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Silva Lusitana

versão impressa ISSN 0870-6352

Silva Lus. v.11 n.1 Lisboa jun. 2003

 

Ritmos de Crescimento das Espécies Pinus pinaster, Acacia melanoxylon e Acacia dealbata nas Dunas do Litoral Norte e Centro

 

João Freire*1, Mário Tavares** e José Campos*

*Engenheiro Florestal/Bolseiro de Investigação

**Investigador Principal

Estação Florestal Nacional. Departamento de Silvicultura e Produtos Florestais,

Av. da República, Quinta do Marquês, 2780-159 OEIRAS

 

Sumário. São consideráveis os ritmos de crescimento das acácias nas dunas litorais do continente Português. Aqui elas concorrem com o pinheiro bravo na ocupação espacial e em crescimento.

Este trabalho apresenta os resultados dum estudo comparativo dos ritmos de crescimento, em diâmetro, altura total e volume total sobre pau, de árvores dominantes daquelas espécies, e pretende reflectir também os seus potenciais de produção lenhosa na região.

O estudo demostrou que a quantidade de lenho sobre pau produzido pelas acácias, em especial pela A. dealbata até aos 20 anos de idade, é muito semelhante à verificada pelo pinheiro bravo. No entanto, e às mesmas idades, este atinge maiores diâmetros, enquanto as acácias alcançam superiores alturas totais. Por isso, mesmo tendo que considerar que o padrão de condução a que estas estão sujeitas não tem em vista a produção de madeira para serrar ou para pasta de papel, podem elas ser consideradas espécies concorrentes do pinheiro bravo para esse fim, na mesma área e para o mesmo volume de lenho.

Assim, e apesar de se estar perante um estudo com carácter preliminar e exploratório há, desde já, lugar a entender-se que aquelas espécies possam ser encaradas de forma diferente da mais vulgar - como espécies invasoras, mas antes como espécies florestais comuns. E isto naturalmente tendo em conta, tanto quanto o devemos fazer relativamente a quaisquer outras, as suas características, comportamentos peculiares, potenciais produtivos e enquadramentos ecológicos. Tudo isto no sentido de delas sempre retirar o partido mais conveniente. Tentando eliminá-las sempre que conveniente, controlando-as quando necessário e cultivando-as sempre que possível.

Esta análise deverá vir a ser efectuada considerando uma maior grandeza amostral e indivíduos com idade superior.

Palavras-chave: dunas litorais; pinheiro bravo; acácias; árvores dominantes; crescimento

 

Abstract. In continental Portugal littoral dunes, wattle's growth rhythms are considerable. They concur with maritime pine for space and growth.

This work presents a comparative study of wattle's growth rhythms, considering diameter, total height, and volume under bark of dominant trees. The potential wood production of the region is also studied.

The study demonstrates that, up to 20 years old, wattles wood production under bark, specially A. dealbata, is very similar to maritime pine. However, for the same ages, maritime pine reaches larger diameters, while wattle grows higher. Though, even considering wattles are not managed for sawing or pulp wood production, they may be considered, for this purpose, as a maritime pine concurrent, in the same area and for the same wood volume.

So, in spite of being a preliminary and exploiting study, we may state that wattles can be considered differently than usually – no longer as an invading species but as a common forest species. And, just like other species, taking in account their characteristics, peculiar behaviours, potential yield and ecological fittings. Always making the most with its use. Trying to eliminate them when convenient, to control them when necessary, to cultivate them when possible.

This analysis should be repeated considering a bigger sample and older individuals.

Key words:littoral dunes; maritime pine; wattles; dominant trees; growth

 

Résumé: Les rythmes de croissance des acacias sur les dunes littorales du continent portugais sont considérables. Ici ils sont en concurrence avec le pin maritime dans l'occupation spatiale et en croissance.

Ce travail présente les résultats d'une étude comparative des rythmes de croissance, en diamètre, hauteur totale et volume total sous écorce, d'arbres dominants de ces essences, et prétend refléter aussi ses potentiels de production ligneuse dans la région.

L'étude a démontré que la quantité en bois sous écorce produite par les acacias, en particulier par A. dealbata jusqu'à 20 ans, est très semblable à celle vérifiée par le pin maritime. Donc, aux même âges, celui-ci atteint des diamètres supérieurs, quoique les acacias atteignent des hauteurs totales supérieures. Pour cela, même en considérant que le modèle de conduite n'a pas comme vue la production de bois de sciage ou de pâte à papier, elles peuvent être considérées comme des espèces concurrentes du pin maritime dans cet objectif, dans la même zone et pour le même volume en bois.

Ainsi, et bien que cette étude soit préliminaire et exploratoire il y a, dès maintenant, lieu de comprendre que ces espèces peuvent être vues de manière différente de la plus commune non comme des essences envahissantes, mais comme des essences forestières communes. Et ce, en ayant naturellement en considération, comme pour les autres, ses caractéristiques, conduites particulières, potentiels productifs et encadrements écologiques. Tout ça dans le sens de toujours en retirer le parti le plus convenable. En essayant de les éliminer si favorable, les contrôlant si nécessaire et les cultivant dès que possible.

Cette analyse devra être encore effectuée en considérant un plus grand échantillon et des individus plus âgés.

Mots clés: dunes du littoral; pin maritime; acacias; arbre dominant; croissance

 

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Bibliografia

INMG, 1990. O clima de Portugal. Fascículo XLIX, vol. 1 - 1ª região. Normais climatológicas da região de "Entre Douro e Minho" e "Beira Litoral", 1951-1980. Lisboa        [ Links ]

INMG, 1991. O clima de Portugal. Fascículo XLIX, vol. 2 - 2ª região. Normais climatológicas da região de "Ribatejo e Oeste", 1951-1980. Lisboa        [ Links ]

Tavares, M., Caetano, F., Freire, J., Silva, C., Campos, J., 1999. Dinâmica de crescimento das A. dealbata, A. melanoxylon e A. longifolia em terrenos de pinhal das dunas litorais. 1º Encontro sobre Invasoras Lenhosas. Gerês. pp.89-98.        [ Links ]

 

 

Submetido para publicação em Fevereiro de 2002

Aceite para publicação em Janeiro de 2003

 

1 1º Autor E-mail: joao.freire@efn.com.pt