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Análise Psicológica

versão impressa ISSN 0870-8231

Aná. Psicológica v.23 n.1 Lisboa jan. 2005

 

Condução de risco: Um estudo exploratório sobre os aspectos psicológicos do risco na tarefa de condução (*)

 

RENATA GIRÃO (**)

RUI ARAGÃO OLIVEIRA (***)

 

 

RESUMO

O desenvolvimento do automóvel constituiu um dos factores mais marcantes do século XX, por implementar um aumento da facilidade de deslocação e como consequência da qualidade de vida. Por outro lado, o automóvel possui a nível individual e colectivo uma série de conotações simbólicas, que se encontram relacionadas com sentimentos de afirmação pessoal e social, e que são geridos e agidos por cada um de acordo com a sua personalidade. Esta, está presente em todas as actividades e relações que estabelece com o mundoque o rodeia, não sendo a condução uma excepção. É de salientar que, provavelmente o risco que se revela na condução, não é mais do que um espelho da situação em que o sujeito se encontra nas restantes áreas da sua vida, e do modo como gere e lida com os seus conflitos. Com o presente trabalho pretende-se perceber quais os factores que desencadeiam ou predispõem ao risco. Para tal, foi utilizada a Escala de Risco Suicidário de Stork, a Escala de Saúde Física de Barton e cols., e foram recolhidos vários dados socio-demográ-ficos. Chegou-se à conclusão que a maioria dos indivíduos não apresenta valores muito elevados na escala de Stork. Por outro lado, os sujeitos com maior índice de risco, são normalmente homens novos, com um menor número de anos de carta e com um maior número de quilómetros percorridos por ano. No que concerne ao sentimento de saúde geral, parece existir uma relação com o risco, o que poderá indicar que os indivíduos que mais arriscam possuem um menor sentimento de saúde geral.

Palavras-chave: Risco, tarefa de condução, função simbólica, “acting out”.

 

ABSTRACT

The development of the automobile represents one of the most remarkable marks XX century, due to the facility of transportation and to the improvement of the quality of life. In other hand, the automobile represents symbolic implication related to feelings of personal and social affirmation that are managed and acted by each one in compliance with individuality. Personality is present in all activities and relations that we establish, and driving isn’t exception. Although, the risk that is taken in driving is no more that a mirror of the individuals life, and of the way he dues with is conflicts. With the present work, we pretend to study what’s behind the predisposition to take risks. For that, it was used a Scale of Suicide Risk of Stork and a Scale of Physical Health of Barton and cols., and were recollected several social-demographic variables. We arrived to the conclusion that most of the individuals do not present high scores in Stork scale, which means that do not present elevated risk scores. In other hand, the subjects with high exponent of risk are young men’s, with few years of driving license and a great deal of kilometers traveled in year. In what concerns physical health, seams to exist a relation between this and risk, what can mean that individuals who take more risks have a lower felling of general health.

Key words: Risk, driving skills, symbolic function, acting out.

 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

 

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(*) Comunicação apresentada nas II Jornadas de Psicologia do Tráfego da Prevenção Rodoviária Portuguesa – “Investigação e Intervenção na Realidade Portuguesa”, ISPA, 17 e 18 de Outubro de 2003.

(**) Prevenção Rodoviária Portuguesa.

(***) Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa. E-mail: raragao@ispa.pt

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