Resumo

MAIA, Maria Adelaide Mansini  e  CASTRO, João Wagner de Alencar. Proposta Metodológica para caracterização da geodiversidade marinha no Atlântico Sul: Cadeia Vitória-Trindade e áreas adjacentes, sudeste do Brasil. RGCI [online]. 2015, vol.15, n.3, pp.293-309. ISSN 1646-8872.  https://doi.org/10.5894/rgci519.

O conhecimento de geodiversidade marinha torna possível a compreensão dos processos geológicos que atuam no domínio marinho, responsáveis por gerar paisagens, interferir nos padrões de circulação das correntes oceânicas e da deposição sedimentar, formar depósitos minerais, desencadear fenômenos causadores do risco geológico e subsidiar ao desenvolvimentoda biodiversidade, dentre outros aspectos. Levantamentos da geodiversidade marinha possibilitam uma visão integrada das dinâmicas e processos geológicos ocorrentes nas margens continentais e bacias oceânicas, podendo oferecer informações fundamentais quanto às adequações e limitações desse meio perante as múltiplas possibilidades de uso. O presente trabalho teve como objetivo desenvolver um modelo, em escala regional, para caracterização da geodiversidade marinha, tendo como área-piloto a Cadeia de Montes Vulcânicos Submarinos de Vitória-Trindade e áreas adjacentes, situada no Atlântico Sul, sudeste do Brasil. A metodologia adotada compreendeu a definição de compartimentos da geodiversidade marinha, em ambiente de sistema de informação geográfica, através da integração e análise de variáveis espaciais resultantes de dados batimétricos, geológicos, geofísicos e de uso e ocupação, disponíveis na literatura e em bancos de dados governamentais e de instituição de pesquisas. Foram definidos 5 compartimentos representativos da geodiversidade da área de estudo, os quais foram atribuídos valores científicos, ambientais, econômicos, educativos e geoturísticos. Dessa análise, resultou a seleção de 13 áreas-chaves representativas de aspectos peculiares da geodiversidade marinha e do patrimônio geológico e potencial de uso a elas associado. As áreas selecionadas incluem registros de interesse científico e educativo sobre a história geológica da abertura do Oceano Atlântico Sul e formação da Margem Continental Brasileira, áreas potenciais de uso voltadas ao geoturismo e aproveitamento mineral. Foram abordadas restrições ao uso relacionado ao risco geológico; ações antrópicas; aspectos legais, tecnológicos e financeiros decorrentes da ocupação desses espaços. As informações obtidas visam subsidiar as ações governamentais brasileiras para o ordenamento do território marinho quanto ao aproveitamento de seus recursos e geoconservação dos aspectos singulares da história geológica brasileira e dos habitats mais suscetíveis. Constitui dessa forma um orientativo para futuros levantamentos da geodiversidade em regiões marinhas.

Palavras-chave : Patrimônio geológico; Paisagens marinhas; Sistema de Informação Geográfica; Planejamento territorial; Zona Econômica Exclusiva Brasileira.

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