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Análise Psicológica

Print version ISSN 0870-8231

Aná. Psicológica vol.15 no.1 Lisboa Mar. 1997

 

Handbook for Data Analysis in the Behavioral Sciences (Vol. I - Methodological Issues, e Vol. II - Statistical Issues) - G. Keren, & C. Lewis (1993), Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum.

 

No prefácio do primeiro volume desta obra podemos ler «Aparentemente os indivíduos são fracos enquanto estatísticos intuitivos e mesmo os cientista sociais demonstram compreender erroneamente aspectos fundamentais da teoria estatística. Infelizmente, a metodologia estatística é frequentemente compreendida pelos cientistas sociais em termos técnicos e a sua utilização assemelha-se à utilização que um bêbado faz de um candeeiro de rua: a de dar suporte em vez de iluminar» (p. ix); e um pouco mais adiante «A maioria dos livros de estatística são escritos num estilo técnico, estilo livro de receitas culinárias, fornecendo algoritmos e evitando os factos controversos, as confusões existentes e a complexidade que caracteriza o conhecimento» (p. x).

Estes dois volumes apresentam exactamente o ponto de vista contrário. Um conjunto variado de autores subscrevem capítulos que focam diferentes pontos controversos relativamente ao uso da estatística em psicologia, clarificando a verdadeira função da análise estatística como a de introduzir clareza na leitura e compreensão dos dados. A estrutura desta obra pretende focar diferentes aspectos da pesquisa científica e da análise dos dados facilitando a compreensão da lógica subjacente aos diferentes métodos. De entre os vários temas abordados, destaco pela sua pertinência global para o investigador os seguintes capítulos do primeiro volume: de N. Cliff, What Is and What Isn´t Measurement, (Part I); R. C. Serlin & D. K. Lapsey, Rational appraisal of Psychological Research and the Good Enough Principle (Part II); D. G. MacKay, The Theoretical Epistemology: A New Perspective on Some Longstanding Methodological Issues in Psychology (Part II); G. Keren, Between or Within-Subject Design: A Methodological Dilemma (Part II); P. W. Holland, Which Comes First, Cause or Effect? (Part II); A. G. Greenwald, Consequences of Prejudice Against the Null Hypothesis (Part IV); P. Pollard, How Significant is «Significance»?, (Part IV); M. Tatsuoka, Effect Size (Part IV); R. Rosenthal, Comulative Evidence (Part IV).

Enquanto aconselho a qualquer investigador a leitura atenta de todos os capítulos que destaquei do primeiro volume, não faço nenhuma sugestão específica relativamente à leitura de capítulos do segundo volume. Este apresenta discussões de modelos e técnicas estatísticas específicas: análise de variância, regressão múltipla, análise de dados categoriais, análise exploratória de dados etc. Serve, assim, de instrumento de apoio ao tratamento e análise de dados concretos. O leitor que necessitar de recorrer a alguma destas abordagens poderá ficar esclarecido sobre as mais importantes polémicas que se desenvolvem em torno de cada uma delas, e os argumentos a utilizar com vista a decisões relativas a análise dos dados com a leitura do capítulo apropriado. A leitura destes capítulos substitui em grande parte a leitura de um grande número de artigos publicados em revistas especializadas de estatística ou no Psychological Bulletin relativamente às controvérsias em torno do uso e abuso de certo tipo de análises estatísticas. Na realidade, como é referido no prefácio, «O uso da metodologia estatística requer considerações cuidadas e algumas decisões subjectivas. Este último aspecto tende a ser ignorado ou mal compreendido. Qualquer ferramenta estatística pode ajudar o investigador na sua inquisição científica, mas não pode substitui-lo nos julgamentos subjectivos e interpretações pessoais que têm de ser feitas» (p. x)...

Teresa Garcia-Marques

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