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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545

Resumo

MARQUES, Susana et al. Estudo Retrospectivo a 10 Anos sobre os Aspectos Clínicos e Achados Endoscópicos da Infecção a Citomegalovirus do Tubo Digestivo Alto. GE Port J Gastroenterol [online]. 2017, vol.24, n.6, pp.262-268. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000479232.

Introdução: A doença gastrointestinal (GI) por Citomegalovírus (CMV) é uma causa importante de morbilidade e mortalidade em doentes imunocomprometidos. O cólon é o local mais comummente afectado e a literatura é escassa em relação à doença por CMV do tracto GI alto. Dessa forma, o nosso estudo teve como objectivo avaliar as características clínicas e endoscópicas da doença por CMV do tracto GI alto. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo de 10 anos, que incluiu todos os doentes com o diagnóstico histopatológico de doença por CMV do tracto GI alto. Os dados clínicos, endoscópicos e sobre a terapêutica e o follow-up dos doentes foram obtidos por consulta de processos clínicos. Resultados: Foram identificados 12 doentes com o diagnóstico histopatológico de doença por CMV do tracto GI alto (idade 61 ± 18 anos, 50% homens). A maioria dos doentes era imunocomprometida (75%) no contexto de síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA), malignidade e/ou terapêutica imunossupressora. Nos restantes doentes (25%), a doença ocorreu na ausência de imunodeficiência ou imunossupressão. Três doentes (todos com SIDA) apresentaram infecção por CMV disseminada. Na maioria dos casos (83%), a doença por CMV do tracto GI alto foi sintomática e as apresentações clínicas mais comuns foram odinofagia/disfagia (25%) e náuseas/vómitos (25%). Endoscopicamente, registaram-se 5 casos de esofagite (42%) e 7 casos de gastrite (58%). O esófago inferior (33%) e o antro gástrico (42%) foram os locais mais frequentemente envolvidos. Independentemente da localização, a ulceração da mucosa foi o achado endoscópico mais comum (75%) e associou-se a ulceração muito profunda semelhante a cavitação em 2 casos. Outros achados endoscópicos foram edema, hiperémia e nodularidade da mucosa (25%). Onze doentes (92%) receberam terapêutica antiviral (duração 26 ± 12 dias). As taxas de mortalidade a 1 mês e a 1 ano foram 16.7 e 25%, respectivamente. Conclusões: A doença por CMV do tracto GI alto pode ocorrer na ausência de imunodeficiência e de imunossupressão. É geralmente sintomática e apresenta com frequência ulceração da mucosa na endoscopia. Associa-se a mortalidade significativa, pelo que o diagnóstico precoce e a instuição adequada de tratamento antiviral são essenciais.

Palavras-chave : Citomegalovírus; Esofagite; Gastrite; Endoscopia.

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