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Análise Psicológica

Print version ISSN 0870-8231

Aná. Psicológica vol.32 no.4 Lisboa Dec. 2014

https://doi.org/1014417/ap.32.3.698 

Pais e mães protegem, acarinham e brincam de formas diferentes

 

Anabela Faria*, Pedro Lopes dos Santos**, Marina Fuertes***

* Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo;

** FPCE, Universidade do Porto;

*** Escola Superior de Educação do IPL e Centro de Psicologia da Faculdade de Psicologia do Porto

Correspondência

 

RESUMO

No presente artigo de revisão quisemos explorar os papéis maternos e paternos no estabelecimento da vinculação e na qualidade da interação entre pais (pais e mães) e filhos nos primeiros dois anos de vida. Vários estudos recorrendo à Situação Estranha indicam que a vinculação segura é mais frequente em díades mãe-filho do que em díades pai-filho, e que as mães em média são mais sensíveis do que os pais. No entanto, a diversidade de estudos, metodologias e resultados permitem-nos reinterpretar o papel paterno. Adicionalmente, as medidas de avaliação da sensibilidade foram, na maioria dos casos, aferidas em estudos da relação mãe-filho(a) e não sabemos se integram a diversidade de comportamentos da relação pai-filho(a). Importa compreender e discutir as diferenças da vinculação com a mãe e com o pai no quadro mais amplo das relações da família.

Palavras-chave: Vinculação, Jogo, Mãe-filho(a), Pai-filho(a), Interações.

 

ABSTRACT

In this revision, we aim to explore the maternal and paternal roles in the establishment of attachment and in the quality of interaction between parents (mothers and fathers) and children in the first two years of their lives. Several studies using the Strange Situation indicate that secure attachment is more frequent in mother-child dyads than in parent-child dyads, and that mothers tend to be more sensitive than parents in free play interactions. However, a variety of studies, methods and results allow us reinterpret fathers performance. Additionally, most of the sensitivity measures were developed in studies with mother-child dyads. Therefore, one can wonder if the diversity of parents’ behavior and parent-child relationship are described in such scales. In order to understand and discuss maternal and paternal differences we need to take in consideration the broader context of family relationships.

Key-words: Attachment, Play, Mother-infant and father, Interactions.

 

INTRODUÇÃO

A vinculação é a relação preferencial entre a criança e a(s) sua(s) figura(s) materna(s), não necessariamente a mãe biológica mas quem lhe presta cuidados, oferece proteção e com quem desenvolve uma relação afetiva de referência (Bowlby, 1969/1982). Tradicionalmente, no seio da investigação sobre a vinculação a relação mãe-filho(a) tem sido mais estudada do que a relação pai-filho(a) (e.g., Frodi & Thompson, 1985; Huth-Boks, Levendosky, Bogat, & von Eye, 2004; Mills-Koonce et al., 2007; Pederson & Moran, 1996; Pederson, Gleason, Moran, & Bento, 1998; Poehlmann & Fiese, 2001; Raikes & Thompson, 2005; Slade, 1987; Tarabulsy et al., 2005). Contudo, o pai é uma figura de vinculação (e.g., Belsky, Gilstrap, & Rovine, 1984; Braungart-Rieker et al., 2001; Schoppe-Sullivan, 2006; Volling, McElwain, Notaro, & Herrea, 2002) e nas sociedades ocidentais verifica-se o aumento da implicação do pai na prestação de cuidados à criança (Coleman, Garfield, & Committee on Psychosocial Aspects of Child and Family Health, 2004; Pordata, 2014). Assim, como se caracterizam os pais enquanto figuras de vinculação em comparação com as mães? E como cuidador? Que fatores explicam as possíveis diferenças? A presente revisão de literatura pretende reunir dados sobre a qualidade da vinculação entre pais e filhos e entre mães e filhos tentando evocar alguns elementos explicativos da vinculação com a figura materna e com a figura paterna.

Ao longo de mais de 40 anos, o campo de estudo da vinculação tem sido um dos mais produtivos da história da psicologia (em número de publicações e citações) e o ritmo não parece abrandar. Possivelmente, porque para além da organização dos comportamentos da vinculação, por serem complexos (integrando nature e nurture numa mútua influência) ainda estejam por deslindar (e.g., Bakermans-Kranenburg, van IJzendoorn, Bokhorst, & Schuengel, 2004; Bokhorst et al., 2003; Fearon et al., 2006). Da nuvem de dados, resultam interpretações e abordagens teóricas distintas que coabitam e enriquecem a compreensão deste fenómeno. Esperamos com esta reunião e discussão de informação contribuir também para esta compreensão1.

