Scielo RSS <![CDATA[Portuguese Journal of Public Health]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2504-314520190002&lang=pt vol. 37 num. 2-3 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Public Health and Climate Change</b>: <b>Do We Need a More Proactive Approach?</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452019000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Será que o perfil académico e científico dos ministros e secretários de estado da saúde europeus importa para um processo de decisão informado?</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452019000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Background: The impact of health politicians' qualifications on healthcare quality has not been widely studied. Objectives: To assess whether academic qualifications and scientific output of European health decision makers correlate with healthcare quality, as well as with other developmental and scientific indices. Methods: We assessed the academic qualifications and scientific output of health ministers and state secretaries of EU member states. Based on the highest academic degree held, we created an academic score for each politician, and calculated the average academic score of each country's health politicians. Associations between the average academic score and public perception of healthcare quality and other developmental and scientific variables were tested by means of simple and multiple linear regression models. Results: Half of the politicians held qualifications in the field of health, followed by economics and management (37%) and social sciences (35%). Over the last 10 years, 28% politicians had authored publications indexed in Web of ScienceTM, mostly in the field of health. The average academic score of health European politicians was negatively correlated with both public perception of healthcare quality (? = –0.473; p = 0.011) and with countries' gross domestic product (GDP) per capita (? = –0.664; p < 0.001). In a multiple linear regression model, the GDP per capita was independently and negatively associated with the average academic score (p = 0.038), but the same was not observed for the public perception of healthcare quality (p = 0.722). Conclusions: While correlation does not imply causation, in European countries with higher GDP per capita, health politicians tend to be less qualified.<hr/>Contexto: O impacto das qualificações académicas dos decisores políticos em saúde não foi ainda amplamente estudado. Objectivos: Avaliar se o perfil académico e científico dos decisores em saúde europeus se relaciona com a qualidade de prestação de cuidados de saúde, bem como com outros índices de desenvolvimento e científicos. Métodos: Efectuámos um levantamento das qualificações académicas e da produção científica dos ministros da saúde e respectivos secretários de estado dos Estadosmembros da União Europeia. Partindo do grau académico mais elevado alcançado, construiu-se um score académico para cada político e calculou-se o score académico médio para cada país. Foram construídos modelos de regressão linear para avaliar associações entre o score académico médio e a percepção pública da qualidade da prestação de cuidados de saúde e outras variáveis de desenvolvimento e científicas. Resultados: Metade dos políticos apresentavam qualificações académicas na área da saúde, seguindo-se economia e gestão (37%), e ciências sociais (35%). Nos últimos 10 anos, 28% dos políticos publicaram em revistas indexadas na Web of ScienceTM, a maioria na área da saúde. O score académico médio dos políticos Europeus em saúde correlaciona-se negativamente quer com a percepção pública da qualidade dos cuidados de saúde prestados (? = –0.473; p = 0.011) quer com o Produto Interno Bruto (PIB) per capita (? = –0.664; p < 0.001) do respectivo país. No modelo de regressão linear múltipla, o PIB per capita demonstrou uma associação negativa independente com o score académico médio (p = 0.038), mas o mesmo não foi observado para a percepção pública da qualidade da prestação de cuidados de saúde (p = 0.722). Conclusões: Embora correlação não implique causalidade, nos países Europeus com PIB per capita mais elevado, os decisores políticos em saúde tendem a apresentar menos qualificações académicas. <![CDATA[<b>Estudo das propriedades psicométricas da Escala do Empowerment na Diabetes Versão Reduzida (DES-SF)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452019000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Introduction: The control of diabetes mellitus type 2 implies that people are actively engaged in self-care behaviours and self-efficacy is one of the variables involved in this process. Based on the Model of Behavioural Change, the Diabetes Empowerment Scale assesses the psychosocial self-efficacy of people with this disease. The aim of this study is to analyse the psychometric properties of the Portuguese version of the Diabetes Empowerment Scale (DES-SF), namely its reliability and validity. - Method: A methodological nature study was conducted, with a convenience sample comprising 123 participants with diabetes mellitus type 2. In a primary health care context, the participants were asked to fill the DES-SF, the Diabetes Self-care Scale, and a sociodemographic and clinical questionnaire. Four weeks later and in order to evaluate stability over time, the self-efficacy scale was administered to a sub-sample comprised of 23 of these participants. - Results: The study showed good internal consistency (Cronbach's alpha coefficient of 0.83) and stability over time ( r = 0.532, p = 0.009) of the DES-SF. The adjustment indices of the confirmatory factor analysis suggested the unidimensional nature of the scale. A positive association was found between self-efficacy and schooling ( r = 0.209, p = 0.020), and self-care behaviours, in particular dietary ( r = 0.221, p = 0.023) and physical exercise ( r = 0.296, p = 0.002). - Conclusion: Reliability and validity of the DES-SF was confirmed, which demonstrates its usefulness in the context of clinical practice or in research studies involving the Portuguese population.<hr/>Introdução: O controlo da diabetes mellitus tipo 2 implica que as pessoas se envolvam ativamente em comportamentos de autocuidado, sendo a autoeficácia uma das variáveis que interfere nesse processo. Baseada no Modelo de Mudança Comportamental a Diabetes Empowerment Scale avalia a autoeficácia psicossocial em pessoas portadoras desta doença. Este estudo tem como objetivo analisar as propriedades psicométricas da versão portuguesa da Escala do Empowerment na Diabetes – versão reduzida (DES-SF), nomeadamente a sua fidelidade e validade. Método: Desenvolvemos um estudo de cariz metodológico, com uma amostra de conveniência de 123 participantes com diabetes mellitus tipo 2 que, em contexto dos cuidados de saúde primários, preencheram a DES-SF, a Escala do Autocuidado na Diabetes e um questionário sociodemográfico e clínico. Para avaliar a estabilidade temporal, a escala da autoeficácia foi novamente preenchida após 4 semanas, por uma subamostra de 23 desses participantes. Resultados: O estudo revelou boa consistência interna (alfa de Cronbach de 0.83) e estabilidade temporal (r = 0.532, p = 0.009) da DES-SF. Os índices de ajustamento, da análise fatorial confirmatória, sugerem a natureza unidimensional da escala. Verificamos uma associação positiva entre a autoeficácia e a escolaridade (r = 0.209, p = 0.020) e os comportamentos de autocuidado, nomeadamente a dieta (r = 0.221, p = 0.023) e o exercício físico (r = 0.296, p = 0.002). Conclusão: A DES-SF revelou ser uma medida fiável e válida, podendo ser utilizado em contexto da prática clínica ou em estudos de investigação, na população portuguesa. <![CDATA[<b>Exames de imagiologia nuclear autorizados pelo sistema brasileiro de saúde e distribuição de equipamentos de imagiologia nuclear no estado do Rio Grande do Sul</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452019000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Introduction: For nuclear imaging exams to be funded by the Brazilian public health care system (Sistema Único de Saúde, SUS), the institution must be first authorized by the National Nuclear Energy Commission (Comissão Nacional de Energia Nuclear, CNEN) to secure the safe use of radiation. - Objective: To describe the distribution of equipment used in nuclear imaging exams and the quantity of exams funded by the SUS according to the macroregions defined by Rio Grande do Sul Health Department from 2013 to 2015. To check the consistency of data from the Department of Informatics of the Ministry of Health (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, DATASUS) and the CNEN in November 2015. - Methods: Secondary data from DATASUS and the CNEN were used. The region of health, the macroregion, and its respective estimated population were obtained from the Brazilian Institute of Geography and Statistics. - Results: The Porto Alegre metropolitan area showed the largest concentration of gamma cameras. The number of exams was higher in philanthropic institutions with a valid register at the Brazilian Ministry of Health and federal funded organizations. Some regions had less CNEN-authorized institutions than SUS-authorized ones. - Conclusion: The distribution of equipment and exams was uneven in the state.