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Análise Psicológica

 ISSN 0870-8231

DIAS, Ana Rita; MACHADO, Carla; GONCALVES, Rui Abrunhosa    MANITA, Celina. Repertórios interpretativos sobre o amor e as relações de intimidade de mulheres vítimas de violência: Amar e ser amado violentamente?. []. , 30, 1-2, pp.143-159. ISSN 0870-8231.

^lpt^aO presente estudo procura compreender como as mulheres vítimas de violência falam sobre o amor e as relações de intimidade e como experienciam e significam o fenómeno da violência sofrida. Explora-se também o recurso à violência por parte destas mulheres, em que contextos o fazem e como significam a violência perpetrada. O estudo envolve 12 mulheres vítimas de violência, de diferentes grupos etários e com diferentes trajectórias de vida, com as quais se conduziu uma entrevista individual acerca da história de amor da sua vida. Conclui-se que tanto os relatos de vitimação como os de perpetração se inscrevem em discursos socioculturais mais amplos sobre o amor e as relações de intimidade - que sustentam a vitimação sofrida no feminino e limitam a agressividade feminina. Concluímos que a violência feminina assume características idiossincráticas e tem implicações práticas diferentes, relacionadas com as desigualdades e assimetria de género, não havendo similaridade na violência entre homens e mulheres na intimidade. A agressividade feminina surge como estratégia para lidar com a adversidade, no sentido de conseguir algum controlo sobre a relação e o sentido de si próprias, revelando a capacidade de luta, sobrevivência e resiliência destas mulheres.^len^aThe present study focus both women’s victimization experience and on women’s violence against partner. We aim at addressing their discourse about love and intimacy and at understanding how women conceptualize and experience violence. The study involved 12 women with whom we conducted an individual interview about their lives’ love story. We conclude that both the reports of victimization and perpetration fall on broader socio-cultural discourses about love and intimate relationships that support female victimization and restrict female aggressiveness. We conclude that female violence had idiosyncratic characteristics and different practical implications, related to gender inequalities and asymmetry, differentiating male and female intimate violence. Female aggression emerges as a strategy to deal with adversity in order to gain some control over the relationship and some sense of themselves, revealing the capacity to struggle, survival and resilience of these women.

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