Scielo RSS <![CDATA[Psicologia, Saúde & Doenças]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=1645-008620150001&lang=pt vol. 16 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Editorial</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Educação para a saúde</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Neste artigo fazemos uma apresentação da importância e da emergência da educação para a saúde, salientando os principais marcos que lhe deram origem. Fazemos referência aos aspetos da educação como a idade, contexto e objetivos que mudam de pessoa para pessoa ou de grupo para grupo. Ilustramos com a referência a programas cuja aplicação em amplos setores, está documentada na literatura científica, justificando a sua importância e utilidade.<hr/>In this article we present the importance and emergence of health education, highlighting the major milestones that gave rise to it. We refer to aspects of education such as age, context and goals that change between individuals or groups. We illustrated with reference to programs whose implementation in broad sectors are documented in the scientific literature, justifying its importance and usefulness. <![CDATA[<b>Tabaco</b>: <b>Relações com a família, a escola e os colegas - HBSC France 2010</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Le tabagisme des jeunes est préoccupant au vu du nombre important d’individus concernés et de ses conséquences sur la santé. Nous avons étudié les liens entre le tabagisme quotidien et la famille, les pairs, l’école, l’environnement socio-économique de vie. Des régressions logistiques hiérarchiques à deux niveaux (1: les élèves, 2: les écoles) ont été utilisées. Parmi les 4 091 adolescents français étudiés (13-17 ans), 13,5% (n=551) déclarent fumer quotidiennement. Il ressort que cet usage est plus courant chez les jeunes issus de familles recomposées/ monoparentales ou se sentant peu encadrés par leurs parents et qui sortent souvent, le soir ou après l’école. Ne pas du tout aimer l’école, déclarer que les professeurs estiment ses résultats scolaires inférieurs à la moyenne et considérer les exigences scolaires comme excessives sont positivement associés au tabagisme quotidien. Au niveau environnemental, le fait d’être scolarisé dans une zone défavorisée (zone d’éducation prioritaire) est négativement lié à cette pratique, sans pour autant expliquer les différences entre établissements. Le risque d’être fumeur quotidien augmente avec l’âge et est plus important pour les filles. De nouveaux paramètres tant individuels qu’environnementaux devraient être pris en compte, pour mieux comprendre le tabagisme quotidien des jeunes et en relancer la prévention.<hr/>O tabagismo entre os jovens é motivo de preocupação, dado o grande número de pessoas envolvidas e do impacto sobre o número de saúde. Neste artigo estuda-se a relação entre o consumo diário e a família, os pares, a escola, o contexto socioeconómico de vida. Foram utilizadas: regressões logísticas hierárquicas em dois níveis (primeiro: estudantes segundo: escolas). Dos 4 091 adolescentes franceses entrevistados (13-17 anos), 13,5% (n = 551) relataram fumar diariamente. Esta prática parece ser mais comum entre os jovens de famílias não tradicionais ou que se sentem pouco supervisionados pelos pais, e que saem à noite ou depois da escola muitas vezes. Não gostar nada da escola, percepção académica abaixo da média por parte dos professores e considerar que as exigências académicas são excessivas está associado positivamente ao consumo diário de tabaco. Ao nível contextual, ser educado numa área desfavorecida (área de educação prioritária) está negativamente relacionado com essa prática, apesar de não ter explicado as diferenças entre escolas. O risco de fumar diariamente aumenta com a idade e é maior para as raparigas. Novos fatores individuais e contextuais devem ser levados em conta para melhor compreender o consumo diário nos jovens e aumentar a prevenção. <![CDATA[<b>Influência da família e amigos no bem-estar e comportamentos de risco</b>: <b>Modelo explicativo</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente estudo teve como objetivo analisar a influência da relação dos adolescentes com os pais e amigos no envolvimento em comportamentos de risco e na saúde. A amostra do presente estudo é constituída por jovens que participaram no estudo HBSC- Health Behaviour in School - aged Children, em 2010, em Portugal continental. O estudo contou com a participação de 3 494 jovens dos 8º e 10º