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Silva Lusitana

versão impressa ISSN 0870-6352

Resumo

FOX, Xenia  e  DEIL, Ulrich. Distribuição Geográfica, Ecologia e Estrutura Populacional de Euphorbia monchiquensis um Endemismo do Sul de Portugal. Silva Lus. [online]. 2004, vol.12, n.1, pp.25-42. ISSN 0870-6352.

A Euphorbia monchiquensis, incluída no bem disseminado e eurióico complexo de E. paniculata, é um táxone acidófilo, endémico do Sul de Portugal. Para avaliar a vulnerabilidade deste táxone em relação a perturbações e alterações no uso do solo, estudou-se a sua distribuição, dimensão da população, exigências ecológicas e valor cenológico na Serra de Monchique, uma região montanhosa do Algarve. A colheita de dados decorreu entre Abril e Julho de 2001. A distribuição bastante regular dos ramos deste arbusto permite determinar a idade dos indivíduos através da arquitectura da planta, e consequentemente o estudo da estrutura demográfica de um modo não destrutivo. Na Serra registaram-se 1618 indivíduos, integrados em 46 populações. 88% estavam em floração. A Euphorbia monchiquensis é rara relativamente à distribuição geral. Apresenta um padrão bimodal em relação à altitude e cenologia. A maioria das populações concentra-se nas zonas mais húmidas de média altitude e no noroeste mais chuvoso da Serra. Algumas populações ocorrem nas baixas secas, ligadas a maciços arbustivos ripícolas. A planta necessita de boa disponibilidade hídrica mas não necessita de ensombramento. No seu limitado nicho bioclimático, este arbusto tem uma certa capacidade de recolonização e não é muito sensível a perturbações. As brenhas húmidas de Euphorbio monchiquensis-Quercetum canariensis são apenas uma das localizações preferidas. O espectro cenológico engloba montados de sobro, povoamentos de Castanea sativa, plantações de Eucalyptus, comunidades rasteiras (Lonicero--Rubetum, Rubo-Nerietum), franjas de Origanum virentis, prados abandonados e bordas das estradas. Foi neste tipo de habitats secundários, com perturbação esporádica, que muitas das plantas jovens se fixaram. Foram encontradas muito poucas plântulas. A maioria das populações amostradas ronda a meia idade, outras são já velhas. Não conseguimos encontrar uma correlação entre a qualidade do habitat, o esforço reprodutivo e a eficiência da regeneração. Conseguimos distinguir quatro morfotipos de inflorescências. À medida que a idade avança, a arquitectura da inflorescência torna-se mais complexa. A Euphorbia monchiquensis não é uma espécie em risco, mas é uma espécie vulnerável. Pode ser ameaçada pela plantação de eucaliptos e pelo alastrar espontâneo da Acacia dealbata. Para que se possa enfrentar com segurança o risco de extinção, teremos que estudar mais aspectos do seu ciclo de vida, características do banco de sementes e comportamento reprodutivo.

Palavras-chave : Serra de Monchique; reprodução; idade; arquitectura da planta; conservação; biologia; uso do solo.

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