<hr/>Introdução: Para que os exames de imagem de medicina nuclear sejam financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a instituição deve ser primeiro autorizada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para garantir o seguro uso de radiação. Objetivo: Descrever a distribuição dos equipamentos utilizados nos exames de imagem de medicina nuclear e a quantidade de exames financiados pelo SUS de acordo com as macrorregiões definidas pelo Departamento de Saúde do Rio Grande do Sul, no período de 2013 a 2015; e verificar a consistência dos dados do Departamento de Informática do Ministério da Saúde (DATASUS) e da CNEN em novembro de 2015. Métodos: Foram utilizados dados secundários do DATASUS e da CNEN. A região de saúde, a macrorregião e sua respectiva população estimada foram obtidas no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resultados: A área metropolitana de Porto Alegre apresentou a maior concentração de gama câmaras. O número de exames foi maior em instituições filantrópicas com registro válido no Ministério da Saúde, e em organizações públicas federais. Algumas regiões tinham menos instituições autorizadas pelo CNEN do que as utilizadas pelo SUS. Conclusão: A distribuição de equipamentos e exames foi desigual no estado. <![CDATA[<b>Sinto-me seguro a fazê-lo! Prevalência, perceção de risco e motivos para a condução de risco em Portugal</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452019000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Introduction: Road traffic injuries are among the top 10 causes of death and thus a major public health issue worldwide. Consistent differences between countries in the European Union justify a closer examination of the problem at a national level. The present study focused on identifying the socio-psychological factors behind risky driving, which can help interventions more successfully foster safer driving practices in Portugal. More specifically, this research ana­lysed the prevalence of self-reported risky driving behaviours and their association with perceived risks to establish whether this relationship differs across risk-taking practices. The study also examined drivers' motives for taking risks. - Methods: A telephone survey about road safety collected responses from 635 adult drivers. The respondents provided sociodemographic information so comparisons could be made between groups of drivers based on age, gender, and frequency of driving. - Results: The risky driving practices most frequently reported by Portuguese drivers were speeding and disregarding the need for rest breaks. The respondents also evaluated these two practices as the least risky, suggesting that drivers minimise their personal risk of traffic accidents. The most frequently mentioned motives for risky driving were a perceived control over vehicles and road conditions. Male, younger, and everyday drivers have higher risk profiles since they reported engaging in risky driving practices more often and perceiving these behaviours as less risky. - Conclusion: Portuguese drivers reported engaging consistently in risky driving practices, while evaluating their risk as moderate and their control over driving conditions as high. This contextualised understanding of factors that strengthen the likelihood of risky driving can help facilitate tailor-made interventions to reduce Portuguese drivers' unrealistic perceptions of control and invulnerability, thereby ensuring safer roads.<hr/>Introdução: A sinistralidade rodoviária encontra-se entre as 10 principais causas de morte, constituindo um problema de saúde pública ao nível mundial. A existência de diferenças consistentes nos níveis de sinistralidade rodoviária entre países na União Europeia justifica uma análise aprofundada do problema a nível nacional. Este estudo focou-se na identificação de fatores psicossociais subjacentes à condução de risco que podem ajudar as intervenções a promover práticas de condução mais seguras em Portugal. Mais especificamente, esta pesquisa analisou a prevalência de comportamentos auto-relatados de condução de risco e a sua associação aos riscos percebidos para estabelecer se esta relação difere consoante os comportamentos examinados. Este estudo também analisou os motivos para a adesão a comportamentos de risco. Método: Realizou-se um inquérito telefónico sobre