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Revista Portuguesa de Saúde Pública

versão impressa ISSN 0870-9025

Resumo

SHAPOVALOVA, Olena et al. Tuberculose latente em profissionais de saúde: concordância entre 2 testes diagnósticos. Rev. Port. Sau. Pub. [online]. 2016, vol.34, n.1, pp.3-10. ISSN 0870-9025.  https://doi.org/10.1016/j.rpsp.2015.06.005.

O diagnóstico de tuberculose latente (TL), designadamente em profissionais de saúde, tem sido efetuado ao longo dos anos através da prova de tuberculina (PT). Mais recentemente, surgiram os testes Interferon‐¿ Release Assays (IGRA) que, ao contrário da PT, não positivam com a vacina Bacillus Calmette‐Guérin (BCG) nem com a maioria das micobactérias não tuberculosas. Na ausência de um gold standard para o diagnóstico de TL, o objetivo deste estudo consistiu em analisar a concordância entre as 2 técnicas de diagnóstico da TL, através da determinação do coeficiente Kappa e da taxa de concordância entre a PT e o teste IGRA em profissionais de saúde de um hospital central universitário português. Trata‐se de um estudo transversal, retrospetivo, em que se efetuou a análise dos registos das PT e dos testes IGRA realizados em simultâneo (até 15 dias de intervalo) no serviço de saúde ocupacional, em 2010 e 2011 (n = 137). A grande maioria tinha efetuado BCG e 44,5% tinham efetuado 2 ou mais inoculações. O diâmetro médio da PT foi de 17,5 mm (DP 4,3). Apenas 2 profissionais apresentaram PT < 10 mm, sendo o teste IGRA negativo. Dos 135 participantes com PT positivo, apenas 53 (39,3%) apresentaram também o teste IGRA positivo. O nível de concordância entre a PT e o teste IGRA foi determinado através do coeficiente Kappa. Respetivamente, para um cut off da PT de 10, de 15 e de 20 mm, os níveis de concordância foram de 0,019 (p = 0,26), 0,19 (p = 0,001) e de 0,26 (p = 0,003). As taxas de concordância foram, respetivamente de 40, 54 e 65%. Verificou‐se que a concordância entre os 2 métodos aumentou quando o cut off para a PT também aumentou. Contudo, seria expectável uma taxa de concordância mais elevada para cut off‘s de 15 mm e, sobretudo, de 20 mm, uma vez que a vacina BCG administrada na infância habitualmente induz respostas menores. É possível que a existência de mais do que uma inoculação de BCG na amostra estudada, especialmente depois da infância, possa ser responsável pela baixa concordância entre os 2 métodos, não se podendo também excluir a possibilidade de falsos negativos do teste IGRA. Na decisão de tratar TL, é necessário ter em consideração as limitações de ambos os testes e o seu nível de concordância, devendo ainda ser ponderados fatores individuais, ocupacionais e epidemiológicos.

Palavras-chave : Tuberculose latente; Profissionais de saúde; Prova tuberculínica; Testes in vitro de libertação do interferão‐gama; Tuberculose.

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