SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.27 número1Registo de óbitos em Cuidados de Saúde PrimáriosOs Indicadores de Desempenho Contratualizados com as USF: Um ponto da situação no actual momento da Reforma índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

Links relacionados

  • No hay articulos similaresSimilares en SciELO

Compartir


Revista Portuguesa de Clínica Geral

versión impresa ISSN 0870-7103

Rev Port Clin Geral v.27 n.1 Lisboa ene. 2011

 

Consumo de medicação crónica

Avaliação da prevalência no norte de Portugal

 

Cima CIF,* Freitas RSA,** Lamas MCM,*** Mendes CASL,**** Neves AC,***** Fonseca C******

*Médica de Família na USF Ermesinde, ACES Grande Porto III-Valongo.

**Médica de Família na USF Canelas, ACES Grande Porto IX-Espinho/Gaia.

***Médica de Família na USF S.Martinho, ACES Tâmega II-Vale Sousa Sul.

****Médica de Família na USF Ermesinde, ACES Grande Porto III-Valongo.

*****Médica de Família na USF S.Gonçalo, ACES Tâmega I-Baixo Tâmega.

******Médica de Família na USF Garcia de Orta, ACES Grande Porto VI - Porto Ocidental.

 

Correspondência

 

Resumo

Introdução: É necessário conhecer a prescrição crónica, com vista à implementação de medidas para o controle, prevenção das suas complicações e optimização dos recursos disponíveis.

Objectivos: determinar a proporção do consumo de medicação crónica na população da região Norte de Portugal; caracterizar o consumo quanto ao tipo e número de medicamentos e analisar a sua associação com a idade, o sexo a situação profissional, o estado civil e o tipo de família.

Tipo de estudo: observacional analítico transversal

Local: centros de saúde pertencentes aos distritos do Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança

População: amostra aleatória de utentes com idade superior ou igual a 18 anos inscritos nas listas de 45 médicos

Métodos: Os dados foram recolhidos através de um questionário aplicado por entrevista, após convocação por postal e/ou telefone com recolha de dados por questionário. Variáveis: consumo de medicação crónica, tipo de medicamentos, número de medicamentos e diversos indicadores sócio-demográficos. Foi utilizado teste qui-quadrado e  um erro a de 0,05.

Resultados: Prevalência do consumo de 58,1% - IC95% (56,5%-59,8%). Número médio de medicamentos por utente = 2,94. Os fármacos mais usados foram os do grupo Cardiovascular e Sistema Nervoso. Encontrou-se maior consumo crónico no sexo feminino, idade mais avançada, profissão (reformado e domésticas) e no tipo de família unitária. O número médio de medicamentos aumenta com a idade. Existe relação entre a idade e o consumo crónico da maioria dos grupos farmacológicos estudados.

Conclusão: Este estudo permitiu confirmar, numa maior população, os resultados existentes na literatura e reforça a necessidade de optimizar a prescrição medicamentosa.

Palavras-chave: Polifarmácia; Gestão da Terapêutica Medicamentosa; Terapêutica Farmacológica.

 

Abstract

Use of Chronic Medication. Prevalence in Northern Portugal

Introduction: It is necessary to know the chronic prescription, with a view towards the implement of measures to control, to prevent their complications and to optimise the available resources. The aims of that study were: to determine the proportion of adult patients chronically-medicated in the north of Portugal; to characterise the consumption, as far as the type and number of medicines are concerned, and to analyse their association with age, gender, professional situation, marital status and type of family.

Methodology: Transversal analytical study with gather of data through questionnaires. Random sample of 45 doctors’ patients of health centres from the north of Portugal. Variables studied were consumption of chronicle medication, type of medicines, number of medicines, demographic variations. Used test chi-squared, a=0,05.

Results: Consumption’s prevalence = 58,1%. Average number of medicines per patient = 2,94. The most used medicines were those from the cardiovascular and nervous system groups. There was found an association between chronicle consumption and females, elder ages, jobs (retired or housekeepers) and single-element families. The average number of medicine rises with the age. There is a relation between the age and most of the studied pharmacological groups.

Discussion: This study allowed confirming, in a bigger population, the results in literature and reinforces the necessity of optimising the prescription of medicines.

Keywords: Polypharmacy; Medication Therapy Management; Drug Therapy.

