SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.26 issue2A saúde do adolescente: O que se sabe e quais são os novos desafiosAdaptação experimental da Escala de Queixas Subjectivas de Saúde para a população portuguesa author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Análise Psicológica

Print version ISSN 0870-8231

Aná. Psicológica vol.26 no.2 Lisboa Apr. 2008

 

Promoção do bem-estar na adolescência: Impacto do estatuto socio-económico e do estatuto migrante

 

Tânia Gaspar (*)

 

RESUMO

O presente trabalho visa compreender e caracterizar os factores e estratégias promotoras do bem-estar subjectivo em adolescentes migrantes oriundos dos PALOP, através da perspectiva dos adolescentes e dos técnicos de intervenção. Foi utilizada uma abordagem qualitativa, grupos focais ou grupos de discussão centrados no tema, especificamente, o bem-estar subjectivo nos adolescentes migrantes e intervenção que é realizada neste âmbito. Foram realizados 8 grupos, 26 adolescentes divididos em 4 grupos e outros 4 grupos com um total de 22 técnicos. Foi efectuada uma análise de conteúdo dos discursos dos participantes, e para cada categoria e cada sub-categoria identificada foram apresentados exemplos ilustrativos do discurso dos adolescentes e dos técnicos. Os resultados realçam essencialmente, a necessidade de actividades alternativas de ocupação de tempos livres dentro e fora da escola, envolvimento mais activo e participação mais adequada e competente por parte dos pais, profissionais e adolescentes. Estas propostas remetem para a necessidade de uma intervenção conjunta e ecológica entre os vários actores e nos diversos contextos socio-económicos e culturais.

Palavras-chave: Bem-estar, adolescência, promoção de saúde, migrantes, grupos focais.

 

ABSTRACT

The present study aims to identify and to characterize the strategies used in order to promote subjective wellbeing in adolescents that come from abroad (PALOP), according to adolescents’ perspectives and professionals’ perspectives were also analysed and discussed.

A qualitative method was used in order to collect data. A “focus group” or discussion groups based in specific issue was used to collect information and to contextualize, to highlight and to interpret the knowledge obtained through literature. Eight focus groups were carried out: four groups with adolescents; and four groups with professionals. Participants speeches were analysed by using a content analyse procedure.

The results highlighted from one side the need of alternative activities to spend leisure time inside and outside school. On another hand results suggested the need for active involvement from parents, adolescents and professional and the need for a more skilled/competent participation from education professional. Those proposals indicate the need of a global intervention, framed by an ecological approach involving all actors and several socio economic and cultural contexts.

Key words: Wellbeing, adolescence, health promotion, migrants, focus group.

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

REFERÊNCIAS

EMCDDA (2000). Understanding and responding to drug use: the rule of qualitative research. Belgium: EMCDDA.         [ Links ]

Friedmann, J. (1996). Empowerment: uma política de desenvolvimento alternativo. Oeiras: Celta Editora.

Gaspar, T., Matos, M., Gonçalves, A., & Ramos, V. (2007). Risco e Protecção: Adolescentes Migrantes. In P. Sargento dos Santos (Ed.), Temas Candentes em Psicologia do Desenvolvimento. Lisboa: Climepsi.

Gaspar, T., Matos, M., Gonçalves, A., & Ramos, V. (2005). Saúde dos Adolescentes Migrantes. In M. Matos (Ed.), Comunicação, Gestão de Conflitos e Saúde na Escola (pp. 119-124). Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana.

Gaspar, T. (2005). Saúde e diversidade cultural. In M. Matos (Ed.), Comunicação, Gestão de Conflitos e Saúde na Escola (pp. 69-78). Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana.

Gaspar, T., Matos, M., Ribeiro, J. L., & Leal, I. (2007). Impacto do estatuto socio-económico e do estatuto migrante: Qualidade de vida em crianças e adolescentes. In 10.ª Conferência Nacional d e Economia da Saúde. Associação Portuguesa de Economia da Saúde/Escola Nacional de Saúde Pública/UNL http://www.es2007.org/Comunicações/ComunicaçõesOrais/tabid/59/Default.aspx

Gaspar, T., & Matos, M. (2007). Comportamentos de Saúde de Adolescentes Migrantes e o Efeito Protector da Relação com os Avós. Revista de Estudos Demográficos, 41, 37-51.

Gaspar, T., Matos, M., Gonçalves, A., Ferreira, M., & Linhares, F. (2006). Comportamentos Sexuais, Conhecimentos e Atitudes face ao VIH/Sida em adolescentes migrantes. Psicologia, Saúde e Doenças, 7 (2), 299-316.

Gaspar, T., Matos, M., Gonçalves, A., & Ramos, V. (2006). Desvantagem Socio-Económica, Etnicidade e Consumo de Álcool na Adolescência. Análise Psicológica, 24 (4), 495-508.

Glanz, K. (1999). Teoria num Relance. Um guia para a prática da Promoção da Saúde. In L. Sardinha, M. Matos, & I. Loureiro (Eds.), Promoção da Saúde: modelos e práticas de intervenção nos âmbitos da actividade física, nutrição e tabagismo (pp. 9-56). Lisboa: FMH.

Gonçalves, A. et al. (2003). Acesso aos Cuidados de Saúde de Comunidades Migrantes. Revista Portuguesa de Saúde Pública, 21 (1), 55-64.

Griffin, K., Scheier, L., Borvin, G., Diaz, T., & Miller, N. (1999). Interpersonal aggression in urban minority youth: mediators of perceived neighbourhood, peer, and parental influences. Journal of Community Psychology, 27 (3), 281-298.

Hamburt, A. (1999). Preparing for life: the critical transition of adolescence. In R. Muuss, & H. Porton (Eds.), Adolescent Behavior (pp. 4-10). USA: McGraw-Hill College.

Hibell, B., Andersson, B., Ahlstrom, S., Balakireva, O., Bjarnasson, T., Kokkevi, A., & Morgan, M. (1997). The 1995 ESPAD Report: the European School Survey, Project in Alchol and Other Drugs. Pompidou Group, Council of Europe.

Hibell, B., Andersson, B., Ahlstrom, S., Balakireva, O., Bjarnasson, T., Kokkevi, A., & Morgan, M. (2000). The 1999 ESPAD Report: the European School Survey, Project in Alchol and Other Drugs. Pompidou Group, Council of Europe.

Lambert, M., Hublet, A., Verduyckt, P., Maes, L., & Broucke, V. (2002). Report of the project ‘Gender Differences in Smoking in Young People’. The European Commission, Europe against Cancer. Belgium: FIHP.

MacDougall, C., & Baum, F. (1997). The devil’s advocate: a strategy to avoid groupthink and stimulate discussion in focus group. Qualitative Health Research, 7 (4), 532-541.

Martins, E., & Silva, J. (2000). Cultura(s) e diversidade. Diversidade e Multiculturalidade. Lisboa: ISPA. Matos, M. (2005). Comunicação gestão de conflitos e saúde na escola. Lisboa: Edições FMH.

Matos, M., & Sardinha, L. (1999). Estilos de Vida Activos e Qualidade de Vida. In L. Sardinha, M. Matos, & I. Loureiro (Eds.), Promoção da Saúde: modelos e práticas de intervenção nos âmbitos da actividade física, nutrição e tabagismo (pp. 163-182). Lisboa: FMH.

Matos, M., Gaspar, T., Vitória, P., & Clemente, M. (2003). Adolescentes e o Tabaco: rapazes e raparigas. Lisboa: FMH, CPT e Ministério da Saúde.

Matos, M., Gonçalves, A., & Gaspar, T. (2005). Aventura Social, Etnicidade e Risco/Prevenção Primária do VIH em Adolescentes de Comunidades Migrantes. IHMT/UNL – FMU/UTL – HBSC/OMS.

Matos, M., & Equipa do Projecto Aventura Social & Saúde (2003). A Saúde dos Adolescentes Portugueses (Quatro anos depois). Lisboa: FMH.

Matos, M., Simões, C., Tomé, G., Gaspar, T., Camacho, I., Diniz, J., & Equipa do Projecto Aventura Social (2006). A Saúde dos Adolescentes Portugueses – Hoje e em 8 anos – Relatório Preliminar do Estudo HBSC 2006. Website: www.fmh.utl.pt/aventurasocial; www.aventurasocial.com

Morse, J. (1999). Qualitative methods the state of the art. Qualitative Health Research, 9 (3), 393-406.

Rodrigues, F., & Stoer, S. (1998). Entre parceria e partenariado amigos, amigos, negócios à parte. Lisboa: Celta Editora.

Roberts, R., Phinney, J., Masse, L., Chen, Y., Roberts, C., & Romero, A. (1999). The structure of ethnic identity of young adolescents from diverse ethnocultural groups. Journal of Early Adolescence, 19 (3), 301-322.

Roosa, M., & Gonzales, N. (2000). Minority issues in prevention: introduction to the special issue. American Journal of Community Psychology, 28 (2), 145-223.

Settertobulte, W., Jensen, B., & Hurrelmann, K. (2001). Drinking Among Young Europeans. WHO: Regional Office for Europe, Copenhagen.

Teixeira, J. (2000). Contextos sociais e culturais em psicologia da saúde. In J. Ornelas & S. Maria (Eds.), Diversidade e Multiculturalidade, Actas da 2.ª Conferência de Desenvolvimento Comunitário e Saúde Mental (pp. 69-77). Lisboa: ISPA

Willkinson, S. (1998). Focus Group in Health Research: exploring the meanings of health and illness. Journal of Health Psychology, 3 (3), 329-348.

Word Health Organisation (1999). WHO information series on school health. Document six. Preventing HIV/ AIDS/STI and related discrimination: An important responsibility of health promoting schools. Geneva: WHO. Retirado em 10 de Dezembro de 2002 da World Wide Web: www.who.int/hpr/gshi/docs.

 

(*) Faculdade de Motricidade Humana (Projecto Aventura Social) / Universidade Técnica de Lisboa. Centro de Malária e outras Doenças Tropicais/Instituto de Higiene e Medicina Tropical / Universidade Nova de Lisboa. Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa. E-mail: taniagaspar@fmh.utl.pt

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License