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Análise Psicológica

versão impressa ISSN 0870-8231

Aná. Psicológica vol.33 no.3 Lisboa set. 2015

https://doi.org/10.14417/ap.863 

Implicações da vinculação amorosa e suporte social na autoestima em jovens universitários

Vânia Freitas1, Catarina Pinheiro Mota2

1Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro / Centro de Psicologia da Universidade do Porto

Correspondência

 

RESUMO

O estudo debruça-se sobre a vinculação amorosa e a perceção de suporte social no desenvolvimento da autoestima dos jovens. A amostra é composta por 334 jovens universitários, de ambos os géneros, com idades entre os 18 e os 25 anos. O método utilizado para recolha de dados foi uma análise quantitativa. Os instrumentos utilizados, o Social Support Appraisals, o Questionário de Vinculação Amorosa e o Rosenberg Self-Esteem Scale revelaram qualidades psicométricas adequadas. Os resultados sugerem correlações positivas e negativas entre as principais variáveis de vinculação amorosa, suporte social e autoestima. A ambivalência e a dependência (na vinculação ao par romântico) sugerem um efeito negativo sobre a autoestima, ao invés da perceção de apoio dos professores que apresenta um efeito positivo na autoestima. Constatou-se também que a vinculação amorosa exerce o seu papel moderador na associação entre a perceção de suporte social e a autoestima.

Palavras-chave: Jovem adulto, Vinculação amorosa, Suporte social, Autoestima.

 

ABSTRACT

The study focuses on romantic attachment and perception of social support in young adult self-esteem development. The sample is composed by 334 young adults attending university, from both genders, 18 to 25 aged. The method used for data collection was quantitative analysis. The instruments used in this investigation, Social Support Appraisals, Romantic Attachment Questionnaire and Rosenberg Self Esteem Scale showed good psychometric properties. The results suggest a positive and negative correlation between main romantic attachment, social support and self-esteem variables. On the other hand, ambivalence and dependency (in romantic attachment) suggest a negative effect on self-esteem, rather than teacher support perception that has a positive effect on self-esteem. In addition, romantic attachment presents a moderating role in the association between social support perception and self-esteem.

Key-words: Young adult, Romantic attachment, Social support, Self-esteem.

 

Introdução

 

Processos de Vinculação e o desenvolvimento do jovem adulto

A teoria da vinculação originalmente estudada por Bowlby e Ainsworth, tornou-se num importante contributo para a compreensão das relações interpessoais que se estabelecem ao longo do ciclo de vida (Bowlby, 1988). A natureza dos laços emocionais construídos desde os primeiros tempos de vida assume especial relevância ao longo do desenvolvimento psicológico da criança e mais adiante na adolescência e adultícia. Numa perspetiva da teoria evolucionista da vinculação, a criança está dotada desde cedo de um sistema capaz de diversificar os seus comportamentos com o fim de manter a proximidade da figura de vinculação e garantir a sobrevivência. A proximidade e a capacidade de acolher, dar e cuidar evidencia-se na forma da criança tolerar os momentos mais difíceis que podem ir desde a mera separação física, até um nível mais elevado como uma doença ou um desastre que ativa no adulto o sistema vinculativo, estando mais capaz de combater a ansiedade (Ainsworth, Blehar, Waters, & Wall, 1978). À medida que a criança cresce, este sistema assume contornos mais complexos e diversificados, influenciado por representações internas de si, dos outros e do mundo que a rodeia contribuindo para uma importante fonte de previsão dos comportamentos sociais. Este conjunto de representações ou modelos internos dinâmicos começam a ser formados nos primeiros meses de vida através de acontecimentos de vinculação relevantes e refletem a história das interações com as figuras cuidadoras. Desta forma, a disponibilidade e sensibilidade pessoal dos pais ou figuras cuidadoras constitui um preditor para o desenvolvimento futuro de laços afetivos, constatando-se uma associação entre a segurança emocional e as relações com o grupo de pares e par amoroso (e.g., Allen et al., 2003). Na perspetiva do ciclo vital, a vinculação surge como um processo contínuo que não termina na infância. Esta fase percebe-se como difícil para o adolescente que, por um lado, busca a sua independência psicológica e a sua autonomia pelo afastamento, mas por outro lado, não sente suficiente segurança para se separar dos pais, recorrendo a eles como fonte de apoio (Matos & Costa, 1996).

De acordo com uma perspetiva ecológica (Bronfenbrenner, 1996) as crianças vão sendo progressivamente integradas num contexto exterior cada vez mais amplo, e vão paulatinamente criando um distanciamento físico e temporal dos pais entendido não como detachment, mas como oportunidade desenvolvimental de exploração, que posteriormente permite o processo de individuação, ou o constituir-se como diferenciado das relações com os pais, passando a integrar a relação com os pares amigos e par amoroso, desenvolvendo um sentido de autonomia do self (Mattanah, Brand, & Hancok, 2004). A entrada na adolescência traduz a procura de integração e aceitação fora do contexto parental, o que reflete um sentimento de pertença e valorização pessoal; e, em simultâneo, a necessidade de manutenção do laço parental, fonte impreterível de segurança, mesmo que fisicamente mais ténue na relação direta (Fleming, 2003). Nesta medida, o desenvolvimento pessoal passa pelo processo de individuação e pela forma como os jovens percebem as suas experiências emocionais como sendo mais ou menos satisfatórias, repercutindo-se na relação com as demais figuras significativas (Buhl, 2008). O processo de separação enfatiza a importância de terem mais responsabilidade emocional, comportamental e cognitiva onde se destaca a maior independência aos pais e a progressiva ligação ao par amoroso (Allen & Stoltenberg, 2001).

Posto isto, a conceção do desenvolvimento humano é visto como um processo dinâmico e que se constrói continuamente à semelhança do processo vinculativo e que tem a capacidade de desenvolver e manter ligações com os pares, ou com o par romântico. Durante os últimos 20 anos, a teoria de vinculação tornou-se numa estrutura consistente para clarificar o cariz das relações de namoro que se estabelecem nos jovens (Fraley & Shaver, 2000). À semelhança do que acontece no período da infância em que a criança procura segurança na figura vinculativa, também no período da adultícia os jovens adultos experimentam sentimentos de procura de segurança na relação de namoro (Hazan & Shaver, 1987). Portanto, o amor romântico é um processo biossocial, constituído por laços afetivos que se formam entre dois parceiros à semelhança dos laços afetivos que são formados na infância. Dito de outra forma, para que uma vinculação se forme, deve haver uma forte ligação de proximidade. Na infância esta proximidade é regulada pelos sistemas de vinculação que promovem segurança na criança. Nas relações de namoro, Hazan e Shaver (1994, p. 11) mencionam que “the sexual mating system (sexual attraction) to be another primary instigator for the proximity seeking that is the first step toward attachment formation”.

 

Os efeitos da vinculação amorosa no jovem adulto

Vários estudos foram realizados no âmbito da vinculação na idade adulta. Bragança e Campos (2010) com uma amostra de 187 estudantes universitários com idades compreendidas entre os 18 e os 43 anos, concluíram que a relação entre experiências relacionais na infância com as figuras significativas, se relacionam com os estilos de vinculação amorosa no adulto. Sendo assim, as experiências baseadas numa vinculação segura entre o pai e a criança, parecem importantes para a oportunidade de vir a constituir, na posteridade, relações satisfatórias com o par romântico. Tendo um modelo positivo de si e negativo do outro, os desinvestidos terão uma tendência para que nas relações amorosas apresentem baixos níveis de confiança, incapacidade de interdependência, falta de proximidade e evitamento da intimidade. Por outro lado, um modelo positivo de si e do outro, características dos seguros, leva-os a confiar em si próprios enquanto sujeitos passíveis de ser amados e passíveis de amar.

Mais frequentemente, as fontes de segurança do jovem adulto dividem-se pelas várias ligações afetivas significativas, seja no âmbito familiar, seja no âmbito amoroso, seja ainda, no âmbito de algumas relações de amizade. Mais tardiamente, e embora o jovem adulto disponha de um contíguo mais ou menos alargado de figuras, que poderão eventualmente fornecer as funções de vinculação, o par romântico tende a assumir um lugar primordial na hierarquia das figuras de vinculação (Hazan & Zeifman, 1994).

 

Suporte social, vinculação na relação romântica e a autoestima em jovens adultos

A presença de suporte social parece afetar positivamente o bem-estar emocional dos jovens, pois pode trazer-lhes um conjunto de resultados satisfatórios, uma vez que o jovem se percebe como disponível, amado, reconhecido e valorizado (Pinheiro & Ferreira, 2005). Sarason, Levine, Basham e Sarason (1983, p. 197) referem-se ao suporte social como “existência ou a disponibilidade de pessoas em que se pode confiar, nos mostram que se preocupam connosco, nos valorizam e gostam de nós”. Portanto, o suporte social é um constructo multidimensional comportando recursos psicológicos e materiais que estão ao dispor do sujeito nas suas relações sociais (Sarason & Sarason, 2009). O suporte social, mais especificamente o suporte familiar e suporte dos amigos, pode ser considerado um dos mais relevantes amortecedores de acontecimentos de vida adversos, tornando-o fundamental nos estudos de resiliência psicológica (Batista, 2005). O suporte social pode também ser estruturado por professores desde que assumam funções que caracterizem as dimensões exigência e responsividade (Feitosa, Matos, Prette, & Prette, 2005).

