Scielo RSS <![CDATA[Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=1646-212220190001&lang=en vol. 27 num. 1 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <link>http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222019000100001&lng=en&nrm=iso&tlng=en</link> <description/> </item> <item> <title><![CDATA[<b>Avaliação retrospectiva de fracturas da clavícula tratadas com osteossíntese rígida</b>: <b>Resultados e complicações</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222019000100002&lng=en&nrm=iso&tlng=en Introdução Embora tradicionalmente as fracturas da clavícula tenham sido tratadas conservadoramente, a literatura mais recente mostra resultados funcionais menos satisfatórios com esta abordagem. Apresentamos uma revisão de 36 doentes com fracturas da clavícula submetidos a osteossíntese primária e avaliação dos resultados funcionais e complicações. Materiais e Métodos Avaliação retrospectiva dos doentes com fracturas descoaptadas da clavícula submetidos a redução cruenta e osteossíntese, entre 2012-2015. As fracturas foram classificadas segundo a classificação AO e foram seleccionados os doentes jovens, com requisitos funcionais elevados. Foi realizado seguimento para avaliação clínica, funcional (mobilidade, regresso às actividades diárias e desportivas, score funcional Quick Disabilities of Arm Shoulder and Hand - Quick-DASH) e imagiológica até consolidação da fractura e após 6-12 meses para ponderar extracção do material de osteossíntese. Resultados Obtivemos uma população de 36 doentes, com seguimento médio de 26 meses, idade média de 35,16 anos. Todos os doentes recuperaram arco mobilidade total, sem limitação nas suas actividades. O score funcional QuickDash médio foi 1,4 pontos. Exceptuando um caso de pseudartrose, todas as fracturas apresentaram evidência de consolidação num período médio de 3,3 (2-6) meses. Referimos ainda um caso de infecção superficial da ferida operatória, com resolução após desbridamento e encerramento da mesma Discussão Apesar do tratamento conservador apresentar elevadas taxas de consolidação, os resultados clínicos e funcionais podem ser subóptimos. O tratamento cirúrgico, tem demonstrado bons resultados, permitindo mobilização e retorno à actividade precoces, com baixa incidência de complicações.<hr/>Introduction Traditionally, clavicle fractures are treated conservatively. However, recent evidence shows less satisfactory functional results with conservative treatment. We present our results and complications with surgical treatment of displaced clavicle fractures in a group of 36 patients. Materials and Methods We evaluated retrospectively, patients with displaced clavicle fractures treated surgically with open reduction and osteosynthesis between 2012-2015. Fractures were classified according to AO classification and we selected young patients with high functional needs. Follow-up was performed with clinical and functional evaluation. Data regarding mobility, return to work and sports as well as evaluation with Quick Disabilities of Arm Shoulder and Hand (Quick-DASH) were collected. Patients were evaluated with radiographs until evidence of fracture healing and then after 6-12 month for discussing hardware removal. Results We present 36 patients with a mean follow-up of 26 month, mean age of 35,16 years old. All patients recovered a full mobility arch without limitation in their activities. Functional score QuickDash averaged 1,4. Except for one case of nonunion, all fractures healed in an average of 3,3 months (2-6). We report one case of a superficial infection of the surgical wound, which resolved after debridement and wound closure. Discussion Despite high fracture healing rates reported with conservative treatment, clinical and functional results are frequently suboptimal. Surgical treatment has shown good results, allowing for early mobilization and return to previous daily and sport activities, with a low incidence of complications. <![CDATA[<b>Estabilização Rígida Percutânea em Fraturas Proximais do Úmero</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222019000100003&lng=en&nrm=iso&tlng=en Objetivo: Partilhar a nossa experiência no tratamento de fraturas proximais do úmero através de estabilização rígida com placa por via percutânea. Em alinhamento com a opinião de outros autores, as fraturas em 2 e 3 partes de Neer poderão beneficiar muito de uma osteossíntese rígida minimamente invasiva. Material e métodos: Análise retrospetiva de 48 doentes submetidos a osteossíntese rígida percutânea por fratura proximal do úmero em 2 e 3 partes de Neer, entre 2008 e 2016, com follow-up médio de 24,4 meses. O protocolo cirúrgico e de reabilitação foi igual em todos os casos. Avaliámos os nossos resultados através do Score Quick Dash (QDS), Score de Constant (CS), avaliação radiográfica (falência de osteossíntese, perdas de redução, posição da placa, tempo de consolidação, incidência de necrose avascular), complicações neurológicas e infeciosas. Resultados: Avaliámos 48 doentes com idade média de 66 anos (desvio padrão ± 13,98). No QDS obtivemos uma média de 20 (desvio padrão ± 11,48). Obtivemos um Score Constant médio de 78 (desvio padrão ± 12,8). Não se registou nenhuma complicação grave. Conclusões: Neste tipo de fraturas, a osteossíntese rígida minimamente invasiva permite uma excelente redução anatómica, uma excelente fixação e uma baixa taxa de complicações. Os nossos resultados vão ao encontro daqueles já previamente publicados em termos de resultado final. A ausência de estudo comparativo relativamente à via clássica delto-pectoral, é uma limitação deste trabalho.<hr/>We intend to share our experience on percutaneous rigid stabilization of proximal humeral fractures. As mentioned by several authors, the 2 and 3 part fractures of Neer classification, could have a major benefit with this method. Materials and methods: Retrospective analysis of 48 patients submitted to percutaneous rigid stabilization of proximal humeral fracture (2 and 3 parts of Neer), between 2008 and 2016 with a mean follow-up of 24,4 months. The surgical and rehabilitation protocol were the same at all cases. Clinical evaluation by Quick Dash (QDS) and Constant Scores (CS), radiographic evaluation (implant failure, lost of reductions, plate positioning, consolidation time, avascular necrosis index), neurologic and infectious complications. Results: Mean age of 66 years old (standard deviation ± 13,98). Mean QDS of 20 (standard deviation ± 11,48). Mean CS of 78 (standard deviation ± 12,8). Didn’t report any major complication. Conclusions: Regarding these type of fractures, the percutaneous rigid stabilization allows an excellent anatomical reduction, excellent fracture fixation and a low index of complications. Our results are according those previously reported considering the final outcomes. The absence of a comparative study with the classic delto-pectoral approach is a limitation of this study. <![CDATA[<b>Hipocifose Torácica</b>: <b>Mito ou Realidade?</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222019000100004&lng=en&nrm=iso&tlng=en A importância do balanço sagital no tratamento cirúrgico da escoliose idiopática do adolescente tem tido uma relevância crescente na literatura. Evidência científica recente aponta para uma correlação entre a hipocifose torácica pós cirúrgica (flatback syndrome) e dor crónica. O nosso objectivo foi avaliar a existência de efeito hipocifosante em cirurgia de tratamento da escoliose idiopática do adolescente e a amplitude deste efeito na deformidade, com agravamento ou correcção. Foi realizado um estudo retrospetivo de doentes com escoliose idiopática do adolescente, submetidos a instrumentação transpedicular por via posterior num período de 6 anos, no qual foram medidas e analisadas variáveis demográficas e radiológicas no plano coronal e sagital. Foram seleccionados 107 doentes, divididos em 3 grupos de acordo com o grau de cifose pré operatória: Grupo I - Hipocifose (n=16), cifose média de 10.31º±6.14; Grupo II - Normocifose (n=50), cifose média de 31.85º±5.40 e Grupo III - Hipercifose (n=41), cifose média de 51.71º±7.89. A cirurgia de tratamento da escoliose influenciou com significância estatística a cifose pós-operatória (p=0.0002), e aos 15 meses de follow-up médio (p=0.04). Verificou-se que a cirurgia permitiu corrigir eficazmente a deformidade cifótica: no grupo I - Hipocifose, com efeito cifosante (p=0.000007); no grupo III - Hipercifose, com efeito lordosante (p=0.00000004), no grupo II - Normocifose, grupo controlo, a normocifose foi preservada (p=0.38). Factores previamente apontados como potenciais influenciadores, como a idade (p>0.05), género (p=0.48), Cobb escoliótico pré- operatório (r=0.178), flexibilidade da coluna no plano coronal pré-operatória (r=-0.024) e índice de Cincinnati (r=-0.0009) não apresentaram correlação estatística. A cirurgia de correcção da escoliose idiopática do adolescente com instrumentação transpedicular posterior, para além da correcção no plano coronal, permite uma correcção eficaz no plano sagital.<hr/>The importance of sagittal balance in the surgical treatment of adolescent idiopathic scoliosis is being increasingly relevant in the literature. Recent scientific evidence points to a correlation between post-surgical thoracic hypokyphosis (flatback syndrome) and chronic pain. Our objective was to evaluate the existence of hypokyphosing effect in surgery for the treatment of adolescent idiopathic scoliosis and the amplitude of this effect in the deformity, with aggravation or correction. The authors present a retrospective study of patients with adolescent idiopathic scoliosis who underwent posterior transpedicular instrumentation over a 6-year period, with evaluation of demographic and radiological variables in the coronal and sagittal plane. 107 patients were included, divided into 3 groups according to the degree of preoperative kyphosis: Group I - Hypokyphosis (n=16), mean kyphosis of 10.31±6.14; Group II - Normokyphosis (n=50), mean kyphosis of 31.85±5.40 and Group III - Hyperkyphosis (n= 41), mean kyphosis of 51.71±7.89. Surgical scoliosis treatment had a significant effect on post-operative kyphosis (p=0.0002), and at 15 months of mean follow-up (p=0.04). The surgery had an effective correction of the kyphotic deformity: in the group I - Hypokyphosis, with kyphosing effect (p=0.000007); in the group III - Hyperkyphosis, with lordosing effect (p=0.00000004); in the group II, control group, normokyphosis was maintained (p=0.38). Factors previously identified as potential influencers, such as age (p> 0.05), gender (p=0.48), preoperative scoliotic Cobb (R=0.178), preoperative column flexibility in the coronal plane (R=-0.024), and Cincinnati index (R=-0.0009) had no statistical correlation with kyphosis correction. Surgical treatment for adolescent idiopathic scoliosis with posterior transpedicular instrumentation, in addition to correction in the coronal plane, allows effective correction in the sagittal plane. <![CDATA[<b>Caracterização epidemiológica das admissões por trauma músculo-esquelético num serviço de urgência pediátrica de um hospital central</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222019000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=en O trauma músculo-esquelético é responsável por um elevado número de vindas aos serviços de urgência pediátrica. Este trabalho surge da necessidade de colmatar a escassa literatura disponível nesse âmbito. Trata-se de um estudo observacional transversal, no qual a colheita de dados foi realizada por inquérito. Foi selecionada uma amostra de conveniência das admissões no serviço de urgência pediátrica de um hospital terciário por traumatismo, durante 3 meses. Foram registadas 108 admissões, na sua maioria do sexo masculino e com idade acima dos 10 anos. Os acidentes ocorreram maioritariamente na escola (86,1%), tendo-se dado 6,5% em casa e 7,4% em espaços públicos. Registou-se uma maior ocorrência de acidentes (37%) entre as 12:00h e as 14:30h. 53,7% foram acidentes não-desportivos, maioritariamente quedas. O tornozelo e o punho foram as articulações mais afetadas, respetivamente em 24,7% e 16,7% dos casos. Os diagnósticos mais frequentes foram a contusão em 52,8% dos casos e as fraturas em 23,1%. O tempo médio de permanência no SUP foi 1:30h. 19,4% dos doentes tiveram alta durante a primeira hora após a admissão. A maioria das crianças até 10 anos recorreu por traumatismo após queda. Dos 11 anos aos 14 anos, os traumatismos e acidentes desportivos tiveram igual prevalência. Nos adolescentes acima dos 14 anos, o principal tipo de acidente foi o acidente desportivo. Em mais de metade dos doentes (52,7%), as lesões provavelmente seriam minor e superficiais, pelo que teria sido preferível uma avaliação pelos cuidados de saúde primários, e eventual referenciação ao SUP se esta se justificasse.