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Revista Portuguesa de Clínica Geral

versión impresa ISSN 0870-7103

Rev Port Clin Geral v.27 n.2 Lisboa mar. 2011

 

Uma nova página

 

Raquel Braga*

*Directora da Revista Portuguesa de Clínica Geral

 

Com este número iniciamos uma nova página da Revista Portuguesa de Clínica Geral.

A passagem de testemunho, ocorrida no 28.o Encontro Nacional de Clínica Geral, em Vilamoura, foi plena de simbolismo e entusiasmo.

Em redor de uma mesa larga, as duas equipas reunidas, uma terminando e outra iniciando funções, reconheceram-se, reorganizaram-se, reviram trajectos e traçaram novos rumos a seguir.

É com um sentido de grande responsabilidade que recebemos das mãos competentes do Dr. Faria Vaz e da sua equipa editorial este legado.

A toda esta grande equipa que cessa funções agradecemos o caminho até aqui percorrido.

Cientes da importância histórica que esta Revista tem vindo a ter para a nossa Especialidade, desde o seu início em 1984,1 temos consciência, como afirmou o Dr. Jaime Correia de Sousa, de que esta já atingiu o seu estado adulto,2 consolidado pelo trabalho da anterior equipa, à qual agradecemos ainda a preparação e concepção do presente número.

Nos últimos anos, a nossa Revista desenvolveu-se e afirmou-se, fruto de um trabalho empenhado que queremos ver continuado e reforçado.

Nos últimos anos, um número crescente de autores submete artigos com qualidade.

Desde que começamos a tomar contacto com este projecto, temos reflectido acerca da natureza do processo editorial e da forma de o agilizar, mantendo rigor, objectividade e promovendo uma atitude didáctica e facilitadora da melhoria da qualidade dos artigos publicados, já que queremos conferir uma maior celeridade aos processos de revisão e edição dos artigos.

Pretendemos que esta seja a revista de língua portuguesa na área da Medicina Geral e Familiar onde todos os Médicos de Família se revejam e encontrem a possibilidade de publicação dos seus trabalhos, promovendo, através da revisão interpares, o desenvolvimento do processo de investigação e de redação de artigos científicos.

Gostaríamos de ver os artigos publicados na nossa Revista mais vezes citados,3 comentados, discutidos, uma vez que essa é a prova da sua importância e relevância.

É esse o eco que vamos deixando... a marca impressa no futuro.

A nossa ambição para este triénio é obter a indexação da revista na PUBMED bem como em outras bases, com vista a que a actividade científica divulgada ganhe mais visibilidade e mais impacto.

Apesar da nossa preocupação acerca da agilização do processo editorial, estamos cientes que a verdadeira revisão interpares que perdura e surte efeitos é aquela que é feita após a publicação dos artigos. Esta é a revisão que realmente interessa – trata-se do processo através do qual o mundo científico vai decidindo o lugar, na hierarquia da importância, que ocupa um trabalho de investigação.4

Essa apreciação e validação dos artigos é feita pelos leitores que os comentam, que os citam e que escrevem acerca deles, por vezes em outras ou na própria Revista, construindo com isso o que o Dr. Faria Vaz denominou «a alma de uma Revista».5

A Revista Portuguesa de Clínica Geral tem de definir e afirmar a sua identidade. Tem de continuar a sua maturação, limar e trabalhar uma série de detalhes. Tem de se modernizar e crescer. Tem de fazer escolhas (ainda que controversas ou pouco populares) para caminhar em passos largos para um reconhecimento externo que já há muito merece.

Desta forma, planeamos terminar com a secção «Dossier», procurando que todos os artigos publicados sejam de iniciativa do autor. Nesta linha, sempre que necessário ou adequado publicaremos «Dossiers Temáticos», o que acontecerá brevemente, com a compilação de uma série de artigos de iniciativa do autor acerca de «Dependências».

Nesta edição, porém, fechamos este ciclo com um excelente Dossier acerca de «Adolescência», importante para colmatar lacunas no âmbito da Saúde Infantil e Juvenil.

De futuro, incentivaremos a publicação de artigos originais de investigação, bem como a publicação em língua inglesa, ambos requisitos necessários ao processo de indexação.

É nosso propósito abrir a Revista a novas realidades nacionais e internacionais...

Agradeço à nova equipa editorial constituída por editores já experientes como a Clara Fonseca, Daniel Pinto, Helena Beça, Inês Rosendo, Marlene Sousa, Mónica Granja, Yonah Yaphe e aos outros que nos trazem nova força e vitalidade, como a Carla Ponte e o Luís Filipe Cavadas, por terem aceite o desafio de manter este barco em bom rumo.

A exemplo do que o Prof. Armando Brito de Sá fez no seu primeiro editorial como Director da Revista, há nove anos atrás, prometemos estar atentos aos erros do passado e tentar cometer apenas erros diferentes...6

Apelamos, por fim, a toda a comunidade científica e particularmente ao nosso Conselho Científico para que participem, colaborem e estejam atentos e intervenientes.

De todos nós depende o futuro da Revista Portuguesa de Clínica Geral e hoje não é um dia qualquer. Hoje é dia de, com novos erros e renovados projectos, começar a escrever uma nova página...

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Sousa JC. O render da guarda. Rev Port Clin Geral 2005 Jan-Fev; 21 (1): 7-8.        [ Links ]

2. Sousa JC. A idade adulta da Revista Portuguesa de Clínica Geral no último triénio.Rev Port Clin Geral 2007 Nov-Dez; 23 (6):659-663.        [ Links ]

3. Villanueva T, Cavadas LF, Gérvas J, Padilla J, Serrano E, Cofino R. Political borders as scientific barriers in general practice.Portugal and Spain as a case study. Eur J Gen Pract 2010 Sep; 16 (3): 151-3.        [ Links ]

4. Smith R. Classical peer review: an empty gun. Breast Cancer Res 2010 Dec 20;12 Suppl 4): S13.        [ Links ]

5. Vaz AF. A alma de uma revista. Rev Port Clin Geral 2010 Jul-Ago; 26 (4): 349.        [ Links ]

6. Sá AB. A coragem de errar. Rev Port Clin Geral 2002 Jan-Fev; 18 (1): 7-8.        [ Links ]