26 3 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Análise Psicológica

 ISSN 0870-8231

TORRES, Nuno; SANTOS, António J.    SANTOS, Orlando. Qualidade da vinculação ao pai e à mãe e o desenvolvimento da amizade recíproca em crianças de idade pré-escolar. []. , 26, 3, pp.435-445. ISSN 0870-8231.

^lpt^aEstudos empíricos demonstraram que as crianças com uma vinculação mais segura com as figuras parentais são mais capazes de co-construir relações significativas com os pares, e que os relacionamentos afiliativos das crianças (em particular as amizades) parecem ter um grande impacto no desenvolvimento social ao longo da vida. Grande parte dos estudos têm-se centrado sobretudo na relação de vinculação com a mãe e não é claro qual o papel da vinculação com o pai no estabelecimento de relações próximas com os pares. O presente estudo examinou as relações entre a segurança da vinculação à mãe e ao pai aos 2,5 anos e o número de amizades da criança aos quatro anos. Participaram neste estudo 35 díades mãe-criança e pai-criança de famílias bi-parentais. A idade inicial das crianças variou entre 29 e 38 meses (M=31.75; DP=2.56), 23 eram raparigas. Ambos os progenitores trabalhavam fora de casa e as famílias pertenciam a um nível socio-económico médio. Para avaliar a segurança dos comportamentos de vinculação com ambos os pais foi utilizada a versão portuguesa do Attachment Behavior Q-Set (AQS) (Waters, 1995) aos 2,5 anos de idade. Para avaliar o número de amizades foram usadas duas técnicas sociométricas aos quatro anos de idade: 1) Método das Nomeações: (McCandless & Marshall, 1957), e 2) Escala de Apreciação (Asher, Singleton, Tinsley, & Hymel, 1979). Os resultados demonstraram uma consistência significativa nos comportamentos de base-segura da criança com os dois progenitores (r=.47, p<.05), e a uma correlação positiva entre comportamentos de base-segura com o pai e o posterior numero de amizades recíprocas da criança (r=.43, p<.05), o que sugere a existência de um efeito da interacção específica com o pai no estilo relacional da criança com os pares. Discutem-se os resultados argumentando que a vinculação segura ao pai pode ser uma condição necessária para o desenvolvimento de competências específicas na gestão da rede social das crianças em idade pré-escolar.^len^aAttachment research suggests that children with secure attachments are more able to construct meaningful relationships with peers. Few studies, however, have attempted to map early attachment security to the formation and maintenance of preschool friendships. Special attention has been paid to affiliative relationships (particularly friendships) because these are presumed to be of special importance with respect to a number of developmental outcomes and social adjustment indices. The present study examined the relations between mother-child and father-child attachment relationships and the number of child preschool friendships. Thirty-five mother/child and father/child dyads from bi-parental families participated in the study. Children were between 29 and 38 months of age (M=31.75; SD=2.56), all Caucasian, 23 were girls. 24 were firstborn and 31 had siblings. Both parents were employed outside home, and families are from middle class status according to local community standards. The AQS (Waters, 1995) was used to measure the organization of children’s secure base behavior with both parents at 2,5 years of age. Subsequently, two sociometric measures were used at 4 years of age: 1) Nominations (Marshall & McCandless, 1957), a standard measure composed of attributions of positive and negative nominations, and 2) Rating-scale (Asher, Singleton, Tinsley, & Hymel, 1979). The correlation between the independent AQS scores for fathers and mothers was positive and reached significance levels, (r=.47, p<.05). Thus, there was consistency in child secure base behavior across visits with each parent. There was a significant positive correlation between secure base behavior with fathers and the number of reciprocal friendships (r=.43, p<.05). In the present study secure children with fathers tend to have more reciprocal friends, a result that may indicate the existence of a distinct relational effect of father’s style of interaction.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License