 

Relações de vinculação

Segundo Bowbly (1969/1982) o estabelecimento de relações de vinculação é, em si, um fenómeno normativo e universal na espécie humana. As crianças desenvolvem um laço afetivo com as figuras que lhes dispensam cuidados maternos. As figuras maternas são procuradas para obter conforto e segurança, em situações que a criança interpreta como ameaçantes bem como são uma retaguarda para explorar o meio (físico e social) quando o perigo não se avizinha2. O modo como a criança utiliza essas figuras enquanto fonte de segurança diferencia-se entre as díades (Ainsworth, 1965). Tais variações são concebidas como diferenças individuais da vinculação.

Sob o ponto de vista metodológico têm sido propostas várias abordagens, para estudar a qualidade da vinculação em diferentes períodos do desenvolvimento dos indivíduos (cf., Crowell, Fraley, & Shaver, 2008; George, Kaplan, & Main, 1996; Solomon & George, 2008). Mary Ainsworth foi a primeira autora a propor um sistema destinado a avaliar a qualidade da vinculação. Apresentou, assim, um procedimento laboratorial conhecido pelo nome de Situação Estranha (Ainsworth, Blehar, Waters, & Wall, 1978) voltado para o estudo do comportamento da criança entre os 12 e os 20 meses. Este procedimento procura apreender a relação entre as respostas infantis de vinculação e de exploração ao longo de 8 episódios que instituem, progressivamente, condições de stress moderado, mediante manipulação da presença ou ausência de uma pessoa desconhecida (a Estranha) e a criação de momentos de separação da figura de vinculação.

Interpretados à luz das assunções teóricas de Bowlby (1969/1982), os dados obtidos no contexto dos episódios da Situação Estranha3 permitem verificar as diferentes maneiras como as crianças utilizam a figura de vinculação enquanto base de exploração ou “porto de abrigo”. Ainsworth e colegas (1978) identificaram e tipificaram três grandes padrões de vinculação: o B (seguro), o A (inseguro-evitante) e o C (inseguro-resistente/ambivalente). Dentro de cada um destes padrões são descritos vários subgrupos: A1 e A2; B1, B2, B3 e B4; C1 e C2.

O grupo da vinculação segura (padrão B) é o que possui uma prevalência maior na generalidade das amostras internacionais estudadas: oscilando os 50% e 75% (e.g., van IJzendoorn & Kroonenberg, 1988) e entre os 45-58% nas amostras nacionais (revisão em Fuertes, 2005). O bebé seguro é ativo nas brincadeiras, procura contacto quando se sente mais ansioso (mas após ser confortado retoma a exploração), partilha atitudes de afeto positivo à distância e pode chorar em caso de aflição sendo facilmente acalmado pela figura de vinculação.

Na vinculação denominada de insegura/evitante (padrão A), as crianças evitam a mãe nos episódios de reunião (Bowlby, 1969/1982), principalmente após a sua segunda breve ausência, e comportam-se, sobretudo durante as separações, de modo mais amigável com a estranha do que com a própria mãe. Neste grupo o evitamento da proximidade e do contacto ocorre principalmente nos episódios de reunião. O evitamento geralmente é expresso pela ausência de procura de contacto ou por subtis comportamentos de distanciamento. A criança pode atrasar-se em responder à mãe, pode ignorá-la olhando para o lado oposto, passar perto dela sem se aproximar, dedicar-se exclusivamente à exploração dos brinquedos, rejeitar o contato físico (Ainsworth et al., 1978) ou, simplesmente mostrar um comportamento “pressed lip”, que se traduz numa expressão muito subtil de raiva (Malatesta, Culver, Tesman, & Shepard, 1989). Quando a mãe estabelece contacto físico com a criança, esta tende a evitar olhar para ela, não fazendo qualquer esforço para manter o contato.

No tipo de vinculação inseguro resistente/ambivalente (padrão C) as crianças oscilam a procura da proximidade e contacto com a mãe e a resistência a esse mesmo contato (Bowlby, 1969/1982). Estas crianças não usam a mãe como base segura para explorar o novo espaço e podem iniciar a procura do contacto antes da mãe se ausentar. Quando o adulto cuidador se ausenta, as crianças podem ficar irritadas e ansiosas, não sendo fácil para a figura de vinculação acalmá-las.

