A formulação e análise de problemas de investigação é hoje possível através de um grande número de abordagens e de modelos matemáticos, embora uns se tenham vindo a revelar como mais conhecidos do que outros.

A frequência de utilização de algumas destas abordagens na literatura correspondente a vários domínios do conhecimento, tanto a nível nacional como internacional, tem constituído, para muitos investigadores, argumento da sua adequação às problemáticas em causa. Por outro lado, a divulgação de packagesestatísticos amigáveis quanto às condições de utilização veio facilitar a execução da análise estatística dos dados recolhidos nos trabalhos de investigação, muitas vezes sem o apoio, no campo das opções de tratamento, de especialistas em Estatística.

Esta situação pode originar, a nosso ver, problemas sérios quanto à correcção das abordagens utilizadas e, consequentemente, quanto à validade dos resultados e das conclusões dos trabalhos apresentados.

Este número de Análise Psicológica vem precisamente chamar a atenção para a importância do equacionamento dos pressupostos envolvidos nas opções de análise estatística e da necessidade de reflexão sobre a escolha de possíveis alternativas.

A leitura dos vários artigos incluídos não requer conhecimentos muito avançados no campo da Estatística, mas apela à disponibilidade para acompanhar a lógica da discussão da adequação dos modelos utilizados. Esperamos, assim, contribuir para uma melhor utilização deste meio poderoso de análise que constitui o campo da Estatística.

Glória Ramalho