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

Referências bibliográficas

1. Antunes P. Medicação crónica numa lista de utentes. Rev Port Clin Geral 2000 Mar-Abr; 16 (2): 113-24.        [ Links ]

2. Couto L, Rio C. Polimedicação no Idoso. Rev O Médico 1991; 96: 11-6.        [ Links ]

3. Esteves MJS, Azevedo L, Couto L. Polimedicação crónica major. Rev Med Univ 2005; 49-56.        [ Links ]

4. Wick JY, Zanni GR. Geriatric Pharmacology. Nov 2004. Disponível em http://www.pharmacytimes.com [acedido em 27/10/2011].

5. American Medical Association Council. Improving the quality of geriatric pharmacotherapy: Report 5 of the 2002 AMA Annual Meeting. Disponível em: http://www.ama-assn.org/ama/no-index/about-ama/13592.shtml [acedido em 27/02/2011].

6. Ballone, GB. O uso de medicamentos em idosos e iatrogenia. Disponível em http://sites.uol.com.br/gballone/geriat/medicam.html [acedido em 27/02/2011].

7. Díaz Barroso A, Albaladejo Blanco C, Girona Amores A, Ancochea Serraïma L, Borrego Crespo R. Estudio descriptivo de la medicación crónica autorizada en el ABS de Llefiá (Badalona). Aten Primária 1996 Mar 15; 17 (4): 251-6.

8. Martinez PH, Polo AC. Estúdio del consumo de fármacos en la Residencia del IMSERSO. Rev Esp Geriatr Gerontol 2002; 37 (3): 134-40.

9. Ferreira R. Consumo crónico de medicamentos na população de um Centro de Saúde. Rev Port Clin Geral 2007 Mar-Abr; 23 (2): 125-32.        [ Links ]

10. Tomàs MT, Centelles F, Valero C, Alcalá A, Cerón A, Soler J, et al. Prescripción crónica de fármacos en pacientes geriátricos de un centro de salud urbano. Aten Primaria 1999 Feb 28; 23 (3): 121-6.

11. Silva INT, Lindolpho MC, Dutra PAP, Sá SPC. O enfermeiro e o paciente idoso em terapêutica plurimedicamentosa. Rev UFG 2003; 5 (2). FDisponível em: http://www.proec.ufg.br [acedido em 27/02/2011].

12. Stafford RS, Davidson SM, Davidson H, Miracle-McMahill H, Crawfford SL, Blumenthal D. Chronic disease medication use in managed care and indemnity insurance plans. Health Serv Res 2003 Apr; 38 (2): 595-612.

13. Fick DM, Cooper JW, Wade WE, Waller JL, Maclean R, Beers MH. Updating the Beers criteria for potencially inappropriate medication use in older adults: results of a consensus panel of experts. Arch Intern Med 2003 Dec 8-22; 163 (22):2716-24.

14. Avorn J. Improving drug use in erdely patients: getting to the next level. JAMA 2001 Dec 12; 286 (22): 2866-8.

15. Morley JE. Drugs, aging and the future. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2002 Jan; 57(1): M2-6

16. Broeiro P, Ramos V. Patologia múltipla e polifarmácia no idoso. Rev Port Clin Geral 1997 Jan-Fev; 14 (1): 8-22.        [ Links ]

17. Silva P, Luís S, Biscaia A. Polimedicação: um estudo de prevalência nos Centros de Saúde do Lumiar e de Queluz. Rev Port Clin Geral 2004 Mai-Jun; 20 (3): 323-36.        [ Links ]

18. Sousa M. Perfil dos utilizadores de psicofármacos na Unidade de Saúde Familiar de Canelas. Rev Port Clin Geral 2007 Jan-Fev; 23 (1): 33-42.        [ Links ]

19. Recomendação da UEMO para uma prática medicamentosa mais segura no idoso. Rev Port Clin Geral 2006 Jan-Fev; 22 (1): 111-2.        [ Links ]

20. Tipos de erros de medicação descritos. Infarmed - Boletim de Fármaco-Vigilância 2007; 11 (3).        [ Links ]

 

CONFLITOS DE INTERESSE

Os autores declaram não existirem conflitos de interesse na elaboração deste artigo.

 

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA

Catarina Cima

Rua 9 de Abril, n.o 149 - 3.o direito frente

4250-347 Porto

e-mail: catcima@portugalmail.com

 

Recebido em 11/12/2007

Aceite para publicação em 17/12/2010