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Angiologia e Cirurgia Vascular

Print version ISSN 1646-706X

Abstract

COELHO, Nuno Henriques et al. Monitorização intraoperatória da anticoagulação em cirurgia vascular - Uma dose cega serve para todos?. Angiol Cir Vasc [online]. 2018, vol.14, n.4, pp.301-306. ISSN 1646-706X.

Introdução: A heparina não fracionada (HNF) tem sido usada há décadas na Cirurgia Vascular como medida para prevenção de fenómenos tromboembólicos. A sua farmacocinética complexa e não linear, associada a grande variabilidade individual, está amplamente documentada. Contudo, a monitorização da anticoagulação não é realizada por rotina em Cirurgia Vascular e uma dose standard é muitas vezes utilizada. O activated clotting time (ACT) tem mostrado ser uma forma simples, confiável e económica de monitorizar o efeito da HNF, sendo usado por rotina durante a cirurgia cardíaca. Contudo, a monitorização da heparinização mantém-se um dilema em Cirurgia Vascular sendo escassos os estudos que enfatizam a importância da monitorização. Objetivos: analisar se uma dose fixa de HNF (5000 UI) usada durante cirurgia arterial resulta numa heparinização adequada e homogénea em todos os doentes. Objetivos secundários: identificar fatores pré-operatórios, eventos intraoperatórios e outcomes que se correlacionem com o valor de ACT obtido. Métodos: Este estudo piloto observacional e prospetivo incluiu 30 doentes consecutivos sujeitos a cirurgia arterial. A monitorização do efeito da HNF foi realizada através de medições seriadas do ACT (antes da clampagem e 3, 30 e 60 minutos após o bólus de heparina). Dados pré-, intra- e pós-operatórios foram também analisados. Dada a inexistência de guidelines ou recomendações concordantes quanto ao valor de ACT adequado para cirurgia arterial, foi tido em conta o menor valor referido nas diversas recomendações analisadas (ACT = 200 s). Resultados: Aos 3 minutos constatou-se um ACT médio de 210.20 ± 28.82 s (1.61 ± 0.25 vezes o ACT basal). Após esta medição verificou-se um declínio para os 191.60 ± 21.86 s e 173.4 ± 21.37 s após 30 e 60 minutos, respetivamente. Três minutos após o bólus de heparina, apenas 53% dos doentes atingiram o ACT alvo, diminuindo esta percentagem para um terço aos 30 minutos e apenas 7% aos 60 minutos. Mesmo quando ajustada ao peso, não se verificou uma correlação estatisticamente significativa entre a dose de heparina (UI/Kg) e o ACT medido após o bólus (r = 0.187; p = 0.322). Também não se constatou uma correlação entre os valores de ACT obtidos e os valores pré-operatórios de hemoglobina, plaquetas, clearance de creatinina e INR. Verificou-se uma correlação positiva entre o valor de aPTT pré-intervenção e os valores de ACT (r = 0.432; p = 0.017). Não foi constatada diferença entre os valores de ACT obtidos e a toma prévia de antiagregantes e anticoagulantes, bem como não houve diferença entre os valores de ACT alcançados e as perdas sanguíneas intraoperatórias. Conclusão: Este estudo vem demonstrar que, quer um regime de heparinização baseado numa dose fixa quer baseado no peso do doente, são insuficientes para proporcionar uma anticoagulação adequada sugerindo que a heparinização intraoperatória deve ser monitorizada e guiada pelos valores de ACT obtidos. São necessários mais estudos para definir as reais implicações desta monitorização, os seus benefícios e as ações necessárias perante um determinado valor de ACT obtido.

Keywords : Heparina não fracionada; Monitorização intraoperatória da anticoagulação; Activated clotting time; Cirurgia vascular.

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