Adicionalmente o suporte social poderá estar ligado ao desenvolvimento de uma melhor ou menor qualidade de relacionamentos que se estabelece, ou seja, a relação romântica não existe num vácuo, ela é influenciada pela rede social dos jovens, que poderá ser a família, amigos ou até conhecidos (Sprecher, 2011). Por outro lado, a presença de suporte social também parece afetar positivamente o bem-estar emocional dos jovens e trazer-lhes um conjunto de resultados satisfatórios, uma vez que o jovem se percebe como disponível, amado, reconhecido e valorizado (Arslan 2009; Cordero, 2011; Ratelle, Simard, & Guay, 2013; Talaei & Ardani, 2010).

Paralelamente, o suporte social e a vinculação amorosa poderão influenciar a autoestima do jovem adulto. A autoestima é definida como o valor que os indivíduos conferem a eles próprios, estabelecendo um elemento importante no auto conhecimento (Baumeister, 1993), referindo-se a uma atitude positiva ou negativa em relação a si próprio (Rosenberg, Schooler, Schoenback, & Rosenberg, 1995). De acordo com a teoria da vinculação, a qualidade da relação com as figuras vinculativas contribuem para o desenvolvimento da autoestima, podendo esta funcionar como moderadora (Rocha, Mota, & Matos, 2001). Desta forma, a qualidade das relações amorosas parece associar-se à qualidade da autoestima, pois jovens que são confiantes e seguros apresentam uma melhor qualidade de relacionamento amoroso. Cramer (2003) postula que a autoestima está positivamente relacionada com condições que facilitam as relações amorosas e negativamente relacionada com a procura de aprovação. Sendo que, a noção que os jovens têm sobre si próprios parece relacionar-se com qualidade da sua relação com os outros podendo exercer um efeito significativo na autoestima (Knee, Canevello, Bush, & Idiro, 2008). Um estudo realizado por Veld e Denollet (2011) com 555 participantes sobre o tipo de vinculação e a autoestima verificou que o tipo de vinculação apresenta uma correlação significativa com a autoestima. É ainda importante mencionar que estudos de Murray, Holmes e Griffin (2000), apoiam a ideia de que indivíduos com baixa autoestima subestimam a visão otimista que o parceiro possa ter sobre ele, estando relacionado com níveis baixos de bem-estar na relação.

 

Método

 

Objetivo

Esta investigação tem como objetivo analisar em que medida a qualidade da relação com o par amoroso e o suporte social percebido pelos jovens adultos afetam a autoestima.

 

Hipóteses

De acordo com o objetivo traçado foram elaborados três hipóteses: Espera-se que as dimensões de suporte social se correlacionem positivamente com as dimensões de qualidade da vinculação amorosa e com a autoestima; Aguarda-se que o suporte social tenha um efeito positivo significativo na autoestima; Espera-se que a qualidade da relação romântica exerça um papel moderador entre a perceção de suporte social e autoestima.

 

Participantes

A amostra é constituída por 334 indivíduos, com idades entre os 18 e os 25 anos (M=20.15; DP=1.92), de ambos os géneros, 125 jovens do sexo masculino (37.4 %) e 209 do sexo feminino (62.6%). Um total de 179 jovens (53.5%) apresentam atualmente uma ligação amorosa e 155 jovens (46.4%), embora já tenham tido, não apresentam no momento uma relação amorosa. Assim, 328 jovens (98.2.%) indicam que ter uma relação romântica é muito importante, e apenas 6 jovens (1.8%) referem que não é importante ter uma relação romântica. Em relação à escolaridade, amostra compõem-se maioritariamente por alunos que frequentam o segundo ano de licenciatura (40.4%), seguindo-se os alunos do primeiro ano da licenciatura (35.3%), e por último, os alunos do primeiro ano de mestrado (3%). Relativo à configuração familiar (pessoas com quem vivem), importa referir que 275 jovens vivem com os pais (82.9%), 19 jovens referem morar com os avós (5.9%), 9 jovens mencionam morar com o namorado(a) (2.7%), 18 jovens referem morar com pais e avós (5.7%) e 10 jovens mencionam morar com os irmãos (2.9%).

