Scielo RSS <![CDATA[Psicologia, Saúde & Doenças]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=1645-008620020001&lang=pt vol. 3 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Psicologia da saúde baseada na evidência</b>: <b>racional e suporte</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862002000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt An evidence-based approach is encouraged to be adopted in health psychology for the following reasons: (1) It directs health psychologists to assess psychological factors that have been demonstrated in research to affect or to be affected by health conditions; (2) It can reduce therapist error in patient-assessment via use of reliable and valid measures in addition to clinical impressions; (3) Basing their knowledge on randomized-controlled trials (RCT), allows clinicians to recommend the use of new interventions with greater scientific and professional validity suitable to the "average patient"; (4) This approach will be more acceptable by the medical community. This review provides empirical examples for the importance of psychological factors in illness, and support for the efficacy of psychological interventions in health and illness such as cancer, coronary heart disease, preparation for surgery, pain-reduction and quality of life. Finally, implications for education of health psychologists are discussed.<hr/>Recomenda-se que a psicologia da saúde adopte uma intervenção baseada na evidência pelas razões seguintes: (1) Orienta o psicólogo a avaliar os factores psicológicos que a investigação tem demonstrado que têm impacto ou são afectadas pelas condições de saúde; (2) contribui para a redução do erro na avaliação pelo terapeuta através do uso de medidas válidas a par das impressões clínicas; (3) Baseando o conhecimento em estudos com grupos de controlo aleatórios, permite aos clínicos recomendarem o uso de novas intervenções com validade científica e profissional apropriadas para o "doente médio"; (4) Esta abordagem é mais aceitável por parte da comunidade médica. A presente revisão fornece exemplos empíricos sobre a importância dos factores psicológicos em doenças como o cancro, doença cardíaca coronária, preparação para a cirurgia, redução da dor e qualidade de vida. Finalmente, discute-se as implicações para a educação dos psicólogos da saúde. <![CDATA[O consentimento informado na investigação em psicologia da saúde é necessário?]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862002000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O objectivo do presente texto é apresentar a história do consentimento informado, discutir a sua utilidade, e distinguir o que é direito de todos os cidadãos do que é obrigação dos profissionais. Discute-se o significado do consentimento informado em diversos códices (Código de Nuremberg, Declaração da Promoção dos Direitos dosDoentes na Europa, Declaração de Helsínquia, Código de Ética da Associação Americana de Psicologia e da Associação Britânica de Psicologia, e na Lei Portuguesa). Defende-se a importância do respeito por esta figura embora referindo a necessidade de aperfeiçoar a sua aplicação.<hr/>The aims of the present study are to describe and to discuss the informed consent in health research in general and, more specifically, in health psychology. We salient a distinction between human rights and ethical obligation, that is present in different codices. We discuss the meaning of informed consent in different codices (Nuremberg Code, Declaration on the Promotion of Patients' Rights in Europe, Declaration of Helsinki, Code of Conduct of the American Psychological Association and British Psychological Society, and the Portuguese Law). We defend the importance of the idea of informed consent and the respect for it for the practice of health psychology. <![CDATA[<B>Brincar no hospital</B>: <B>câncer infantil e avaliação doenfrentamento da hospitalização</B>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862002000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A hospitalização pode trazer prejuízos ao desenvolvimento da criança com câncer. Para lidar com essa situação, o brincar tem funcionado como estratégia de enfrentamento. Analisando a importância do brincar no hospital, esta pesquisa avaliou as estratégias de enfrentamento da hospitalização, a partir de relatos de 28 crianças, meninas e meninos (6 a 12 anos), inscritas no Serviço de Oncologia de um hospital público de Vitória, ES, Brasil. Propôs-se um instrumento de avaliação do enfrentamento da hospitalização: AEH (Avaliação das Estratégias de Enfrentamento da Hospitalização), com 41 pranchas ilustradas, divididas nos Conjuntos: A - Enfrentamento da Hospitalização e B - Brincar no Hospital. Os resultados indicaram respostas de enfrentamento mais positivas (brincar, ler gibi, conversar, rezar) do que negativas (esconder-se, sentir culpa, chantagear). Brincar correspondeu a 78,6% das respostas relacionadas ao que a criança hospitalizada gostaria de fazer, justificado pela função lúdica. O instrumento mostrou-se adequado à compreensão e atendimento psicológico da hospitalização.<hr/>Hospitalization may harm the development of the child with cancer. In order to deal with this situation, playing has worked as a coping strategy. Analizing the importance of playing in the hospital, this research has evaluated the coping strategies in hospitalization based upon 28 children who testified. These children ranged from 6 to 12 years old and they were signed up at the Oncology Ward of a public hospital in Vitória, ES. An instrument of assessment of coping with hospitalization was proposed: Assessment Instrument of Coping with Hospitalization, with 41 illustrative sketch boards split in sets: A - Coping with Hospitalization and B - Playing in the Hospital. The results indicated coping responses which were a lot more positive (playing, reading comics, praying) than negative ones (hiding, feeling guilty, emotional blackmailing). Playing was 78,6% of the answers related to what the hospitalized child would like to do, justified by its role as a learning tool. The instrument proved to be appropriate to the comprehension and psychological care during hospitalization. <![CDATA[<b>Cancro infantil e comportamento parental </b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862002000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Procurou construir-se uma teoria sobre o comportamento de pais de crianças com cancro. Os participantes são oito mães e um pai de crianças com cancro diagnosticado entre os oito meses e os dez anos de idade. Foram feitas entrevistas semiestruturadas, codificadas e analisadas segundo o método Grounded Theory. Quatro das entrevistas tinham sido realizadas anteriormente por Gonçalves (2000). A partir do momento do diagnóstico, a maior preocupação dos pais é o medo da morte da criança e a incerteza inerente, que se traduz num choque, é inexplicável, permanente, invasiva, e que os pais procuram ocultar. Perante este receio, os pais desenvolvem uma estratégia fundamental - a centralização na criança. A criança doente torna-se o centro da dinâmica familiar, exigindo novos recursos e competências ao papel parental: apoio conjugal ou de terceiros, estratégias de minimização do sofrimento, a focalização das atenções no filho doente, procurar viver um dia de cada vez e do modo mais aproximado da normalidade possível.<hr/>The purpose of this study is to construct a theory about the behaviour of parents of children with cancer. The participants are eight mothers and one father of children with cancer diagnosed between eight months to ten years old. We coded and analysed eight semi-structured interviews according to the Grounded Theory method. We included in this analysis four interviews previously made by Gonçalves (2000). Since the moment of diagnosis, parents’ main concern is the fear of the child’s death and the inherent uncertainty, which is shocking, unexplainable, permanent, invasive and which parents try to hide. Confronted by this fear, parents develop a main strategy - centralisation on the ill child. Child becomes the centre of the family’s dynamic, which requires new resources and competencies of the parental functions: conjugal or others’ support, strategies of reducing pain, focusing on the ill child, trying to live one day at a time and as near to normality as possible. <![CDATA[<B>Revisão da literatura sobreavaliação da qualidade de vida (QDV) de adultos com epilepsia. I</B>: <B>dificuldades na abordagem do tema</B>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862002000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O constructo Qualidade de Vida (QDV) é frequentemente utilizado na literatura sobre Epilepsia. Para os profissionais que não trabalham na área da QDV as subtilezas do constructo podem impedir uma boa avaliação da QDV dos indivíduos adultos com epilepsia e/ou que a sua prática clínica seja guiada pelos resultados da investigação a esse nível. O objectivo do presente trabalho é sistematizar e discutir a literatura dos últimos cinco anos (1996-2000) sobre QDV e Epilepsia. A sistematização baseia-se nos resumos indexados nas bases de dados Medline e PsycINFO. De entre as 337 referências, foi efectuada uma análise aprofundada de 120 resumos (27 teóricos, 93 empíricos). Apresentam-se e discutem-se dificuldades e tendências actuais ao nível do estudo da QDV de indivíduos adultos com Epilepsia. A análise colocou questões ao nível dos dados estabelecidos, das propriedades dos instrumentos mais utilizados e do estado da arte em Portugal. Os resumos consultados não responderam a estas questões, o que será abordado na II parte deste trabalho.<hr/>The construct Quality of Life (QOL) is frequently cited in the Epilepsy’s literature. For those professionals who do not work in the field of QOL the particularities of the construct may prevent a good assessment of the QOL of adults with Epilepsy and/or that their clinical practice be guided by the research done in this domain. The aim of the present work is to systematize and discuss the literature of the last five years (1996-2000) on QOL and Epilepsy. The systematization is based on the abstracts indexed in Medline and PsycINFO databases. Of the 337 references, a deep analysis was done on 120 abstracts (27 theoretical, 93 empirical). Current dificulties and tendencies in the study of epileptic adults’ QOL are presented and discussed. The analysis has raised questions regarding the established data, the proprieties of the more frequently used instruments and the domain’s state of the art in Portugal. The abstracts consulted do not answer these questions, which will be deal with in part II. <![CDATA[<B>Conhecimentos, atitudes e comportamentos face ao VIH numa comunidade migrante</B>: <B>implicações para a intervenção</B>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862002000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A situação do VIH/SIDA em Portugal tem vindo a agravar-se nos últimos anos, encontrando-se notificados um total de 18995 casos de infecção de VIH/SIDA sendo os emigrantes reconhecidos como um grupo particularmente vulnerável a esta problemática de saúde. Esta investigação teve como principal objectivo compreender os conhecimentos, atitudes e práticas de uma comunidade africana face à problemática VIH/SIDA. O estudo foi efectuado em 66 indivíduos com idade superior a 15 anos residentes numa comunidade migrante da área da grande Lisboa. Os dados foram recolhidos através da realização de 8 entrevistas colectivas a indivíduos distribuídos por diferentes grupos segundo o sexo e o grupo etário. Os resultados sugerem a existência de diferenças entre géneros, relativamente aos conhecimentos, atitudes e comportamentos relevantes à prevenção de VIH/SIDA. Os dados apontam no sentido de um aumento do reconhecimento dos factores psicossociais e culturais no comportamento individual e de grupo. Pretende-se com os resultados obtidos contribuir para inferir sobre as interacções entre os factores que intervêm na adopção de comportamentos sexuais relevantes na problemática do VIH, e deste modo contribuir para o estabelecimento de estratégias de intervenção preventivas e para o desenvolvimento de políticas de Promoção de Saúde nestas comunidades.<hr/>The AIDS and HIV infection rates in Portugal are growing in the past years. There is increasing recognition that migrants may be more vulnerable than local population to acquiring the infection. The purpose of this study was to explore AIDS related knowledge, attitudes and behaviours in a migrant community near Lisbon. The participants of this study were 66, aged 15 or older. Data was obtained from 8 group interviews, groups being selected by aged and sex. The results indicate a gender difference regarding AIDS related knowledge, attitudes and behaviours. The results highlight the impact of psychosocial and cultural factors in the individual and group behaviour. These findings are discussed in terms of the relevance to adopting preventive behaviours and the implications of research results in the design of culturally appropriate strategies to promote sexual health focused to these communities. <![CDATA[<B>Comportamentos de adesão ao rastreio do cancro do colo do útero</B>: <B>estudo exploratório numa amostra de utentes do centro de saúde de Peniche </B>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862002000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O objectivo desta investigação (de tipo descritivo, correlacional, exploratório e transversal) foi estudar as variáveis que estão significativamente relacionadas com os Comportamentos de Adesão ao rastreio do Cancro do Colo do Útero. Definiu-se os Comportamentos de Adesão como a variável principal, e as variáveis de Caracterização das Participantes e as Psicológicas, como as de influência. A amostra é constituída por 400 mulheres (entre os 18 e 65 anos) utentes do Centro de Saúde de Peniche, que preencheram um questionário. Para o tratamento dos dados recorreu-se à estatística não paramétrica. Verificou-se que existe um comportamento de baixa adesão (74,8%) à citologia. As mulheres com um comportamento de baixa adesão posicionam-se de forma indiferente na crença de obstáculos, têm uma baixa crença de vulnerabilidade e preocupação como Cancro do Colo do Útero e atribuem um baixo valor à sua saúde. Para além disso, são mais novas, solteiras, não têm filhos, fumam, vão ao Médico por doença, nunca foram a consultas de planeamento familiar, não usam método contraceptivo, as que têm filhos não realizaram a revisão do parto, não têm recomendação médica e não têm intenção de realizar a citologia, e preferem um Médico do sexo feminino. As mulheres com um comportamento de elevada adesão têm uma baixa crença de obstáculos, uma elevada crença de vulnerabilidade e preocupação média com o Cancro do Colo do Útero e atribuem elevado valor à sua saúde. Estas mulheres são mais velhas, casadas, têm filhos, não fumam, vão ao Médico para vigiar a saúde, vão a consultas de planeamento familiar, usam a pílula, realizaram a revisão do parto, têm recomendação médica, intenção de realizar a citologia, e não têm preferência pelo sexo do Médico.<hr/>The objective of the present investigation is to study the Adherence Behavior to the Cervical Cancer Screening, and also explore witch variables have a significant correlation. This is a descriptive, correlational, exploratory and transversal study. For the present study the Adherence Behavior was defined has the main variable The psychological variables and the one’s who characterize the participants were the influenced variables. The data were obtained assessing 400 women using a questionnaire (their age range between 18 and 65 years old). All of them were patients in the Peniche Health Center. For the purposes of the study we used data from descriptive and percentage statistics and also non-parametric tests. The results suggest that exist a low adherence behavior (74,8%) to cytology. The relation between variables seems interesting because it characterize the cytology adherence behaviors. Women, who have a low adherence behavior, have indifferent barriers beliefs to adherence. They are less vulnerable, have less worry cancer thoughts and give a lower value to their health. Furthermore, they are younger, single, doesn’t have children, smoke, go to the doctor just when they have symptoms, doesn’t go to birth control program appointments and do not use any contraceptive method. The one’s who have children, did not go to the after birth control appointments, don’t have any medical recommendations and they don’t think in doing the cytology. Also, they prefer female doctors. On the other hand, women who have higher levels of adherence, do not create barriers to adherence. They have higher levels of vulnerability beliefs and are middle worriers about the Cervical Cancer. They give a high value to their health. The women of this group are older, married, has children, they not smoke and do regular appointments with their family doctor. This women are more likely to go to the birth control appointments, they use more frequently birth control methods, went to the after birth appointments, have medical recommendations and they intend to do the cytology. In contrast, they don’t have any preference in doctors’ gender.