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Revista Diacrítica
versão impressa ISSN 0807-8967
Resumo
PAIVA, Daniel. Fronteira e contacto em O Meu Nome é Legião. Diacrítica [online]. 2013, vol.27, n.3, pp.183-201. ISSN 0807-8967.
Este ensaio pretende rever as relações pós-coloniais presentes na obra O Meu Nome é Legião, de António Lobo Antunes, a partir de uma perspetiva geográfica. A narrativa polifónica de Lobo Antunes permite o sobrepor de diferentes representações sociais e espacialidades, construindo uma imagem complexa da condição pós-colonial lisboeta do Século XXI. Neste romance, é visível como as fronteiras mentais do colonialismo são transpostas para o espaço urbano metropolitano e moldam o mesmo. As relações sociais das personagens oscilam entre a alteridade e o hibridismo em espaços que são simultaneamente fronteira e heterotopia. Começaremos por debater estes quatro conceitos para, de seguida, refletirmos sobre algumas constantes na escrita de Lobo Antunes em relação às temáticas pós-coloniais. Numa segunda fase passar-se-á à análise do texto em si, caracterizando-se as representações sociais e geográficas das várias personagens da obra.
Palavras-chave : Lobo Antunes; O Meu Nome é Legião; hibridismo; alteridade; fronteira; heterotopia.