 

Procedimentos

Tratando-se de um estudo transversal a recolha dos dados foi realizada apenas num momento. A administração do protocolo de investigação foi realizada através da autorização prévia dos presidentes de várias escolas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – UTAD, em vila real, norte de Portugal. Foram garantidos os princípios éticos, nomeadamente o anonimato e proteção de dados, bem como a voluntariedade da participação no estudo. No decorrer da aplicação do protocolo, realizada em contexto letivo, foram dadas instruções padrão de preenchimento, verificando-se uma total adesão e disponibilidade por parte dos alunos. Posteriormente os dados foram introduzidos na base de dados com recurso ao programa SPSS versão 19. Foi realizada a limpeza da amostra, identificando os missings e os outliers (observações que apresentam um grande afastamento das restantes ou são inconsistentes com elas) através do método combinatório hierárquico (determinação dos Z e posteriormente, os outliers multivariados com a distância de Mahalanobis. Foram ainda realizadas análises preliminares no sentido de averiguar as propriedades psicométricas dos instrumentos utilizados, consistências internas com recurso ao programa SPSS e análises fatoriais confirmatórias de 1ª ordem com recurso ao programa EQS, versão 6.1. Foi ainda testada a normalidade da amostra afim de garantir o uso de análises paramétricas.

 

Instrumentos

 

Foi utilizado o Questionário de Vinculação Amorosa – QVA (versão breve adaptado por Matos, Cabral, & Costa, 2008). O QVA é um questionário de autorrelato inspirado nas contribuições teóricas e conceptuais de Bowlby e Ainsworth e na proposta de avaliação da vinculação de Bartholomew. Nesta investigação foi utilizada a versão reduzida, constituída por 25 itens que se dividem em quatro dimensões, sendo elas a Confiança (6 itens), a Dependência (6 itens), o Evitamento (6 itens) e, por fim, a Ambivalência (7 itens). O tipo de resposta constitui uma escala tipo Likert de 6 pontos, que vai do discordo totalmente até ao concordo totalmente. Na presente amostra o instrumento apresenta alpha de Cronbach adequados. Na escala total apresenta um alpha de Cronbach de .80, nas subescalas, nomeadamente, na dimensão confiança .89, na dimensão dependência .79, na dimensão ambivalência .81 e por fim, na dimensão evitamento .81. As análises fatoriais confirmatórias de 1ª ordem evidenciaram índices de ajustamento adequados, χ2(66)=157.77; p=.001; Ratio=2.39, um CFI de .95, um RMSEA de .08 e um SRMR de .062.

 

Também foi utilizado o Social Support Appraisals – SSA (Vaux, 1986; adaptação de Antunes & Fontaine, 1994). Este questionário baseia-se na perceção de suporte social e permite distinguir a perceção de apoio dos pais, amigos, e o apoio geral. A versão portuguesa do questionário SSA (Antunes & Fontaine, 1994) utilizada nesta investigação, divide-se em quatro subescalas: perceção de apoio da família (7 itens); perceção de apoio dos amigos (8 itens); perceção de apoio dos professores (7 itens) e perceção de apoio em geral (8 itens). Os itens contêm afirmações em que o indivíduo deve responder de acordo com a escala de Likert de seis pontos com opções de resposta que variam entre o “concordo totalmente” ao “discordo totalmente”. Nesta pesquisa, a escala SSA, mostrou valores de consistência interna satisfatórios, sendo que o alpha de Cronbach total é de .88. Para a subescala a perceção de apoio social dos amigos (SSA-am), o valor é de .81. Para a subescala perceção de apoio da família (SSA-fam) foi obtido um valor de .87. Relativamente a esta dimensão, importa mencionar que o item 9 foi retirado, pois na presente amostra não se correlaciona significativamente com os demais itens, diminuindo significativamente a consistência interna. Para a subescala perceção do apoio social dos professores (SSA-prof) o valor é de .85. Por fim, a subescala perceção de apoio social em geral (SSA-ger) o valor é de de .79. As análises fatoriais confirmatórias de 1ª ordem evidenciaram índices de ajustamento adequados χ2(66)=133.51; p=.001; Ratio=2.02, um CFI de .095, um RMSEA de .08 e um SRMR de .047.

