Scielo RSS <![CDATA[Psicologia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0874-204920060001&lang=en vol. 20 num. 1 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Contributos da investigação sobre a vinculação em Portugal</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492006000100001&lng=en&nrm=iso&tlng=en <![CDATA[<b>Attachment organization in adolescent mothers and their infants</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492006000100002&lng=en&nrm=iso&tlng=en Neste artigo, as autoras apresentam uma investigação empírica com mães adolescentes e seus bebés, conduzida sob a perspectiva da Teoria da Vinculação de Bowlby. Quarenta adolescentes e seus bebés foram avaliados na gravidez e 12.º mês do pós­‑parto, com base, respectivamente, na Adult Attachment Interview e na Situa­ção Estranha. Os resultados revelam que a maioria dos bebés apresenta uma orga­ni­za­ção de vinculação segura à mãe, aos 12 meses de idade. Não foi encon­trada uma associação significativa entre a classificação das mães na AAI e a clas­si­fi­ca­ção dos seus bebés na Situação Estranha, quer ao nível dos três padrões, quer em fun­ção da dimensão segurança versus insegurança da vinculação.<hr/>Within Bowlby’s attachment theory framework, an empirical research with forty adoles­cent mothers and their infants assessed during pregnancy and at 12th months post­partum is presented. Our results show no statistically significant pattern of inter­generational transmission of attachment from mother to infant, and a substantial number of infants classified as secure to the mother at 12 months of age. <![CDATA[<b>Mothers' Internal Model of attachment and Their Children's Secure Base Behaviour in an adopted sample</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492006000100003&lng=en&nrm=iso&tlng=en O estudo da qualidade da vinculação em crianças adoptadas é de extrema relevância para a Teoria da Vinculação, uma vez que permite avaliar a qualidade da vinculação e o seu desenvolvimento em famílias, nas quais não há partilha da mesma informação genética nem da mesma história familiar. São dois os objecti­vos principais do presente trabalho: 1) avaliar se a idade da criança à data da adopção tem alguma influência na qualidade da vinculação estabelecida com a sua nova família e 2) verificar se existe uma relação entre o modelo interno dinâmico da mãe e o comportamento de base segura do seu filho(a) adoptado(a). Para atingir tais objectivos foram utilizados, o AQS (Waters, 1987) para a caracterização da qualidade de vinculação mãe­‑criança e as Narrativas Maternas (H. Waters & Ro­drigues­‑Doolabh, 2001) para aceder ao modelo interno da mãe. Não foi encontrada uma relação entre a idade e a qualidade da vinculação, facto que sugere que a criança consegue estabelecer relações significativas ao longo dos primeiros anos de vida. Tal resultado questiona, por um lado, a noção de período crítico para o estabelecimento da vinculação e, por outro lado, salienta o papel fulcral de uma figura estável e sensível para a promoção e desenvolvimento de laços afectivos. Os resultados obtidos demonstram ainda que a qualidade dos scripts de base segu­ra maternos está relacionada com os valores do critério de segurança dos seus filhos. Desta forma, os nossos resultados estão de acordo com M. Ainsworth - que sempre sublinhou ao longo dos seus trabalhos,o papel importante da sensitividade materna na construção de uma vinculação segura - e suportam um dos princípios básicos da Teoria da Vinculação, o conceito de transgeracionalidade, em que o modelo interno da mãe é tido como um factor mediador da qualidade da prestação dos cuidados e interacção que esta estabelece com o seu filho(a), e que se reflecte na qualidade de vinculação das crianças.<hr/>Studying the quality of attachment in adopted children is of great importance for the attachment theory allowing for an evaluation of the quality of attachment and its development in families that do not have the same genetic information nor do they share a familial history. The objec­tives of the current study are to evaluate if the child’s age at the time of adoption affects the quality of attachment established within the new family and if a relation­ship between the mother’s internal working model and the adopted child’s secure­‑base behaviour exists. The AQS (Waters, 1987) was used to examine the characterization of the quality of the mother­‑child attachment relationship and the Maternal Narratives (H. Waters & Rodrigues­‑Doolabh, 2001) were used to access the mother’s internal