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Portuguese Journal of Nephrology & Hypertension

versão impressa ISSN 0872-0169

Resumo

PEGO, C et al. Leishmaniose visceral: um diagnóstico inesperado na avaliação de uma pancitopenia num doente transplantado renal. Port J Nephrol Hypert [online]. 2013, vol.27, n.2, pp.119-123. ISSN 0872-0169.

O estudo etiológico das citopenias nos doentes submetidos a transplante de órgãos sólidos constitui um desafio dada a multiplicidade de causas subjacentes: infeções, toxicidade medular induzida por fármacos ou doença hematológica. A leishmaniose visceral (LV) é uma doença endémica em diversas regiões do globo, sendo, contudo, uma complicação rara após a transplantação renal (TR) (menos de 100 casos descritos na literatura). Os autores descrevem o caso de um doente do sexo masculino, 57 anos, transplantado renal, internado na unidade de TR 17 meses após o transplante por síndrome febril e pancitopenia grave. O doente apresentava leucopenia e trombocitopenia com 2 meses de evolução e de agravamento progressivo, apesar da suspensão da terapêutica potencialmente mielotóxica e queixas de astenia, sudorese nocturna e perda ponderal. Ao exame objectivo encontrava-se febril, com palidez muco-cutânea e esplenomegalia. O estudo laboratorial inicial revelou leucócitos 1,1 x109/l, plaquetas 68 x109/l, hemoglobina 10,3 g/dl, creatinina 1,48 mg/dl e proteína C reactiva 9,72 mg/dl e a ecografia abdominal confirmou a existência de esplenomegalia. Realizada punção aspirativa de medula óssea e iniciada terapêutica antibiótica empírica sem melhoria clínica. O estudo analítico adicional foi inconclusivo: culturas de sangue e de urina negativas, sem evidência de infeção por citomegalovírus, parvovírus B 19, VIH, vírus da hepatite B ou C. Excluídas massas tumorais e adenopatias por tomografia computorizada. Apesar da inexistência de um contexto epidemiológico óbvio, o exame de medula óssea revelou presença de amastigotas de Leishmania spp. Iniciada anfotericina B lipossómica (4 mg/Kg/dia; total de 10 administrações) com registo de melhoria clínica e laboratorial a partir do 2º dia de tratamento. A LV é uma infeção potencialmente fatal se o tratamento adequado não for instituído/iniciado tardiamente. Apesar de constituir uma complicação infeciosa rara após a TR, os autores destacam a importância da sua inclusão no diagnóstico diferencial de pancitopenia febril neste grupo de doentes.

Palavras-chave : Anfotericina B lipossómica; leishmaniose visceral; pancitopenia; transplantação renal.

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