 

A Rosenberg Self-Esteem Scale – RSES (Rosenberg, 1987; Adaptação de Rocha & Matos, 2003) foi utilizada neste estudo para avaliar a autoestima. É considerada atualmente um dos instrumentos mais usados para a avaliação da autoestima global apresentando uma das tentativas de obter uma medida unidimensional da autoestima. A RSES é constituída por 10 itens, com conteúdos relativos aos sentimentos de respeito e aceitação de si mesmo. Metade dos itens estão expressos de uma forma positiva e a outra metade de uma forma negativa (item 3, 5, 8, 9 e 10), devendo portanto ser invertidos. Na presente amostra, o valor de consistência interna, alpha de Cronbach foi de .86. Relativamente aos índices de ajustamento, aquando da análise fatorial confirmatória de 1ª ordem, verificamos valores igualmente valores robustos: χ2(32)=83.42; p=.001; Ratio=2.60, CFI .96 e RMSEA de .07, SRMR .048.

 

Resultados

Associação entre as variáveis de vinculação amorosa, perceção de suporte social e autoestima.

Como se pode verificar através da análise da Tabela 1 existem associações significativas entre os instrumentos utilizados (QVA, SSA e RSES) na amostra.

 

 

Na associação entre as variáveis de vinculação amorosa, perceção de apoio social e autoestima, verifica-se correlações significativas positivas moderadamente baixas entre a vinculação amorosa na dimensão confiança com a perceção de apoio da família (.288**), uma associação significativa positiva baixa entre a confiança com a perceção de apoio dos amigos (.186**), uma correlação significativa positiva e moderadamente baixa entre a confiança e a perceção de apoio dos professores (.243**) e também uma associação significativa positiva baixa entre a confiança e a perceção de apoio em geral (.193**). Na dimensão ambivalência (da vinculação amorosa) apresentam uma correlação significativa negativa e moderadamente baixa entre a perceção de apoio familiar (-.244**), uma associação significativa negativa e baixa com a perceção de apoio dos amigos (-.165**), uma correlação significativa negativa e moderadamente baixa com a perceção de apoio dos professores (-.204**) e uma associação significativa positiva e moderadamente baixa com a perceção de apoio em geral (.259**). Na dimensão dependência, as associações mostram-nos uma associação negativa moderadamente entre a perceção de apoio em geral (-.115*). Na dimensão evitamento, as correlações dão-nos conta de uma associação negativa moderadamente entre a perceção de apoio dos amigos (-156**) e perceção de apoio em geral (-.126**) e uma associação significativa negativa e moderadamente baixa entre a perceção de apoio da família (-237**).

Relativamente à autoestima, verifica-se uma correlação significativa negativa embora moderadamente baixa entre as variáveis de vinculação amorosa, nomeadamente da ambivalência (-.271**), uma associação significativa negativa embora baixa com a dependência (-.136*) e com o evitamento (-.121**), ou seja, níveis superiores de ambivalência, dependência e evitamento, associam-se a menor autoestima. Por outro lado, verifica-se uma correlação significativa positiva e moderadamente baixa entre a autoestima e a perceção de apoio dos amigos (.226**), ou seja, quanto maior é a perceção de apoio dos amigos, maior é a autoestima.

 

Efeito preditor do suporte social e relação romântica na autoestima

A análise da regressão múltipla hierárquica relativamente à autoestima (Tabela 2) permitiu perceber o efeito preditor de várias variáveis independentes que foram inseridas em blocos distintos: no bloco 1, foi inserido o género explicando 0.3 % da variância total (R2=.003), contribuindo individualmente com 0.3% da variância para o modelo (R2 change=.003). No bloco 2, o questionário de vinculação amorosa, explica 12.3% da variância total (R2=.123), apresentando um contributo individual de 12% (R2 change=.120) com uma contribuição significativa [F(5,304)=8.530; p=0.000]. No bloco 3, o suporte social explica 32.4% da variância total (R2=.324), apresentando um contributo individual de 20.1% (R2 change=.201) com uma contribuição significativa [F(9,300)=15.992; p=0.000].

 

 

Assim, ao examinar particularmente a contribuição de cada uma das variáveis independentes dos blocos, a variável perceção de apoio em geral mostra um contributo positivo de β=.491. A variável perceção de apoio dos professores apresenta uma contribuição significativa com um peso positivo β=.125 e a variável perceção de apoio da família com um peso β=.105. Por outro lado, averiguamos que o QVA dependência apresenta um peso negativo de β=-.165 e o QVA ambivalência apresenta uma contribuição significativa negativa com um peso de β=-.161.

