SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número181Práticas de cooperação e ética da partilha na intersecção de dois mundos sociais: militantes do software livre e grupos comunitários no QuebequeAscensão e queda de uma cidade tecnológica índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Análise Social

versão impressa ISSN 0003-2573

Anál. Social v.181 n.181 Lisboa  2006

 

A comunicação entre a utopia e a tecnocracia: para uma fundamentação teórica das tecnologias da informação

Filipa Subtil*

Este artigo ocupa-se de duas concepções de comunicação que atravessam a investigação nesta área, expondo as suas raízes e discutindo os seus fundamentos ideológicos. A concepção argumentativa, cívica e universalista de comunicação, formulada pelas duas primeiras gerações da escola sociológica de Chicago, revelou-se frágil frente a uma outra concepção baseada num modelo técnico-científico que concebe os meios técnicos de transmissão de sinais como independentes das lógicas de mediação social e que se adequa aos desenvolvimentos actuais das tecnologias da informação, às formas de convencimento modernas e à indústria cultural.

Palavras-chave: Comunicação,Tecnologias da informação

 

La communication entre l’utopie et la technocratie: pour un fondement théorique des technologies de l’information

L’article traite de deux conceptions de communication transversales à la recherche dans ce domaine, en exposant leurs racines et en discutant leurs fondements idéologiques. La conception argumentative, civique et universaliste de communication, formulée par les deux premières générations de l’école sociologique de Chicago, s’est révélée fragile face à une autre conception qui repose sur un modèle technico-scientifique qui conçoit les moyens techniques de la transmission des signes comme indépendants des logiques de la médiation sociale et en adéquation avec les développements actuels des technologies de l’information, avec les formes modernes de conviction et avec l’industrie culturelle.

 

Utopia and technocracy: towards a theoretical foundation for information technology

This article deals with two conceptions of communication which cut across research in this field, examining their roots and discussing their ideological origins. The argumentative, civic and universalist conception of communication, formulated by the first two generations of the Chicago school of sociology, is shown to be relatively weak when compared to a different conception based on a technological and scientific model which sees the technical means for transmitting signals as being independent of the logical processes of social mediation, and which is suited to current developments in information technology, to modern persuasions and to the culture industry.

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

Bibliografia

ACLAND, C., e Buxton, W. (eds.) (1999), Harold Innis in the New Century. Reflections and Refractions, Montreal e Kingston, Londres e Ithaca, McGill-Queen's University Press.         [ Links ]

BEAUD, Paul (1984), La sociéte de connivence. Media, médiations et classes sociales, Paris, Aubier.

BESNIER, J.-M. (1993 [1991]), «Pour une communication sans concept», in Daniel Bougnoux, Sciences de l'information et de la communication, Paris, Larousse, pp. 86-92.

BRETON, P. e Proulx, S. (1997 [1989]), A Explosão da Comunicação, Lisboa, Bizâncio.

BRETON, P. (1997), La parole manipulée, Paris, La Découverte.

BRYSON, L., et al. (2004 [1940]), «Needed research in communication», in J. D. Peters e P. Simonson (eds.), Mass Communication and American Social Thought. Key Texts, 1919-1968, Nova Iorque, Toronto e Oxford, Rowman and Littlefield Publishers, Inc., pp. 136-138.

CABALLERO, F. S. (1999), Elementos de Teoria de la Información, Sevilha, Editorial Mad.

CAREY, J. (1989), Reconceiving «Mass» and «Media» in Communication as Culture. Essays on Media and Society, Londres, Unwin Hyma, pp. 69-88.

CAREY, J. (1999), «Innis `in' Chicago. Hope as the sire of discovery», in C. Acland e W. Buxton (eds.), Harold Innis in the New Century. Reflections and Refractions, Montreal e Kingston, Londres e Ithaca, McGill-Queen's University Press, pp. 81-104.

COOLEY, C. (2004 [1897]), «The process of social change», in J. D. Peters e P. Simonson (eds.), Mass Communication and American Social Thought. Key Texts, 1919-1968, Lanham, Boulder, Nova Iorque, Toronto e Oxford, Rowman and Littlefield Publishers, pp. 21-25.

COOLEY, C. (1995), On Self and Social Organization (ed. e int. de Hans-Joachim Schubert), Chicago e Londres, The Chicago University Press.

COOLEY, H. (1922), Human Nature and Social Order, Nova Iorque, Charles Scribner’s Sons.

COOLEY, C. (1909), Social Organization. A Study of the Larger Mind, Nova Iorque, Charles Scribner’s Sons.

CZYTROM, DANIEL J. (1982), «Toward a new community? Modern communication in the social thought of Charles Horton Cooley, John Dewey and Robert E. Park», in Media and the American Mind. From Morse to McLuhan, Chapel Hill, University of North Carolina Press, pp. 91-121.

DEWEY, J. (1959 [1916]), Democracia e Educação, São Paulo, Companhia Editorial Nacional.

DEWEY, J. (1981 [1927]), The Public & Its Problems, Atenas, Swallow Press e Ohio University Press.

DOOB, L. (1985 [1950]), «Goebbels y sus princípios propagandísticos», in M. de Moragas Spá (ed.), Sociología de la Comunicación de Masas, III, Propaganda Política y Opinión Pública, Barcelona, Gustavo Gili, pp. 122-153. ELLUL, J. (1962), Propagandes, Paris, A. Colin.

HARDT, H. (2001), Social Theories of the Press. Constituents of Communication Research 1840s to 1920s, Nova Iorque e Oxford, Rowman and Littlefield Publishers, Inc.

LIPPMAN, W. (1998 [1922]), Public Opinion, New Brunswick e Londres, Transaction Publishers.

MCQUAIL, D. (2003 [1983]), A Teoria da Comunicação de Massas, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.

PARK, R. (1925), «Community organization and the romantic temper», in Social Forces 3 (Maio).

PROULX, S. (2001), «Les recherches nord-américaines sur la communication: l’institutionnalisation d’un champ d’etudes», in L’Année sociologique, 50, n.º 2, pp. 467-485.

ROGERS, E. (1994), A History of Communication Study. A Biographical Approach, Nova Iorque e Toronto, The Free Press.

SHANNON, C. (1948), «A mathematical theory of communication», in The Bell Technical Journal, vol. 27, Julho-Outubro, pp. 379-423 e 623-656.

SHANNON, C., e WEAVER, W. (1987 [1949]), «A teoria matemática da comunicação», in G. Cohen (org.), Comunicação e Indústria Cultural, São Paulo, T. A. Queiroz Editor, pp. 25-37.

SUBTIL, F. (2003), «Para uma teoria da globalização avant la lettre. Tecnologias da comunicação, espaço e tempo em Harold Innis», in Hermínio Martins e José Luís Garcia (coords.), Dilemas da Civilização Tecnológica, Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais, pp. 287-311.

WIENER, NORBERT (1993 [1954]), Cibernética e Sociedade. O Uso Humano dos Seres Humanos, São Paulo, Cultrix.

 

* Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa.

 

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons