Scielo RSS <![CDATA[Acta Portuguesa de Nutrição]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2183-598520190004&lang=en vol. num. 19 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400001&lng=en&nrm=iso&tlng=en</link> <description/> </item> <item> <title><![CDATA[Folic acid supplementation in pregnancy: clinical awareness and practice in Porto region]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400002&lng=en&nrm=iso&tlng=en Introdução: Os suplementos de ácido fólico, comparticipados no mercado português, contendo apenas esta vitamina, contêm uma dose 12,5 vezes maior do que a dose diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde, o que faz prever que, em Portugal, as mulheres grávidas façam uma suplementação excessiva em ácido fólico. Por outro lado, o início da suplementação raramente acontece na pré-conceção, como seria desejável. Objetivos: Conhecer as perceções e as práticas clínicas sobre a prescrição de suplementação com ácido fólico na gravidez e identificar os benefícios e efeitos adversos que os médicos reconhecem nesta suplementação. Metodologia: Foram realizadas 12 entrevistas semiestruturadas a médicos especialistas em medicina geral e familiar (n=6) ou em obstetrícia (n=6), em unidades de saúde familiar e hospitais da área metropolitana do Porto, cujo conteúdo, após desgravação, foi codificado em categorias e subcategorias que foram sujeitas a análise qualitativa recorrendo ao software NVIVO 10.0. Resultados: Foi possível observar que: a) todos os médicos reconhecem a importância da suplementação com ácido fólico na gravidez para a prevenção da ocorrência de malformações do tubo neural, b) há a convicção de que a adesão à toma de ácido fólico é muito elevada (n=12); c) há unanimidade na descrição de falta de oportunidade para cumprir o início da suplementação antes da conceção e ainda que d) há um razoável desconhecimento em relação à dose de ácido fólico prescrita (n=7). Conclusões: Considerando os estudos recentes que sugerem efeitos adversos da suplementação com ácido fólico em doses excessivas e temporalmente desadequadas, este estudo evidencia a pertinência de um esforço conjunto nacional para a homogeneização das práticas clínicas na prescrição de suplementação com ácido fólico na gravidez.<hr/>Introduction: Folic acid supplements reimbursed by the Portuguese Government that contain solely this vitamin have a dose 12.5 times higher than the daily dose recommended by the World Health Organization. So, it is expectable that Portuguese pregnant women are taking excessive folic acid supplementation. On the other hand, the beginning of supplementation rarely occurred in the preconception, as desirable. Objectives: To explore the perceptions and clinical practices concerning the prescription of folic acid supplementation in pregnancy and to identify the beneficial and adverse effects acknowledged by the physicians regarding this supplementation. Methodology: Twelve semi-structured interviews were performed (Specialists in Family Medicine (n=6) or specialists in Obstetrics (n=6) working at primary care units and hospitals of the Grande Porto region) and the content was codified in categories and sub-categories and analysed with NVIVO 10.0 software. Results: We could observe that: a) all the physicians acknowledged the relevance of folic acid supplementation in pregnancy for the prevention of neural tube defects, b) the physicians recognized that compliance by pregnant women to folic acid intake is very high (n=12); c) all the physicians acknowledge the difficulty to comply with the ideal timing for folic acid supplementation before conception; d) the ideal folic acid dose is largely unknown by the physicians (n=7). Conclusions: Considering recent studies that suggest adverse effects of excessive and chronologically unsuitable folic acid supplementation, this study evidences that there should be a national joint effort towards the homogenization of clinical practices regarding the prescription of folic acid supplementation in pregnancy. <![CDATA[Impact of blind taste on fruits and vegetables acceptance in school children]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400003&lng=en&nrm=iso&tlng=en Introdução: Atualmente, assistimos ao baixo consumo de frutas e produtos hortícolas pelas crianças que, muitas vezes, rejeitam sequer prová-los. As atividades sensoriais surgem como alternativa de incentivo ao consumo destes alimentos, estimulando o contacto com as suas diferentes dimensões - aspeto, odor, sabor e texturas. Objetivos: Avaliar se a prova