 

Papel moderador da vinculação amorosa na associação entre a perceção de suporte social e autoestima

Por forma a testar a separadamente o papel moderador da variável qualidade da vinculação amorosa, foi realizada uma análise independente das demais variáveis com recurso à covariância. Nesta medida foi necessário converter as variáveis do SSA e do QVA, contendo apenas 2 grupos – alto/baixo nível de suporte social e qualidade da vinculação amorosa. Desta forma procedeu-se à elaboração das médias das respetivas dimensões que compõem o QVA separadamente pretendeu-se criar uma variável para cada dimensão e a partir daqui realizar a categorização em alto e baixa vinculação ao par amoroso (e.g., ambivalência, dependência), com objetivo de examinar os que se encontram abaixo (baixo) e acima (alto) das respetivas médias. Os mesmos passos foram realizados no que respeitam às dimensões da perceção de suporte social.

Feitos estes procedimentos iniciais no sentido de preparar a variável moderadora (QVA) e a variável preditora (SSA) para as análises, procedeu-se posteriormente à realização das análises de covariância (ANCOVA) no sentido de verificar as interações face à variável dependente – autoestima. Os resultados verificaram apenas a existência de significância na variável qualidade de vinculação amorosa com efeito da dependência e em função da variável perceção de apoio em geral (SSA) F(1,306)=4.678; p=.031. Deste modo, sujeitos com uma alta perceção de apoio geral e na presença de uma baixa dependência na vinculação amorosa, evidenciam mais autoestima, comparativamente com sujeitos com uma baixa perceção de apoio geral e uma alta dependência na vinculação amorosa.

 

Discussão

Esta investigação teve como intuito perceber em que medida a qualidade da relação com o par amoroso e o suporte social percebido pelos jovens adultos afetam a autoestima.

Os resultados observados apontam para a existência de uma associação embora baixa a moderada, na dimensão confiança com a perceção de suporte social, nomeadamente o apoio dos amigos, da família, dos professores e em geral. Nesta medida jovens com um suporte social positivo, das figuras parentais, amigos e outras figuras em geral parecem assumir maior disponibilidade na relação com os demais, criando uma imagem positiva de si e em consequência sentindo-se mais confiantes na relação amorosa (Bragança & Campos, 2010; Sprecher, 2011). Um estudo realizado com 529 estudantes a frequentar o ensino universitário teve como objectivo perceber numa perspetiva social as relações amorosas. Verificaram que os seus comportamentos sociais tiveram influência nos seus relacionamentos amorosos (Sprecher, 2011).

Os resultados apontam ainda associações negativas, baixas a moderadamente baixas, entre a vinculação amorosa e a autoestima. Nesta medida, jovens que sentem as suas relações amorosas pautadas por ambivalência, dependência e evitamento parecem manifestar menos segurança nas relações, desenvolvendo uma imagem menos positiva de si, questão que parece assumir relevância no que respeita à auto-estima. Por sua vez índices mais elevados de autoestima traduzem uma maior segurança ao par amoroso (Murray, Holmes, & Griffin, 2000; Veld & Denollet, 2011).

Face às análises correlacionais foram também encontradas associações entre a perceção de suporte social, nomeadamente a perceção de apoio dos amigos com a autoestima. Parece que os jovens que se sentem amadas e aceites no seu contexto social, parecem manifestar uma perceção da sua autoestima mais elevada (Marigold, Cavallo, Holmes, & Wood, 2014).

No que concerne à predição da autoestima, o suporte social assume uma maior percentagem de variância explicada do modelo. Especificamente verificamos uma contribuição positiva da perceção de apoio da família, dos professores e apoio em geral. Os resultados vão de encontro ao esperado na medida em que a família exerce um papel preponderante na autoestima do jovem adulto. Desta feita a qualidade das experiências de vinculação e a sua representação através da construção dos modelos internos dinâmicos parecem contribuir para o desenvolvimento socio-emocional. Por um lado, a família e os professores oferecem uma sensação de segurança e conforto que permite ao jovem ter a perceção de que ele ou ela é cuidado estimado e valorizado e consequentemente aumentando a autoestima (Demaray, Malecki, Davidson, Hodgson, & Rebus, 2005). O estudo com jovens estudantes com idade de média de 20 anos sobre o suporte social e autoestima verificou que os sujeitos com baixa autoestima estão envolvidos em menos comportamentos sociais (Marigold, Cavallo, Holmes, & Wood, 2014). Phillips (2012) corrobora esta ideia no seu estudo realizado com 278 adolescentes com idade média de 14.78, sobre a influência da configuração familiar versus o clima familiar com o bem-estar dos participantes, verificaram que o clima familiar e o bem-estar (autoestima) apresentam uma correlação significativa. Portanto, uma perceção de suporte familiar contribui para um melhor desenvolvimento da autoestima dos jovens.

