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Análise Psicológica

 ISSN 0870-8231

VERISSIMO, Manuela; MONTEIRO, Lígia; VAUGHN, Brian E.    SANTOS, António J.. Qualidade da vinculação e desenvolvimento sócio-cognitivo. []. , 21, 4, pp.419-430. ISSN 0870-8231.

^lpt^aO presente estudo aborda as implicações da qualidade da relação de vinculação no modo como a criança conceptualiza e raciocina sobre o mundo social. Os investigadores que trabalham na área da vinculação defendem que o pensamento social da criança reflecte diferentes internalizações de aspectos das primeiras interacções. Os participantes do estudo foram 50 díades mãe-criança, do distrito de Lisboa, Portugal. A média de idade das crianças era de 41 meses, sendo 27 raparigas e 23 rapazes. As idades das mães variavam entre os 27 e ao 42 anos (α = 32,26; dp = 4.34). As crianças passavam em média 6.80 horas no Jardim-de-infância. As famílias pertenciam à classe social média de acordo com os padrões portugueses. Foi pedido às mães que completassem-se o Attachment Q-Set (Waters, 1995), com vista a analisar a qualidade da relação de vinculação. O pensamento social das crianças foi avaliado através da Bateria de Provas Sócio-cognitivas de Strayer, Gravel, Pagé, e Biazutti (1994). Dois investigadores analisaram o conteúdo do discurso das crianças (Pearson .89). As medidas do pensamento social utilizadas foram a compreensão pró-social, a descentração cognitiva e a descentração afectiva. Através da análise hierárquica de clusters, e com base nas representações maternas foram identificados três grupos de crianças com estilos de vinculação significativamente diferentes. Estes resultados estão, até certo ponto, de acordo com a taxonomia proposta por Ainsworth. Com base nos três grupos de crianças identificados pelas mães, ou seja, o Grupo Seguro, o Grupo Inseguro-Resistente e o Grupo Inseguro-Evitante analisou-se através de uma Análise de Variância a Compreensão Pró-social e a Descentração Cognitiva e Afectiva dos referidos grupos. A nível da Compreensão Pró-social Global não se verificaram diferenças significativas entre os 3 grupos, tal como na Compreensão Pró-social - Resposta. Contudo, na Compreensão Pró-social - Justificação foram encontradas diferenças significativas entre os grupos (f (49, 2)=5.045, p<0.010). Na Descentração Cognitiva Global observaram-se diferenças significativas entre os 3 grupos de crianças (f (48, 2)= 9.073, p<0.000). Na Descentração Cognitiva - Resposta, também se verificaram diferenças significativas entre os 3 grupos de crianças (f (49, 2)=4.749, p<0.13). Na Descentração Cognitiva - Justificação encontraram-se diferenças significativas entre os grupos (f (48, 2) =11,721, p<0.000). Através de uma Análise de Variância não foram encontradas diferenças significativas entre os três grupos para a Descentração Afectiva Global (F (49, 2)=1,959, p<0.152). Contudo, uma análise Post-Hoc permitiu verificar que existiam diferenças significativas entre os Grupo Seguro e Inseguro Evitante (p>0.05). Os resultados obtidos neste estudo suportam estudos prévios que afirmam que a expressão e compreensão das emoções de crianças, em idade pré-escolar, estão relacionadas com as interacções e a relação estabelecida entre a figura de vinculação durante os períodos da primeira e segunda infância (Denham, 1997; Denham & Couchoud, 1990; Denham, Zoller & Couchoud, 1994).^len^aCognitive theories suggest that children's social thought is organized in terms of role taking skills and the understanding of psychological states of others. Researchers working on attachment argue that children's social thought reflects differential internalisation of aspects of early interaction. Our research examined the relations between patterns of children's social thought and quality of attachment relationships. The participants were 50 mothers and their children, from Lisbon, Portugal. Children mean age level was 41 months, 27 girls, and 23 boys. Mothers' age ranged from 21 to 42 years (M=32,26, SD=4.34) Children spend in average 6,80 hours in school. All the families were from middle class for Portuguese standards. Mothers were asked to complete the Attachment Q sort (Watters, 1987). Children's social thought was evaluated through their social interpretations of several vignettes. Two coders analysed the content of children's discourse (Pearson correlations .89). Measures of social thought were Prosocial Reactivity, Cognitive decentration and affective decentration. Cluster analyses of obtained Q profiles revealed three distinct types of attachment relationships. Results showed that secure children used more prosocial reactivity, and cognitive decentration that insecure children. These findings suggest that quality of attachment empowers and constrains child's adaptation and understanding of their social world and the acquisition of subsequent social skills.

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