cega afetou a aceitação de frutas e produtos hortícolas pelas crianças. Metodologia: A amostra incluiu 47 crianças dos 9 aos 11 anos de uma Escola Básica do Centro de Portugal. A opinião dos pais sobre os gostos dos filhos foi recolhida através de um questionário. As preferências das crianças foram avaliadas através do preenchimento de uma escala após a exposição visual a 20 alimentos e após a prova cega a 3 frutas e 3 produtos hortícolas. Foram comparadas as classificações da prova visual e da prova cega e ainda as respostas dos pais com as classificações de cada prova. Resultados: A prova cega levou a mudanças das classificações aos alimentos testados, maioritariamente no sentido positivo. Em 4 alimentos, foram mais os que melhoraram a opinião dos que pioraram, sendo essa diferença mais expressiva para a pera e laranja (p<0,05). Em todos os alimentos houve passagem de classificações “não preferenciais” para “preferenciais”, principalmente na cenoura, pera e laranja. Comparando as respostas dos pais e das crianças, percebemos que as classificações na prova visual vão de encontro ao reportado previamente pelos pais. Pelo contrário, na prova cega, houve diferenças interessantes entre pais e filhos. A maioria das crianças deu uma resposta diferente à dos pais em 4 dos alimentos em teste - a classificação das crianças foi, regra geral, melhor do que a dos pais. Conclusões: A prova cega pareceu afetar positivamente a opinião das crianças sobre as frutas e produtos hortícolas, sendo necessários mais estudos para verificar esta tendência em amostras maiores e com mais alimentos.<hr/>Introduction: Nowadays, we observe a low fruit and vegetables consumption for children who commonly reject to even taste it. Sensorial activities emerge as alternatives to promote the consumption and stimulate the contact of its’ many dimensions - looks, odor, taste and textures. Objetives: To evaluate if the blind tasting of food influenced the children’ acceptance of fruit and vegetables. Methodology: The sample included 47 children between 9 and 11 years old from a basic school in the central region of Portugal. Parents’ opinion about his children’s food preferences was collected in a questionnaire. Children’s preferences were measured by a scale after visual exposure of 20 different foods and after blind taste of 3 fruits and 3 vegetables. The scores of the two scales were compared, as well as the relation between parents’ opinion and children’s ratings in each scale. Results: The blind taste led to changes in scores given to the tested foods, mostly positive changes. There has been more positive than negative changes in the ratings of 4 tested foods, with a stronger difference in pear and orange (p< 0.05). There were changes from “non preferential” to “preferential” ratings in all foods tested, specially in carrot, pear and orange. Comparing parents’ and children’s scores, we noticed that scores after visual exposure are similar to parents’ opinion. On the contrary, after blind taste there were interesting changes. The majority of children gave different scores than their parents in 4 tested foods - kids’ scores where mostly higher. Conclusions: Blind taste seemed to affect positively children’s opinion about fruits and vegetables, but more interventions are needed to verify this in bigger groups and with more foods. <![CDATA[Knowledge about Carbohydrate Count and metabolic control in patients with Continuous Subcutaneous Insulin Perfusion System]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400004&lng=en&nrm=iso&tlng=en A prevalência da Diabetes Mellitus tipo 1 tem vindo a aumentar nos últimos anos. O tratamento intensivo através de Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina é o método mais fisiológico de administração de insulina atualmente disponível. Para que este seja eficaz é fundamental ter conhecimentos sobre a composição dos alimentos, particularmente os Hidratos de Carbono. O presente estudo teve como objetivos avaliar e caracterizar o controlo metabólico, compará-lo antes e depois do Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina, avaliar os conhecimentos de contagem de Hidratos de Carbono e relacioná-los com o controlo metabólico. Trata-se de um estudo observacional, analítico e retrospetivo, com uma amostra de conveniência constituída pelos utentes com consulta entre novembro 2017 e março de 2018 no Hospital Garcia de Orta. A avaliação do controlo metabólico foi realizada através da HbA1c. Na avaliação dos conhecimentos sobre contagem de Hidratos de Carbono utilizou-se uma