anos de escolaridade com uma média de idades de 14,94, em que 46,4% são rapazes e 53,6% são raparigas. Os resultados revelaram que uma boa comunicação com os pais tem um maior efeito protetor, associada à satisfação com a vida e à saúde dos adolescentes. Por outro lado, a boa comunicação com os amigos surge relacionada com uma menor perceção de satisfação de vida e aumento de sintomas psicológicos. Os resultados encontrados salientam a importância da comunicação e do relacionamento positivo com os pais. Apesar dos amigos surgirem como fator de risco, estes não devem ser ignorados mas observados com maior atenção de forma a ajudar os adolescentes a desenvolverem estratégias que permitam maior resistência à pressão dos amigos e do grupo de pares, impedindo um efeito negativo na sua saúde e bem-estar.<hr/>The aim of this study was to analyze the influence of the relationship of adolescents with parents and friends and the involvement in risk behaviors and health. The study sample consists of youth who participated in the study HBSC-Health Behaviour in School - aged Children in 2010 in Portugal. The study involved the participation of 3,494 young people from the 8th and 10th grade with an average age of 14.94, in which 46.4% are boys and 53.6% girls. The results showed that good communication with parents has a greater protective effect associated with life satisfaction and adolescent health. Moreover, good communication with friends arises in connection with a perception of lower life satisfaction and increased psychological symptoms. Our results reinforce the importance of communication and positive relationships with parents. Despite friends emerge as a risk factor, these should not be ignored but observed more carefully in order to help teenagers develop strategies for greater resistance to peer pressure and peer group, preventing a negative effect on their health and well-being. <![CDATA[<b>Prevenção da violência através da resiliência dos alunos</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt São cada vez mais graves e frequentes as situações de violência entre pares na escola, com implicações no sucesso escolar e no processo de desenvolvimento dos alunos. A resiliência é fundamental na superação de situações difíceis e na adaptação positiva e saudável da pessoa quando em contacto com condições adversas, pelo que pode ter um papel importante na forma como os jovens lidam com a violência na vida escolar.Com a presente investigação pretende-se analisar a influência da resiliência sobre a violência entre pares, em alunos do 2º e 3º ciclo de escolaridade. Numa amostra de 1 361 alunos, destes níveis de ensino, aplicámos dois instrumentos validados para a população portuguesa: o IAVE (Inventário de Avaliação de Violência Escolar) (Matos, 2012; Matos, Simões, & Jesus, 2012) e o MSCR (Inventário para Avaliação da Resiliência) (Hiew, 1998, 2000; Martins, 2005; Matos, 2012; Matos, Martins, Jesus, & Hiew, 2013). Através de uma regressão linear simples, verifica-se que a resiliência influencia negativamente a violência entre pares. Se a uma maior a resiliência corresponde menos violência, a utilização de estratégias que promovam a resiliência deve ser uma prioridade nas estratégias de educação para a saúde a desenvolver nas escolas.<hr/>Peer violence is an increasingly expression in children’s lives and youth in school. Often, violence takes concealed contours but, on the other hand, it’s an increasingly physical aggressive practice in our schools, as it is reported by the media. Resilience, an important feature of human development, reveals itself as a majorly in overcoming difficult situations and in the positive and healthy adaptation of the person when in contact with adverse situations. The intention of this investigation is to analyze the relationship between resilience and peer violence among students of 2nd and 3rd cycle of schooling. To a sample of students from the 2nd and 3rd cycles (N=1,361), we applied two instruments validated for the Portuguese population: the IAVE (Inventory Assessment School Violence) (Matos, 2012; Matos, et al., 2012) and MSCR (Inventory for Assessing Resilience) (Hiew, 1998, 2000; Martins, 2005; Matos, 2012; Matos, et al., 2013). By a simple linear regression, it’s found that resilience negatively influences peer violence. If to a big level of resilience corresponds less violence, the use of strategies that promote resilience should be a priority in strategies to promote mental health in school. <![CDATA[<b>Bullying