17 2Learning complex historical knowledge at high school: The role of working memory 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Análise Psicológica

 ISSN 0870-8231

LOURENCO, Orlando. O perigo das palavras: Uma lição de Wittgenstein para psicólogos e educadores. []. , 17, 2, pp.253-263. ISSN 0870-8231.

Psicólogos e educadores esquecem com frequência a mensagem profunda contida na ideia de Wittgenstein de que «devemos passar em silêncio sobre aquilo de que não sabemos falar». Nesta apresentação, eu mostro que os psicólogos (e os educadores) tendem a cair (a) na falácia dos alquimistas (i.e., a usar termos obscuros pensando que assim obtêm um insight mais profundo); (b) na falácia do médico de Molière (i.e., a recorrer araciocínio tautológico e circular; (c) na falácia do «hipopótamo que falta» (i.e., a acrescentar aditamentos a uma proposição inicial que não pode ser verificada nem refutada); (d) na falácia de Van Helmont (i.e., a não levar em conta factores desconhecidos cuja influência é marcante); e (d) na falácia dos sentidos Pickwickianos (i.e., a assumir que os seus alunos ou sujeitos de pesquisa atribuem a vários termos o mesmo sentido que eles lhes atribuem). Em consequência destas falácias, o campo da Psicologia (e das Ciências da Educação) está poluído com muitas publicações e distorções indesejáveis, confusões conceptuais inaceitáveis, e uma mistura de jogos de linguagem que deixa sem fundamento muitos dos seus conceitos. Para remediar este estado de coisas, psicólogos (e educadores) precisam de aprender a lição que há um tempo e um lugar para as palavras, mas também um tempo e um lugar para o silêncio. Além de apelar para um exercício de rigor no trabalho científico (e pedagógico), a mensagem de Wittgenstein contém uma dimensão ética que interessa explorar e pôr em prática.

: Falácias; psicologia; educação.

        ·     ·     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License