Vários estudos verificaram que nem todas as crianças observadas, no âmbito da Situação Estranha, se enquadravam dentro da tipologia A/B/C e geraram novas tipologias (e.g., Crittenden, 1985; Lyons-Ruth, Connell, Zoll, & Stahl, 1997; Main & Weston, 1981; Radke-Yarrow, Cummings, Kuckzinsky, & Chapman, 1985). Previamente, Ainsworth e colegas (1978) tinham relatado a dificuldade ou, até, a impossibilidade de classificarem cerca de 5% dos casos nas amostras não clínicas. Nestes casos as crianças exibem elevada perturbação e comportamentos atípicos, desorientados ou sem aparente coerência. Mais tarde, van IJzendoorn (1992) assinala em revisão metanalítica da literatura uma percentagem três vezes superior (média de cerca de 15%). A incidência de casos inclassificáveis revelava-se particularmente elevada quando as amostras incluíam crianças assinaladas com situações de maltrato ou outras condições de risco psicossocial. Assim, desenvolvimentos posteriores na classificação da vinculação viram surgir novas propostas de classificação que expandiam o número dos padrões originalmente descritos tais como o padrão D-Desorganizado/Desorientado proposto por Main e Solomon (1986), U-A identificado por Lyons-Ruth e colegas (1997), A+, C+ e A/C proposto por Crittenden (ver revisão em Fuertes, 2011).

No entanto, não trataremos neste artigo dessas propostas e procuraremos circunscrever a revisão a estudos realizados com a situação estranha (embora existam outras metodologias validadas como o Q-Sort), por facilitar a comparação dos resultados dos estudos limitando a diversidade dos contextos de recolha de dados. Tentamos, igualmente, limitar a revisão sobre a vinculação a estudos que incluam amostras paternas e maternas.

O estudo da qualidade da vinculação assumiu marcada influência na psicologia do desenvolvimento, com o acumular de evidências que consistentemente apontam para uma relação entre a segurança da vinculação estabelecida no primeiro ano de vida e o desenvolvimento subsequente (infantil e juvenil) (em termos de desempenhos ver revisão em Sigelman, 1999, van IJzendoorn, Juffer, & Klein Poelhuis, 2005 e para competências sociais ver Weinfield, Sroufe, Egeland, & Carlson, 2008).

 

Pais e mães enquanto figuras de vinculação

Bowlby (1969) postulou a teoria da vinculação recorrendo a uma perspetiva evolutiva e etológica da relação mãe-filho. Contudo, posteriormente Bowlby (1982) referiu que esta figura materna não tinha de ser necessariamente a mãe biológica, admitindo que o pai pode desempenhar este papel. Ainsworth (1967), enfatizando que a mãe não constitui a única pessoa com quem a criança estabelece relações de vinculação, observou fortes ligações entre o bebé e o pai ao longo do seu estudo efectuado no Uganda, mesmo quando os contactos eram pouco frequentes: “It seemed to be especially to the father that these other attachments were formed, even in the cases of babies who saw their fathers relatively infrequently. One can only assume that there was some special quality in the father’s interaction with his child – whether of tenderness or intense delight – which evoked in turn a strength of attachment disproportionate to the frequency of his interaction with the baby” (p. 352).

Estas ideias ganham fundamento empírico em vários estudos sobre a vinculação pai-filho que recorrendo à Situação Estranha conseguem a identificação de padrões de segurança ou insegurança como nas díades mãe-filho (para revisão ver Lucassen et al., 2011). Não obstante, os estudos comparativos entre a qualidade da vinculação mãe-filho e pai-filho revelam que o padrão de relacionamento seguro é mais provável nas díades mãe-filho (consultar Quadro 1). Contudo, a introdução da classificação D parece atenuar ou mesmo alterar as diferenças na incidência da segurança com a mãe e com o pai.

 

 

Se existem diferenças entre a qualidade da vinculação mãe-filho(a) e pai-filho(a), que fatores poderão contribuir para estas diferenças entre pais e mães?

 

Sensibilidade materna e paterna

Embora a vinculação tenha de ser entendida num quadro compreensivo sistémico resultando de múltiplos fatores e interações, o antecedente isolado mais fortemente associado à qualidade da vinculação segura é a sensibilidade materna (De Wolf & van IJzendoorn, 1997). A sensibilidade foi definida como a capacidade do adulto “(...) to perceive and to interpret accurately the signals and communications implicit in her infant’s behavior, and given this understanding, to respond to them appropriately and promptly” (Ainsworth, Bell, & Stayton, 1974, p. 127). Segundo a autora a sensibilidade comporta quatro aspectos fundamentais: (i) capacidade para perceber os sinais exteriorizados pela criança; (ii) capacidade para os interpretar correctamente; (iii) adequação das respostas dadas; (iv) prontidão dessas mesmas respostas. Será diferente a sensibilidade materna da sensibilidade paterna?

A literatura indica que, em média, a sensibilidade materna é superior à paterna (Volling, McElwain, Notaro, & Herrera, 2002). Até recentemente, era dúbia a relação entre sensibilidade paterna e segurança na vinculação infantil. De facto, alguns estudos não encontraram resultados significativos entre a qualidade da interação dos pais e a segurança da vinculação com o pai (Caldera, Huston, & O’Brien, 1995; Grossmann & Grossmann, 1992; Schneider, Rosen, & Rothbaum, 1993). Outras investigações, pelo contrário, indicam uma correlação significativa entre a sensibilidade paterna e segurança da vinculação (Cox, Owen, Henderson, & Margand, 1992; Goossens & van IJzendoorn, 1990).

Em 2011, mais uma meta-análise de van IJzendoorn e a sua equipa, reunindo três décadas de investigação, desfez a dúvida ao encontrar uma associação (ainda que fraca) entre a qualidade de resposta dos pais e a vinculação (Lucassen et al., 2011). No entanto, a associação entre a sensibilidade materna e a segurança da vinculação é moderada (r=.23) enquanto esta associação em díades paternas é fraca (r=.13).

As diferenças entre os pais e as mães são corroboradas pela fraca associação entre a qualidade da vinculação mãe-filho e pai-filho (r=.17). Por outras palavras, é possível (e provável) que uma criança possa ter um relacionamento seguro com um dos pais e inseguro com o outro (de Wolf & van IJzendoorn, 1997).

Contudo, a qualidade da vinculação pai-filho parece ser um fator importante para o desenvolvimento e bem estar infantil (e.g., Lamb, 1997; Lamb & Lewis, 2004). Alguns estudos indicam que as crianças que estabelecem relações seguras com os seus pais tendem a apresentar menos problemas de comportamento (Vershueren & Marcoen, 1999), maior sociabilidade (Sagi et al., 1985) e relações mais recíprocas com os seus pares (Veríssimo et al., 2011). Por outro lado, a literatura indica que a ausência do pai ou que a relação pai-filho(a) insensível afetam o desenvolvimento socioemocional da criança e do jovem (Grossmann, Grossmann, & Kindler, 2005 para uma revisão). Outros autores, como Lamb (2012) sugerem que o género dos pais não é uma variavel crítica no bem estar (“adjusment”) dos filhos. Enquanto a qualidade das relações entre pais e filhos e entre os próprios pais e adultos significativos na vida das crianças, tendo em conta os recursos sócio-económicos disponíveis, têm um papel determinante.

Um estudo realizado pela equipa de Grossmans e colegas (2002) indicou que o impacto do comportamento parental é maior a longo prazo (aos 10 anos de idade) abrindo a porta à compreensão do papel do pai como dinâmico mas crucial.

Em suma, os papéis dos pais e das mães podem ser diferentes mas são complementares e igualmente relevantes para o desenvolvimento infantil!

 

Tarefas e papéis maternos e paternos

Parke e Sawin (1976) observaram as mães e os pais enquanto estes alimentavam os seus filhos e concluíram que os pais eram capazes de realizar esta tarefa com a mesma eficiência e sensibilidade que as mães. Igualmente, outras investigações indicam que os pais que participam (e escolhem participar) nas rotinas familiares realizam com a mesma proficiência a prestação de cuidados às crianças (Belsky, Gistrap, & Rovine, 1984; Lamb, 1981; Parke & Tinsley, 1981). Com efeito, a questão colocada por alguns autores é qual das seguintes variáveis mais pesa na organização da vinculação: o tempo dedicado pelo pai e pela mãe nos cuidados e interação com os filhos ou o género dos pais?

Na maioria das culturas, constata-se que as mães passam mais tempo com os filhos do que os pais (Hewlett, 1992; Parke & Buriel, 2006; Phares, 1996), embora, os pais comecem a passar mais tempo a brincar com os filhos (Coleman, Garfield, & Committee on Psychosocial Aspects of Child and Family Health, 2004; Prodata, 2014), principalmente quando se trata do primeiro filho (Michale, 2007). Quando comparados com as mães, os pais, ainda continuam a passar menos tempo com os filhos, principalmente dos 0 aos 2 anos (Yeung, Sandberg, Davis-Kean, & Hofferth, 2001) e a ter menor responsabilidade nos cuidados infantis (Lamb & Oppenheim, 1989), principalmente nas culturas ocidentais (Cooksey & Fondell, 1996; Yeung et al., 2001).