adaptação do questionário PedCarbQuiz. Avaliaram-se 60 indivíduos com uma média de idades 21,3 ± 14,27 anos [2 - 57]. Aquando a colocação do Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina, apenas 23,6% da amostra se encontrava com a HbA1c dentro dos valores recomendados. Três meses após a colocação do Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina verificou-se uma diminuição significativa da HbA1c, que estabilizou após os 6 primeiros meses. Relativamente aos conhecimentos sobre contagem de HC, 78,3% possuíam nível muito bom e os restantes nível bom. Não foi detetada correlação significativa entre a HbA1c e os conhecimentos de contagem de Hidratos de Carbono, ou seja, ter mais conhecimentos não demonstrou ter influência no controlo metabólico da amostra.<hr/>The prevalence of type 1 diabetes mellitus has been increasing in recent years. Intensive treatment through Continuous Subcutaneous Insulin Perfusion System is the most physiological method of insulin administration currently available. For this to be effective it is essential to have knowledge about the composition of the food, particularly about its content in carbohydrates. The aim of the present study was to evaluate and characterize metabolic control, to compare it before and after Continuous Subcutaneous Insulin Perfusion System, to evaluate the carbohydrates count knowledge and to relate it to metabolic control. This is an observational, analytical and retrospective study, with a convenience sample of patients consulted between November 2017 and March 2018 at the Garcia de Orta Hospital. The evaluation of metabolic control was performed through HbA1c. In the evaluation of the knowledge about carbohydrates count, an adaptation of the PedCarbQuiz questionnaire was used. Sixty individuals with a mean age of 21.3 ± 14.27 years were evaluated [2-57]. At the Subcutaneous Insulin Perfusion System, placement, only 23.6% of the sample was HbA1c within the recommended values. 3 months after Continuous Subcutaneous Insulin Perfusion System placement there was a substantial decrease in HbA1c, which stabilized after the first 6 months. Regarding the knowledge about carbohydrates count, 78.3% had “very good” level and the remaining “good” level. No significant correlation was detected between HbA1c and carbohydrates counting knowledge. Having more knowledge has not been shown to influence the metabolic control of the sample. <![CDATA[Composição corporal e hábitos alimentares da população adulta da região autónoma da madeira]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400005&lng=en&nrm=iso&tlng=en Introdução: Os hábitos alimentares inadequados são responsáveis pelo aumento de doenças crónicas em todo o Mundo. O diagnóstico do estado nutricional e a recolha de informação do consumo alimentar são fundamentais na definição de estratégias de promoção de uma alimentação mais saudável. Objetivos: Caracterizar o estado nutricional da população adulta (18-65 anos) da Região Autónoma da Madeira; e comparar o consumo alimentar com as recomendações da Roda dos Alimentos Portuguesa. Metodologia: Estudo transversal com 933 adultos, realizado entre 2012-2015. Dados sobre a ingestão alimentar obtidos através do questionário das 24 horas anteriores e recolhidos dados de Peso, Estatura, Perímetro da Cintura, Massa Gorda e Massa Isenta de Gordura. A análise estatística descritiva incluiu frequências, mediana, percentis 25 e 75, média e desvio-padrão. O teste do Qui-quadrado foi usado para comparar variáveis categóricas. Os testes t de Student e ANOVA foram realizados para comparar diferenças entre as médias, e os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis quando os pressupostos da normalidade não se verificaram. Foi usado um nível de significância de 5%. Resultados: O valor médio de Índice de Massa Corporal para o total da população adulta da Região Autónoma da Madeira foi de 26,6 Kg/m2 (±5,4), sem diferença significativa entre sexos (p&gt;0,05). O valor médio do Perímetro da Cintura foi de 89,2 cm (±13,8) para as mulheres e de 93,6 cm (±13,0) para os homens (p<0,05). O grupo etário acima dos 49 anos foi o que apresentou valores mais elevados de Peso, Índice de Massa Corporal, Massa Gorda e Perímetro da Cintura, enquanto os mais novos apresentaram os valores médios mais baixos (p<0,05). Comparativamente com as recomendações, a população adulta da Região Autónoma da Madeira consumiu, proporcionalmente, mais 7% de alimentos do grupo “Carne, pescado e ovos”, e menos “Hortícolas” (-12%), “Cereais” (-7%) e “Fruta” (-5%). Conclusões: A população adulta da Região Autónoma da Madeira apresentou um consumo inadequado para quase todos os grupos de alimentos e mais de metade tinha excesso de peso.<hr/>Introduction: Inadequate eating habits are responsible for the increase in chronic diseases worldwide. The diagnosis of nutritional status and the collection of food consumption information from the population are fundamental in the definition of a strategy to promote a healthier diet. Objectives: To characterize the nutritional status of the adult population (18-65 years) of the Autonomous Region of Madeira; and to evaluate the adequacy of food group consumption in comparison to the Portuguese Food Wheel guide recommendation. Methodology: Cross-sectional study with 933 adults, carried out between 2012-2015. Food intake information collected by the 24-hour dietary recall method and collected data on Weight, Height, Waist Circumference, Fat Mass and Fat Free Mass. The descriptive statistical analysis included frequencies, median, percentiles 25 and 75, mean and standard deviation. The chi-square test was used to compare categorical variables. Student's t-tests and ANOVA were performed to compare differences between means, and the Mann-Whitney and Kruskal-Wallis tests when normality assumptions were not verified. A significance level of 5% was used. Results: The mean Body Mass Index for the total adult population of the Autonomous Region of Madeira was 26.6 Kg/m2 (±5.4), with no significant difference between sexes (p&gt;0.05). The mean value of Waist Circumference was 89.2 cm (±13.8) for women and 93.6 cm (±13.0) for men (p<0.05). The age group above 49 years presented the highest values of weight, Body Mass Index, Fat Mass and Waist Circumference, while the younger ones (<30 years) had the lowest mean values (p<0.05). In comparison with the Portuguese Food Wheel guide recommendation, the adult population of the Autonomous Region of Madeira consumed proportionally more 7% of "Meat, fish and eggs" but less "Vegetables" (-12%), “Cereals" (-7%) and “Fruit" (-5%). Conclusions: The adult population of Autonomous Region of Madeira showed an inadequate consumption for almost all food groups, and more than half were overweight. <![CDATA[Nutrition up 65 educational strategies: health professionals qualification course]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400006&lng=en&nrm=iso&tlng=en Introduction: Nutrition knowledge among health professionals has a major impact on older adults’ healthcare. However, there is a lack of specialized education offer in this area. Within the Nutrition UP 65 Project, a health professional’s qualification nutrition course was created and implemented from April 2015 to April 2017. We aim to describe this process here. Methodology: At Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, a course of twenty-seven hours was created by six professors. The course comprises eight hours of direct contact and nineteen hours of individual study and was accredited by the University of Porto and credited with one European Credit Transfer System (ECTS). Educational materials and presentations for each session were produced including posters and flyers. A final test was developed to evaluate attendee’s knowledge. Approximately 10% of national health units were identified, randomly selected in each country regional area (NUTS II - “Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos”) and invited to participate. Results: Thirty-five course editions were carried out by twenty-three Porto University accredited instructors for 784 professionals from 241 different health units. Concerning the knowledge evaluation, a 99% approval rate was achieved and the average mark score was of 16.8 out of 20. Course satisfaction survey revealed that 45.7% of the participants classified the course as “good” and 41.1% as “very good”. Conclusions: The overall balance of this branch of the Nutrition UP 65 project is very positive. The results on health professional’s adherence demonstrate that the interest in this area of nutrition care is high and that this nutrition course is a good opportunity to expand access to specialized education. This highlights the need for further initiatives promoting educational sessions targeting nutrition topics. These course sessions must be acknowledged as a starting point to a new approach in older adult’s nutrition knowledge in Portugal.