Scielo RSS <![CDATA[Psicologia, Saúde & Doenças]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=1645-008620130002&lang=en vol. 14 num. 2 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Editorial</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200001&lng=en&nrm=iso&tlng=en <![CDATA[<b>Algarve maintenance and long-term care units</b>: <b>professionals perspectives</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200002&lng=en&nrm=iso&tlng=en As unidades de longa duração e manutenção são unidades de internamento, com espaço físico próprio, por um período superior a 90 dias consecutivos, prestando apoio social e cuidados de saúde de manutenção a pessoas com doenças ou processos crónicos. Pretende-se descrever as motivações, dificuldades e expetativas dos profissionais de saúde das Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração do Algarve. Foi realizado um estudo qualitativo e exploratório, com análise de conteúdo de entrevistas semi-estruturadas, com as seguintes dimensões: motivação e satisfação profissional, acesso ao emprego, relações significativas no trabalho, aspectos relevantes do desempenho, formação contínua e futuro das unidades. Participaram 37 profissionais, com idades compreendidas entre 23 e 35 anos, sendo 9 homens e 28 mulheres. Os participantes referem estar motivados, embora com dificuldades de adaptação, desgaste físico e psicológico e falta de formação específica para a área. Muitos enveredaram por esta ocupação por falta de outras opções. Referem ter boa relação pessoal com a equipa multidisciplinar e autonomia no trabalho. Considerem que estas unidades são importantes para o apoio ao idoso dependente e suas famílias. No entanto, referem que existem limitações de espaço e tempo para as tarefas a desempenhar, dificuldades na relação com as famílias, rede insuficiente e as referenciações não são as mais eficazes, fracas respostas sociais e o retorno dos utentes ao domicílio ou resposta posterior é limitada. Deverão existir mais respostas sociais e instituições de apoio, articuladas com as unidades, comparticipadas pela segurança social e um apoio domiciliário alargado.<hr/>Maintenance and Long-term Care Units are inpatient units, with its own physical space, providing social support and health care service to people with chronic diseases, for a period exceeding 90 consecutive days. Our objective is to describe professionals difficulties and obstacles in UCCLDM, their motivations and expectations. We’ve used a qualitative, exploratory study with semi-structured interviews, content analysis of different dimensions: motivation and job satisfaction, access to employment, significant relationships at work, relevant aspects of performance, continuous training and future of units. 37 professionals participated, aged between 23 and 35 years, with 9 men and 28 women. The participants reported motivation, work adaptation difficulties, physical and psychological distress and lack of specific training in the area. Some professionals choose those job due to lack of other options. Participants also reported good personal relationship into multidisciplinary team and independence in their work and consider these units an important asset for the elderly care and families support. Limitations of space and lack of time were pointed as difficulties in concern to families contact. Insufficient network, referencing, weak social responses, home return and caregivers support were signed as less effective. There should be more institutional and community responses sustained through social security. <![CDATA[<b>Creativity Prediction and mental health</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=en A criatividade tem sido mencionada desde há muito tempo pela literatura. A forma de a conceptualizar tem dependido em muito dos investigadores e da sua visão sobre o que é criatividade, porém as suas potencialidades têm tomado cada vez mais interesse pela comunidade científica. Os seus benefícios estendem-se a diversas áreas da vida humana, como sentimentos de satisfação, bem-estar e saúde mental. A investigação aqui apresentada procura encontrar modelos preditivos de comportamentos criativos, pressupondo que estes poderão ser de grande auxílio para o desenvolvimento de um melhor bem-estar psicológico. Assim a investigação comportou o uso de quatro variáveis: a pessoa, o processo, o produto e o ambiente criativo. A amostra contou com 215 estudantes universitários e os resultados revelaram o encontro de quatro modelos preditivos de comportamentos criativos, com uma maior ênfase nas artes visuais e manuais. Conclui-se com a ideia de que a predição de produtos criativos é possível e que tal poderá ser preponderante para um bom desenvolvimento da saúde mental.<hr/>Creativity has been mentioned by the literature for a long time. The way each one of was conceptualize it differs from researcher to researcher and his or her way of interpreting it, however its potential has been receiving an increasing interest by the scientific community. Its benefits extend to many human life fields, including satisfaction, well-being and mental health. This research tries to find a creative behavior prediction model, assuming that it will help on the development of a better psychological well-being. So this research used four main variables: the creative person, the creative process, the creative product and the creative environment. The sample featured 215 college students and the results revealed four predictive models of creative behaviors, with a greater emphasis on the visual arts and crafts. We conclude with the idea that, it’s possible to predict creative products and that it can be of great importance to a good mental health development. <![CDATA[<b>Adaptation to pregnancy of primiparous women of advanced age and their partners</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200004&lng=en&nrm=iso&tlng=en O nascimento do primeiro filho em idade materna avançada (IMA; = 35 anos) tem-se tornado uma preocupação emergente do ponto da saúde pública. Investigações recentes têm sublinhado que as mulheres primíparas de IMA constituem um grupo heterogéneo quanto às suas características sociodemográficas e trajetórias reprodutivas. No entanto, poucos estudos têm identificado os diferentes subgrupos de mulheres de IMA e têm comparado a sua adaptação psicossocial durante a gravidez, adotando um nível de análise conjugal. O presente estudo teve como objetivos: 1) identificar diferentes subgrupos de mulheres primíparas de IMA e seus companheiros, com base nas suas características sociodemográficas e trajetórias reprodutivas; e 2) comparar a adaptação psicosocial à gravidez destes diferentes subgrupos. A amostra foi constituída por 91 mulheres primíparas de IMA e dos seus companheiros, recrutados na Maternidade Dr. Daniel de Matos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Ambos os membros dos casais preencheram uma ficha de dados sociodemográficos e clínicos, o Brief-Symptom Inventory-18, o EUROHIS-QoL8 e a Dyadic-Adjustment Scale-Revised. Os resultados apontaram para a necessidade de distinguir os casais com e sem história de infertilidade. Ambos os subgrupos apresentaram níveis similares de psicossintomatologia e ajustamento diádico, prevalecendo apenas diferenças de género. Contudo, os homens com história de infertilidade apresentaram níveis mais elevados de qualidade de vida que os homens sem história de infertilidade prévia. Estes resultados evidenciam a necessidade de atender às trajetórias reprodutivas que antecedem o nascimento do primeiro filho em IMA e de preparar intervenções psicoeducativas focadas nos casais.<hr/>Introduction:First childbirth at advanced maternal age (AMA; = 35 years) has become an emergent public health concern. Recent studies have highlighted that primiparous women of AMA constitute a heterogenous group, in terms of their sociodemographic characteristics and reproductive trajectories. However, few studies have identified distinct subgroups of primiparous women of AMA and have compared their psychosocial adaptation during pregnancy, using a dyadic level of analysis. The present study aimed to: 1) identify different subgroups of primiparous women of AMA and their partners, considering their sociodemographic characteristics and reproductive trajectories; and 2) compare the psychosocial adaptation to pregnancy of these subgroups. The sample consisted of 91 primiparous women of AMA and their partners, who were recruited in the Maternity Dr. Daniel de Matos of the Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Both partners filled a sociodemographic and clinical form, the Brief Symptom Inventory-18, the EUROHIS-QoL8 and the Dyadic Adjustment Scale-Revised. Results showed the importance of distinguishing couples with or without infertility history. Both subgroups showed similar levels of psychopathological symptomatology and dyadic adjustment, prevailing gender differences. However, men with prior infertility history showed a higher quality of life compare to men without prior infertility history. These results evidence the need to take into account the reproductive trajectories that antecede first childbirth at advanced maternal age and to prepare