segurança rodoviária a 635 condutores adultos. Os dados sociodemográficos fornecidos pelos respondentes foram utilizados para realizar comparações entre grupos de condutores com base na idade, no género e na frequência de condução. Resultados: As práticas de conduções de risco mais frequentemente reportadas pelos condutores portugueses foram o circular com excesso de velocidade e a não observância de períodos de descanso. Os respondentes avaliaram estas práticas como sendo as menos arriscadas, o que sugere que os condutores minimizam o seu risco pessoal de acidentes rodoviários. Os motivos mais frequentemente mencionados para comportamentos de condução de risco foram o controlo percebido sobre os veículos e as condições da rodovia. Os condutores do género masculino, os mais jovens e os que conduzem todos os dias apresentaram perfis de risco mais elevado. Estes indivíduos reportaram envolver-se mais frequentemente em práticas de risco e percecionam as mesmas como menos arriscadas. Conclusão: Os condutores portugueses reportam envolver-se frequentemente em práticas de condução de risco, que avaliam como tendo um risco moderado, enquanto consideram o seu controlo pessoal sobre as condições de condução como elevado. Este conhecimento contextualizado de fatores que aumentam a probabilidade de condução de risco pode ajudar a facilitar intervenções mais ajustadas ao contexto nacional que reduzam as perceções irrealistas de controlo e de invulnerabilidade, assegurando assim estradas mais seguras. <![CDATA[<b>Unidades Locais de Saúde em Portugal</b>: <b>a influência das condições crónicas nas readmissões</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452019000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Background: In Portugal, a public policy established the Local Health Units (LHUs), merging primary and hospital care providers. LHUs are expected to provide better continuity and coordination of care, thus decreasing the number of unplanned readmissions among those with chronic conditions. This study aims to evaluate the influence of chronic conditions on the risk of readmission at LHUs. - Methods: We used inpatient care administrative databases for the years 2002–2014 ( n = 1,679,634). We assessed the effects of chronic conditions on the risk of readmission with a difference-in-differences technique, comparing LHUs with a control group. Multivariate Cox regression was used to evaluate time to readmission. - Results: The risk of readmission decreased in four LHUs, but significantly only in two. Individuals with more chronic conditions presented a lesser risk of read­mission at LHUs, in contrast to those in the control group. - Conclusions: After adjusting for the number of chronic conditions and comorbidities, we concluded that LHUs may successfully decrease unplanned readmissions. Several challenges still have to be addressed to achieve a larger and long-lasting effect. Further investigation is needed to account for contextual and organizational effects that may explain differences across LHUs.<hr/>Introdução: Em Portugal, uma política pública estabeleceu as Unidades Locais de Saúde (ULS) que resultam da integração de prestadores de cuidados de saúde primários e hospitalares. É expectável que as ULS prestem melhor continuidade e coordenação de cuidados de saúde e que, consequentemente, consigam reduzir o número de readmissões não planeadas em indivíduos com condições crónicas. O objectivo deste estudo foi avaliar a influência da existência de condições crónicas no risco de readmissão nas ULS. Métodos: Usámos a base de dados de morbilidade hospitalar referente aos anos 2002–2014 (n = 1.679.634). Avaliámos o efeito da existência de condições crónicas no risco de readmissão com a técnica diferença das diferenças, comparando as ULS com um grupo de controlo. Aplicámos uma regressão Cox para avaliar o tempo até ocorrência de readmissão. Resultados: O risco de readmissão diminuiu em 4 ULS; o efeito foi estatisticamente significativo em duas ULS. Indivíduos com maior número de condições crónicas apresentaram menor risco de readmissão nas ULS, em contraste com os indivíduos no grupo de controlo. Conclusões: Tendo em consideração o número de condições crónicas e de comorbidades num indivíduo, as ULS têm potencial para reduzir o número de readmissões não planeadas. Vários desafios devem ser endereçados de modo a serem alcançados resultados mais robustos e de efeito duradouro. Investigações futuras devem considerar possíveis efeitos contextuais e organizacionais que possam explicar a variabilidade de resultados entre