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Revista Portuguesa de Saúde Pública

versão impressa ISSN 0870-9025

Resumo

AZAMBUJA, Mariana Ruwer de  e  NOGUEIRA, Conceição. Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública?. Rev. Port. Sau. Pub. [online]. 2010, vol.28, n.1, pp.57-65. ISSN 0870-9025.

Objectivo: Em Portugal, desde a década de 1990, diversas iniciativas vêm sendo adoptadas a fim de lidar com o problema da violência contra mulheres, o qual é reconhecido pela OMS e outras organizações internacionais como um grave problema de saúde pública. As fontes oficiais de informação confirmam um aumento no registo de casos, facto que representa, mais do que um aumento na incidência, uma maior visibilidade do fenómeno. Considerando a Revista Portuguesa de Saúde Pública (RPSP) como a publicação mais importante de sua especialidade no contexto nacional, o estudo pretende mapear os discursos circulantes na RPSP sobre a violência contra mulheres. Tipo de estudo: Observacional, transversal e exploratório. Universo: Todas as edições da Revista Portuguesa de Saúde Pública disponíveis no sítio informático da Revista, na altura do estudo (Outubro de 2007), o que corresponde ao período compreendido entre os anos 2000 e 2007, totalizando 19 edições e 169 artigos. Metodologia: Revisão sistemática de todos os artigos da RPSP quanto à presença ou ausência do descritor «violência», efectuada através da ferramenta «localizar» do programa Adobe Acrobate Reader. Para a análise dos dados e discussão dos resultados, foram utilizadas a Análise Temática e a Análise Crítica de Discurso. Resultados: Dentre todos os artigos analisados (169), em apenas 24 (14,2%) foi encontrado o descritor «violência». Todavia, nenhum destes abordava a violência doméstica, seja praticada contra mulheres, crianças ou idosos. Conclusões: O estudo constatou que, apesar de utilizarem a palavra «violência», nenhum artigo da RPSP abordou a violência vivida por mulheres no contexto de relacionamentos íntimos e, tampouco, aquela praticada no contexto doméstico contra crianças, adolescentes, idosos ou pessoas portadoras de deficiências. Tal constatação nos leva a concluir que a violência doméstica/familiar não tem sido considerada como um problema de Saúde Pública na Revista Portuguesa de Saúde Pública, apesar das diversas orientações da OMS a este respeito e, mesmo, de normativas nacionais (tal como o Plano Nacional de Saúde 2004-2010 ou os três Planos Nacionais contra a Violência Doméstica). Encerramos com algumas indicações de possibilidades para que, no futuro, a violência contra mulheres seja integrada às reflexões da Saúde Pública portuguesa.

Palavras-chave : violência contra mulheres; clínica geral; saúde pública; análise de discurso.

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