Alguns trabalhos compararam pais “cuidadores primários” (definidos como aqueles que atribuíam 20 ou mais horas por semana de cuidados à criança) versus pais que não desempenham cuidados primários à criança. Os resultados indicam que os pais que assumem o papel de cuidador primário apresentam interações igualmente positivas e com a mesma atmosfera de prazer comparativamente às mães (Lewis et al., 2009; Yogman, 1982).

Em 2010, uma investigação realizada em Portugal, por Monteiro e colegas, indicou que a participação dos pais na prestação de cuidados e em atividades de jogo e lazer estava associada a scores mais elevados de segurança avaliados através do Attachment Q-sort (AQS; Waters, Vaughn, & Egeland, 1980). Posteriormente, outra investigação nacional (desenvolvida com a Situação Estranha) indicou que a qualidade do tempo passado com a criança foi mais importante do que a quantidade do tempo (Faria, Lopes-dos-Santos, Beeghly, & Fuertes, in press). Este último estudo indicou que as mães mais dedicadas a brincar e a passear com os filhos (em oposição às mães menos dedicadas a estas tarefas4) tendiam a estabelecer uma vinculação segura e uma interação positiva com as crianças. No grupo dos pais, aqueles que passavam mais tempo a prestar cuidados básicos aos filhos tendiam a obter scores mais elevados na qualidade da interação e os filhos a desenvolverem com eles uma relação segura.

 

Comportamentos maternos e paternos de acordo com o género da criança

Parecem existir diferenças no modo como os pais interagem com os filhos e as filhas. Alguns autores relatam que os pais encorajam mais os filhos a participar em brincadeiras masculinas (típicas dos rapazes) e as filhas em brincadeiras femininas (típicas das raparigas) (Snow, Jacklin, & Maccoby, 1983). As mães tendem a tratar igualitariamente os filhos e as filhas, enquanto os pais adaptam o seu estilo parental, aos filhos e às filhas (Brundin, Rodholm, & Larsson, 1988; Lytton & Romney, 1991). De facto, os pais interagem em jogos e brincadeiras mais físicas, ativas (Feldman, 2003; Rohner & Veneziano, 2001) e imprevisíveis (Parke, 1995) com os filhos do que com as filhas (Jacklin, DiePietro, & Maccoby, 1984; MacDonald & Parke, 1986), e têm uma maior satisfação parental, após 12 a 16 semanas do nascimento, com os filhos (Hudson, Elek, & Ofe Fleck, 2001). Por seu lado, as mães interagem em mais jogos simbólicos (Langlois & Downs, 1980; Tamis-LeMonda & Bornstein, 1991) e estão mais disponíveis emocionalmente (Volling et al., 2002) com as filhas.

Weinberg, Tronick, Cohn e Olson (1998) verificaram que era mais fácil reparar a interação nas díades mãe-filha do que nas díades mãe-filho. Apesar dos rapazes estarem inicialmente mais sincronizados com a mãe durante o jogo do que as raparigas, quando a mãe se tornava não responsiva, os rapazes mostravam-se bastante reativos exibindo mais afeto negativo. Ao contrário, as raparigas evidenciavam maior capacidade de auto-regulação na ausência de resposta materna (op. cit.). Alguns estudos referem maior sincronia nas díades do mesmo género (e.g., pai-filho ou mãe-filha) (Manlove & Vernon-Feagans, 2002). Outros estudos mostram que as raparigas são significativamente mais responsivas às vocalizações maternas do que os rapazes (Gumnar & Donahue, 1980). Por seu lado, as mães são mais rápidas a responder às expressões faciais das raparigas (Haviland, 1977).

Assim, o conjunto dos estudos sobre a qualidade de interação mãe-filho/filha e pai-filho/filha revela que existem diferenças nos comportamentos dos pais e das mães mediadas pelo género da criança. No entanto, no que respeita à vinculação o género da criança tem sido pouco discutido como variável relevante. Com efeito, a maioria dos estudos com a mãe ou com o pai como figura de vinculação não têm indicado diferenças significativas consoante o género da criança (para revisão ver, Grossman, Grossman, Kindler, & Zimmermann, 2008).

 

Contexto das relações de vinculação

Posterior a Bowbly e Ainsworth, os teóricos da vinculação recorrem cada vez mais a abordagens multisistémicas, ecológicas e transacionais para explicar a qualidade da vinculação longe de uma causalidade direta, apenas, centrada na sensibilidade materna (e.g., Belsky, 2005; Cicchetti & Barnett, 1991; Crittenden, 2000; Sroufe, 1996). Entre as várias causas aduzidas para explicar a qualidade do relacionamento entre as figuras maternas e a criança contam-se as experiências de vinculação da mãe (Benoit & Parker, 1994; Fonagy, Steele, & Steele, 1991; Fonagy, Steele, Moran, Steele, & Higgitt, 1993; Levine, Tuber, Slade, & Ward, 1991; Slade & Cohen, 1996; Ward & Carlson, 1995), e do pai (Grossmann et al., 2002) vividas durante as suas infâncias. Os pais que se lembram de terem tido pais atenciosos (Sagi, 1982) e implicados nos cuidados básicos (Cabrera, Tamis-LeMonda, Bradley, Hofferth, & Lamb, 2000) mostraram-se mais envolvidos nos cuidados parentais (Cohn, Cowan, Cowan, & Pearson, 1992). O mesmo foi observado com as mães, isto é, as mães que referiram terem tido mães estáveis, disponíveis, carinhosas e competentes nos cuidados, mostraram uma maior tendência para terem vinculações seguras com os(as) seus(suas) filhos(as) (Morris, 1980).

Outro elemento importante na segurança da vinculação mas, apenas, com um impato indireto é a relação marital dos pais. Com efeito, o conflito entre pais e mães parece afetar o comportamento materno e paterno (e.g., Tarabulsy et al., 2005; Tomlinson, Cooper, & Murray, 2005). Tal reflete-se, posteriormente, na qualidade da vinculação (e.g., Cowan et al., 2005; Edwards, Eiden, & Leonard, 2006; Solomon & George, 1999). Igualmente, a participação dos pais nas tarefas diárias e nos cuidados à criança parece ser um factor mediador da sensibilidade materna (e.g., Barnett & Baruch, 1987; Neville & Parke, 1979; Parke & Buriel, 1998).

Igualmente importante é a satisfação profissional dos pais. As mães que indicam ter muito stress profissional ou más condições profissionais como horários irregulares (Parke et al., 2004; Raver, 2003; Repetti & Wood, 1997), ou que identificam o trabalho como pouco reconhecido socialmente (Menaghan, 1983; Raver, 2003; Repetti & Wood, 1997) têm maior dificuldade em desenvolverem relações positivas com os seus filhos e estes tendem a apresentar um desenvolvimento menos ajustado (Felfe & Hsin, 2012). Pelo contrário, as mães com maior satisfação profissional são descritas na literatura como mais “divertidas” nas brincadeiras, entregues no relacionamento com os filhos, descontraídas e alegres (National Institute of Child Health and Human Development [NICHD] Early Child Care Research Network, 2000; ver também Horn, 2000, para revisão). No caso dos pais, o número de horas de trabalho medeia o envolvimento parental (Barnett & Baruch, 1987; Brown, McBride, Bost, & Shin, 2011).

A depressão materna tanto como a depressão paterna afetam significativamente o relacionamento afetivo dos pais e das mães com os filhos (e.g., Wilson & Durbin, 2010). Um vasto corpo de literatura indica que a depressão materna é fator de risco para a segurança na vinculação e que está associada a piores desempenhos desenvolvimentais (meta-análises: Atkison, Atkison, Smith, Bem, & Nolen-Hocksema, 2000; Belsky & Jaffe, 2006 para revisão; Martins & Graffan, 2000). Alguma literatura indica que a depressão materna é um fator de maior adversidade do que a depressão paterna (e.g., Connell & Goodman, 2002; Kane & Garber, 2004; Klein, Astrachan, & Smyrnios, 2005; Ramchandani, Stein, Evans, & O’Connor, 2005). Contudo, pais deprimidos em comparação com pais sem depressão diagnosticada tendem a apresentar mais alterações de humor, comportamentos negativos, intrusividade e afastamento psicológico (Wilson & Durbin, 2010).

Outro fator que poderá influenciar a segurança na vinculação prende-se com o estatuto socioeconómico da família (Braungart-Rieker, Courtmey, & Garwood, 1999; Chase-Lansdale & Owen, 1987; Rooparine, Fouts, Lamb, & Lewis-Elligan, 2005; Volling & Belsky, 1992). Fuertes, Faria, Soares e Crittenden (2008) referem que esta condição pode ter um poderoso impacto na qualidade da interação mãe-filho(a), ainda maior que a prematuridade ou problemas de saúde. Possivelmente, porque a condição de pobreza está associada a várias adversidades como a baixa escolaridade, problemas de saúde, desemprego e outras.