<hr/>Introdução: O conhecimento sobre nutrição dos profissionais de saúde tem um grande impacto na saúde dos indivíduos idosos. No entanto, há escassez de oferta de educação especializada nessa área. O Projeto Nutrition UP 65 foi criado e implementado a nível nacional um curso de qualificação em nutrição para profissionais de saúde, que decorreu entre abril de 2015 e abril de 2017. Pretende-se descrever aqui este processo. Metodologia: Na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, seis professores elaboraram um curso de vinte e sete horas. Este curso é composto por oito horas de contacto direto e dezanove horas de estudo individual e foi acreditado e creditado pela Universidade do Porto com um European Credit Transfer System (ECTS). Foram produzidos materiais didáticos e apresentações, bem como cartazes e desdobráveis informativos. Desenvolveu-se uma prova final para avaliar os conhecimentos dos participantes. Cerca de 10% das unidades de saúde nacionais foram identificadas, selecionadas aleatoriamente em cada área regional (NUTS II) e convidadas a participar. Resultados: Realizaram-se 35 edições do curso para 784 profissionais de 241 unidades de saúde diferentes por 23 instrutores credenciados pela Universidade do Porto. No teste de avaliação obteve-se uma taxa de aprovação de 99% e uma pontuação média de 16,8 em 20 valores. 45,7% dos participantes classificaram o curso como “bom” e 41,1% como “muito bom”. Conclusões: O balanço global desta vertente do Projeto Nutrition UP 65 é muito positivo. Os resultados da adesão dos profissionais de saúde demonstram que o interesse por esta área da intervenção nutricional é elevado e que este curso é uma boa oportunidade para expandir o acesso à formação especializada. Assim, destaca-se a necessidade de outras iniciativas que promovam sessões de formação voltadas para tópicos nutricionais. Estas sessões de formação devem ser reconhecidas como um ponto de partida para uma nova abordagem no conhecimento nutricional dos idosos em Portugal. <![CDATA[Economic impact of food waste in a school centre]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400007&lng=en&nrm=iso&tlng=en Introdução: Atualmente, é na escola que os jovens passam grande parte do seu dia, sendo, portanto, aí que ingerem uma parte substancial da sua alimentação, pelo que é importante controlar o consumo alimentar efetivo nomeadamente pela quantificação do desperdício alimentar em meio escolar. Objetivos: Avaliar o impacto económico do desperdício alimentar de refeições num Centro Escolar do norte do país. Metodologia: O estudo foi realizado num Centro Escolar durante 6 dias, perfazendo um total de 1684 refeições. Foram pesados os alimentos produzidos, as sobras e os restos e calculadas as respetivas percentagens. Os consumos per capita, o custo do desperdício e o número de pessoas que poderiam ser alimentadas com o desperdício foram também avaliados. Resultados: Foram desperdiçados 29% dos alimentos produzidos, sendo que o pão foi o componente da refeição mais desperdiçado. O custo médio do desperdício ronda os €35 por dia com os quais poderiam ser alimentados 119 alunos. Conclusões: O desempenho desta unidade de alimentação tendo em consideração o desperdício alimentar, de acordo com Aragão é considerado péssimo e gera custos desnecessários, pelo que é necessário identificar as respetivas causas e definir estratégias para reduzir o desperdício alimentar.<hr/>Introduction: The younger population spends most of the time at school and therefore it is in those places that they consume most of their daily meals. It is then of high importance to control food intake namely by quantifying food waste in the school environment. Objectives: Evaluate the economic impact of food waste from school meals in a school centre in the north of the country. Methodology: The work was carried out at the school centre during 6 days, including 1684 meals. Food produced, leftovers and waste were measured. Per capita consumption, the cost of waste and the number of people who could be fed with the value corresponding to waste was calculated. Results: The results showed that there were wasted 29% of the produced food, and that bread was the most wasted meal component. The average cost of waste was around 35€ per day and it would be enough to feed 119 people. Conclusions: The performance of the food unit taking into account the food waste according to Aragão is awful and produces unnecessary costs, so it is essential to define strategies to reduce food waste. <![CDATA[Analysis of the Environmental Aspects in Food units of University of Porto Social Services]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400008&lng=en&nrm=iso&tlng=en Ao longo das últimas