Por outro lado, também o suporte dos professores parece assumir um papel relevante na vida do jovem adulto. Antunes e Fontaine (2005) sugerem que a relação com os professores é considerada importante para o desenvolvimento da autoestima, uma vez que um meio envolvente positivo é crucial para o bem-estar dos jovens. Neste sentido os professores aumentam o bem-estar dos alunos, quando as relações são impressas de confiança, partilha, apoio e compreensão, pelo que os jovens se sentem mais disponíveis afetivamente enquanto merecedores de afeto e valorização de si. De acordo com Mota e Matos (2014) a escola assume um lugar importante na vida do jovem, pois é um local onde passam a maior parte do seu tempo, mas também um lugar externo à família, e onde se vivenciam relações empáticas e positivas que promovem o desenvolvimento positivo de si. Um aspeto interessante e inesperado refere-se ao facto de a perceção de suporte social dos amigos não ser significativo nesta faixa etária. Nesta medida importa analisar este resultado à luz da faixa etária em estudo, nomeadamente os adultos emergentes. Assim, enquanto que na adolescência o grupo de pares assume extrema relevância, nos jovens adultos este aspeto parece dissolver-se em detrimento das relações parentais e o investimento na relação amorosa.

Adicionalmente, a vinculação amorosa na sua dimensão de ambivalência e dependência mostra um contributo significativo negativo na predição da autoestima. No que refere ao contributo da vinculação amorosa, verificamos que a ambivalência e a dependência apresentam, tal como esperado, um efeito negativo na autoestima repercutindo-se na forma como o jovem adulto se sente na relação romântica. Jovens com padrão de ambivalência e dependência nas relações com os pares românticos poderão evidenciar vivências inseguras e modelos internos de si negativos. Nesta medida, jovens com modelos de vinculação insegura apresentam atitudes disfuncionais e consequentemente uma baixa-autoestima (Bragança & Campos, 2010; Lee & Hankin, 2009; Murray, Holmes, & Griffin, 2000).

Finalmente aquando da análise do papel moderador da vinculação amorosa na associação entre o suporte social e a autoestima, sublinha-se que a vinculação amorosa parece ter um efeito significativo enquanto moderador desta relação. Todavia, a significância estatística apenas se mostrou evidente na dependência (QVA) e na variável perceção de apoio em geral (SSA). Assim, jovens com uma alta perceção de apoio em geral e baixa dependência na vinculação amorosa evidenciam maior autoestima, quando comparados com jovens com uma perceção de apoio geral baixo e alta dependência. Portanto, elevada dependência na relação amorosa parece prejudicar o desenvolvimento da autoestima, se a perceção de apoio for baixa. Note-se que o apoio geral continua a fazer a diferença no sentido de predizer a autoestima, mas sempre que os níveis de dependência ao par amoroso se mostram baixos (o que implica mais segurança na relação dos jovens). Um estudo realizado por Arslan (2009) com 499 sujeitos com idades compreendias entre os 16 e os 18 anos, pretenderam verificar as associações entre a perceção de apoio social, a autoestima, a raiva-traço e ainda a expressão de raiva. Um dos resultados averiguados com esta investigação, foi a presença de uma relação positiva significativa entre a autoestima e o apoio social (dos professores e da família). Este estudo apoia as conclusões desta investigação, corroborando a importância do apoio social fornecido ao jovem adulto, e a construção da imagem positiva de si enquanto merecedor deste suporte. Adicionalmente importa discutir que elevada dependência na qualidade de vinculação amorosa pode traduzir relações menos seguras, com jovens menos capazes de resolver de forma adaptativa o processo de separação-individuação. Desta forma a qualidade da vinculação amorosa assume uma importância cabal no bem-estar dos jovens adultos, constituindo uma peça relevante na construção da autoestima. Lehmiler (2009) suporta esta posição, na medida em que o comprometimento da proximidade psicológica entre os parceiros românticos, representa uma ameaça à estabilidade enquanto casal, podendo gerar sentimentos negativos, como uma baixa autoestima. Rocha (2008) sugere que a autoestima se relaciona com a qualidade das relações amorosas de tal modo que, índices mais elevados de autoestima global se traduzem em maior segurança ao par amoroso, ou seja, em maior confiança, menor dependência e evitamento. Como nota final, destaca-se que as variáveis em estudo parecem apresentar um significativo grau de bidirecionalidade, na medida em que a literatura (e.g., Cramer, 2003; Knee, Canevello, Bush, & Idiro, 2008; Veld & Denollet, 2011) suporta o facto de que a autoestima enquanto variável desenvolvimental se associa de forma muito significativa com o desenvolvimento da qualidade da vinculação que os jovens são capazes de estabelecer com as figuras parentais, par amoroso e outras figuras significativas em geral. Desta feita, ressalta a qualidade da relação aos pais e par amoroso no presente estudo, questão que poderá prender-se com a faixa etária em análise, verificando-se uma menor relação com o contexto escolar, dado que a relação com professores no contexto universitário tende a ser mais distante e ainda uma menor valorização do papel dos pares, que ainda que presente deixa de ser considerado o porto seguro por excelência tal como acontece na adolescência.