nas crianças romenas</b>: <b>o papel do abuso de substâncias</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt School bullying has an increased prevalence worldwide and its negative effects on children’s mental health are well documented. Children involved in bullying (as bullies or as victims) tend to experience more mental health problems. These children have higher levels of depression, anxiety or behavioral problems compared to their non-involved peers. Moreover, they tend to have high rates of engaging in health risk behaviors, especially alcohol drinking and smoking cigarettes. The present study aims to test several possible mechanisms through which the involvement in bullying behaviors (as bully or as victim) is related to the experience of negative emotional states in school aged children. The sample included in this study (N=4,882) was a national representative sample for Romanian school children included in the Health Behavior in School Children Study (HBSC). We tested several mediation models which could explain the relationship between being a bully and bad temper, using the engagement in risk behavior (weekly drinking and weekly smoking) as possible mediators. Also, we tested if the relationship between being a victim and depression could be explained by engagement in health risk behaviors (weekly drinking). Our results show that involvement in bullying episodes have high prevalence among Romanian children, boys reporting more often being involved in these behaviors (as bully or as victims) compared with girls. The results for the mediation analysis showed that all the mediation models tested are significant. We found that the relationship between being a bully and bad temper was partially mediated by the engagement in weekly drinking and smoking. The relationship between being a victim during bullying episodes and feeling depressed was partially mediated by weekly drinking. Our results support the idea that children involved in bullying episodes might use the engagement in health risk behavior as a coping mechanism for their experience of negative emotional states. Also intervention strategies targeting bullying behaviors should also target the engagement in risky behaviors.<hr/>O bullying nas escolas tem uma grande prevalência a nível mundial e os seus efeitos na saúde mental das crianças estão bem documentados. As crianças envolvidas (vitimizador ou vítima) tendem a experimentar mais problemas de saúde mentais e de se envolver em comportamentos de risco. Usando uma amostra nacional representativa da pesquisa HBSC 2010 (N=4 882), o presente estudo tem como objetivo testar vários mecanismos através dos quais a participação em comportamentos de bullying está relacionado á experiência de estados emocionais negativos. Nós testamos vários modelos de mediação que poderiam explicar a relação entre ser vitimizador e mau temperamento, pela participação em comportamentos de risco (beber e fumar semanalmente). Também testamos se a relação entre ser vítima e sentir-se deprimido(a) poderia ser explicado pelo envolvimento em comportamentos de risco para a saúde (beber semanalmente). Nossos resultados mostram que todos os modelos de mediação são significativos. Encontrámos que a relação entre ser vitimizador e o mau temperamento foi parcialmente mediada por beber semanalmente. A relação entre ser vítima e sentir-se deprimido(a) foi parcialmente mediada por beber semanalmente. Assim, as estratégias de intervenção visando os comportamentos de bullying devem também direcionar-se para o envolvimento em comportamentos de risco. <![CDATA[<b>Cyberstalking entre adolescentes</b>: <b>uma nova forma de assédio e perseguição?</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Com a crescente difusão das tecnologias de informação e comunicação, fenómenos como o cyberstalking começam a ter maior expressão e visibilidade social, podendo ter como alvos adultos, crianças e/ou adolescentes. A par do consenso na literatura sobre os pressupostos centrais do cyberstalking (e.g., persistência, intenção, deliberação, indesejabilidade), persiste uma enorme controvérsia em torno da sua definição. O presente artigo procura contribuir para a clarificação dessas inconsistências e para a demarcação do conceito, mormente do fenómeno de cyberbullying. Um conjunto de elementos que tipificam o cyberstalking estão refletidos neste trabalho. Estes devem ser considerados na sua triagem, análise e no plano de atuação junto dos “atores”, assim como em programas de prevenção dirigidos a adolescentes que visam a educação para uma saúde em termos globais, tal como a define a Organização Mundial de Saúde (OMS). Reflete-se ainda criticamente acerca dos elementos comuns e divergentes entre o cyberstalking e outras formas de vitimação online (e.g., sexting, cyberbullying). Conclui-se que o cyberstalking está presente entre os adolescentes e não deve ser considerada uma dimensão “menor” de vitimação nesse grupo. Pelo contrário, é uma forma de perseguição inovadora face ao stalking no mundo real e distinta do cyberbullying.