décadas, devido às alterações do estilo de vida da população, a alimentação tem-se tornado cada vez menos sustentável. O presente estudo teve como objetivo identificar as melhorias relacionadas com a sustentabilidade, com ênfase nos aspetos ambientais, das 11 unidades de alimentação dos Serviços de Alimentação dos Serviços Sociais de uma Universidade Portuguesa. Para avaliar os aspetos ambientais destas unidades foi criada uma checklist, contendo 72 questões, que permitem avaliar qualitativamente as unidades acerca do seu desempenho ambiental, a nível de: consumos de água, energia elétrica e gás; gestão de produtos químicos e resíduos; utilização de hortofrutícolas e ainda a nível da satisfação do cliente. A recolha foi realizada através de visitas às cozinhas e restantes espaços das unidades de alimentação, através da observação direta pela pesquisadora e respetivo registo. Todas as questões foram pontuadas através de uma adaptação do método de Failure Mode and Effect Analysis (FMEA). Foram classificadas numa escala de 1 a 3, sendo o valor “3” atribuído a aspetos adequados, ou seja, é a opção com menor impacto ambiental face a determinada situação e o valor “1” representa a situação que terá maior impacto ambiental, obtendo-se uma avaliação qualitativa dos aspetos ambientais de cada uma das unidades. As classificações obtidas nas diversas unidades encontram-se no intervalo de 55% a 74%, que corresponde à classificação de Aceitável. Os responsáveis das unidades não conhecem os valores gastos em água, eletricidade e gás não tendo estabelecidas metas de gastos de forma a reduzir o desperdício ou controlar os gastos. Na maioria das unidades é feita a manutenção preventiva dos equipamentos. A maioria das unidades localiza-se em edifícios antigos não possuindo classificação energética. Todos os produtos de higienização eram maioritariamente não-biodegradáveis mas possuem ficha técnica e dados de segurança. A maioria das unidades faz a separação de resíduos e a reciclagem de óleos, paletes e outros. Em nenhuma das unidades é registada a quantidade de sobras. Nenhuma das unidades possui trituradora de resíduos orgânicos ou inorgânicos e todas utilizam produtos/materiais descartáveis, Através da análise dos resultados obtidos na checklist, concluiu-se que todas se encontravam acima do limite de Aceitável. No entanto de uma forma geral são necessários investimentos económicos, bem como investimentos a nível de mudanças de mentalidade e atitudes de trabalhadores e gestores, tendo em vista a melhoria dos aspetos ambientais destas unidades.<hr/>In the last few decades, due to several changes in population’s life style, food has become more and more unsustainable. The main objective of the present study was to identify the needs in terms of sustainability, mainly focusing environmental aspects, of the 11 canteens of the Food Service Units of a Portuguese University To assess the environmental aspects of canteens, a checklist was created, containing 72 questions which allowed the qualitative evaluation of the environmental performance of food units, in terms of water, electricity and gas consumption; chemical and waste management; use of horticultural products and customer satisfaction. Data collection was performed during visits to the canteens through direct observation by the researcher and recording of the situations contained in the checklist. Each question was scored, using an adaptation of Failure Mode and Effect Analysis (FMEA) method. Questions were score on a scale of 1 to 3, were “3” was assigned to suitable aspects, corresponding to the option with less environmental impact and “1” to the highest environmental impact, obtaining a qualitative assessment of the environmental aspects of each canteen evaluated. The ratings obtained by the different canteens were in the range of 55% to 74%, corresponding to the classification of Acceptable. The managers are not aware of the amounts spent on water, electricity and gas, neither targets in order to reduce or waste or control expenses. In most units, preventive maintenance of equipment is carried out. Most units are located in old buildings and do not have an energy rating. All hygiene products were mostly non-biodegradable, but had technical sheets including safety data. Most units select waste and recycle oils, pallets and others. None of the units has a quantity of leftovers registered. None of the units has an organic or inorganic waste shredder and all use disposable materials. Through the analyses of the checklist’ results, it was possible to conclude that