couple-focused psychoeducative interventions. <![CDATA[<b>Adaptation to pregnancy of primiparous women of advanced age and their partners</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200005&lng=en&nrm=iso&tlng=en Esta investigação visa compreender e enquadrar as perturbações do eixo II (DSM-IV), à luz de uma polaridade dimensional no desenvolvimento da personalidade - o relacionamento (dependência) versus a auto-definição (auto-criticismo) - proposta por Sidney Blatt (1990, 2008), em mulheres na idade adulta avançada, autónomas e inseridas na comunidade. Participaram 102 mulheres (M = 72,07 anos de idade, DP = 7,04). Os instrumentos de avaliação utilizados foram a versão Portuguesa (Henriques-Calado & Duarte-Silva, 2009) do Personality Diagnostic Questionnaire (PDQ-4+; Hyler, 1994), e a versão Portuguesa (Campos, 2000, 2009) doQuestionário de Experiências Depressivas (Blatt, D’Afflitti, & Quinlan, 1976, 1979). As escalas de perturbação da personalidade histriónica (ß = 0,34), dependente (ß = 0,26), e obsessivo-compulsiva (ß = 0,39) associam-se significativamente com o relacionamento (escala de dependência do QED), explicando 50% da variância, e as escalas de perturbação da personalidade narcísica (ß = 0,34), borderline (ß = 0,25), e evitante (ß = 0,29) associam-se significativamente com a dimensão da auto-definição (escala de auto-criticismo do QED), explicando 63% da variância.Os resultados são consistentes e estão de acordo com as conceptualizações teóricas que na atualidade alargam o campo da psicopatologia, valorizando uma abordagem de cariz interpessoal e dimensional da personalidade.<hr/>Relationships between Axis II personality disorders (DSM-IV) and Sidney Blatt (1990, 2008) constructs of relatedness (dependency) and self-definition (self-criticism) were explored in a sample of autonomous aging women. The sample consisted of 102 women participants (M = 72,07 years of age, SD = 7,04). The Portuguese version (Henriques-Calado & Duarte-Silva, 2009) of Personality Diagnostic Questionnaire (PDQ-4+; Hyler, 1994), and the Portuguese version (Campos, 2000, 2009) of Depressive Experiences Questionnaire (Blatt, D’Afflitti, & Quinlan, 1976, 1979) were applied. The histrionic (ß = 0,34), dependent (ß = 0,26), and obsessive-compulsive (ß = 0,39) personality disorder scales showed to be significant predictors of dependency, explaining 50% of the results; the narcissistic (ß = 0,34), borderline (ß = 0,25), and avoidant (ß = 0,29) personality disorder scales showed to be significant predictors of self-criticism, explaining 63% of the results. These findings are consistent and in accordance with the conceptualisation which extends the range of psychopathology to a dimensional interpersonal approach. <![CDATA[<b>Adaptation to pregnancy of primiparous women of advanced age and their partners</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200006&lng=en&nrm=iso&tlng=en A saúde organizacional é um tema crucial em psicologia da saúde, contudo poucos instrumentos avaliam este conceito. Esta investigação pretende colmatar esta lacuna através da validação para a população portuguesa da Escala de Perceção de Saúde Organizacional (EPSaO). Participaram na presente investigação 437 profissionais. A identificação da estrutura fatorial respeitou o procedimento dos autores. A análise do ajustamento da estrutura fatorial assentou na análise fatorial confirmatória de três modelos. O primeiro, modelo de referência, preconiza dois fatores de primeira ordem correlacionados, o segundo, um fator de segunda ordem, e o terceiro, uma estrutura unidimensional. As análises fatoriais confirmatórias foram realizadas utilizando o programa EQS V6.1. Os resultados sugerem a manutenção da estrutura fatorial original. Não obstante, procedeu-se a uma reespecificação dos modelos, através da adequação dos parâmetros de estimação, que conduziu a uma melhoria no seu ajustamento. A escala e respetivas subescalas revelaram um coeficiente ómega de fiabilidade ponderada superior a 0,70.<hr/>Organizational health is a crucial theme in health psychology, however few instruments evaluate this concept. This research seeks to overcome this gap through the validation, to the portuguese population, of the Escala de Perceção de Saúde Organizacional (EPSaO). This instrument was applied to 437 subjects. The identification of the factorial structure respected the procedures of the authors. The adjustment of the factorial structure relied on the confirmatory factorial analysis of three models. The first, reference model, had two first order factors correlated, the second, a second order factor and, the third, a one-dimensional structure. The confirmatory factorial analysis was realized by the program EQS V6.1. The results suggest the maintenance of the original factorial structure. Notwithstanding, we’ve proceeded to a re-specification of the models, through the adequacy of the parameter estimates, which conducted to a better adjustment of them. The scale and respective subscales revealed values of the weighted-omega reliability coefficient above 0,70. <![CDATA[<b>Social support, stressful life events, adaptability and cohesion and cohesion in families at psychosocial risk</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200007&lng=en&nrm=iso&tlng=en Nas últimas décadas os sistemas de proteção à infância mudaram de uma perspetiva assistencial para uma perspetiva centrada na preservação familiar. Dado que a eficácia das intervenções depende da sua adaptação às necessidades de estas famílias, é crucial analisar as trajetórias vitais e conhecer a dinâmica familiar. Neste estudo analisámos a coesão e adaptabilidade familiar, os acontecimentos de vida stressantes e o apoio social em famílias com menores em risco psicossocial. Foram entrevistados 51 participantes (64,7% do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 16 e os 57 anos, residentes em Faro. Utilizámos a Entrevista Estruturada de Apoio Social de Arizona, a Escala de Apoio Social para Situações Vitais Estressantes, as Escalas de Adaptabilidade e Coesão Familiar, o Inventário de Situações Estressantes e de Risco e um questionário de dados sociodemográficos. As famílias apresentavam uma elevada taxa de desemprego e uma acentuada precaridade educativa, económica e profissional. Os participantes sofreram um número significativo de acontecimentos de vida stressantes, relacionados sobretudo com problemas psicológicos, económicos e conjugais, com elevado impacto emocional. Quanto ao funcionamento familiar, os níveis de coesão foram superiores aos de adaptabilidade familiar. Os participantes reportaram uma necessidade mais elevada de apoio emocional do que informativo ou material e referiram receber escasso apoio por parte dos profissionais. A sua principal fonte de apoio social são os familiares e amigos. São discutidas as necessidades de apoio e de intervenção a serem tomadas em consideração pelos profissionais que trabalham com estas famílias.<hr/>Over the last decades the infant protection systems shifted from an assistance perspective to a perspective focused on family preservation. Since the effectiveness of interventions depends on its adjustment to the needs of these families, it is crucial to analyze the life trajectories and understand the family dynamics. In this study we analyzed family cohesion and adaptability, stressful life events, and social support in families with minors at psychosocial risk. We interviewed 51 participants (64,7% females), aged between 16 and 57 years-old, living in Faro. We used the Arizona Social Support Interview Schedule, the Scale of Social Support for Stressful Life Situations, the Family Adaptation and Cohesion Scales, the Inventory of Stressful and Risk Situations, and a socio-demographic questionnaire. Families had a high unemployment rate and an accentuated educational, financial and occupational precariousness. Participants experienced a significant number of stressful life events, mainly related to psychological, marital and financial problems, with high emotional impact. Regarding family functioning, cohesion levels were higher than adaptability levels. Participants reported a higher need for emotional support than informative or material support. Participants received little support from professionals and their main source of social support were family members and friends. We discuss the needs for support and intervention to be taken into account by professionals who work with these families. <![CDATA[<b>Stressful life events and social support in families at psychosocial risk</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200008&lng=en&nrm=iso&tlng=en O apoio social percebido tem sido uma variável amplamente estudada, devido aos seus efeitos diretos e indiretos na redução do impacto negativo de vários fatores de risco sobre o bem-estar físico e psicológico. Todavia, em Portugal existem poucas investigações sobre o apoio social em famílias com menores em risco psicossocial. No presente estudo analisámos as relações entre o apoio social percebido e o número e impacto emocional dos acontecimentos de vida stressantes. Participaram 133 mães, com idades compreendidas entre os 16 e os 58 anos, com filhos sinalizados pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens do Algarve. Foram aplicados, através de uma entrevista individual, o Arizona Social Support Interview Schedule, a escala de Apoyo Social para Situaciones Vitales Estresantes, o Inventario de Situaciones Estressantes y de Riesgo e um questionário de dados sociodemográficos. As participantes sofreram um número significativo de acontecimentos de vida stressantes com elevado impacto emocional, tanto no passado como nos últimos três anos. Os acontecimentos de vida stressantes mais frequentes foram a morte de um familiar, problemas económicos e laborais, conflitos conjugais e problemas psicológicos. As mães relataram maiores necessidades emocionais do que necessidades tangíveis ou informativas. Por sua vez, observámos uma baixa presença de apoio por parte dos profissionais, sendo a sua principal fonte de apoio os familiares e os amigos. São discutidas as implicações para as políticas sociais junto deste grupo vulnerável.<hr/>Perceived social support has been one of the most widely studied variables due to its direct and indirect effects to reduce the negative impact of some risk factors on physical and psychological well-being. However, in Portugal there are few studies that focus on the social support of families with at psychosocial risk minors. In this study we examined the relationships between perceived social support and the number and emotional impact of stressful life events. The participants were 133 mothers, aged between 16 and 58 years-old, with children monitored by the Commissions for Child and Adolescent Protection of Algarve. The Arizona Social Support Interview Schedule, the Social Support Scale for Stressful Life Situations, the Stressful and Risk Situations Inventory, and a socio-demographic questionnaire were applied, through an individual interview. Participants experienced a significant number of stressful life events with high emotional impact, either in the past or over the last three years. Death of a family member, financial and labor problems, marital conflicts, and psychological problems were the most frequent stressful life events. Mothers reported greater emotional than tangible or informative needs. In turn, we observed a low presence of support from professionals, and the main source of support was family members and friends. We discuss the implications for social policies along this vulnerable group. <![CDATA[<b>Negative life events and its influence in perceived quality of life in adolescents</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=en O objetivo do presente estudo foi descrever e analisar os acontecimentos de vida negativos dos adolescentes e sua relação com a qualidade de vida percebida. Participaram 364 adolescentes residentes no Algarve (55,5% raparigas), com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos. Utilizámos a Escala de Situações de Vida Stressantes e o Questionário Kidscreen-52 para crianças e adolescentes e um Questionário de Dados Sociodemográficos e Familiares. Os acontecimentos de vida negativos mais frequentes foram a mudança dos colegas de turma (46,72%), morte de um familiar (34,97%), mudança de escola (30,05%), zangas (28,69%) e doença de um familiar (28,69%). Observámos que os rapazes sofreram mais acontecimentos de vida stressantes, no entanto as raparigas referiram sentir maior impacto emocional. Observámos correlações positivas entre o número de acontecimentos de vida negativos e a qualidade de vida, exceto nas subescalas de Saúde e Atividade física, Amigos e Provocação. O impacto emocional dos acontecimentos de vida negativos apenas estava positivamente associado às subescalas de Sentimentos, Sobre Ti Próprio e Qualidade de Vida Global. Não detetámos diferenças significativas entre rapazes e raparigas na qualidade de vida, exceto em amigos, em que as raparigas obtiveram pontuações mais elevadas.<hr/>The aim of the present investigation was to describe and to analyze the relationship between negative evens life experienced and perceived quality of life in adolescents. The participants were 364 adolescents living in the Algarve (55,5% girls, 44,5% boys), aged between 12 and 18 years. We used The Stressful Life Events Questionnaire and the Kidscreen-52 for children and adolescents, and a Socio-demographic Data Questionnaire. Negative life events more frequent were change of classmates (46,72%), death of a family member (34,97%), change of school (30,05%), fights (28,69%) and illness of a family member (28,69%). Boys reported to suffer more stressful life events than girls; however its emotional impact was higher for girls. Positive significant correlations were found between the number of negative life events and the quality of life, except for Health and Activity, Friends and Provocation. The emotional impact of negative life events was positively associated only with the subscales Feelings, About Yourself and Total Quality of Life. No differences were found between boys and girls in Quality of Life, except for relationships with Friends, with higher scores reported by girls. <![CDATA[<b>Elective Abortion</b>: <b>Psychological Adjustment on a Sample of Young Portuguese Women</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200010&lng=en&nrm=iso&tlng=en A Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) é uma realidade recente em Portugal e os estudos portugueses sobre a sintomatologia depressiva e qualidade de vida (QdV) subsequentes à IVG são ainda escassos. Além disso, a investigação internacional é divergente e contraditória, oscilando entre escassos ou nenhuns efeitos negativos na saúde mental da mulher e sequelas negativas e significativas após a IVG, nomeadamente nas mulheres mais jovens. Assim, o presente estudo pretendeu caracterizar uma amostra de jovens portuguesas relativamente à sintomatologia depressiva e QdV, duas a quatro semanas após a IVG, tendo por comparação um grupo de jovens sexualmente iniciadas e sem história de gravidez. A amostra foi recolhida em 23 serviços de saúde e 23 escolas a nível nacional, e constituída por 128 jovens que realizaram uma IVG e 248 jovens sexualmente iniciadas e sem história de gravidez. Os dados foram obtidos através de fichas de caracterização sociodemográfica e clínica, e instrumentos de autopreenchimento que avaliaram a sintomatologia depressiva e QdV (Edinburgh Post-natal Depression Scale; EUROHIS-QOL-8). As jovens que realizaram uma IVG apresentaram sintomatologia depressiva significativamente superior e menor QdV, comparativamente ao grupo controlo, controlando variáveis de cariz sociodemográfico. Os resultados apontam para a importância da implementação de protocolos de triagem que permitam identificar as jovens com níveis significativos de sintomatologia depressiva e menor QdV e, posteriormente, a disponibilização de apoio especializado.<hr/>The Portuguese abortion law allowing elective abortion is recent and the research on the subsequent depressive symptomatology and the quality of life (QoL) is scarce, namely regarding specific and vulnerable populations, such as young women. Furthermore, international findings are not consistent across studies; while some authors have found scarce or no negative effects on women’s mental health, others have found negatives psychological outcomes after abortion. Therefore, the current study aimed to assess depressive symptomatology and QoL two to four weeks after abortion using a sample of Portuguese young women (N = 128) and a comparative group of sexual active youths (N = 148) with no pregnancy history. The sample was recruited at 23 schools and 23 health services. Self-reporting measures were used to assess the demographic and medical data, depressive symptoms (Edinburgh Post-natal Depression Scale) and QoL (EUROHIS-QOL-8). Young women who engaged in elective abortion reported higher depressive symptoms and poorer QoL than youths with no pregnancy history while controlling for sociodemographic variables. Our findings support the need of implementing screening protocols to easily identify youths with higher depressive symptoms and lower QoL, providing them with multidisciplinary and specialized interventions. <![CDATA[<b>Adolescent Motherhood</b>: <b>Choice, Acceptance or Resignation?</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200011&lng=en&nrm=iso&tlng=en O presente estudo pretendeu caracterizar os contextos relacionais e reprodutivos em que a gravidez adolescente ocorre e o processo de tomada de decisão reprodutiva subjacente ao seu prosseguimento, averiguando a existência de especificidades regionais. A amostra foi recolhida em 42 serviços de saúde portugueses e consistiu num grupo nacionalmente representativo de grávidas adolescentes (N = 475). Os resultados revelaram diferenças regionais nos contextos de ocorrência da gravidez, nomeadamente ao nível da idade dos companheiros, da duração da relação, da história prévia de gravidez/interrupção, da utilização de contraceção à data da conceção e da identificação da falha contracetiva. Verificou-se ainda uma relevante heterogeneidade individual e regional no processo de tomada de decisão reprodutiva ao nível das circunstâncias, decisões e motivos que conduziram à maternidade. Estes resultados podem contribuir para uma prevenção mais eficaz da gravidez e para a especialização do apoio proporcionado às decisões reprodutivas nesta fase do ciclo de vida.<hr/>The current study aimed to describe the relational and reproductive contexts in which adolescent pregnancy occurs and the decisional process underlying its continuation; we also aimed to explore whether there were significant differences in these processes according to adolescents’ place of residence. The sample was collected at 42 Portuguese health services and consisted of a national representative group of pregnant adolescents (N = 475). Our results showed several differences between country areas regarding the contexts in which pregnancy occurred. Specifically, significant differences were found regarding partners’ age, relationship length, pregnancy/abortion history, and contraceptive behaviors that lead to pregnancy. Individual and regional differences were also found regarding the decision-making process; different circumstances, decisions and motivations lead to motherhood among the adolescents of our sample, namely according to their place of residence. These results may enable us to prevent adolescent pregnancy more effectively and to better support adolescents in their reproductive decisions. <![CDATA[<b>Stressful life events, psychopathology and resilience in institutionalized and non-institutionalized adolescents</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862013000200012&lng=en&nrm=iso&tlng=en Os adolescentes institucionalizados tendem a ser socialmente mais estigmatizados e a apresentarem percursos de vida marcados por significativa adversidade psicossocial. A possibilidade de os adolescentes apresentarem um percurso desenvolvimental adaptativo depende de um conjunto de recursos externos e internos, protetores face à adversidade. Neste trabalho comparamos um grupo de 40 adolescentes institucionalizados em instituições de acolhimento com um grupo de 40 adolescentes da população geral, relativamente à presença de acontecimentos de vida stressantes (AVS) na infância e adolescência, problemas psicopatológicos e perceção de resiliência. Procuramos analisar ainda, nos dois os grupos, eventuais relações entre problemas psicopatológicos e AVS. Os participantes são adolescentes residentes na Região Autónoma da Madeira com idades compreendidas entre os 12-17 anos. Foram aplicados a Escala Healthy Kids Resilience Assessement Module (HKRAM), o inventário de psicopatologia Youth Self Report (YSR), o Inventário de Situações de Vida Stressantes, um questionário sociodemográfico para adolescentes institucionalizados, e um questionário de dados sociodemográficos para adolescentes da população geral. De uma forma geral, os adolescentes institucionalizados parecem experienciar mais AVS e relatam mais problemas psicopatológicos. No entanto, ao nível das características de resiliência, apresentam níveis idênticos aos adolescentes não-institucionalizados. Foram também encontradas relações significativas entre os AVS e os problemas psicopatológicos em ambos os grupos. Estes resultados são discutidos à luz da perspetiva construtivista da resiliência.<hr/>Institutionalized adolescents tend to be socially more stigmatized and to present life pathways marked by significant psychosocial adversity. The possibility of adolescents to engage in adaptive developmental pathway depends on a number of external and internal resources, protective in the face of adversity. In this work we compare a group of 40 institutionalized adolescents with a group of 40 adolescents of the general population, regarding the number of stressful life events (SLE) in childhood and adolescence, psychopathological problems, and resilience. It is our aim to analyze possible associations between psychopathological problems and AVS in both groups. Participants are adolescents living in Madeira Autonomic Region, aged between 12 and 17 years old. We applied the Healthy Kids Resilience Assessment Module (HKRAM), the Youth Self Report (YSR), the Inventory of Stressful Life Events, a socio-demographic questionnaire for institutionalized adolescents, and a a socio-demographic questionnaire for general population adolescents. Overall, institutionalized adolescents seem to experience more SLE and to report more psychopathological problems. However, regarding the resilience characteristics, they present identical levels of resilience of the non-institutionalized. Also, significant associations between SLE and psychopathological problems were found in both groups. These results are discussed in light of the constructivist perspective of resilience.