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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

versão impressa ISSN 2182-5173

Resumo

SANTOS, José Agostinho. Rastreio do cancro prostático: o actual paradigma da medicina centrada na pessoa. Rev Port Med Geral Fam [online]. 2014, vol.30, n.2, pp.122-128. ISSN 2182-5173.

Desde há alguns anos que o rastreio do cancro prostático através do Antigénio Específico da Próstata (PSA) tem emergido, entre a literatura médica, pela discussão em torno da sua razão efectividade/risco. A U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF) fez, em 2012, uma recomendação contra o rastreio do cancro da próstata, concluindo que existe evidência considerável de que este não tem um saldo positivo quanto a vantagens/desvantagens. O impacto das recomendações da USPSTF poderá notar-se na maior atenção disponibilizada pelo médico na actualização quanto às normas produzidas pelas outras sociedades científicas. Parece ser muito relevante que o médico conheça no que a evidência científica se traduz. Os resultados dos ensaios clínicos Prostate, Lung, Colorectal and Ovarian Cancer Screening Trial (PLCO) e European Randomized Study of Screening for Prostate Cancer (ERSPC) constituem a principal evidência, embora ambos apresentem limitações a apontar. De uma análise global destes estudos, sobressai que o número de homens que evitaram a morte por cancro prostático por terem sido submetidos ao rastreio foi reduzido. O primeiro estudo não mostrou qualquer redução da mortalidade [RR = 1,09 (0,87 - 1,36)], enquanto o segundo mostrou que o número de mortes por cancro prostático foi de 5 para 1000 homens no grupo sem rastreio e de 4 para 1000 homens nos submetidos a rastreio [RR = 0,79 (0,68 - 0,91)], após 11 anos de seguimento. Há evidência de que 100 a 200 em 1000 homens rastreados terão um falso positivo, a maioria dos quais será biop-sada. Entretanto, uma grande parte dos doentes com carcinomas prostáticos detectados por rastreio poderá ser submetida a cirurgia, radioterapia ou terapêutica de privação androgénica. Este artigo pretende salientar os aspectos que não recomendam a solicitação sistemática do PSA e favorecem uma abordagem holística que envolva a pessoa na ponderação das questões relativas ao rastreio e do saldo vantagens/desvantagens.

Palavras-chave : Detecção Precoce de Cancro; Rastreio Universal; Neoplasia Prostática.

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