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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545

Resumo

SILVA, Mário Jorge et al. Recomendação de Baveno VI Sobre Evicção da Endoscopia de Rastreio em Doentes com Cirrose: Já Lá Estamos. GE Port J Gastroenterol [online]. 2017, vol.24, n.2, pp.79-83. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000452693.

Introdução: Estudos recentes avaliaram o valor preditivo da elastografia hepática transitória, combinada ou não com contagem plaquetária, para a presença de varizes esofágicas em doentes com cirrose hepática, e foram propostos vários valores de corte. O consenso de Baveno VI afirma que doentes com doença hepática crónica avançada compensada, elastografia hepática <20 kPa e >150,000 plaquetas têm muito baixo risco de varizes com necessidade de tratamento, podendo evitar endoscopia de rastreio. Pretendemos validar esta recomendação numa coorte de doentes cirróticos. Métodos: Análise retrospectiva dos doentes avaliados no Serviço de Gastrenterologia (Centro Hospitalar de Lisboa Central) entre Setembro 2009 e Outubro 2015 com elastografia hepática (FibroScan ® ) compatível com cirrose hepática e análises num intervalo até 12 meses desde a elastografia. Doentes sob propranolol ≥ 80 mg/dia ou carvedilol ≥ 12.5 mg/dia, assim como aqueles com antecedentes de hemorragia variceal, tratamento endoscópico de varizes ou descompensação de cirrose foram excluídos. Validámos a nova recomendação de Baveno VI e explorámos valores de corte alternativos. Resultados: Noventa e sete doentes foram analisados, 76.3% (74/97) homens, idade média 54.3 ± 11.2 anos. A maioria dos doentes (55.7%) não tinha varizes, 14.4% tinha varizes com indicação para tratamento. A maioria dos doentes (78.4%) tinha cirrose relacionada com hepatite C. Se a nova recomendação  de Baveno VI tivesse sido aplicada nesta coorte, a endoscopia de rastreio teria sido evitada em 11.3% (11/97) dos doentes, nenhum com varizes com indicação para tratamento: especificidade 100%, sensibilidade 13.3%, valor preditivo positivo 100% e valor preditivo negativo 16.3% para ausência de varizes com indicação para tratamento. Se a endoscopia de rastreio fosse evitada nos doentes com elastografia hepática <30 kPa e >120,000 plaquetas, teria sido evitada em 27.8% (27/97) destes doentes, nenhum com varizes com indicação para tratamento: especificidade 100%, sensibilidade 32.5%, valor preditivo positivo 100% e valor preditivo  negativo 20% para ausência de varizes com indicação para tratamento. Conclusão: Os novos critérios de Baveno VI identificaram doentes com cirrose compensada e sem varizes com indicação para tratamento, em que se podia ter evitado com segurança a endoscopia de rastreio. São necessários mais estudos para confirmar estes resultados e explorar valores de corte mais ambiciosos, mas seguros.

Palavras-chave : Cirrose hepática; Consenso; Endoscopia; Hipertensão portal; Varizes esofágicas e gástricas; Técnicas de imagem por elasticidade.

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