SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 issue184Religious feeling and values in Portugal: a comparison with Spain and catholic EuropeSocial inequality in agriculture: the Alentejo from the 1930s to the 1960s author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Análise Social

Print version ISSN 0003-2573

Anál. Social  no.184 Lisboa  2007

 

Classificar e silenciar: vigilância e controlo institucionais sobre a prostituição feminina em Portugal

Susana Silva*

 

Os discursos supostamente neutros e exclusivos dos tribunais, das forças policiais e do sistema de segurança social portugueses em torno da prostituição feminina revelam substratos político-ideológicos semelhantes, assentes na autoridade patriarcal e nos modelos de «família» e de «feminilidade» regulados e autorizados pelos grupos sociais e pelas instituições dominantes.

Palavras-chave: direito; prostituição feminina; controlo social

 

Classer et taire: surveillance et contrôle institutionnels sur la prostitution féminine au Portugal

Les discours supposément neutres et exclusifs des tribunaux, des forces de police et du système de sécurité sociale portugais à propos de la prostitution féminine révèlent des substrats politiques et idéologiques semblables, qui reposent sur l’autorité patriarcale et les modèles de «famille» et de «féminité», réglés et autorisés par les groupes sociaux et les institutions dominantes.

Mots-clé: droit; prostitution féminine; contrôle social

 

To classify and to silence: surveillance and institutional control of female prostitution in Portugal

The supposedly neutral and exclusive discourses of the Portuguese courts, police forces and social security system on female prostitution reveal similar political and ideological substrata, based on patriarchal authority and models of «family» and «femininity» governed and sanctioned by the dominant social groups and institutions.

Keywords: law; female prostitution; social control

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

Bibliografia

Almeida, M. V. (1995), Senhores de si: uma interpretação antropológica da masculinidade, Lisboa, Fim de Século.         [ Links ]

Amâncio, L. (1994), Masculino e feminino. A construção social da diferença, Porto, Afrontamento.

Bastos, S. P. (1997), O Estado Novo e os seus vadios. Contribuições para o estudo das identidades marginais e da sua repressão, Lisboa, Publicações Dom Quixote.

Bourdieu, P. (1998), O que falar quer dizer. A economia das trocas linguísticas, Algés, Difel.

Costa, J. M. B., e Alves, L. B. (2001), Prostituição 2001. O Masculino e o Feminino de Rua, Lisboa, Edições Colibri.

Duarte, F. (2000), Prostituição e tráfico de mulheres e crianças. Colectânea de textos legais e de instrumentos internacionais, Lisboa, Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres.

Eaton, M. (1986), Justice for women? Family, court and social control, Milton Keynes, Open University Press.

Foucault, M. (1994 [1976]), História da sexualidade I. A vontade de saber, trad. de Pedro Tamen, Lisboa, Relógio d'Água.

Foucault, M. (1998 [1975]), Vigiar e punir: nascimento da prisão, trad. de Raquel Ramalhete, Petrópolis, Vozes.

Giddens, A. (1996), Transformações da Intimidade. Sexualidade, Amor e erotismo nas sociedades modernas, Oeiras, Celta.

Guinote, P., e Oliveira, R. B. (1989), «Prostituição, boémia e galanteria no quotidiano da cidade», in A. Reis (ed.), Portugal contemporâneo, vol. II, Lisboa, Publicações Alfa, pp. 339-382.

Lees, S. (1997), Ruling passions. Sexual violence, reputation and the law, Buckingham, Open University Press.

Liberato, I. (2002), Sexo, ciência, poder e exclusão social. A tolerância da prostituição em Portugal (1841-1926), Lisboa, Livros do Brasil.

Machado, H. (1996), Redes informais e institucionais de «normalização» do comportamento sexual e procriativo da mulher, Braga, dissertação de mestrado em História das Populações apresentada ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.

Machado, H. (2003), Tribunais, ciência e cidadania — uma abordagem sociológica das investigações de paternidade, Braga, tese de doutoramento apresentada ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.

Pais, J. M. (1983), «A prostituição na Lisboa boémia dos inícios do século xx, in Análise Social, vol. XIX, n.os 77-78-79, pp. 939-960.

Ribeiro, M., et al. (2005), Prostituição feminina em regiões de fronteira: actores, estruturas e processo, Lisboa, Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Roberts, N. (1996), A prostituição através dos tempos na sociedade ocidental, Lisboa, Editorial Presença.

Santos, B. S. (1996), Pela mão de Alice. O social e o político na pós-modernidade, Porto, Afrontamento.

Silva, M. C. (1998), «Prostituição feminina: uma primeira abordagem para uma pesquisa», in Cadernos do Noroeste, 11 (1), pp. 227-244.

Silva, M. C. (2002), «Honra-vergonha: código cultural mediterrânico ou forma de controlo patrimonial e sócio-político de mulheres?, in Trabalhos de Antropologia e Etnologia, 42 (3-4), pp. 125-144.

Silva, M. C., et al. (2002), «Direito, ciência e o corpo feminino: a prostituição como `objecto de fronteira'», in Cadernos do Noroeste, série «Sociologia», 18, 1-2, pp. 183-203.

Silva, S. (2001), As fronteiras das ambivalências. Controlo e poder institucionais sobre a prostituição feminina, Braga, dissertação de mestrado em Sociologia apresentada ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.

Sousa, E. (1992), «O tratamento da informação na sentença judicial. O caso das crianças maltratadas», in Sociologia — Problemas e Práticas, 12, pp. 41-55.

Supremo Tribunal de Justiça (1985), «Crime de `facilitação à prostituição'», acórdão de 23 de Julho de 1985, in Boletim do Ministério da Justiça, 349, pp. 307-312.

 

* Instituto de Sociologia da Universidade do Porto e Centro de Investigação em Ciências Sociais da Universidade do Minho.

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License