SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.13 número2Perceção ambiental de estudantes na conservação das tartarugas marinhas em Aveiro, PortugalSustentabilidade da apanha de isco para pesca nos ecossistemas estuarinos: Caso de estudo na Reserva Natural Local do Estuário do Douro, Portugal índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Revista de Gestão Costeira Integrada

versão On-line ISSN 1646-8872

Resumo

FERREIRA, Ana Margarida et al. Impacto da apanha humana nas populações de Mexilhão no período da Páscoa. RGCI [online]. 2013, vol.13, n.2, pp.145-155. ISSN 1646-8872.

Actualmente, devido à conjuntura macro-económica, as zonas costeiras do país estão cada vez mais sujeitas à pressão antropogénica provocada pela apanha de organismos bivalves e marisco no geral. Desde 2010 que a Câmara Municipal de Cascais (CMC) tomou conhecimento da apanha desregrada destes recursos, principalmente no feriado de sexta-feira santa. Neste dia verifica-se a captura de vários quilos de mexilhão (Mytilus galloprovincialis) por centenas de pessoas, o que provoca invariavelmente profundas perturbações na zona Intertidal e torna a sua recuperação muito morosa. A CMC desenvolveu durante o ano de 2011 e 2012 a campanha de sensibilização “Na Páscoa quem paga é o Mexilhão!”, que pretende alertar a população para esta problemática e informar acerca dos limites legais para a sua captura. O objectivo deste trabalho foi analisar o impacto da supracitada campanha de sensibilização nos bancos de mexilhão da zona do Mexilhoeiro (local preferencial de apanha). Realizaram-se amostragens no local durante três anos (2010 a 2012). Em 2010 não se realizou campanha de sensibilização e apenas foi realizada amostragem após a sexta-feira santa, no entanto realizaram-se amostragens em 2011 e 2012 antes e depois da sexta-feira santa. Além da percentagem de cobertura dos indivíduos sobre a rocha, foi medido o comprimento médio dos indivíduos. A análise gráfica subsequente indicou que a percentagem de cobertura de mexilhão tem vindo a diminuir ao longo dos anos. No entanto, um sinal positivo foi registado em 2012, verificando-se um aumento do comprimento médio dos indivíduos, o que poderá indicar uma diminuição da apanha aquando o dia de sexta-feira santa. Os resultados apresentados sugerem que campanhas de sensibilização para informação do público em geral, acompanhadas por um reforço na fiscalização das actividates piscatórias, são efectivas na protecção imediata dos recursos marinhos. Porém, é necessário um esforço contínuo para a manutenção dos resultados alcançados, uma vez que, a simples visitação massiva da zona no Verão pode ter impactos indesejados, que leva invariavelmente à diminuição da extenção dos bancos de mexilhão. Nestes casos a simples proibição da atividade piscatória não é suficiente.

Palavras-chave : Mytilus galloprovincialis; apanha lúdica; Páscoa; Campanha de sensibilização.

        · resumo em Inglês     · texto em Inglês     · Inglês ( pdf )

 

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons