Scielo RSS <![CDATA[Media & Jornalismo]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=2183-546220170001&lang=pt vol. 17 num. 30 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Mulheres e media</b>: <b>quanto mais sabemos, mais complexo o problema nos parece</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622017000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Women war reporters' resistance and silence in the face of sexism and sexual violence</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622017000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt As mulheres começaram a fazer reportagens de guerra em meados do século XIX, cobrindo, entre outras guerras, as revoluções europeias e a Guerra Civil dos EUA. Com a Primeira e Segunda Guerras Mundiais e especialmente com a Guerra do Vietname, o número de mulheres repórteres de guerra aumentou ao longo do século XX. O seu número voltou mais recentemente a aumentar, quando muitas organizações noticiosas precisavam de jornalistas no Iraque, no Afeganistão e no Paquistão. No entanto, as reportagens de guerra permanecem amplamente consideradas como um campo dos homens. Continua a ser um campo altamente sexista. As jornalistas de guerra continuam a enfrentar condescendência, pseudo-protecionismo, desdém, comportamentos obscenos e hostilidade por parte dos seus patrões, rivais, militares e do público. São também sujeitas a violência sexual, embora sejam desencorajadas de queixar-se desses assaltos, para que possam continuar a trabalhar. Esta investigação centra-se no sexismo e assédio sexual enfrentados por mulheres repórteres de guerra contemporâneas, com especial atenção a Lara Logan, cuja carreira demonstra muitas dessas altas tensões de género.<hr/>Women began reporting on war in the mid-nineteenth century, covering, among other wars, Europeans revolutions and the US Civil War. The numbers of women reporting on war increased over the twentieth century with the First and Second World Wars and especially the Vietnam War. This increased again more recently, when many news organizations needed journalists in Iraq, Afghanistan, and Pakistan. Nonetheless, war reporting remains widely regarded as men's domain. It remains a highly sexist domain. Women war reporters continue to face condescension, pseudo-protectionism, disdain, lewdness, and hostility from their bosses, rivals, military brass, and the public. They also experience sexual violence, although they are discouraged from complaining about assaults, so that they can keep working. This research focuses on the sexism and sexual harassment facing contemporary women war reporters, with particular attention to Lara Logan, whose career demonstrates many of these highly gendered tensions. <![CDATA[<b>Contributos para o estudo sobre a feminização do jornalismo português</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622017000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Com base nos dados da comissão da carteira profissional e nos resultados de um inquérito nacional aos jornalistas, o presente estudo procura oferecer alguns contributos empíricos para um enquadramento da atualidade do processo de feminização das redações portuguesas, fundamentando-se em duas premissas gerais: um trajeto de recomposição sociográfica do jornalismo português, no sentido da contração das disparidades de género - alicerçado em fatores como o rejuvenescimento da profissão e o aumento da formação dos jornalistas -, e um quadro de contradições desse mesmo processo de feminização - onde se destaca a falta de representação das mulheres nos cargos e funções de responsabilidade editorial, e uma desestruturação das condições laborais. A desagregação por género dos resultados do inquérito demonstra que, não obstante uma tendência geral para uma relativa harmonia entre as respostas de homens e mulheres, se evidenciam algumas discrepâncias relativas à situação laboral e ao campo das conceções sobre o exercício da profissão.<hr/>Based on data from the Professional Journalist Commission and the results of a national survey of journalists, the present study seeks to offer some empirical contributions to the current framework of the feminization process of Portuguese newsrooms, based on two general premises: a sociological recomposition of Portuguese journalism towards a reduction of gender disparities - based on factors such as the rejuvenation of the profession and the increase in the training of journalists - and a picture of contradictions of the very same process of feminization - highlighting the lack of representation of women in positions and roles of editorial responsibility, and a disruption of their working conditions. The gender breakdown of the survey results shows that, despite a general trend towards a relative harmony between the responses of men and women, some discrepancies concerning the employment situation and the field of conceptions on the exercise of the profession are evident. <![CDATA[<b>Planos de igualdade de género nos media</b>: <b>para uma (re)consideração do caso português</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622017000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Os Planos Nacionais para a Igualdade são um dos instrumentos de política que os governos nacionais utilizam como expressão dos seus compromissos para com a igualdade de género e outros grupos desfavorecidos rumo à igualdade. Uma análise destes Planos, no caso português, mostra que embora tenha havido ganhos amplamente importantes na sua adoção, uma das suas áreas de preocupação - as mulheres e os meios de comunicação - foi sempre apenas brevemente coberta. No entanto, os Planos são as únicas formas de referência explícita a esta questão nos documentos de política nacional. Concluímos que a política nacional no domínio das mulheres e dos meios de comunicação tem sido incentivada sobretudo por iniciativas europeias sem suficiente ênfase na sua implementação e eficácia.