<hr/>With the increasing diffusion of information and communication technologies, phenomena such as cyberstalking begin to have more expression and social visibility, and may have targeted adults, children and / or adolescents. However, despite the consensus in the literature about the central assumptions of cyberstalking (e.g., persistence, intent, deliberation, undesirability, there remains a great controversy surrounding its definition. This article aims to contribute to the clarification of these inconsistencies at the level of the assumptions of cyberstalking and to the demarcation of this concept, especially of the phenomenon of cyberbullying. A set of elements that typifies cyberstalking are reflected in this work. These should be considered in its screening, in the analysis and in the plan of action with the "actors", as well as prevention programs aimed to adolescents, which aim a health education, such as defined by World Health Organization (WHO). It is also critically reflected on the common elements and divergent between the cyberstalking and other forms of online victimization (e.g., sexting, cyberbullying). We conclude that cyberstalking is present in adolescents population, so this should not be considered a "minor" dimension of victimization in this group, but rather as an innovate form compared to physical stalking and different from cyberbullying. <![CDATA[<b>A educação para a saúde nos jovens com diabetes Tipo 1</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt As mudanças sociais, ocupacionais, familiares e emocionais na vida dos jovens com diabetes tipo 1 podem afetar a adesão ao tratamento e a sua qualidade de vida. Uma das ferramentas mais úteis, e que poderá constituir uma importante mais-valia para ultrapassar estas dificuldades, é a educação para a saúde providenciada pela equipa multidisciplinar que acompanha os jovens.O objetivo deste artigo é avaliar os comportamentos, estilos de vida e suporte social dos jovens com diabetes tipo 1 e avaliar a satisfação em relação às atividades de educação que lhes são proporcionadas.Foram realizados estudos quantitativos com 91 adolescentes e 278 jovens adultos, um estudo qualitativo com41 adolescentes e estudos de avaliação de satisfação dos jovens. A média de "satisfação com a vida" nos adolescentes é 7,2 ± 1,7 e nos jovens adultos é 6,6 ± 1,7 (escala 0-10).A maior parte dos jovens evidencia hábitos alimentares saudáveis e adesão satisfatória à atividade física, insulinoterapia e vigilância glicemica. Contudo,a média de HbA1c é superior ao recomendado. Consideram ter bom suporte da equipa de saúde e referem os benefícios das atividades com outros jovens.Podemos concluir que os participantes têm estilos de vida satisfatórios, bom suporte social e satisfação com a vida, valorizam as atividades com os pares e têm razoável adesão ao tratamento da diabetes, mas um controlo metabólico inferior ao esperado. Recomenda-se a continuidade do investimento da equipa de saúde na motivação dos jovens para melhor adesão ao tratamento.<hr/>The social, occupational, familiar and emotional changes during youth can affect adherence to diabetes management tasks and quality of life of youngsters with type 1 diabetes. Therapeutic Patient Education provided by the multidisciplinary team can be a very important tool to help young people to surpass difficulties. The objectives of this research consisted on the evaluation of health behaviours and lifestyles, social support and satisfaction about the educational activities of youngsters with type 1 diabetes. This research included quantitative studies with 91 adolescents and 278 young adults, a qualitative study with 41 adolescents and satisfaction studies’ evaluation relating to educational activities.Satisfaction with life is 7.2±1.7 in adolescents and 6.6 ±1.7in young adults (scale 0-10).Youngsters have healthy eating habits and satisfactory adherence to physical activity,insulin therapy and glucose monitoring but they present high mean value of HbA1c. Youngsters consider having a good social support from multidisciplinary health team and refer the benefits of group education sessions and summer camps with other youngsters with type 1 diabetes that help them to live better with diabetes.The youngsters showed satisfactory lifestyles, good social support and satisfaction with life, a reasonable adherence to diabetes treatment, however with a less optimal metabolic control of diabetes.It is recommended the continuity of multidisciplinary team investment on therapeutic patient education to promote the motivation of youngsters to treatment adherence involving the peers with diabetes in group education and leisure activities according to participants’ needs, wishes and difficulties. <![CDATA[<b>Programa de gestão do peso baseado na teoria da auto-determinação</b>: <b>comparação de dados de pais-filhos</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt This study aimed to analyze the changes in self-regulation, basic psychological needs, staff and parents support after the first 4-months of a weight management program with adolescents. To improve our understanding about the clinical implications, we also analyze the participants' views (adolescents and their parents) about the program. The 24 overweight adolescents (31 ± 4.9 kg/m²; 17 girls; 13,2 years), followed in a tertiary health unit, participated in a 4-month program with structured exercise, eight educational sessions on behavioral change and parental involvement. We measured the perception of staff and parental support, self-regulation for treatment, basic psychological needs at 0 and 4 months. At 2,5 months 20 adolescents and 16 parents participated in focus groups to analyze the impact of the program. There were improvements in relatedness satisfaction, but not in weight. The adolescent’s opinion found the exercise as the main strength of the program, but for parents was the personalized and group format; for both parents and sons the main weakness of the program was the disillusionment with weight loss. The discussion suggests that the weight loss treatmentbased on exercise and self-determination theory principles could bring psychological benefits even without weight loss.<hr/>A desafiante intervenção na obesidade pediátrica motivou um estudo quantitativo e qualitativo sobre os aspetos psicossociais num programa comportamental baseado no exercício físico com adolescentes e envolvendo os seus pais. Os 24 adolescentes (17 raparigas) com excesso de peso (31 ± 4,9 kg/m2), com 13,2 anos em média, seguidos na consulta dum hospital, participaram num programa de 4 meses que incluiu exercício físico estruturado, oito sessões educativas sobre mudança comportamental e envolvimento parental. Mediu-se a percepção do suporte da equipa técnica, a autoregulação para o tratamento, as necessidades psicológicas básicas e a percepção do suporte parental,aos 0 e 4 meses. Aos 2,5 meses 20 adolescentes e 16 pais participaram voluntariamente em grupos focais analisando o impacto do programa. Verificaram-se melhorias na satisfação da necessidade de relacionamento, mas não no peso. Na opinião dos filhos o exercício é a principal força do programa, mas para os pais é o formato personalizado e em grupo; sendo a desilusão com a escassa perda de peso uma fraqueza para ambos.A discussão compara os dados quantitativos com e as opiniões convergentes e divergentes de pais e filhos, reforçando a pertinência do exercício e da teoria da auto-determinação para a intervenção na obesidade, por trazer benefícios psicológicos mesmo sem perda de peso. <![CDATA[<b>Qualidade de vida no trabalho dos médicos da atenção básica no estado de Roraima (Brasil)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A Organização Mundial da Saúde define Qualidade de Vida como a perceção do indivíduo acerca da sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Este trabalho teve como objetivo avaliar a Qualidade de Vida no trabalho dos médicos que atuam na atenção básica, no Estado de Roraima (Brasil), sob a ótica de satisfação no trabalho.Participaram no estudo 62 médicos (43 das equipes da cidade de Boa Vista e 19 das equipes dos municípios do interior do Estado).Entre os inquiridos, 48,4% são do sexo feminino e 36,1% têm idades, ex aequo, entre os 28 e 39 anos e entre os 40 e 49 anos. Para recolha de informação usou-se o WHOQOL-ABREVIADO. A coleta de dadosfoi realizada entre julho e agosto de 2011. A maioria dos inquiridos relata ter algum problema com o domínio físico, possivelmente relacionado com a falta de tempo destinado a atividades físicas.O profissional de medicina dedica-se ativamente numa jornada de trabalho stressante e cansativa, acabando nas horas de folga por dar prioridade a outras atividades, como seja a família, o lazer, e até mesmo o descanso. Jornadas de trabalho cansativas e pouco incentivo financeiro, e até mesmo o plano de carreira, acabam causando insatisfação profissional.