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Silva Lusitana

versão impressa ISSN 0870-6352

Resumo

MULLER, Jonas  e  DEIL, Ulrich. Ecology and Population Structure of Two Heathland Species, Endemic in Southern Portugal. Centaurea crocata and Centaurea fraylensis (Asteraceae). Silva Lus. [online]. 2002, vol.10, n.2, pp.151-170. ISSN 0870-6352.

Estudou-se a distribuição, sociologia e dimensão das populações de Centaurea crocata e C. fraylensis na Serra de Monchique, zona montanhosa interior do Algarve. Esta é a principal área de distribuição destas espécies. Foram colhidos dados de campo entre Abril e Julho de 1998. Efectuaram-se 51 inventários fitossociológicos em todos os tipos de habitat onde estas espécies ocorrem. Para analisar a estrutura das populações, mediram-se parâmetros morfométricos vegetativos (altura da planta, diâmetro da roseta, diâmetro do colo da raíz), respectivamente, em 434 e 296 indivíduos. Todo o estudo se restringiu a observações sem colheita. As espécies estudadas distribuem-se apenas pelas encostas Norte e Oeste da serra, mais húmidas. A C. crocata apresenta uma amplitude ecológica maior do que a C. fraylensis, no que respeita ao número de populações (38; 19), altitude (290-840 m. s. m.; 300-500 m. s. m.), substracto (xistos e sienitos; apenas xistos) e distribuição total. Ambas as espécies são características de Querco-Stauracanthetum, um tipo de vegetação original das cadeias montanhosas expostas ao vento, em solos delgados, na cintura mesomediterrânica. Estas espécies de Centaurea têm, antes de mais, uma estratégia de sitters, pois rebentam de toiça, após fogo, a partir da sua raíz napiforme. A sua estratégia reprodutiva de regeneração assenta na propagação vegetativa. Se existirem populações vitais nas proximidades, estas espécies conseguem colonizar bermas de estrada, caminhos florestais, aceiros e plantações de Eucalyptus em socalcos. Surgem aí associadas a comunidades basais de Ericion umbellatae. O carácter pioneiro da C. crocata é mais óbvio do que o da C. fraylensis. A grande variabilidade dos vários parâmetros vegetativos medidos não permite retirar conclusões acerca da estrutura etária das populações estudadas, nem estabelecer correlações entre a estrutura das populações e o habitat. Ambas as espécies devem ser consideradas potencialmente ameaçadas pelas actuais alterações do uso do solo que se observam na serra. Finalmente, são apontadas algumas lacunas no conhecimento da biologia reprodutiva destas espécies, assim como tópicos para investigação futura e reforço das medidas de conservação das mesmas.

Palavras-chave : Serra de Monchique; Ericion umbellatae; fitossociologia; biologia populacional; reprodução; conservação; plantas ameaçadas.

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