<hr/>Background: Musculoskeletal trauma is responsible for a large number of emergency hospital admissions in paediatrics. It is the main cause of death and incapacity under 18 years of age. Objective: The aim of this study is to address the lack of medical literature about paediatric musculoskeletal trauma, and its epidemiology in emergency care context. Methods: This is a cross-sectional observational study in which a survey was used for data collection. We selected a convenience sample of the paediatric emergency department admissions in a central hospital, during a 3 month period. Results: A total of 108 admissions were registered. The majority of patients were male and above 10 years old. Accidents happened mainly in school (86.1%), followed by public spaces (7.4%) and home (6.5%). A bigger occurrence of accidents (37%) was recorded between 12:00h and 14:30h. 53.7% were non-sports related accidents, more commonly falls. Wrist and ankle were the most affected joints, 24.7% and 16.7% respectively. Sprains and strains accounted for 52.8% of the diagnoses, while bone fractures accounted for 23.1%. The average permanency time in the emergency care unit was 1 and a half hours. 19.4% of patients were discharged within the first hour after admission. Conclusions: Most children under 10 years of age sought the paediatric emergency care unit due to trauma after falling. Among the ages of 11 and 14 years old, accidents and sports related traumatisms had the same prevalence. Sports related accidents were the main type of accidents in adolescents above 14 years old. Given that the lesions of more than half of patients (52.7%) were probably only minor/superficial, a primary health care evaluation would have been preferable, eventually referring to paediatric emergency care if justifiable. <![CDATA[<b>Separação epifisária do úmero distal em recém-nascidos</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222019000100006&lng=en&nrm=iso&tlng=en As separações traumáticas epifisárias do úmero distal, em recém-nascidos, são raras. Poucos casos clínicos têm sido publicados e os dados epidemiológicos existentes falham na precisão. Esta patologia pode passar despercebida na maternidade quer pela clinica inespecífica quer pela dificuldade de interpretação dos exames imagiológicos. Apresentam-se dois casos clínicos de separação traumática epifisária do úmero distal detectados em recém-nascidos na maternidade, diagnosticados e confirmados com radiografias e ecografia. Tratados conservadoramente: imobilização com Velpeau. Com resolução completa clinica e imagiológica.<hr/>Traumatic separations of the distal epiphysis of the humerus, in newborn, are rare injuries. Some case reports have already been published and precise epidemiological data lack. This injury can easily be missed in the maternity, ward either by the nonspecific clinic or by the difficulty of interpreting the radiologically exams. The present report describes two infants with traumatic separation of the distal epiphysis of the humerus, in whom this diagnosis was made at birth. The diagnosis was made first with radiography and then confirmed with ultrasound. They were treated with Velpeau imobilization. Conservative management resulted in completed clinically and radiologically recovery. <![CDATA[<b>Ligamentoplastia de Eaton-Littler na Instabilidade Trapézio-Metacarpiana isolada da Criança</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222019000100007&lng=en&nrm=iso&tlng=en A instabilidade crónica da articulação trapeziometacárpica é uma entidade rara que ocorre sobretudo em contexto de laxidez articular sistémica. Os principais sintomas são a dor nos movimentos de pinça e sensação de instabilidade. A doença pode ser diagnosticada pela radiografia em stress. O tratamento cirúrgico está indicado quando os sintomas persistem apesar de tratamento conservador com fisioterapia e imobilização. Os autores apresentam um caso clínico de instabilidade crónica isolada e não traumática da articulação trapeziometacárpica numa criança de 12 anos. Após falência de tratamento conservador com fisioterapia e imobilização gessada, a doente foi tratada cirurgicamente com ligamentoplastia pela técnica de Eaton-Littler modificada, com bons resultados aos 3 anos de seguimento.<hr/>Chronic instability of the trapeziometacarpal joint is a rare entity that occurs mainly in the context of systemic joint laxity. The main symptoms are pain in pincer movements and feeling of instability. The disease can be diagnosed by stress radiography. Surgical treatment is indicated when symptoms persist despite conservative treatment with physical therapy and immobilization. The authors present a clinical case of isolated and non-traumatic chronic instability of the trapeziometacarpal joint in a 12-year-old child. After failure of conservative treatment with physical therapy and plaster immobilization, the patient was surgically treated with ligamentplasty using the modified Eaton-Littler technique, with good results at 3 years follow-up.