<hr/>National Plans for Equality are one of the policy instruments that national governments use as expressions of commitment to gender quality and other disadvantaged groups towards equality. An analysis of these Plans, in the Portuguese case, shows that although broadly important gains were made during their first adoption, one of their concern areas - women and the media - was always only briefly covered. However, they are the sole forms of explicit reference to this issue in national policy documents. We conclude that the national policy in the subject of women and the media has been done mostly under the incentive of European initiatives without enough emphasis on their implementation and efficiency. <![CDATA[<b>As mulheres nas estruturas de tomada de decisão nos meios de comunicação europeus</b><a name="top*"></a>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622017000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O reduzido número de mulheres que ocupam altos cargos nas organizações dos media tem sido motivo de preocupação há já várias décadas. Este artigo resume os principais resultados de uma investigação que teve por objetivo analisar e refletir sobre a situação neste domínio na Europa, explorando o grau de entrada das mulheres na gestão a níveis mais elevados num amplo leque de grandes organizações mediáticas, públicas e privadas, da UE e da Croácia. O projeto analisou ainda como as mulheres séniores experienciam, de facto, os seus meios-ambientes no local de trabalho e que tipos de igualdade de género e/ou políticas focalizadas nas mulheres estão em vigor nessas organizações. A partir dos dados, o projeto desenvolveu um conjunto de indicadores que seria adotado pelo Conselho da Comissão Europeia e que aqui se apresentam.<hr/>The small number of women occupying senior positions in media organisations has been a cause for concern for several decades. The article presents the main results of a research aimed to explore women's penetration of top level management across a range of large media organisations, both public sector and privately-owned in the EU and Croatia. The project also analysed how senior women actually experience their media workplace and what kinds of gender-equality and/or women-focused policies are in place in those organisations. From the resulting data the project developed a set of indicators, also presented here, which would be adopted by the Council of the European Commission. <![CDATA[<b>Feminina e não feminista</b>: <b>a construção mediática do backlash, do consumo e dos pós-feminismos</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622017000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A significativa intervenção dos feminismos na identificação e na desconstrução das práticas sociais ainda dominantes, logo, na emersão de novas perspetivas de mudança, sempre foram obscurecidos e negligenciados, se não mesmo tornados ausentes, no debate com o grande público. Dado o impacto da nova linguagem mediática em torno dos feminismos parece-nos importante o exercício de passar em revista como os constructos neoliberais dos feminismos, sobretudo apropriados pelos veículos de comunicação social, podem ser observados e interpretados como um fenómeno social que envolve, no seu modus operandi, tanto as estruturas de controlo/poder como as lógicas identitárias de uma sociedade marcadamente patriarcal. É o que se pretende fazer no presente artigo.<hr/>The significant intervention of feminisms in the identification and deconstruction of the dominant social practices and, therefore, in the emergence of new perspectives of change, have always been obscured and neglected, if not absent, in the debate with the general public. Given the impact of the recent media language on feminisms, the analysis of how neoliberalism constructs feminisms, as appropriated by the media seems an important task, particularly as they can be seen and interpreted as a social phenomenon involving, in its modus operandi, both the control / power structures and the identity logics of a strongly patriarchal society. This review is the aim of our article. <![CDATA[<b>Sisters doing it by themselves</b>: <b>woda in antinu- clear and other protests from the 1980s onwards</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622017000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Por que razão as mulheres optaram por fazer protestos políticos sem homens? Essa escolha tem validade epistemológica e prática para a ação direta no século XXI? O artigo menciona os antecedentes da ação direta de mulheres-apenas em Greenham, no Reino Unido, na década de 1980; Esta manifestação apresentou a NVDA a um público britânico acostumado a formas de protesto com maior deferência, e encorajou muitas mulheres antes heterossexuais a outras formas de sexualidade. O artigo considera as identidades usadas pelas mulheres nessas ações, juntamente com outras identidades que não surgiram. São discursivamente analisados dois manifestos, de Greenham em 1981 e de ações em 2016, que mostram um afastamento da antiga versão da mulher como pacifista, materna e “vulnerável”. Por enquanto, a guerra nuclear foi ultrapassada por uma série de ameaças ainda maiores, mas todas elas exigem respostas além das urnas, com NVDA criativas e feministas continuando a fornecer um modelo útil.<hr/>Why have women chosen to conduct political protests without men? Does this choice have epistemological and practical validity for direct action in the 21st century? The paper mentions the background of the women-only direct action at Greenham, UK in the 1980s; this introduced NVDA to a British public accustomed to more deferential modes of protest, as well as encouraging many previously straight women towards other forms of sexuality. The identities used by women in such actions are considered, along with some other identities that were not on offer. The discourse of two manifestos is analysed, from Greenham in 1981 and from actions in 2016, showing a move away from the earlier peace-loving, maternal, ‘vulnerable' woman. For now, nuclear war has been overtaken by a host of even greater threats, but all demand responses beyond the ballot box, with creative, feminist NVDA continuing to provide a useful model. <![CDATA[<b>Pós-feminismo, misoginia online e a despolitização do privado</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622017000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo problematiza os pressupostos do pós-feminismo, à luz da constatação de que as crescentes oportunidades de participação promovidas pelas novas tecnologias nem sempre estão em consonância com a defesa de valores democráticos. A arquitectura das Redes, as quais proporcionam um determinado grau de anonimato, facilita a desinibição, ausência de civilidade e publicitação da intimidade, legitimando uma cultura de misoginia que reencena estruturas sociais normativas, por vezes sob a capa de promoção de uma aparente emancipação.<hr/>This article problematizes the presuppositions of postfeminism in light of the observation that the opportunities for participation increasingly afforded by new technologies are not always in synchrony with the defence of democratic values. The architecture of the Net enables a certain degree of anonymity, facilitates disinhibition, the absence of civility as well as public intimacy. It thus legitimates a culture of misogyny which restages normative social structures, frequently under the guise of promoting an apparent emancipation.