all canteens were above the Acceptable limit. Nevertheless, the general state points to the need of economic investments as well as attitudes and behavior changes of workers and managers in order to increase sustainability in terms of environmental aspects of the canteens. <![CDATA[Vitamin D - From the pro-hormone to the biological actions]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400009&lng=en&nrm=iso&tlng=en Vitamin D (calciferol) is a fat-soluble pro-hormone presenting two major forms - vitamin D2 (ergocalciferol) and vitamin D3 (cholecalciferol). Vitamin D2 is obtained via ultraviolet B (UVB) irradiation of ergosterol, a fungi sterol, and vitamin D3 is synthesized in the human/animal skin, after exposure of 7-dehydrocholesterol to UVB radiation. Both forms are produced commercially and found in supplements and in fortified foods. Either from the cutaneous synthesis (D3 ), or from the diet (D2 and D3 ), both vitamins need to be activated, which requires two hydroxylation reactions, one mediated by the 25-hydroxylase and other mediated by the 1α-hydroxylase. Thus, either vitamin D2 or D3 originate the calcitriol. This active metabolite is responsible for biological actions, characterized as genomic, mediated via the vitamin D receptor (VDR) transcriptional effects in the nuclei of target cells, and non-genomic, mediated via the rapid VDR-induced signal transduction pathways on the cell membrane and/or cytoplasm. Besides the endocrine actions of calcitriol (regulation of calcium and phosphorus, with interactions in the kidneys, bones, parathyroid glands, and small intestine), the ubiquitous presence of VDR in the organism contributes to the autocrine and paracrine actions of calcitriol, such as the inhibition of cell proliferation, promotion of cell differentiation (including differentiation of keratinocytes), apoptosis and immune regulation. Also, calcitriol is involved in the preventive and therapeutic action in cancer, auto-immune conditions (including type 1 diabetes), cardiovascular diseases, and infections.<hr/>A vitamina D (calciferol) é uma pró-hormona lipossolúvel que apresenta duas formas principais - vitamina D2 (ergocalciferol) e vitamina D3 (colecalciferol). A vitamina D2 é obtida via irradiação ultravioleta B (UVB) do ergosterol, um esterol dos fungos, e a vitamina D3 é sintetizada na pele humana/animal, após exposição do 7-desidrocolesterol à radiação UVB. Ambas as formas são produzidas comercialmente e encontradas em suplementos e alimentos fortificados. Quer provenham da síntese cutânea (D3), quer da dieta (D2 e D3), ambas as vitaminas precisam de ser ativadas, o que requer duas reações de hidroxilação, uma mediada pela 25-hidroxilase e outra mediada pela 1α-hidroxilase. Assim, quer a vitamina D2 quer a D3 originam o calcitriol. Este metabolito ativo é responsável por ações biológicas caracterizadas como genómicas, mediadas pelos efeitos transcricionais do recetor de vitamina D (VDR) nos núcleos das células-alvo, e não genómicas, mediadas pelas vias rápidas de transdução de sinal induzidas pelo VDR na membrana celular e/ou citoplasma. Além das ações endócrinas do calcitriol (regulação de cálcio e fósforo, com interações ao nível dos rins, ossos, glândulas paratiroides, e jejuno), a presença ubíqua de VDR no organismo contribui para as ações autócrinas e parácrinas do calcitriol, tal como a inibição da proliferação celular, promoção da diferenciação celular (incluindo a diferenciação de queratinócitos), apoptose e regulação da resposta imune. Além disso, o calcitriol está envolvido na ação preventiva e terapêutica do cancro, nas doenças autoimunes (como a diabetes tipo 1), doenças cardiovasculares e infeções. <![CDATA[Vitamin D deficiency in children with celiac disease]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400010&lng=en&nrm=iso&tlng=en Introdução: A doença celíaca é cada vez mais prevalente em todo o mundo. No entanto, até ao momento, o único tratamento é a prática de uma dieta isenta de glúten. O acompanhamento dos doentes celíacos ao longo da vida é fundamental uma vez que podem surgir diversas complicações de saúde. Uma das consequências estudadas é a deficiência em vitamina D. Objetivos: Analisar a existência de deficiência em vitamina D em crianças diagnosticadas com doença celíaca. Metodologia: Analisar a literatura publicada na base de dados eletrónica Pubmed nos últimos 10 anos utilizando os termos de pesquisa "vitamin D deficiency" e "celiac disease". A pesquisa foi realizada entre dezembro 2018 e fevereiro 2019. Conclusões: Até ao momento os estudos ainda não apresentam resultados conclusivos relativamente à existência de deficiência em vitamina D em crianças com doença celíaca bem como à necessidade de dosear periodicamente esta vitamina ao longo da infância.