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Jornal Português de Gastrenterologia

versão impressa ISSN 0872-8178

Resumo

SOUSA, Ana Lúcia et al. Azatioprina na doença inflamatória intestinal: fatores preditivos da resposta sustentada a longo prazo. J Port Gastrenterol. [online]. 2014, vol.21, n.4, pp.147-154. ISSN 0872-8178.  https://doi.org/10.1016/j.jpg.2014.05.002.

Introdução: A azatioprina (AZA) é uma opção terapêutica de manutenção na doença inflamatória intestinal (DII). Contudo, os fatores que influenciam ou predizem a sua resposta são pouco conhecidos. Objetivo: Avaliar os fatores preditivos de sucesso terapêutico da AZA a longo prazo. Métodos: Análise retrospetiva de todos os doentes com DII seguidos no nosso hospital medicados com AZA (2-2,5 mg/Kg/dia) por doença corticodependente ou corticorrefratária e, na doença de Crohn (DC), por comportamento fistulizante ou após cirurgia. Registámos o tipo de doença (DC/colite ulcerosa [CU]/DII indeterminada), parâmetros clínicos, parâmetros laboratoriais (PL) - leucócitos, PCR, hemoglobina, plaquetas e VGM - antes e aos 3 meses de tratamento, bem como terapêutica concomitante com 5-ASA e corticoide. O tratamento foi considerado eficaz quando os doentes mantinham o controlo da doença por critérios clínicos/endoscópicos, com manutenção da AZA ou com cessação da mesma após 3 meses de tratamento, e sem necessidade de escalar a terapêutica. Excluímos os doentes com intolerância à AZA nos primeiros 3 meses e os tratados concomitantemente com agentes biológicos. Resultados: Setenta e dois doentes (37 mulheres e 35 homens); idade média de 38,0±13,8 anos; 35 doentes com DC, 34 com CU e 3 com DII indeterminada. Duração média de tratamento com AZA de 35,1±30,6 meses. A AZA foi eficaz em 48 doentes (66,7%). A idade no início da AZA prediz o sucesso terapêutico (R = 0,303, p = 0,019). O sexo, o tipo de doença e os PL antes do tratamento não tiveram relação com a eficácia. Aos 3 meses de tratamento, os PL mostraram relação com o sucesso terapêutico a longo prazo: leucócitos (r = -0,295, p = 0,013), PCR (r = -0,332, p = 0,005), hemoglobina (r = 0,307, p = 0,010), plaquetas (r = -0,360, p = 0,003) e VGM (r = 0,255, p = 0,047); no seu conjunto os PL predizem a eficácia (R = 0,517; p = 0,005). Existe associação entre a localização da CU (r = -0,381; p = 0,026), o tempo de tratamento concomitante com 5-ASA (r = 0,258, p = 0,029) e a suspensão de corticoides (r = 0,265, p = 0,04) com a eficácia do tratamento. Conclusão: O tratamento com a AZA foi eficaz na maioria dos doentes com DII. A idade avançada no início da terapêutica e os PL aos 3 meses foram preditivos de resposta sustentada da AZA.

Palavras-chave : Doença inflamatória intestinal; Azatioprina; Eficácia do tratamento.

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