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Etnográfica

versão impressa ISSN 0873-6561

Resumo

LOPES, Gabriel Rodrigues. Lapigados: a diferença como antídoto para o cativeiro do Um. Etnográfica [online]. 2020, vol.24, n.2, pp.527-550. ISSN 0873-6561.  https://doi.org/10/4000/etnografica.9188.

Este artigo descreve e analisa o modo de existência “intensional” de um coletivo de pessoas com o dom na região da caatinga da Bahia (Brasil). O dom singulariza rezadores/as (curandeiros/as e/o feiticeiros), adivinhos/as, vedores e raizeiros e os diferencia entre si e de si mesmos ao longo do tempo. A esses “sabidos” atribui-se um conceito de adscrição, “lapigado”: termo nativo engendrado a partir da relação curandeiro - espírito aliado (guia) - etnógrafo, em que a “relação” é anterior aos termos. Ou seja, a existência pressuposta da relação gente-divindade dá sentido a esse “encontro” e permite a “invenção” de um conceito em minha presença, a partir e por causa de minha prática etnográfica - uma variação possível da prática nativa de “rastejar” evidências. Isto porque, segundo o rezador Capuxo, também sou lapigado, um nativo da caatinga que atualizou seu dom na ciência antropológica. Lapigado é um conceito recursivo, intensivo e perspectivista, permite o movimento da diferença (rezador devém-vedor, por exemplo), sua deriva autoinscriptiva não elimina a singularidade em nome do “grupo”, nem neutraliza a agência de alteridades. Por fim, o modo de existência desses caatingueiros propõe que abandonemos la “certeza” do sertanejo a favor do “possível” na antropología lapigada.

Palavras-chave : lapigado; caatinga; devir; experiência; teoria etnográfica.

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