<hr/>introduction: Celiac disease is becoming more prevalent worldwide. However, the only treatment available so far is the practice of a gluten free diet. A regular follow up on the celiac patients is essential as they are more prone to develop health complications. Vitamin D deficiency is one of the consequences pointed out by studies. Objectives: Analyse the existence of Vitamin D deficiency in children diagnosed with celiac disease. Methodology: Analyse the published literature in the electronic database Pubmed in the last 10 years using the search terms “vitamin D deficiency” and “celiac disease”. The research started in December 2018 up until February 2019. Conclusions: So far, the studies haven’t shown any correlation between children with celiac disease and vitamin D deficiency, nor as to the need of suplementation with vitamin D throughout childhood. <![CDATA[Added and free sugars: review in the literature of estimated intakes and its main food sources]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852019000400011&lng=en&nrm=iso&tlng=en Excessive sugar intake in the population has become an increasingly Public Health issue, in particular, added and free sugars. However, there is still insufficient information on added and free sugars intake across populations and the main food sources at different age groups, namely due to inconsistency on the definitions and lack of a systematic approach to estimate its content in foods. The present review aims to explore the available data in the literature on added and free sugars intake at the population level and its main food sources, discussing definitions and assessment methods. Emerging evidence suggests an association between free sugar intake and several health-outcomes, which motivated several health authorities to recommend a limit of added and free sugars intake below 10% of energy intake. National dietary surveys (including data from Portugal) reported that children and adolescents had the highest intake of added and free sugars, thus showing the lowest adherence to recommended values (free sugar intake below 10% of total energy intake). The main food sources contributing to added and free sugars intake were mostly processed foods, such as sweets, cakes and soft drinks. Accordingly, standardized definitions and methods for reproducible research on the estimation of added sugars intake are needed, in order to allow comparisons across different populations. Also, the information from regular dietary surveys is required to support the development and assessment of policies’ effectiveness.<hr/>O consumo excessivo de açúcares adicionados na população tornou-se um problema emergente de Saúde Pública. No entanto, dados de consumo alimentar de açúcares adicionados e livres na população e as suas principais fontes ainda são insuficientes, particularmente devido a inconsistências na sua definição e à ausência de uma metodologia sistemática para estimar o seu conteúdo nos alimentos. A presente revisão pretende examinar estudos a nível populacional que reportem o consumo de açúcares adicionados e livres, assim como as principais fontes alimentares, analisando definições e métodos para a sua estimativa. Estudos recentes sugerem uma associação entre o consumo de açúcares livres e diversos problemas de saúde, o que motivou diversas organizações de saúde a recomendar uma ingestão diária de açúcares adicionados e livres inferior a 10% do valor energético total. Dados de consumo alimentar provenientes de inquéritos nacionais alimentares, incluindo Portugal, reportaram que as crianças e os adolescentes apresentaram um elevado consumo de açúcares adicionados e livres, e, por conseguinte, uma menor adesão às recomendações (consumo de açúcares livres < 10% do valor energético). As principais fontes alimentares que contribuíram para o consumo de açúcares livres e adicionados foram principalmente alimentos processados, como doces, bolos e refrigerantes. Assim, reforçamos a necessidade de definições consistentes entre estudos e metodologias de cálculo do teor de açúcares adicionados reprodutíveis, de forma a que a comparação entre populações possa ser estabelecida. Adicionalmente, a realização regular de inquéritos alimentares nacionais é imprescindível para suportar o desenvolvimento e a avaliação da eficácia de políticas alimentares.