No que concerne à escolaridade dos pais (pais e mães) verifica-se que o aumento de anos de escolaridade dos pais está associado a relações seguras (Pederson & Moran, 1996). As mães com mais anos de escolaridade são tendencialmente mais sensíveis e perspicazes em interpretar os sinais emitidos pela criança (Fuertes, Faria, Oliveira-Costa, Corval, & Figueiredo, 2009), dedicam mais tempo a cuidar e a brincar com os filhos (Pederson, Gleason, Moran, & Bento, 1998), tendem a ser mais rápidas e eficientes nas respostas prestadas às solicitações das crianças (Silva, Del Prette, & Del Prette, 2002). Por outro lado, as mães com menos anos de escolaridade podem ser mais controladoras interferindo com maior frequência nas ações das crianças (Silva et al., 2002).

Nesta revisão não exaustiva dos fatores que podem condicionar o comportamento dos pais verificamos que fatores ligados à família como a relação marital, a satisfação profissional, o nível sócioeconómico ou a escolaridade das mães contribuem para a parentalidade em geral e para a qualidade da vinculação. Igualmente, fatores associados aos pais como a depressão, a idade das mães (especialmente mães adolescentes; e.g., Moran, Forbes, Evans, Tarabulsy, & Madigan, 2008), fatores associados à criança como a prematuridade (e.g., Fuertes, Lopes dos Santos, Beeghly, & Tronick, 2006, 2009), problemas graves de saúde ou alguns tipos de incapacidade podem contribuir para a diferenciação (e.g., Olrick, Pianta, & Marvin, 2002) da parentalidade e o aumento da prevalência da vinculação insegura (ver revisão em Lopes dos Santos & Fuertes, 2005). Em síntese, a parentalidade é o produto das relações estabelecidas no seio da família e da ecologia de multi-influências que a afetam e, a parentalidade é o contexto onde as relações da vinculação se estabelecem.

 

DISCUSSÃO FINAL

Nos últimos anos os investigadores e desenvolvimentalistas tomaram em conta o facto da família ser um sistema no qual todos contribuem para a sua homeostasia (incluindo o pai). Um vasto corpo de literatura indica que o papel do pai ou da mãe, não pode ser apenas explicado pela atuação direta com a criança (revisão em George & Solomon, 2008; Monteiro & Veríssimo, 2010). Com efeito, a relação conjugal, suporte formal e informal dado à família bem como fatores pessoais e sociais são importantes mediadores e moderadores da sensibilidade dos adultos.

Para além dos dados da vinculação em que se encontram diferenças entre pais e mães (ainda por explicar), a literatura tem caraterizado as mães e os pais como parceiros distintos de interação. Geiger (1996) refere que as mães usam com maior frequência o contacto físico, as demonstrações afetivas explícitas e a verbalização nas interações com os filhos, enquanto as interações pais-filhos revestem-se tipicamente de brincadeiras emocionantes, divertidas, robustas e fisicamente estimulantes (Clarke-Stewart, 1978; Crawley & Sherrod, 1984; Lamb, 1977). Os pais foram descritos como mais assertivos (Leaper, 2000) e menos responsivos aos desejos dos filhos (Power, 1985; Power & Parke, 1983). Na comunicação, os pais parecem ser mais diretos quando pedem algo aos filhos (e.g., dá-me o carro), enquanto as mães optam pela negociação (e.g., se comeres tudo deixo-te ver televisão), pelo afeto (e.g., querido dás a mão à mamã?) ou pela justificação (e.g., come tudo para poderes ir brincar mais depressa) (Power, McGrath, Hughes, & Manire, 1994). Não obstante, os papéis maternos e paternos estão em mudança, com a alteração do papel da mulher na sociedade ocidental e os dados que tipificam os papéis maternos e paternos podem vir a ganhar novos contornos (Biller, 1993; Lamb 1992; Parke, 1996; Prado & Vieira, 2003). Desta alteração de papéis, especulamos que resultem mudanças para a parentalidade e para a qualidade interativa dos pais, e subsequentemente para a qualidade da vinculação.

