Resumo

AVILA, Lazslo; DONATI, F.  e  CORDEIRO, J.A.. O que se perde quando a psicossomática é substituída pela somatização?. Psic., Saúde & Doenças [online]. 2012, vol.13, n.1, pp.130-141. ISSN 1645-0086.

Revisão crítica das publicações científicas dos últimos cinco anos visando identificar os principais temas vinculados à psicossomática e à somatização, com o propósito de analisar o significado das tendências manifestadas por esses temas e sua distribuição. Revisão sistemática dos resumos publicados nos bancos de dados MEDLINE, LILACS e SciELO, de 2004 a 2008, utilizando o MeSH, vocabulário estruturado proposto pela National Library of Medicine, e estabelecendo 38 categorias de conteúdo para a classificação dos artigos. Análise estatística do principal componente foi realizada para indicar a ordem estruturante dos temas.Encontramos uma expressiva predominância do uso do termo "somatização", particularmente no MEDLINE, com uma acentuada tendência de substituir "psicossomática" e um predomínio da psiquiatria sobre as outras especialidades ou abordagens. Muitas perspectivas distintas sobre os fenômenos psicossomáticos estão se tornando progressivamente menos significativas, com uma concentração dos temas de pesquisa em apenas quatro grandes agrupamentos de categorias: 1) ‘psiquiatria + psicossomática’; 2) ‘psiquiatria - psicossomática’; 3) ‘especialidades médicas + tratamento - subjetividade + escalas + psicossomática -psiquiatria’ and 4) ‘psiquiatria × especialidades médicas + subjetividade  + psicossomática + psiquiatria  × psicossomática - psiquiatria’.Demonstramos que a tendência subjacente da pesquisa contemporânea é a de erradicar o prefixo "psico" dos estudos psicossomáticos, com a expressão remanescente "somatização" tornando-se cada vez mais indicativa de um ponto de vista estritamente biológico, fisiológico e positivista.

Palavras-chave : Classificação; Medicina Psicossomática; Psicossomática; Somatização; MeSH; Análise do Principal Componente.

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