Mexia[1]

 

[1] Departamento de Ciências e Engenharia de Biossistemas, Instituto Superior de Agronomia, Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa. E-mail: amexia@isa.utl.pt

 

A Protecção das Plantas sofreu, ao longo do século XX, transformações diversas, fruto da evolução quer das ferramentas analíticas usadas na caracterização dos agentes responsáveis pelos prejuízos, os inimigos das culturas, quer, sobretudo, dos meios de protecção disponibilizados aos agricultores para o seu combate. Assim, e após um período em que soluções provenientes da química inorgânica conviveram, bem, com soluções biológicas, houve um período caracterizado pela intensa aplicação de soluções químicas, em consequência da enorme expansão da química orgânica, tipificado no que ficou conhecido como o modelo químico-mecânico, e designado pela época de oiro dos pesticidas. Desta resultaram os conhecidos fenómenos de resistência adquirida aos pesticidas pelos inimigos das culturas, desequilíbrios biológicos que originaram novos problemas fitossanitários e os efeitos com incidência no Homem e no Ambiente, de que se tem vindo a tomar consciência e conhecimento, muitas vezes já depois dos produtos fitofarmacêuticos responsáveis terem sido excluídos dos mercados. Com a finalidade de retirar dos ecossistemas agrários os tratamentos em excesso, não justificados tecnicamente mas entendidos como actos preventivos actuariais, assistiu-se ao desenvolvimento do corpo teórico e a subsequente obtenção dos resultados experimentais que suportam os normativos técnicos respectivos, primeiro, e depois às medidas de politica fortemente indutoras e/ou economicamente promotoras de métodos de protecção das plantas sustentáveis, onde a Protecção Integrada tem tido um papel central e para a qual as Medidas Agro-Ambientais foram, entre nós, um esteio de desenvolvimento. O mais recente incentivo na orientação da escolha dos caminhos a seguir, e daí a encruzilhada, prende-se com a nova legislação europeia sobre esta temática, onde a Directiva 2009/128/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, a par de outras peças legislativas como o Regulamento CE 1107/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho, desempenha um papel fulcral e sofre, de momento, uma profunda discussão pública, pré-regulamentar, ao nível dos Estados Membros. A este facto não será certamente alheia a exigência da Directiva de estabelecer…”um quadro para uma utilização sustentável dos pesticidas através da redução dos riscos e efeitos da sua utilização na saúde humana e no ambiente, promovendo o recurso à protecção integrada e a abordagens ou técnicas alternativas, tais como as alternativas não químicas aos pesticidas”… devendo os princípios gerais da protecção integrada ser aplicados por todos os aplicadores profissionais após 1 de Janeiro de 2014. Daí a importância de outros olhares, externos à própria Protecção das Plantas, para ajudar a interpretar os sinais que balizam as encruzilhadas dos caminhos possíveis e permitam, colectivamente, a escolha dos mais acertados.

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