SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número181A peritagem científica perante o risco e as incertezasAinda há catástrofes naturais? índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Análise Social

versão impressa ISSN 0003-2573

Anál. Social v.181 n.181 Lisboa  2006

 

Quando o conceito de «risco» se torna perigoso

Paulo Granjo*

Os dados de uma pesquisa na refinaria de Sines indicam que a utilização impressiva da noção probabilística de «risco» se revela empiricamente inadequada e pode induzir novos perigos na laboração. Se as suas limitações da análise probabilística se tornam mais evidentes nos contextos tecnológicos complexos, não menos preocupantes são os efeitos de sentido que resultam da hegemonia do conceito de «risco» nas relações de poder entre tecnociências, empresas, Estado e cidadãos.

Palavras-chave: Risco, Tecnologia

 

Quand le concept de «risque» devient dangereux

Les données d’une recherche effectuée dans la raffinerie de Sines indiquent que l’utilisation impressive de la notion probabiliste de «risque» se révèle empiriquement inadéquate et peut induire de nouveaux dangers dans le travail. Si les limitations de l’analyse probabiliste deviennent plus évidentes dans les contextes technologiques complexes, tout aussi préoccupants sont les effets de sens qui résultent de l’hégémonie du concept de «risque» dans les relations de pouvoir entre sciences techniques, entreprises, Etat et citoyens.

 

When the concept of «risk» becomes dangerous

Data from research carried out at the Sines refinery show that the impressive use of the probabilistic notion of «risk» is empirically inappropriate, and may lead to new operational dangers. While the limitations of probabilistic analysis become clearer in complex technological scenarios, no less worrying are the semantic effects of the dominance of the concept of «risks» in power relations between technoscience, corporations, state and citizens.

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

Bibliografia

Beck, U. (1992), Risk Society: towards a new modernity. Londres, Sage.         [ Links ]

Duclos, D. (1989), La peur et le savoir. La société face à la science, la technique et leurs dangers, Paris, La Découverte.

Duclos, D. (1991), L'homme face au risque technique, Paris, L'Harmattan.

Duclos, D. (2002), Société-monde: le temps des ruptures, Paris, La Découverte.

Eglash, R. (2005), An ethnomathematics comparison of African and Native American divination systems, http://www.ccd.rpi.edu/Eglash/papers/eglash_div_paper.doc.

Evans-Pritchard, E. E. (1978 [1937]), Bruxaria, Oráculos e Magia entre os Azande, Rio de Janeiro, Zahar.

Gramsci, A. (2004), Cadernos do Cárcere, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

Granjo, P. (2002), «Quando a identidade é um perigo: mutações identitárias na refinaria de Sines», in Etnográfica, VI (2), pp. 303-326.

Granjo, P. (2004), «Trabalhamos sobre um barril de pólvora» — homens e perigo na refinaria de Sines, Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais.

Granjo, P. (2006), «Determination and chaos, according to Mozambican divination», in Etnográfica, X (2).

Giddens, A. (2000), O mundo na era da globalização, Lisboa, Presença.

Lagadec, P. (1981), La civilisation du risque — catastrophes technologiques et responsabilité sociale, Paris, Seuil.

Lagadec, P. e Guilhou, X. (2004), O fim do risco zero, Lisboa, Instituto Piaget.

Lave, J. e Wenger, E. (1991), Situated Learning. Legitimate peripheral participation. Cambridge, CUP.

Levi-Strauss, C. (1962), La pensée sauvage, Paris, Plon.

Low, I., e Beyers, N. (1992), «The utility of past accident experience in predicting high severity injury and disease», in Journal of Occupational Health and Safety: Australia and New Zealand, VIII/1, pp. 31-34.

Luhmann, N. (1993 (1991), Risk: A Sociological Theory, Berlim, De Gruyter.

Otway, H. (1992), «Public wisdom, expert fallibility: toward a contextual theory of risk», in S. Krimsky e D. Golding (eds.), Social Theories of Risk, Westport, Praeger, pp. 215-228.

Verón, E. (1975), A Produção do Sentido, Rio de Janeiro, Zahar.

 

* Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

 

 

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons