Scielo RSS <![CDATA[Ex aequo]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0874-556020090002&lang=pt vol. num. 20 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Editorial</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Introdução</b>: <b>Um lugar feminista <i>queer</i> e o prazer da confusão e fronteiras</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Feminismos <i>queer</i></b>: <b>disjunções, articulações e ressignificações</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt As propostas queer, que começaram a surgir a partir dos anos 90 do século XX, constituem possibilidades de repensar o próprio conceito de género e as noções de identidade e de desejo para lá das normas heteronormativas do género. Iremos sublinhar a vitalidade conceptual destas propostas, colocando-as a par e passo com a própria heteroglossia do conceito de género, que será aqui encarado a partir das suas várias reformulações conceptuais. Os feminismos queer são modalidades de reposicionamento conceptual que nos permitem rejeitar categoricamente a unicidade da diferença sexual e a ideia de «mulher» enquanto possibilidade analítica para a teoria feminista. Iremos apresentar uma genealogia dos feminismos queer, reintegrando-os no mapa conceptual dos feminismos e das propostas queer, mas também como herança teórica de certas formulações dos feminismos lésbicos que informaram estas propostas.<hr/>This text aims at re-using some conceptual contributions that make evident the way how different problematizations on gender and sexualities produced profound changes in feminist theory, allowing for the emergence of other types of feminisms that contest sexual difference and that later on converged on queer feminisms. Queer feminisms are defined here as modalities of conceptual repositioning that categorically reject the unicity of sexual difference and the idea of «woman» as an anatical possibility for feminist theory. We will present a genealogy of queer feminisms, re-integrating them in the conceptual map of feminisms and queer proposals, but also as conceptual heritage of certain formulations of lesbian feminisms that informed these proposals.<hr/>Ce texte vise à ré-utiliser certaines contributions conceptuelles qui rendent évidente la façon comment les différentes problématisations sur le genre et les sexualités ont produit des changements profonds dans la théorie féministe, permettant l'émergence d'autres types de féminismes qui contestant la différence sexuelle et qui plus tard ont convergé pour construire des féminismes queer. Féminismes queer sont définis ici comme des modalités de repositionnement conceptuel qui rejettent catégoriquement l'unicité de la différence sexuelle et l'idée de «femme» comme une possibilité de analyse pour la théorie féministe. Nous allons présenter une généalogie des féminismes queer, les ré-intégrant dans la carte conceptuelle des féminismes et des propositions queer, mais aussi en tant que patrimoine conceptuel de certaines formulations de féminismes lesbiennes qui ont informé ces propositions. <![CDATA[<b>Por um feminismo <i>queer</i></b>: <b>Beatriz Preciado e a pornografia como <i>pre-textos</i></b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Com a emergência de feminismos dissidentes, o sujeito político do feminismo hegemónico é colocado sob suspeita. Se, até então, para o feminismo hegemónico a categoria de mulher era relativamente estável, incorporando e subentendendo um sujeito político biologicamente mulher, ocidental, de classe média, branca e heterossexual (silenciando subjectividades outras), com as críticas introduzidas pelos feminismos dissidentes esta categoria universal e naturalizada será alvo de profundos descentramentos ou des-territorializações. Tais des-territorializações (sejam discursivas, geográficas ou biopolíticas/no próprio corpo) surgem, entre outros, de discursos críticos do pós-modernismo, pós-feminismos, feminismos negros (Black Feminism), pós-coloniais e de teóricos gays e teóricas lésbicas, trabalhadoras/es sexuais ou actrizes porno que vêm iluminar - com categorias como raça, etnia, orientação sexual, heteronormatividade - a complexidade e multiplicidade de opressões. Tendo como pretexto a(s) teoria(s) da sexualidade de Beatriz Preciado (2002) lançada(s) no Manifiesto contra-sexuale recorrendo às discussões sobre pornografia nos movimentos feministas, este artigo pretende ser um pré-texto da confrontação reflexiva reclamada, aos feminismos, pelos desafios colocados pelas abordagens queer<hr/>With the emergency of dissident feminisms, the political subject of the hegemonic feminism is placed under suspicion. If, until then, the category of woman was relatively stable to the hegemonic feminism, incorporating and assuming a political biological woman subject, from the west, middle-class, white and heterosexual (silencing other subjectivities), with the criticism introduced by the dissident feminisms, this universal and naturalised category will be the target of deep decentralisations or de-territorialisations. Such de-territorialisations (discursive, geographical or bio-political/in own body) appear, among others, from critical speeches from post-modernism, post-feminism, black feminisms, post-colonial, gay and lesbian theoreticians, sexual workers or porno actresses that bring to light with categories such as race, ethnic group, sexual orientation, heteronormativity - the complexity and multiplicity of different types of oppression. Assuming the sexuality theory(ies) of Beatriz Preciado (2002) published in the Manifiesto Contra-Sexual and using the issues about pornography in the feminist movements, this article aims to be a pre-text of the reclaimed reflexive confrontation, to the feminisms, by the challenges placed by queer approaches.<hr/>Avec l’urgence des féminismes dissidents, le sujet politique du féminisme hégémonique se plaçait sous suspecte. Si, pour le féminisme hégémonique, la catégorie de femme avait une certaine stabilité, en incorporant et sous-entendant un sujet politique biologiquement féminin, occidental, de classe moyen, blanc et hétérosexuel (passant sous silences des subjectivités autres), des critiques produites par des féminismes dissidentes décentrent et déterritorialisent profondément cette catégorie universel. Telles déterritorialisations (soient elles discursives, géographiques ou biopolitiques/dans le propre corps) nait, entre outres, des discours critiques du postmodernisme, des post-féminismes, des féminismes noires, des discours postcoloniales et des théoriques/théoriciennes gays ou lesbiennes, des travailleurs sexuelles ou des actrices porno, de tous ceux qui illuminent avec des catégories comme race, ethnie, orientation sexuel, hétéronormativité - la complexité et multiplicité des oppressions. Ayant comme prétexte les théories de la Sexualité de Beatriz Preciado (2002) publiées dans le Manifiesto contra-sexual et recourant à des disputes sur la pornographie au coeur des mouvements féministes, ce texte veut s’affirmer comme un pré-texte de dispute réflexive réclamée aux féminismes, par les défis lancés par les positions queer. <![CDATA[<b>Daqui ao <i>queer</i>? Armadilhas e possibilidades</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt In this article we consider the relationship between lesbian and gay psychology, latterly known as lesbian, gay, bisexual, trans and queer (LGBTQ) psychology and queer theory. We signal some ways that the field could become more intersectional by, for example, taking gender seriously, before turning our attention to queer theory. We explore some of the critiques of incorporating queer theory more fully into the field. In conclusion, we suggest that a tentative queering of LGBTQ psychology will provide fruitful possibilities for the future of the field.<hr/>Neste artigo, consideramos a relação entre psicologia gay e lésbica, recentemente mais conhecida como psicologia lésbica, gay, bissexual, trans e queer (LGBTQ) e a teoria queer. Assinalamos alguns dos modos através dos quais este campo de estudo se pode tornar mais interseccional, por exemplo, levando o género mais a sério, antes de voltar a nossa atenção para a teoria queer. Exploramos algumas das críticas à incorporação da teoria queer neste campo do saber. Como conclusão, sugerimos que uma tentativa de queerização da psicologia LGBTQ criará possibilidades frutíferas para o desenvolvimento desta área.<hr/>Dans cet article nous considérons la relation entre la psychologie lesbienne et gay, plus récemment connu comme psychologie gay, lesbienne, bisexuelle, trans et queer (LGBTQ) et la théorie queer. Nous signalons quelques modalités qui permettent plus d’intersectionnalité dans ce domaine, par exemple, en prenant le genre au sérieux, avant de tourner notre attention sur la théorie queer. Nous explorons quelques critiques à l'intégration de la théorie queer dans le champ. En conclusion, nous suggérons que la queerization provisoire de la psychologie LGBTQ offrira des possibilités pour l'avenir du domaine. <![CDATA[<b>Escrito no corpo</b>: <b>género, violência e desejo queer na peça Cleansed de Sarah Kane</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt This article examines the 1998 play Cleansed, written by one of the most controversial and one of the most European of contemporary British playwrights, Sarah Kane. The three narratives within the play explore the permeability of gender and sexual identities through the central metaphor of violence. This violence is not only symptomatic of the violence involved in the assumption of any gendered or sexual identity, whether heterosexual or queer, male or female, it appears, according to Kane to also be central to processes of liberation from these norms. The article also examines Kane’s refusal to be judged either a feminist or queer writer in the light of the extreme mobility of bodily reconfiguration she promotes.<hr/>Este artigo analisa a peça Purificados (1998) de Sarah Kane, um dos mais controversos e mais europeus dos dramaturgos ingleses contemporâneos. As três narrativas da peça exploram a permeabilidade das identidades sexuais e de género através da metáfora central da violência. Esta violência é não só resultado da violência incorporada no assumir de qualquer identidade sexual e de género, tanto heterossexual como queer, masculino como feminino, como também, segundo Kane, central nos processos de libertação destas mesmas normas. O artigo examina a recusa de Kane em ser identificada como dramaturgo feminista ou queer na perspectiva da mobilidade extrema das reconfigurações corporais que a sua obra promove.<hr/>Cet article analise la pièce Purifié (1998) de Sarah Kane, un des plus controverses e plus europeéns des auteurs de théâtre anglais contemporains. Les trois récits de la pièce explorent la permeabilité des identités sexuels e de genre à travers de la metafore centrale de la violence. Cette violence, selon Kane, marque simultanement l’assumption des identités sexuels e de genre mais aussi la liberation de ces normes. L’árticle examine le refus de Kane d’être connoté comme auteur de theatre feministe ou queer dans la perspectif de la mobilité extreme des reconfigurations corporels qu’elle defende dans son oeuvre. <![CDATA[<b><i>Personae</i></b><b> «Masculinas» na videoarte de mulheres</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Partindo de uma perspectiva feminista e de uma metodologia desconstrutivista, este artigo explora o modo como, desde a década de 60 até ao presente, diferentes videoartistas europeias e norte-americanas, incorporaram «masculinidades» na sua arte. Na década de 70, no âmbito da videoarte e da performance, experimentaram diferentes personae e trocaram os papéis culturais atribuídos ao género baseado na dicotomia masculino/feminino. Nos anos 80, as artistas da década precedente foram rejeitadas como «essencialistas» pelas teóricas do feminismo. A partir de meados da década de 80 até ao presente, assistimos a um ressurgir da paródia, do prazer e do corpo, sobretudo em vídeos de jovens artistas lésbicas que não se colocam à margem do tecido social, mas, pelo contrário, afirmam a sua alteridade com convicção e sem sentirem necessidade de validação da sua identidade de género, enquanto parte integrante do mesmo.<hr/>Starting from a feminist perspective and based on a deconstructive methodology, this article examines the way in which different European and North American video artists incorporated «masculinities» into their art. In the 70's, within the context of video art and performance, women artists experienced different personae and cultural role-playing ascribed to gender based on the masculine/feminine dichotomy. In the 80's, artists from the previous decade were rejected as «essentialists» by feminist theoreticians. From the mid 80's up to the present we witness a resurgence of parody, pleasure and the body, mainly in young lesbian artists' videos, which don't place themselves outside the margins of the social fabric but confidently assert their alterity feeling no need to validate their gender identity while completely integrated in the social framework.<hr/>A partir d'une perspective féministe et d'une méthodologie déconstructive, cet article examine la façon dont des différents artistes vidéo européennes et nord-américaines intègrent des «masculinités» dans leur art. Dans les années 70, dans le domaine de l'art vidéo et de la performance, elles ont expérimenté des différents personae et échangé de rôles culturels attribués au genre sur la base de la dichotomie masculin/féminin. Dans les années 80, les artistes de la décennie précédente ont été rejetés comme «essentialistes» par les théoriciennes féministes. De la moitié des années 80 jusqu'à l'heure actuelle, nous avons assisté à une résurgence de la parodie, du plaisir et du corps, principalement dans vidéos de jeunes artistes lesbiennes qui ne se placent pas en marge du contexte social, mais, au contraire, affirment leur altérité avec conviction, sans ressentir la nécessité de validation de leur identité de genre, comme faisant partie de celui-ci. <![CDATA[<b><i>Queer</i>, mas não muito</b>: <b>género, sexualidade e identidade nas narrativas de vida de mulheres</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Partindo de uma investigação empírica baseada nas narrativas de vida de um conjunto de mulheres envolvidas em relações homo-eróticas, pretende-se discutir algumas propostas da teoria queer, explorando a aplicação do conceito de performatividade e as teses da fluidez identitária ao estudo das identidades. Em especial, examina-se até que ponto as entrevistadas partilham de uma visão das relações entre género, desejo e identidade como sendo fluidas, incoerentes e instáveis, como se relaciona a visão que defendem com a identidade sexual que reclamam e de que modo é essa identidade construída através de práticas de modelação e apresentação do corpo. Os resultados sugerem a necessidade de aprofundar e expandir a análise dos pontos de tensão entre género e sexualidade.<hr/>Based on an empirical research supported on the life-stories of women involved in homo-erotic relationships, this article discusses some proposals of queer theory, exploring the relevance of the concept of performativity and the theses of the fluidity of identity to research on identities. Especially, one examines the extent to which the interviewees share a vision of the relations between gender, desire, and identity as being fluid, incoherent, and unstable; how the vision they defend is linked to the sexual identity they claim; and how that identity is constructed through practices of body shaping and self-presentation. Results suggest the need to expand the analysis of the points of tension between gender and sexuality.<hr/>En partant d’une recherche empirique basée sur des récits de vie de femmes engagées dans des relations homo-érotiques, nous discutons quelques propositions de la théorie queer, en explorant la pertinence de la notion de performativité et les thèses de la fluidité identitaire pour l´étude des identités. Spécifiquement, nous examinons jusqu’à quel point les interviewées partagent une vision des rapports entre genre, désir et identité comme étant fluides, incohérents et instables; comment cette vision se lie à l’identité sexuelle qu’elles réclament et comment cette identité est construite à travers des pratiques de façonnement et présentation du corps. Les résultats suggèrent la nécessité d’approfondir et épandre l’analyse des points de tension entre genre et sexualité. <![CDATA[<b>Molduras públicas de performatividade <i>queer</i> e representação mediática em Portugal</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O foco mediático LGBT a partir dos anos 1990 teve impactos ao nível das representações sociais sobre orientação sexual e identidade de género, bem como sobre o próprio movimento LGBT português, forçado a uma crescente reflexão política acerca da sua imagem colectiva e/ou individual. Como resultado, uma apresentação subversiva e pública do corpo é muitas vezes excluída, mesmo no interior do movimento LGBT. Tal posicionamento representa uma escolha ideológica que tende a afastar o activismo LGBT de um papel central na desconstrução da cultura heteronormativa e heterossexista dominante, representando um distanciamento face ao projecto queer. Para este debate contribuem processos de normalização da homossexualidade resultantes e produtores de um entendimento restrito das molduras de performatividade queer consideradas (in)aceitáveis no espaço público.<hr/>The media attention towards LGBT issues after the 1990s generated impacts on social representations of sexual orientation and gender identity, as well as on the Portuguese LGBT movement itself, which was forced to an increased political reflexivity about its own individual and/or collective image. Consequently, the subversive public display of the body is often excluded, even within the LGBT movement. Such stance mirrors an ideological choice that tends to disconnect LGBT activism of its central role in deconstructing the dominant heteronormative and heterosexist culture, representing disengagement in relation to the queer venture. Contributing to this debate are processes of “normalization of homosexuality” which result from, and create, a narrow understanding of the frames of queer performativity considered (un)acceptable in the public sphere.<hr/>L’attention médiatique consacrée à la thématique LGBT à partir des années 1990 a eu des impacts au niveau des représentations sociales sur l’orientation sexuelle et l’identité de genre, ainsi que sur le propre mouvement LGBT portugais, forcé à une croissante réflexion politique sur son image collective e/ou individuelle. Comme conséquence, une présentation subversive et publique du corps est souvent exclue, même au sein du mouvement LGBT. Un tel positionnement traduit une choix idéologique qui tends à éloigner l’activisme LGBT d’un rôle central dans la déconstruction de la culture hétéronormative et hétérossexiste dominante, représentant un distancement face au projet queer. Pour ce débat contribuent des processus de normalisation de l’homosexualité résultants et producteurs d’un entendement restreint des cadres de performativité queer considérées (in)acceptables dans l’espace public. <![CDATA[<b>Fazendo género na escola</b>: <b>uma análise performativa da negociação do género entre jovens</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em Portugal não tem havido uma problematização teórica e empírica alargada da dimensão performativa do género, isto é, dos modos como diferenças, semelhanças e desigualdades de género vão sendo (re)construídas e negociadas quotidianamente na interacção. Com este artigo, pretende-se contribuir para aprofundar essa reflexão através da discussão de uma etnografia realizada com jovens de uma turma de 8º ano de uma escola em Lisboa. Partindo de dois estudos de caso (a gestão do acesso a espaços do recreio e o carácter heteronormativo e homofóbico da regulação das masculinidades), argumenta-se que uma abordagem performativa é um útil e pertinente instrumento de problematização do género e de análise crítica dos modelos teóricos actualmente usados para estudar género na investigação sociológica mainstream no nosso país.<hr/>In Portugal, we have not yet seen widespread theoretical and empirical examination of gender from a performative perspective, interrogating the ways in which gendered differences, similarities and inequalities are produced and negotiated on an ongoing, daily basis in a range of contexts of interaction. With this article, I aim to contribute to the development of such research through a discussion of an ethnography carried out with young people in a school in Lisbon. Drawing on two case-studies (management of access to playground space and the role of heteronormativity and homophobia in the regulation of masculinities), I argue that a performative approach is a useful and pertinent tool for analysis of gender issues and for critical examination of the analytical models most often used to study gender in current mainstream Portuguese sociological research.<hr/>Au Portugal, il n'y a pas une problématisation théorique et empirique élargie de la dimension performative du genre, c'est-à-dire, de la façon dont différences, ressemblances et inégalités de genre se (re)construisent et se négocient au quotidien dans l’interaction. Avec cet article, nous prétendons contribuer à l’approfondissement de cette réflexion au travers de la discussion d’une ethnographie réalisée avec des jeunes d’une classe de 4e du collège dans une école de Lisbonne. Prenant comme point de départ trois études de cas (la gestion de l’accès aux espaces de récréation et le caractère hétéro-normatif et homophobique de la régulation des masculinités), nous argumentons qu’un abordage performatif est un instrument utile et pertinent pour la problématisation du genre ainsi que pour l’analyse critique des modèles théoriques actuellement utilisés pour étudier les questions de genre dans la recherche sociologique mainstream de notre pays. <![CDATA[<b><i>Ladyfesta Bilbao</i></b>: <b>la recuperación de un espacio social y político</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em Portugal não tem havido uma problematização teórica e empírica alargada da dimensão performativa do género, isto é, dos modos como diferenças, semelhanças e desigualdades de género vão sendo (re)construídas e negociadas quotidianamente na interacção. Com este artigo, pretende-se contribuir para aprofundar essa reflexão através da discussão de uma etnografia realizada com jovens de uma turma de 8º ano de uma escola em Lisboa. Partindo de dois estudos de caso (a gestão do acesso a espaços do recreio e o carácter heteronormativo e homofóbico da regulação das masculinidades), argumenta-se que uma abordagem performativa é um útil e pertinente instrumento de problematização do género e de análise crítica dos modelos teóricos actualmente usados para estudar género na investigação sociológica mainstream no nosso país.<hr/>In Portugal, we have not yet seen widespread theoretical and empirical examination of gender from a performative perspective, interrogating the ways in which gendered differences, similarities and inequalities are produced and negotiated on an ongoing, daily basis in a range of contexts of interaction. With this article, I aim to contribute to the development of such research through a discussion of an ethnography carried out with young people in a school in Lisbon. Drawing on two case-studies (management of access to playground space and the role of heteronormativity and homophobia in the regulation of masculinities), I argue that a performative approach is a useful and pertinent tool for analysis of gender issues and for critical examination of the analytical models most often used to study gender in current mainstream Portuguese sociological research.<hr/>Au Portugal, il n'y a pas une problématisation théorique et empirique élargie de la dimension performative du genre, c'est-à-dire, de la façon dont différences, ressemblances et inégalités de genre se (re)construisent et se négocient au quotidien dans l’interaction. Avec cet article, nous prétendons contribuer à l’approfondissement de cette réflexion au travers de la discussion d’une ethnographie réalisée avec des jeunes d’une classe de 4e du collège dans une école de Lisbonne. Prenant comme point de départ trois études de cas (la gestion de l’accès aux espaces de récréation et le caractère hétéro-normatif et homophobique de la régulation des masculinités), nous argumentons qu’un abordage performatif est un instrument utile et pertinent pour la problématisation du genre ainsi que pour l’analyse critique des modèles théoriques actuellement utilisés pour étudier les questions de genre dans la recherche sociologique mainstream de notre pays. <![CDATA[<b><i>Queer</i>, ou a crítica da "Política do Possível"</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em Portugal não tem havido uma problematização teórica e empírica alargada da dimensão performativa do género, isto é, dos modos como diferenças, semelhanças e desigualdades de género vão sendo (re)construídas e negociadas quotidianamente na interacção. Com este artigo, pretende-se contribuir para aprofundar essa reflexão através da discussão de uma etnografia realizada com jovens de uma turma de 8º ano de uma escola em Lisboa. Partindo de dois estudos de caso (a gestão do acesso a espaços do recreio e o carácter heteronormativo e homofóbico da regulação das masculinidades), argumenta-se que uma abordagem performativa é um útil e pertinente instrumento de problematização do género e de análise crítica dos modelos teóricos actualmente usados para estudar género na investigação sociológica mainstream no nosso país.<hr/>In Portugal, we have not yet seen widespread theoretical and empirical examination of gender from a performative perspective, interrogating the ways in which gendered differences, similarities and inequalities are produced and negotiated on an ongoing, daily basis in a range of contexts of interaction. With this article, I aim to contribute to the development of such research through a discussion of an ethnography carried out with young people in a school in Lisbon. Drawing on two case-studies (management of access to playground space and the role of heteronormativity and homophobia in the regulation of masculinities), I argue that a performative approach is a useful and pertinent tool for analysis of gender issues and for critical examination of the analytical models most often used to study gender in current mainstream Portuguese sociological research.<hr/>Au Portugal, il n'y a pas une problématisation théorique et empirique élargie de la dimension performative du genre, c'est-à-dire, de la façon dont différences, ressemblances et inégalités de genre se (re)construisent et se négocient au quotidien dans l’interaction. Avec cet article, nous prétendons contribuer à l’approfondissement de cette réflexion au travers de la discussion d’une ethnographie réalisée avec des jeunes d’une classe de 4e du collège dans une école de Lisbonne. Prenant comme point de départ trois études de cas (la gestion de l’accès aux espaces de récréation et le caractère hétéro-normatif et homophobique de la régulation des masculinités), nous argumentons qu’un abordage performatif est un instrument utile et pertinent pour la problématisation du genre ainsi que pour l’analyse critique des modèles théoriques actuellement utilisés pour étudier les questions de genre dans la recherche sociologique mainstream de notre pays. <![CDATA[<b>Empatia radical @ <i>MySpace</i></b>: <b>A construção de uma autoficção política</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em Portugal não tem havido uma problematização teórica e empírica alargada da dimensão performativa do género, isto é, dos modos como diferenças, semelhanças e desigualdades de género vão sendo (re)construídas e negociadas quotidianamente na interacção. Com este artigo, pretende-se contribuir para aprofundar essa reflexão através da discussão de uma etnografia realizada com jovens de uma turma de 8º ano de uma escola em Lisboa. Partindo de dois estudos de caso (a gestão do acesso a espaços do recreio e o carácter heteronormativo e homofóbico da regulação das masculinidades), argumenta-se que uma abordagem performativa é um útil e pertinente instrumento de problematização do género e de análise crítica dos modelos teóricos actualmente usados para estudar género na investigação sociológica mainstream no nosso país.<hr/>In Portugal, we have not yet seen widespread theoretical and empirical examination of gender from a performative perspective, interrogating the ways in which gendered differences, similarities and inequalities are produced and negotiated on an ongoing, daily basis in a range of contexts of interaction. With this article, I aim to contribute to the development of such research through a discussion of an ethnography carried out with young people in a school in Lisbon. Drawing on two case-studies (management of access to playground space and the role of heteronormativity and homophobia in the regulation of masculinities), I argue that a performative approach is a useful and pertinent tool for analysis of gender issues and for critical examination of the analytical models most often used to study gender in current mainstream Portuguese sociological research.<hr/>Au Portugal, il n'y a pas une problématisation théorique et empirique élargie de la dimension performative du genre, c'est-à-dire, de la façon dont différences, ressemblances et inégalités de genre se (re)construisent et se négocient au quotidien dans l’interaction. Avec cet article, nous prétendons contribuer à l’approfondissement de cette réflexion au travers de la discussion d’une ethnographie réalisée avec des jeunes d’une classe de 4e du collège dans une école de Lisbonne. Prenant comme point de départ trois études de cas (la gestion de l’accès aux espaces de récréation et le caractère hétéro-normatif et homophobique de la régulation des masculinités), nous argumentons qu’un abordage performatif est un instrument utile et pertinent pour la problématisation du genre ainsi que pour l’analyse critique des modèles théoriques actuellement utilisés pour étudier les questions de genre dans la recherche sociologique mainstream de notre pays. <![CDATA[<b>Género e mudanças tecnológicas</b>: <b>o caso das indústrias gráficas</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Este artigo baseia-se num dos estudos de uma pesquisa sobre os processos da construção social da masculinidade em contextos de dominância numérica e simbólica masculina e nas especificidades da identidade masculina que emergem nestes contextos. A partir do exemplo das transformações tecnológicas ocorridas nos processos de produção e de organização do trabalho da indústria gráfica e da abertura de uma profissão tipicamente masculina às mulheres, são analisados os discursos de 12 homens e mulheres envolvidos nesse contexto. Os elementos de análise permitem salientar a ancoragem do ideal dos profissionais na representação da masculinidade hegemónica, a acentuação, por parte dos homens, das particularidades das mulheres, afastando-as desse ideal, e as estratégias destas para se adaptarem e serem aceites neste universo profissional em mudança.<hr/>This paper is based on a research focusing the processes of social construction of masculinity in contexts of male dominance, both numerical and symbolic, and the specificities of the masculine identity that emerge within these contexts. Considering the printing industry’s case with all the technological changes occurred in production processes and work organization, but also the opening of a typically male profession to women, 12 speeches of men and women involved in this context are considered. Results highlight the anchorage of professionals’ ideal on a representation of hegemonic masculinity. On the other hand, men stress specificities of women, away from that representation, while women refer to strategies that help to deal with and be accepted in that changing professional world.<hr/>Cet article se fonde dans une des études d'une recherche sur le processus de construction sociale de masculinité dans des contextes professionnels caractérisés par la domination numérique et symbolique masculine. Soutenu par l’exemple des transformations technologiques des processus de production et d’organisation du travail de l’industrie graphique et de l’ouverture aux femmes d’un métier typiquement masculin, on analyse le discours de 12 hommes et femmes appartenant à ce contexte. Les éléments d’analyse permettent de souligner l’ancrage de l’idéal des professionnels dans la représentation de la masculinité hégémonique, la mise en évidence, par les hommes, des particularités des femmes, qui les écartent de cet idéal, et leurs stratégies d’adaptation dans le but d’être intégrées dans cet univers professionnel en changement. <![CDATA[<b>Diversidade e psicoterapia</b>: <b>expectativas e experiências de pessoas LGBT acerca das competências multiculturais de psicoterapeutas</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente estudo aborda as práticas psicoterapêuticas com pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero (LGBT). O enquadramento teórico reporta a evolução histórica das intervenções na orientação sexual não-heterossexual no domínio da psicologia clínica, revendo as directrizes éticas internacionais para a intervenção com pessoas LGBT. O modelo tridimensional das competências multiculturais dos/as psicoterapeutas (consciência, conhecimento e competências) é sugerido como referencial para o desenvolvimento de práticas psicoterapêuticas mais éticas e eficazes com clientes de grupos minoritários, incluindo LGBT. É apresentado um estudo de natureza qualitativa e exploratória. Foram efectuadas entrevistas a quatro participantes - uma mulher lésbica, um homem gay, uma mulher bissexual e um homem transexual - com o objectivo específico de explorar as suas representações de saúde e doença psicológicas, bem como experiências e expectativas relativamente aos processos de ajuda clínica. Os resultados das entrevistas são reportados, dando voz às/aos intervenientes com excertos das entrevistas. As experiências de discriminação foram relatadas de forma central por todos os/as participantes, incluindo no acesso à saúde. As expectativas que detêm dos/as psicoterapeutas, contudo, envolvem a capacidade dos/as mesmos/as se absterem da influência dos seus valores e atitudes no trabalho clínico e de auxiliarem as/os/as clientes na resolução de problemas resultantes da discriminação e isolamento social. Essas expectativas são discutidas à luz da literatura nacional e internacional, salientando a natureza essencialmente interpessoal da relação terapêutica e a relevância do papel da formação do/a psicoterapeuta.<hr/>The present papers addresses the issues related to psychotherapy practices with Lesbian, Gay, Bissexual and Transgendered (LGBT) individuals. A historical review of clinical interventions with non-heterossexual clients is presented, as well as the present international ethical guidelines for psychotherapy with LGBT people. The tridimensional model of multicultural competencies of psychotherapists or counsellors (awareness, knowledge and skills) is proposed as a reference base for the development of more ethical and effective practices with clients from minority groups, including LGBT. A study is presented, with a qualitative and exploratory approach. Four interviews were conducted to four participants - one lesbian woman, one gay man, a bisexual woman, and a transgender male. The interviews aimed to explore their representations of psychological health and illness, as well as their experiences and expectations relative to psychotherapeutic processes. The results of the interviews are presented, voicing the participants by presenting excerpts of the interviews. Discriminatory experiences were related as a central part of the lives of all the participants, including in the access to health care. The expectations they hold of psychotherapists, however, include the ability to separate their values and attitudes from their clinical work, and the capacity to help they in the resolution of problems resulting from discrimination and social isolation. Theses expectations are discussed in light of the national and international literature, highlighting the fundamentally interpersonal nature of the therapeutic relationship and the relevance of the specific training of the psychotherapist.<hr/>Cette étude aborde les pratiques psychothérapiques avec des personnes Lesbiennes, Gays, Bisexuelles et Transgenre (LGBT). Le cadre théorique examine l’évolution historique des interventions sur l’orientation sexuelle non-hétérosexuelle dans le domaine de la psychologie clinique, en considèrent les directives éthiques internationales pour l’intervention avec des personnes LGBT. On propose le modèle tridimensionnelle des compétences multiculturelles des psychothérapeutes (conscience, connaissance et compétences) comme référence pour le développement des pratiques psychothérapiques plus étiques e plus efficientes avec des clientes de groupes minoritaires, y compris les LGBT. On présente une étude qualitative et exploratoire. On a réalisé interviews à quatre participantes LGBT avec le propos spécifique d’explorer ses représentations de la santé et maladie psychologique, ainsi que explorer ses expériences et expectatives relativement aux processus d’aide clinique. Les résultats des interviews sont reportés en donnant la voix aux participantes avec des extraits des interviews. Les expériences de discrimination ont été relatées de façon centrale pour tous les participants, même sur l’accès à la santé. Les expectatives que les participantes ont des psychothérapeutes comprennent la capacité qu’ils ont de s’abstenir de leurs valeurs et attitudes dans le travail clinique, et d’aider les clients à résoudre des problèmes qui résultent de la discrimination et de l’isolement sociale. Ces expectatives sont examinées considérant la littérature nationale et internationale, en soulignent la nature essentiellement interpersonnelle de la relation thérapeutique et l’importance de la formation du psychothérapeute. <![CDATA[<b>Metropolitan Lovers - the homossexuality of cities</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente estudo aborda as práticas psicoterapêuticas com pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero (LGBT). O enquadramento teórico reporta a evolução histórica das intervenções na orientação sexual não-heterossexual no domínio da psicologia clínica, revendo as directrizes éticas internacionais para a intervenção com pessoas LGBT. O modelo tridimensional das competências multiculturais dos/as psicoterapeutas (consciência, conhecimento e competências) é sugerido como referencial para o desenvolvimento de práticas psicoterapêuticas mais éticas e eficazes com clientes de grupos minoritários, incluindo LGBT. É apresentado um estudo de natureza qualitativa e exploratória. Foram efectuadas entrevistas a quatro participantes - uma mulher lésbica, um homem gay, uma mulher bissexual e um homem transexual - com o objectivo específico de explorar as suas representações de saúde e doença psicológicas, bem como experiências e expectativas relativamente aos processos de ajuda clínica. Os resultados das entrevistas são reportados, dando voz às/aos intervenientes com excertos das entrevistas. As experiências de discriminação foram relatadas de forma central por todos os/as participantes, incluindo no acesso à saúde. As expectativas que detêm dos/as psicoterapeutas, contudo, envolvem a capacidade dos/as mesmos/as se absterem da influência dos seus valores e atitudes no trabalho clínico e de auxiliarem as/os/as clientes na resolução de problemas resultantes da discriminação e isolamento social. Essas expectativas são discutidas à luz da literatura nacional e internacional, salientando a natureza essencialmente interpessoal da relação terapêutica e a relevância do papel da formação do/a psicoterapeuta.<hr/>The present papers addresses the issues related to psychotherapy practices with Lesbian, Gay, Bissexual and Transgendered (LGBT) individuals. A historical review of clinical interventions with non-heterossexual clients is presented, as well as the present international ethical guidelines for psychotherapy with LGBT people. The tridimensional model of multicultural competencies of psychotherapists or counsellors (awareness, knowledge and skills) is proposed as a reference base for the development of more ethical and effective practices with clients from minority groups, including LGBT. A study is presented, with a qualitative and exploratory approach. Four interviews were conducted to four participants - one lesbian woman, one gay man, a bisexual woman, and a transgender male. The interviews aimed to explore their representations of psychological health and illness, as well as their experiences and expectations relative to psychotherapeutic processes. The results of the interviews are presented, voicing the participants by presenting excerpts of the interviews. Discriminatory experiences were related as a central part of the lives of all the participants, including in the access to health care. The expectations they hold of psychotherapists, however, include the ability to separate their values and attitudes from their clinical work, and the capacity to help they in the resolution of problems resulting from discrimination and social isolation. Theses expectations are discussed in light of the national and international literature, highlighting the fundamentally interpersonal nature of the therapeutic relationship and the relevance of the specific training of the psychotherapist.<hr/>Cette étude aborde les pratiques psychothérapiques avec des personnes Lesbiennes, Gays, Bisexuelles et Transgenre (LGBT). Le cadre théorique examine l’évolution historique des interventions sur l’orientation sexuelle non-hétérosexuelle dans le domaine de la psychologie clinique, en considèrent les directives éthiques internationales pour l’intervention avec des personnes LGBT. On propose le modèle tridimensionnelle des compétences multiculturelles des psychothérapeutes (conscience, connaissance et compétences) comme référence pour le développement des pratiques psychothérapiques plus étiques e plus efficientes avec des clientes de groupes minoritaires, y compris les LGBT. On présente une étude qualitative et exploratoire. On a réalisé interviews à quatre participantes LGBT avec le propos spécifique d’explorer ses représentations de la santé et maladie psychologique, ainsi que explorer ses expériences et expectatives relativement aux processus d’aide clinique. Les résultats des interviews sont reportés en donnant la voix aux participantes avec des extraits des interviews. Les expériences de discrimination ont été relatées de façon centrale pour tous les participants, même sur l’accès à la santé. Les expectatives que les participantes ont des psychothérapeutes comprennent la capacité qu’ils ont de s’abstenir de leurs valeurs et attitudes dans le travail clinique, et d’aider les clients à résoudre des problèmes qui résultent de la discrimination et de l’isolement sociale. Ces expectatives sont examinées considérant la littérature nationale et internationale, en soulignent la nature essentiellement interpersonnelle de la relation thérapeutique et l’importance de la formation du psychothérapeute. <![CDATA[<b>Dossier Género e Estudos Feministas</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602009000200017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt O presente estudo aborda as práticas psicoterapêuticas com pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero (LGBT). O enquadramento teórico reporta a evolução histórica das intervenções na orientação sexual não-heterossexual no domínio da psicologia clínica, revendo as directrizes éticas internacionais para a intervenção com pessoas LGBT. O modelo tridimensional das competências multiculturais dos/as psicoterapeutas (consciência, conhecimento e competências) é sugerido como referencial para o desenvolvimento de práticas psicoterapêuticas mais éticas e eficazes com clientes de grupos minoritários, incluindo LGBT. É apresentado um estudo de natureza qualitativa e exploratória. Foram efectuadas entrevistas a quatro participantes - uma mulher lésbica, um homem gay, uma mulher bissexual e um homem transexual - com o objectivo específico de explorar as suas representações de saúde e doença psicológicas, bem como experiências e expectativas relativamente aos processos de ajuda clínica. Os resultados das entrevistas são reportados, dando voz às/aos intervenientes com excertos das entrevistas. As experiências de discriminação foram relatadas de forma central por todos os/as participantes, incluindo no acesso à saúde. As expectativas que detêm dos/as psicoterapeutas, contudo, envolvem a capacidade dos/as mesmos/as se absterem da influência dos seus valores e atitudes no trabalho clínico e de auxiliarem as/os/as clientes na resolução de problemas resultantes da discriminação e isolamento social. Essas expectativas são discutidas à luz da literatura nacional e internacional, salientando a natureza essencialmente interpessoal da relação terapêutica e a relevância do papel da formação do/a psicoterapeuta.<hr/>The present papers addresses the issues related to psychotherapy practices with Lesbian, Gay, Bissexual and Transgendered (LGBT) individuals. A historical review of clinical interventions with non-heterossexual clients is presented, as well as the present international ethical guidelines for psychotherapy with LGBT people. The tridimensional model of multicultural competencies of psychotherapists or counsellors (awareness, knowledge and skills) is proposed as a reference base for the development of more ethical and effective practices with clients from minority groups, including LGBT. A study is presented, with a qualitative and exploratory approach. Four interviews were conducted to four participants - one lesbian woman, one gay man, a bisexual woman, and a transgender male. The interviews aimed to explore their representations of psychological health and illness, as well as their experiences and expectations relative to psychotherapeutic processes. The results of the interviews are presented, voicing the participants by presenting excerpts of the interviews. Discriminatory experiences were related as a central part of the lives of all the participants, including in the access to health care. The expectations they hold of psychotherapists, however, include the ability to separate their values and attitudes from their clinical work, and the capacity to help they in the resolution of problems resulting from discrimination and social isolation. Theses expectations are discussed in light of the national and international literature, highlighting the fundamentally interpersonal nature of the therapeutic relationship and the relevance of the specific training of the psychotherapist.<hr/>Cette étude aborde les pratiques psychothérapiques avec des personnes Lesbiennes, Gays, Bisexuelles et Transgenre (LGBT). Le cadre théorique examine l’évolution historique des interventions sur l’orientation sexuelle non-hétérosexuelle dans le domaine de la psychologie clinique, en considèrent les directives éthiques internationales pour l’intervention avec des personnes LGBT. On propose le modèle tridimensionnelle des compétences multiculturelles des psychothérapeutes (conscience, connaissance et compétences) comme référence pour le développement des pratiques psychothérapiques plus étiques e plus efficientes avec des clientes de groupes minoritaires, y compris les LGBT. On présente une étude qualitative et exploratoire. On a réalisé interviews à quatre participantes LGBT avec le propos spécifique d’explorer ses représentations de la santé et maladie psychologique, ainsi que explorer ses expériences et expectatives relativement aux processus d’aide clinique. Les résultats des interviews sont reportés en donnant la voix aux participantes avec des extraits des interviews. Les expériences de discrimination ont été relatées de façon centrale pour tous les participants, même sur l’accès à la santé. Les expectatives que les participantes ont des psychothérapeutes comprennent la capacité qu’ils ont de s’abstenir de leurs valeurs et attitudes dans le travail clinique, et d’aider les clients à résoudre des problèmes qui résultent de la discrimination et de l’isolement sociale. Ces expectatives sont examinées considérant la littérature nationale et internationale, en soulignent la nature essentiellement interpersonnelle de la relation thérapeutique et l’importance de la formation du psychothérapeute.