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Ex aequo
versão impressa ISSN 0874-5560
Resumo
COELHO, Salomé. Por um feminismo queer: Beatriz Preciado e a pornografia como pre-textos. Ex aequo [online]. 2009, n.20, pp.29-40. ISSN 0874-5560.
Com a emergência de feminismos dissidentes, o sujeito político do feminismo hegemónico é colocado sob suspeita. Se, até então, para o feminismo hegemónico a categoria de mulher era relativamente estável, incorporando e subentendendo um sujeito político biologicamente mulher, ocidental, de classe média, branca e heterossexual (silenciando subjectividades outras), com as críticas introduzidas pelos feminismos dissidentes esta categoria universal e naturalizada será alvo de profundos descentramentos ou des-territorializações. Tais des-territorializações (sejam discursivas, geográficas ou biopolíticas/no próprio corpo) surgem, entre outros, de discursos críticos do pós-modernismo, pós-feminismos, feminismos negros (Black Feminism), pós-coloniais e de teóricos gays e teóricas lésbicas, trabalhadoras/es sexuais ou actrizes porno que vêm iluminar - com categorias como raça, etnia, orientação sexual, heteronormatividade - a complexidade e multiplicidade de opressões. Tendo como pretexto a(s) teoria(s) da sexualidade de Beatriz Preciado (2002) lançada(s) no Manifiesto contra-sexuale recorrendo às discussões sobre pornografia nos movimentos feministas, este artigo pretende ser um pré-texto da confrontação reflexiva reclamada, aos feminismos, pelos desafios colocados pelas abordagens queer
Palavras-chave : tecnologias (hetero)sexuais; feminismos; abordagens queer; contra-sexualidade; (pós)pornografia.