SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.15 número2Situação ecológica, socioeconómica e de governança após a implementação do primeiro plano de ordenamento no Parque Marinho Professor Luiz Saldanha (Arrábida, Portugal): I - informações e opiniões dos pescadores índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Revista de Gestão Costeira Integrada

versão On-line ISSN 1646-8872

Resumo

ALMEIDA, Laura Ribas de; AMARO, Venerando Eustáquio; MARCELINO, Ana Maria Teixeira  e  SCUDELARI, Ada Cristina. Avaliação do clima de ondas da praia de Ponta Negra (RN, Brasil) através do uso do SMC-Brasil e sua contribuição à gestão costeira. RGCI [online]. 2015, vol.15, n.2, pp.135-151. ISSN 1646-8872.  https://doi.org/10.5894/rgci532.

Para o planejamento e gestão efetivos da orla marítima, visando a implantação de obras de engenharia para contenção da erosão e a manutenção da linha de praia, é imprescindível o conhecimento dos forçantes hidrodinâmicos atuantes, destacando-se o clima de ondas. No Brasil há uma carência de dados de ondas, que pode ser suprida através de bancos de dados gerados através de modelos numéricos (dados de reanálise e com downscaling), tal como o proposto pela Universidade de Cantábria/Espanha, cuja base de dados de ondas foi disponibilizada para o Brasil através do SMC-Brasil, que visa a transferência dessa base de dados, além de ferramentas e metodologia para uma melhor gestão do litoral brasileiro. Este trabalho utilizou o SMC-Brasil para analisar o clima de ondas da região costeira da praia de Ponta Negra localizada em Natal/RN, Nordeste do Brasil, que possui elevada importância turística, com amplo crescimento e ocupação urbana nas últimas décadas. O ponto selecionado como representativo do regime de ondas incidentes, localizado a uma cota batimétrica de 20m, na latitude 5,8775°S/longitude 35,0301°W, apresenta as seguintes características de clima de ondas: predominância de ondas de leste-sudeste (ESE) em mais de 75% dos estados de mar, seguido de ondas de leste (E=20%), sudeste (SE=3%) e leste-nordeste (ENE=2%). Sazonalmente, a predominância de ondulações provenientes de ESE ocorre em todas as estações do ano, porém no verão (Dezembro a Fevereiro) nota-se o aumento na participação de ondas provenientes de E. A altura de onda significativa (Hs) varia entre 0,5m e 2,8m, com 75% dos estados de mar apresentando ondas inferiores a 1,6m. Ondas com Hs superior a 2,6m apresentam um período de retorno probabilístico de aproximadamente 10 anos. Em relação aos períodos de pico (Tp), os valores variam entre 4s e 20s, sendo que 75% dos estados de mar apresentam Tp inferior a 8s. Ondas com Tp superior a 18s apresentam um período de retorno probabilístico de mais de 10 anos. A análise da distribuição conjunta de Hs-Tp e Hs-Dir mostra que no ponto selecionado as ondas mais frequentes são as com Hs entre 1,3 e 1,7m, Tp em torno de 8s, provenientes da direção em torno de 110°. Na propagação dos casos espectrais verificou-se que a região sul da praia de Ponta Negra (área do Morro do Careca) é protegida da ondulação, alcançada por valores máximos de Hs de cerca de 1,5m em eventos de tempestade. Isso ocorre tanto devido aos efeitos de difração e refração, mais evidentes nas ondulações de ESE e SE, quanto também aos efeitos de perda de energia devido ao fundo marinho deste setor, que apresenta uma batimetria mais suave, sendo mais dissipativa. Deste modo, destaca-se o aumento à exposição das ondas de sul para norte na praia de Ponta Negra, em direção à Via Costeira, com ondas de até 2,5m alcançando a linha de costa em eventos de tempestade. Os resultados deste estudo têm implicações relevantes para a gestão da zona costeira, como subsídio à melhoria do planejamento e gestão da orla, nas tomadas de decisões sobre o uso e ocupação dos terrenos próximos à linha de costa. Sugere-se que modelos similares sejam aplicados em outros locais como base para as ações de intervenção humana, em concordância com os princípios de gestão integrada e sustentável da zona costeira.

Palavras-chave : base de dados de ondas; zona costeira; Sistema de Modelagem Costeira do Brasil.

        · resumo em Inglês     · texto em Português     · Português ( pdf )

 

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons