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Revista de Gestão Costeira Integrada

versão On-line ISSN 1646-8872

Resumo

ANGELELLI, Pierre  e  SAFFACHE, Pascal. Algumas reflexões sobre manguezais nas Pequenas Antilhas. RGCI [online]. 2013, vol.13, n.4, pp.473-489. ISSN 1646-8872.  https://doi.org/10.5894/rgci407.

Nos últimos 30 anos a superfície coberta por manguezais nas Pequenas Antilhas diminuiu vinte por cento. O fenómeno embora generalizado é notável nas Pequenas Antilhas, isto porque devido ao pequeno tamanho destas ilhas os danos nos manguezais podem ter impactos significativos. Neste artigo são abordadas de início algumas questões metodológicas sobre as estatísticas relativas aos manguezais (antes da década 1990 os dados são incompletos e impedem uma boa estimativa da evolução do ecossistema) e divide-se em duas partes. Na primeira parte, recordamos brevemente a importância dos manguezais nas Pequenas Antilhas. Apesar das diferentes características físicas destas ilhas, os manguezais aparecem como uma das características comuns nessas ilhas. Em termos quantitativos, entre 1980 e 2010, o espaço ocupado por manguezais regrediu mais rápido nas Pequenas Antilhas do que a média mundial. Os manguezais foram então rapidamente desclassificado pela sua inacessibilidade e insalubridade. Além disso, privados de suas funções tradicionais foram progressivamente marginalizados relativamente ao desenvolvimento económico e padrões de vida das pequenas economias insulares apesar do seu papel ambiental como ecossistemas prestadores de serviços. Desde os anos 1980, esse papel de prestadores de serviços ecossistémicos fica particularmente evidente em matéria de recursos marinhos e da protecção contra furacões e tsunamis como também para a restauração da qualidade das águas costeiras e da biodiversidade. Na segunda parte deste trabalho, questiona-se sobre o paradoxo enfrentado pelos habitantes das Pequenas Antilhas. Por um lado, eles não podem evitar as principais ameaças naturais nestas áreas húmidas, como a mudança do clima, furacões, terramotos, vulcões e tsunamis. Por outro lado, devido à sua dimensão territorial e política, estas pequenas ilhas devem ser capazes de agir contra ameaças antropogénicas, ou seja locais de desflorestamento, efluentes domésticos, agricultura, urbanização, turismo, etc. Na verdade, as Pequenas Antilhas adoptaram os princípios da protecção dos ecossistemas e a gestão integrada das zonas costeiras (incluindo diversas convenções internacionais nesta área). A política de uso do solo, o planeamento urbano, com base na zona costeira ou próximo aos manguezais estão teoricamente sob controlo público. O paradoxo é que mesmo com normas eficazes e bons resultados na aplicação das mesmas as ameaças antropogénicas sobrepõem-se. São ainda ilustrados alguns exemplos dos danos infligidos aos manguezais nas ilhas independentemente do estatuto político ou a organização administrativa destas. Conclui-se que o caso dos manguezais nas Pequenas Antilhas pode ser uma boa ilustração do problema económico da gestão dos bens comuns. Brevemente, a protecção concedida aos bens depende do valor dos bens. A diminuição contínua das superfícies de mangue (e sua recuperação e protecção) reflecte a falta de reconhecimento de seu valor em todos os sentidos da palavra. Mesmo fora do sistema de economia de mercado, a recuperação e a protecção de manguezais exigem previamente a determinação de seu valor económica explícito.

Palavras-chave : Ilhas do Caribe; bens comuns; manguezais; custo de oportunidade social; zonas húmidas.

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