<hr/>The World Health Organization defines Quality of Life as the individual's perception of their position in life, in the context of culture and value systems in which they live and in relation to their goals, expectations, standards and concerns. This study aimed to assess the Quality of Work Life of doctor’s in primary care in the Roraima State (Brazil), from the perspective of job satisfaction. 62 physicians participated in the study (43 teams from the city of Boa Vista and 19 teams of municipalities in the State). Among the respondents, 48,4% are female and 36,1% are aged, ex aequo, between 28 and 39 years and between 40 and 49 years. To collect information we used the WHOQOL-BREF. Data collection was performed by the master's degree between July and August 2011. Most respondents reported having a problem with this aspect of this fact, possibly related to the lack of time devoted to physical activities; the professional actively engaged in a journey of stressful and tiring to work in their spare time just prioritizing other activities, such as family, leisure, and even rest. Tiring work hours and little financial incentive and even the career plan, end up causing job dissatisfaction. <![CDATA[<b>Sistemas de incentivo para prevenção de sobre peso e sistemas de informação</b>: <b>Tempest estudo de caso</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862015000100011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt The European project TEMPEST (Temptations to Eat Moderated by Personal and Environmental Self-regulatory Tools) (www.tempestproject.eu), took place from 2009 to 2013 in nine countries, including Portugal. The main objectives of the project focused on the identification and analysis of new incentive schemes for prevention of obesity in children and adolescents, to obtain greater insight into the role of self-regulatory competence in the management of non-healthy food choices ("temptations") and to contribute to the development of intervention programs focused on effective prevention, in different social settings.This article focuses on outcomes of the first objective, presenting an analysis of incentive schemes for the prevention of obesity in Portuguese children and adolescents, through the identification and characterization of the existent programs/policies in the country. After the research, several programs were identified, mostly multidimensional that aimed, above all, to increase the awareness about the prevalence of this clinical condition, seeming to indicate that Portugal demonstrates good practices and programs related to eating behavior, through the Ministries of Education and Health, of interventions and policies applied in schools and health care.<hr/>O projecto europeu TEMPEST (Tentações Alimentares Moderadas por Estratégias de Auto-regulação Pessoais e Ambientais) (www.tempestproject.eu) decorreu entre 2009 e 2013 em 9 Países, incluindo Portugal. O objectivo central do projecto centra-se na identificação e análise de novos esquemas de incentivo na prevenção da obesidade em crianças e adolescentes, de forma a obter maior conhecimento sobre o papel das competências de auto-regulação na gestão de escolhas alimentares não saudáveis (“tentações”), e, na contribuição para o desenvolvimento de programas de intervenção focados em prevenções eficazes, em diferentes settings sociais. O presente artigo focou-se nos resultados verificados ao nível do objectivo 1, apresentando uma análise dos esquemas de incentivo para a prevenção da obesidade em crianças e adolescentes portugueses, através da identificação e caracterização do conjunto de programas/políticas existentes no país. Após a pesquisa realizada, foram identificados vários programas, na sua maioria multidimensionais e que visam, sobretudo, aumentar o conhecimento sobre a prevalência desta condição clínica. Foram também apresentados dados estatísticos e informações relativas ao sistema Português, recolhida através dos Ministérios da Educação e da Saúde sobre intervenções e políticas aplicadas em escolas e serviços de saúde.