SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.18 número1Composição multi-elementar e razão isotópica de estrôncio como marcadores da região de proveniência de vinhos índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Ciência e Técnica Vitivinícola

versão impressa ISSN 0254-0223

Ciência Téc. Vitiv. v.18 n.1 Dois Portos  2003

 

Ensaio Laboratorial sobre a Cinética de Extracção de Compostos de Baixa Massa Molecular da Madeira pela Aguardente.*

 

A.P. Belchior1,Tânia G.T. Almeida1,2, Ana M. Mateus1,3, Sara Canas1

 

1 Estação Vitivinícola Nacional. INIAP. 2565-191 DOIS PORTOS. Portugal. E-mail: inia.evn@oninet.pt

2 Estagiária da Escola Superior Agrária de Santarém. Instituto Politécnico de Santarém.

3 Bolseira do Programa AGRO –Acção 8.1 – Projecto 89. EVN.

(Manuscrito recebido em 27.05.03. Aceite para publicação em 21.07.03.)

 

 

RESUMO

Estudo da cinética de extracção por aguardentes de compostos fenólicos da madeira, efectuado em ensaio laboratorial, em volumes de 5 dm3 , com madeiras de Carvalho e Castanheiro em dois modos (Micro-aparas e toros), estes com e sem oxigenação. Determinou-se o índice de compostos fenólicos totais (Ipt) pela medição da absorvência a 280 nm, a intensidade da cor medindo-se a absorvência a 440nm, as características cromáticas (Cielab) e extracto seco. Nas aguardentes finais do ensaio foram determinados os teores, em compostos de baixa massa molecular por HPLC, e determinado o oxigénio dissolvido.

Verificou-se que as grandes extracções ocorrem desde as primeiras horas, relativas ao Ipt e à intensidade da cor, atingindo um máximo por volta das 72 horas, a que se seguem extracções contínuas, com curvas de muito menor declive até final do ensaio (1080 horas), com particular incidência nas aguardentes de micro-aparas. Estas podendo assemelhar-se a uma cinética de tipo logarítmico e as das aguardentes em contacto com os toros, mais do tipo polinomial. A oxigenação parece não condicionar de forma significativa a intensidade da cor das aguardentes, mas afecta significativamente o Ipt e o extracto seco. O tempo, como era previsível, apresenta um efeito significativo em todos os parâmetros analisados, o que é de grande interesse e novo em termos de definição quantitativa e temporal. A análise dos compostos de baixa massa molecular, permite concluir que neste ensaio o carvalho apresenta-se como mais rico em comparação com o castanho na generalidade dos teores dos constituintes analisados, não estando totalmente de acordo com os estudos realizados na EVN; excepção feita ao ácido gálhico no qual o castanho confirma uma maior riqueza em comparação com o carvalho.

Palavras-Chave: Aguardentes, madeiras, cinéticas, extracção, fenólicas.

 

RÉSUMÉ

Essai laboratoriel sur la cinétique d’extration dés composés de baisse masse moléculaire du bois par l’eau-de-vie

Un essai laboratoriel a été mise en place pour étudier la cinétique de l’extraction par les eaux-de-vie des composés de baisse masse moléculaire des bois. Les volumes ont été de 5 dm3, avec du bois de Chêne et de Châtaignier, en deux modes – micro-copeaux et tores -, et ceux encore avec et sens oxigénation.

L’essai a été suivi par les déterminations des phénoliques totaux (Ipt) à 280 nm, de l’intensité de la couleur à 440nm, des charactéristiques chromatiques (Cielab) et de l’extrait sec. Dans les eaux-de-vie de la dernière échantillonnage ont été détérminés les teneurs en composés de faible masse moléculaire par HPLC, et aussi l’oxygène dissout.

On a vérifié que les plus fortes extractions se déroulent pendant les prémières heures en ce qui concerne le Ipt et l’intensité de la couleur, atteignant un maximum vers les 72 hueres, a qui se suivent des extractions continuels avec des curbes de beaucoup moindre declive jusqu’au finale de l’essai (1080 heures) avec une incidence tout particulière dans les eaux-de-vie des microcopeaux. Cettes peuvent s’assembler a une cinétique du type logarithmique et celles des eaux-de-vie en contact avec les tores seront plus du type polynôme.

L’oxigénation semble ne pas conditioner de façon significatif l’intensité de la couleur des eaux-de-vie, mais elle intervienne signitificativement dans le Ipt et l’extrait sec.

Le temps comme il était prévisible present un effet significatif dans tous les parameters qui ont été analysés. L’analyse des composés de baisse masse moléculaire permet conclure que dans cet essai le bois de Chêne est le plus riche en comparaison avec le bois de Châtaignier dans la généralité des composés analysés. Exception faite pour l’acide gallique que confirme sa plus grand richess dans le Châtaignier.

Mots- clés: Eaux-de-vie, bois, cinétiques, extraction, phénoliques.

 

 

SUMMARY

Extraction kinetics of low molecular weigtht compounds from wood to brandy in laboratorial scale

The objective of this work was the laboratorial study of the extraction kinetics of low molecular weight compounds in brandies. For this purpose the experimental units of 5 dm3 were filled with the same Lourinhã brandy and then added with oak or chestnut woods, in the form of microchips or stumps, with or without oxygenation. Physical and chemical analysis consisted of Total Phenolic Index (A280 nm), colour intensity (A440nm), chromatic characteristics (Cielab) and dry extract. In the last sampling time it was also performed the determination of low molecular weight compounds by HPLC and the dissolved oxygen.

The results obtained show that the higher extraction rate of phenolic compounds and colour intensity occur in the first hours. The maximum was reach at about 72 hours, followed by a slower extraction rate up to the end, curves with less pronounced slope, particularly in the brandies that were in contact with micro-chips. This kinetic seems to be of logarithmic type, while it is closer to polynomial type in brandies that were in contact with stumps. The oxygenation seems to be inefficient on the colour intensity, although it affects the phenolic content and the dry extract of the brandies. As expected, the ageing time has a significant effect in all analytical parameters. The analysis of low molecular weight compounds allow us to conclude that brandies aged in oak wood are richer than those aged in chestnut wood in the majority of the studied compounds. This aspect contradicts previous results obtained at EVN, except for the richness of chestnut aged brandies in gallic acid.

 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

Almeida T.G., 2002. Cinética de extracção de compostos fenólicos da madeira por aguardente. Modelização de diferentes forma de utilização de madeiras. Trabalho de fim de curso de Engenharia Ago-Alimentar, opção : Tecnologia do Vinho. 43 pp. Escola Superior Agrária de Santarém.         [ Links ]

Anónimo, 1994. Recueil des méthodes internationales d’analyse des boissons spiritueuses, des alcools et de la fraction aromatique des boissons, 311 p., OIV, Paris. Baker J., Ridle P., Timberlake C. F., 1986. Tristimulus measurements (CieLab 76) of Port Win Color. Vitis, 25:67-78.

Barros P., 1991. Colorimétrie CieLab appliquée au vin du Porto. Feuillet Vert OIV, 934.

Belchior A.P., 1983. A cor em aguardentes vínicas envelhecidas: método espectrofotométrico de determinação e relação com os teores em fenólicas totais, Ciência Tec. Vitiv., 2(1), 29-37.

Belchior A.P., Caldeira I., Costa S., Lopes C., Tralhão G., Ferrão A.F.M., Mateus A. M., Carvalho E. C. 2001. Evolução das Características Fisico-Químicas e Organolépticas de Aguardentes Lourinhã ao Longo de Cinco Anos de Envelhecimento em Madeiras de Carvalho e de Castanheiro. Ciência Téc. Vitiv., 16(2), 81-94.

Belchior A.P., Carvalho E., 1983. A cor em aguardentes vínicas envelhecidas: método espectrofotométrico de determinação e relação com os teores em fenólicas totais. Ciência. Tec. Vitiv., 2, 29-37.

Belchior A.P., San Romão M.V., 1982. Influence de l’oxygène et de la lumière sur l’évolution de la composition phénolique des eaux-de-vie vieillies en bois de chêne, Proceedings of the XIth International Conference of the Groupe Polyphenols, 11, 598-604.

Canas S., Belchior A. P., Caldeira I., Spranger M.I., Bruno de Sousa R., 2000 (a). Évolution de la couleur des eaux-de-vie de Lourinhã au cours des trois premières années de vieillissement. Ciência. Tec. Vitiv., 15 (1), 1-14.

Canas S., Leandro M.S., Spranger M.I., Belchior A.P., 2000 (b). Influence of botanical specie and the geographical origin on the content of low molecular weight organic compounds of woods used in portuguese cooperage. Holzforshung, 54(3), 255-261.

Canas S., Grazina N, Belchior A.P., Spranger M.I., Bruno de Sousa R., 2000 (c) . Modelisation of heat treatment of portuguese oak wood (Quercus pyrenaica L.). Analysis of the behaviour of low molecular weight phenolic compounds. Ciência Téc. Vitiv., 15(2), 75-94.

Canas S., Belchior A.P., Mateus A. M., Spranger M. I., Bruno-de-Sousa R., 2002. Kinetics of impregnation/evaporation and release of phenolic compounds from wood to brandy in experimental model. Ciência Téc. Vitiv., 17 (1), 1-14.

Canas S., Belchior A.P., Spranger M.I., Bruno-de-Sousa R., 2003. High Performance Liquid Chromatography method for analysis of phenolic acids, phenolic aldehydes and furanic derivatives in brandies. Development and validation. J. Sep. Sci., 26, 496-502.

Carvalho A., 1998. Identificação anatómica e caracterização física e mecânica das madeiras utilizadas no fabrico de quartolas para produção de aguardentes velhas de qualidade - Denominação Lourinhã. Ciência Téc. Vitiv., 13 (1-2)

Chatonnet P., 1999. Discrimination and control of toasting intensity and quality of oak wood barrels. Am. J. Enol. Vitic., 50, 479-494.

Mosedale J.R., Charrier B., Janin G., 1996. Genetics control of wood colour, density and heartwood ellagitannin concentration in European oak. Forestry, 69, 47-55.

Puech, J.L., Jouret, C., Goffinet, B., 1985. Evolution des composes phenoliques du bois de chëne au cours du vieillissement de l’Armagnac. Sciences des Aliments, 5(3):379-392.

Ribéreau-Gayon P., 1970. Le dosage des composés phénoliques totaux dans les vins rouges. Chim. Anal., 52, 627-631.

 

* Parte do trabalho de fim de curso do segundo autor. Escola Superior Agrária de Santarém. 2002. Trabalho no âmbito do PARIPIPI (Programa de Apoio à Reforma das Instituições Públicas ou de Interesse Público de Investigação) e do AGRO – Acção 8.1.- Projecto 89.