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Revista de Ciências Agrárias

versão impressa ISSN 0871-018X

Rev. de Ciências Agrárias v.30 n.2 Lisboa jul. 2007

 

Efeito do grau de moenda na determinação do teor total de mercúrio no solo

Influence of soil grinding degree on the determination of total mercury concentration

R. M. S. Dias1, L. Duarte & C. M. Sempiterno

 

RESUMO

De acordo com a Norma ISO 11464 (Qualidade do solo – Pré-tratamento de amostras para análises físico-químicas) para tomas inferiores a 2 g, a terra seca deve ser moída até passar num peneiro de malha ≤ 0,25 mm, de modo a permitir que a homogeneidade da amostra seja tal que a variabilidade dos resultados seja minimizada. Esta tarefa é, no entanto, assaz morosa. Com o objectivo de avaliar o efeito da moenda no doseamento do mercúrio (Hg), em tomas de terra de cerca de 1 g, analisou-se este elemento em sete solos de Portugal Continental, derivados de diferentes materiais: (a) arenitos (podzol – Ap); (b) complexo derivado de xistos e “rañas” (solo mediterrâneo vermelho – Sr+Vx); (c) dioritos ou gabros (barro preto não calcário-Bp); (d) granitos (solo litólico húmico-Mng); (e) calcários (solo calcário pardo- -Pc); (f) aluviões (aluviossolo moderno não calcário – A) e (g) xistos (solo mediterrâneo pardo - Px). De cada solo obtiveram-se cinco amostras representativas de terra seca ao ar, dividindo cada uma destas em duas fracções: numa a análise de Hg fez-se directamente na terra fina (<2 mm) e, na outra, fez-se na terra moída num moinho de ágata até que a amostra passasse completamente num peneiro de 0,15 mm de malha. A determinação do mercúrio foi efectuada por combustão da amostra seguida de quantificação por espectrofotometria de absorção atómica num analisador de mercúrio AMA 254, a 253,65 nm. Os resultados obtidos revelam que o efeito médio da moenda sobre os valores de Hg dependeu das características do solo, sendo significativo (p≤0,05) apenas em dois deles mas, mesmo para esses solos, os valores de concentração encontrados são similares. De notar que a moenda fina (<0,15 mm) não aumentou significativamente (p>0,05) a precisão dos resultados, sugerindo que na análise do teor total de mercúrio por este método é dispensável o passo da moenda fina das amostras.

 

ABSTRACT

According to ISO Standard 11464 (Soil quality – Pre-treatment of samples for physico-chemical analyses) for test samples below 2 g, the air dried soil sample must be ground to a particle diameter ≤ 0.25 mm, in order to have a homogeneous test sample and, therefore, minimize the variability of results. This is quite a time consuming task. The aim of this study was to compare the influence of two different degrees of grinding (<2 mm and <0.15 mm) on the determination of total mercury, with test samples of 1 g. This element was analysed in 7 different soils from Continental Portugal, derived from different parent material. Five representative samples were taken from each soil and manually crushed to pass a 2mm plastic sieve. Each sample was then split in two portions: in one of them, mercury was analysed directly on the fine earth fraction (< 2 mm); on the other portion, mercury analysis was carried out only after grinding the soil sample on a agate mill till it just passed a plastic sieve of <0.15mm. Mercury analysis consisted on the combustion of the soil sample and quantification by atomic absortion spectrometry on an Advanced Mercury Analyser AMA-254, at 253,65 nm. The influence of grinding was dependent on the type of soil, being significant (p≤0,05) in two of them, but even for those soils the levels of mercury are similar. Grinding the soil to 0.15 mm did not increase significantly (p>0.05) the precision of results suggesting that, for the determination of total mercury with a test sample of 1 g, it is not necessary to grind the soil to a fraction less than 2 mm.

 

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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