ULS. <![CDATA[<b>Expandindo os cuidados de saúde para os cuidados farmacêuticos na diabetes mellitus tipo 2 através das farmácias comunitárias da União Europeia, entre 2008 e 2018</b>: <b>Revisão Sistemática</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2504-31452019000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Background: The analysis of the European Union (EU28) health systems' intervention for type 2 diabetes mellitus (T2DM) reports an insufficient combination of legal support, prevention, and early diagnosis. This fact compromises the patient's health outcomes. The inclusion of pharmacy services oriented to T2DM (PS-T2DM) in strategic primary care network's programs could be a solution. However, the different regulatory frameworks that include good pharmaceutical practices and clinical guidelines for T2DM in each EU28 country may be a limitation. Health systems need to know the evolution of these community services and to analyze their operational and regulatory base, both in time and space. - Methods: A systematic review was carried out on a qualitative and quantitative approach to the expansion and upgrading of PS-T2DM provided in EU28 pharmacies between 2008 and 2018. - Results: The implementation of PS-T2DM in EU28 has increased sharply since 2009 and 2010. Diabetes mellitus (DM) is regulated in 5 countries (Bulgaria, Spain, Italy, Lithuania, and Portugal) and T2DM in 3 (Austria, Latvia, and Romania). Also, in 3 countries (Latvia, Poland, and Spain), pharmacists are involved in implementing guidelines for DM and T2DM, but there is no evidence on the regulation of PS-T2DM. Twenty-two countries showed detailed studies for the PS-T2DM's provision. The type of PS-T2DM implemented in the highest number of EU28 countries was “promoting the rational use of medicines,” and the specific subtype T2DM-related more commonly reported was the “glucose measurement.” - Discussion/Conclusion: Pharmacy disease-oriented services contributed to improving the accessibility, proximity, and equity of primary care for T2DM provided in community pharmacies across the EU28 in recent decades. This promising strategy for improving health outcome sets may be a call to the action of health systems due to its impact consistent with some objectives of universal health coverage for the eradication of DM and T2DM.<hr/>Introdução: A análise da intervenção dos sistemas de saúde da União Europeia (UE28) para a diabetes mellitus tipo 2 (T2DM) relata uma combinação insuficiente em termos de apoio jurídico, prevenção e diagnóstico precoce da doença, o que compromete os resultados de saúde. A inclusão de serviços de cuidados farmacêuticos orientados para a T2DM (PS-T2DM) nos programas estratégicos da rede de cuidados de saúde primários pode ser uma solução. No entanto, a diferente estrutura reguladora, que inclui as boas práticas farmacêuticas e as diretrizes clínicas para T2DM de cada país da UE28 podem ser uma limitação. Os sistemas de saúde devem conhecer a evolução conjunta desses serviços e analisar a sua base operacional e regulatória, tanto no tempo quanto no espaço. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática, numa abordagem qualitativa e quantitativa, da expansão e atualização da prestação de PS-T2DM nas farmácias comunitárias da UE28 entre 2008 e 2018. Resultados: Houve um aumento do número e tipo de PS-T2DM na UE28 desde 2009-2010. A diabetes mellitus (DM) encontra-se regulada em 5 países (Bulgária, Espanha, Itália, Lituânia e Portugal) e a T2DM em 3 (Áustria, Letônia e Romênia). Além disso, em 3 países (Letônia, Polônia e Espanha) os farmacêuticos estão envolvidos na implementação das guidelines para a DM e T2DM, embora não haja evidências sobre a regulamentação dos PS-T2DM. Vinte e dois países mostraram estudos concretos para a prestação de PST2DM. O tipo de PS-T2DM implementado num maior número de países da UE28 foi “promoção do uso racional de medicamentos” e o subtipo específico para a T2DM mais comumente relatado foi a “medição de glicose”. Discussão / Conclusão: A crescente contribuição para a melhoria da acessibilidade, proximidade e equidade dos cuidados primários para T2DM prestados em farmácias comunitárias em toda a UE28 nas últimas décadas deve-se à disponibilidade crescente de serviços orientados para a doença. Essa estratégia promissora do melhoramento dos resultados de saúde mostrou a possibilidade de ter um impacto positivo e consistente com alguns objetivos da cobertura universal de saúde para a erradicação da DM e da T2DM, assim como atuar como um apelo à ação dos sistemas de saúde.