 

Conclusão e implicações práticas

Chegando ao final desta investigação é possível tecer algumas considerações aos resultados adquiridos, ressaltando limitações inerentes a um estudo deste tipo e implicações práticas com vista à sua continuidade em futuras investigações.

Este estudo apresenta importantes implicações práticas, nomeadamente a pertinência da análise do suporte social conferido aos jovens aquando da transição para o meio universitário. Frequentemente são percebidas situações de abandono, desadaptação e até psicopatologia dos jovens no meio universitário, pela ausência de relações de apoio, quer das figuras parentais, grupo de pares ou par romântico. Importa portanto destacar a relevância de um processo de transição adaptativo para o desenvolvimento da autoestima dos jovens, questão fundamental para um percurso académico e pessoal saudável. Por outro lado, destaca-se neste estudo a introdução de análises que comportam as variáveis de suporte social e a vinculação amorosa, pelo que a literatura científica portuguesa aborda de forma escassa a sua conjugação e implicações no desenvolvimento afetivo e académico dos jovens.

Paralelamente, e de encontro ao que era esperado foi interessante averiguar os contornos que a autoestima adotou na investigação constatando-se a importância do suporte social e do estabelecimento de relações amorosas de qualidade no desenvolvimento adaptativo dos jovens.

Para finalizar, torna-se relevante apontar pistas futuras que podem ser fios condutores para novos trabalhos. Nesta medida, seria interessante alargar este tipo de estudo para outro tipo de população, uma vez que a esta amostra engloba apenas estudantes universitários, no sentido de controlar outras variáveis, nomeadamente os estilos parentais, a configuração familiar e ainda o nível socioeconómico dos jovens. De destacar que a variável autoestima assumiu um papel relevante enquanto variável predita, todavia a literatura destaca que ela também pode constituir uma variável preditora que pode ser controlada no sentido de testar a predição da vinculação amorosa e perceção de suporte social. Outras variáveis poderiam ainda ser acrescidas a este estudo, nomeadamente processos de coping.

Apesar do contributo destes resultados, existe a consciência de algumas limitações inerentes aos estudo, nomeadamente o facto de ser uma amostra de estudantes universitários, não representativa da população jovem adulta, condicionando a generalização destes resultados. Dada a natureza transversal da presente investigação, verifica-se uma limitação no que concerne ao estabelecimento de causalidade entre variáveis pelo que seria interessante recorrer-se a estudos longitudinais, com o objetivo de avaliar a evolução dos jovens. Uma outra limitação refere-se ao facto dos instrumentos utilizados na investigação serem de autorrelato, onde poderá limitar a perspetiva apenas aos jovens, sendo relevante em futuros estudos ter em consideração a perspetiva dos pais, dos pares e dos professores. Apesar das limitações da pesquisa, julga-se ter contribuído com um pouco mais de conhecimento acerca dos efeitos das variáveis de vinculação amorosa, do suporte social e da autoestima no desenvolvimento do jovem adulto, especialmente no que concerne ao processo adaptativo no contexto universitário.

 

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CORRESPONDÊNCIA

A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: Vânia Freitas, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Quinta dos Prados, Edifício do Complexo Pedagógico, 5000-801 Vila Real. E-mail: vania_rnt@hotmail.com

 

Esta pesquisa foi parcialmente financiada pela FCT no âmbito do projecto PEst-C/PSI/UI0050/2011 e FEDER através do programa COMPETE no âmbito do projecto FCOMP-01-0124-FEDER.

 

Submissão: 25/03/2014 Aceitação: 26/03/2015

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