Numa pequena investigação exploratória desenvolvida em Portugal (Alves, Fuertes, & Sousa, 2014, in press) com as mães e pais de crianças com 15 meses, as mães exibiam quase cerca de 5 vezes mais comportamentos verbais (significando, expandindo e reelaborando as verbalizações da criança), o dobro do toque e dos comportamentos afetivos. Os pais, por seu lado, seguiram com maior frequência os interesses da criança e aceitaram mais as suas escolhas de atividade (ao contrário do descrito anteriormente na literatura). Na Alemanha, um grupo de investigadores na área da educação de infância quis estudar se o género tinha impacto na qualidade de interação de educadores e de educadoras com as crianças (Brandes, Andra, Roseler, & Schneider-Andrich, 2012). Educadores e educadoras (com a mesma experiência e formação profissional) eram convidados a brincarem em laboratório com crianças entre os 3 e os 6 anos. Os resultados indicaram que os educadores e educadoras escolheram os mesmos materiais e desenvolveram com as crianças projetos semelhantes. Na verdade, não se encontraram diferenças significativas entre estes profissionais. Os autores sugerem que a formação profissional teria um papel dissuasor das diferenças de género, considerando que elas se devem mais a fatores sociais e culturalmente “aprendidos”.

Colocam-se, naturalmente, questões metodológicas que importam ainda discutir especialmente no seio da Situação Estranha. Alguns estudos aplicam o procedimento experimental aos 12 meses com um dos pais e com o outro passados 13 meses, quando não está demonstrado que a criança não recorde (ao longo da segunda situação experimental) a experiência prévia vivida um mês antes. Noutros estudos são usadas amostras independentes e ainda outros recorrem a pequenas adaptações da Situação Estranha com maior ou menor validação. Esta diversidade metodológica no seio da Situação Estranha pode contribuir para o conhecimento da vinculação em diversas condições. Com efeito, a maioria dos estudos independentemente da metodologia aplicada indicam diferenças na vinculação à mãe e ao pai mas não em todos. Porém, para acumular um corpo de conhecimento robusto e consistente que nos permita avançar para fases mais complexas de análise, por ventura serão necessárias novas reformulações metodológicas capazes de responder às limitações atuais.

Nos estudos das interações pais-criança a diversidade metodológica é enorme partindo de conceitos e construtos distintos, recolhida em situações laboratoriais, de jogo livre ou em contexto natural, e com sistemas de cotação muito diversos. Faria, Lopes-dos-Santos, Beeghly e Fuertes (in press) questionam a adequação destes sistemas de cotação para avaliar a relação pai-filho que foram desenvolvidos originalmente a partir de observações da relação mãe-filho. Não sabemos se estas escalas integram a diversidade de comportamentos dos pais com as crianças e das crianças com os pais.

A investigação da vinculação com o pai e com a mãe tem, entre outros, o mérito de indicar que a mesma criança pode estabelecer uma relação segura com um pai e insegura com outro pai, comprovando a flexibilidade e labilidade da organização dos processos de vinculação prevista por Bowbly (1969/1982). Para os profissionais da intervenção precoce esta é também uma informação valiosa! Os técnicos não devem, apenas, recolher informação sobre a relação mãe-filho mas também pai-filho. Mais, com base nos estudos desenvolvidos por Veríssimo, Monteiro e Santos (2006) devem observar e descrever o funcionamento da tríade (pai e mãe em interação conjunta com a criança).

Longe de encontrarmos respostas, ficam perguntas que podem estimular novos estudos: Em que medida as diferenças da vinculação associadas ao género dos pais são afetadas pela cultura? Em que medida os fatores de risco afetam a vinculação com o pai e a interação pai-filho? Qual a natureza específica das relações e interações entre pais com as filhas e com os filhos?

 

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CORRESPONDÊNCIA

A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: Marina Fuertes, Escola Superior de Educação do IPL, Campus de Benfica do IPL, 1549-003 Lisboa; E-mail: marinaf@eselx.ipl.pt

 

Este estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (Bolsa de Investigação SFRH/BD/43549/2008 e pelo projeto PTDC/PSI_EDD/110682/2009) e comparticipado pelo Fundo Social Europeu e por fundos nacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

 

Submissão: 27/04/2014 Aceitação: 26/06/2014

 

NOTAS

1 Clarificamos que usaremos a expressão “pais” ou “pai” para designar os pais do género masculino e quando usarmos o plural de pais será apresentada a seguinte designação “pais e mães”.

2 À excepção, apenas, de perturbações graves de alteração do desenvolvimento como nalguns casos do espectro do autismo ou situações muito graves de deficiência cognitiva.

3 Esta metodologia tem sido validada através de outros estudos com amostras diversificadas e em contextos culturais diferentes (e.g., Solomon & George, 1999; van IJzendoorn & Kroonenberg, 1988; van IJzendoorn & Sagi, 2008).

4 Tendo havido uma grande prevalência de mães desempregadas, o estatuto de estar ou não empregada (ter ou não tempo para brincar com a criança) não afetou os resultados. Assim, não foram necessariamente as mães com mais tempo que brincaram com os seus filhos.

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