working model. No significant correlation was found be­tween the child’s age and the quality of attachment suggesting that the child can establish meaningful relationships at 2, 3 and 4 years of age, thus stressing the importance of the presence of maternal sensitivity in the development of affec­tional ties. The results show that the quality of scripts of maternal secure base is associated with the criterion of security in children. Thus, these results go hand in hand with Ainsworth´s findings which emphasize the importance of maternal sensitivity in the construction of a secure attachment, and support one of the basic principles of the attachment theory, “transgenerationality”, where the mother’s internal working model mediates the quality of childcare and interactions established with the child. <![CDATA[<b>Attachment in Couple’s Relationship</b>: <b>Representation of Intimacy and Couple’s Inter­action</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492006000100004&lng=en&nrm=iso&tlng=en Tendo a Teoria da Vinculação de Bowlby como referencial para o estudo das relações íntimas na idade adulta, a investigação tem dedicado uma crescente atenção à especificidade da vinculação na idade adulta, no contexto das relações íntimas, podendo ser distinguidas, genericamente, duas linhas de investigação: uma linha focada no nível representacional e uma outra linha de natureza com­portamental, focada em aspectos específicos da interacção conjugal. O presente artigo centra­‑se na relação entre a qualidade da representação da(s) relação(ões) íntima(s) e o comportamento nesse contexto relacional, pelo recurso à Intimate Relationship Interview (Lima, Vieira, Soares & Collins, 2005) e à Couple Inter­action Task (Collins, Hennighausen, Madsen & Roisman, 1998). Resultados preli­minares apontam para a associação entre a qualidade da organização da represen­tação e comportamentos específicos de vinculação, salientando a pertinência da avaliação da vinculação na idade adulta, no contexto das relações íntimas, pelo recurso à combinação de múltiplos métodos.<hr/>Adopting Bowlby’s attachment theory as the framework to the study of couples’ relationships, there has been a growing interest of research regarding the specific contribution attachment plays in adult intimate relation­ships. Generally, two different research approaches may be distinguished: a repre­sentational and a behavioural one, focused on specific features of couple’s inter­action. This paper addresses the relation between the quality of representation of the intimate relationship and the behaviour within this relational context, using the Intimate Relationship Interview (Lima, Vieira, Soares & Collins, 2005) and the Couple Interaction Task (Collins, Hennighausen, Madsen & Roisman, 1998). Preliminary data suggest a relation between the quality of representation of the intimate relationship and the specific attachment behaviours, emphasizing the relevance of combining multiple assessment methods when considering attach­ment in adult intimate relationships. <![CDATA[<b>Attachment and significant relationship’s quality during pregnancy</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492006000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=en O estudo apresentado neste artigo destinou­‑se a investigar a qualidade da vinculação e das relações significativas na gravidez. Mais precisamente, teve por objectivos (1) determinar as características sociais e demográficas e as condições anteriores de existência que se associam e permitem prever um estilo de vincula­ção (in)seguro e (2) estimar o impacto do estilo de vinculação na qualidade do relacionamento e do apoio por parte do companheiro e de uma outra pessoa signi­ficativa, na gravidez. Uma amostra de 130 grávidas (66 adolescentes e 64 adultas) foi avaliada no últi­mo trimestre de gestação quanto ao estilo de vinculação e à qualidade do relacio­namento e do apoio por parte do companheiro e de uma outra pessoa significativa (com base na Attachment Style Interview, ASI; Bifulco, Figueiredo, Guedeney, Gorman, Hays et al., 2004; Bifulco, Moran, Ball & Bernazzani, 2002a; Bifulco, Moran, Ball & Lillie, 2002b). A amostra foi recolhida na Maternidade de Júlio Dinis (Porto) e é bastante heterogénea do ponto de vista social e demográfico, em características como: a idade, o nível educacional, o estado civil, o estatuto ocupa­cional e o tipo de agregado familiar, embora fundamentalmente constituída por grávidas primíparas. Os resultados mostram que um estilo inseguro de vinculação pode ser previsto na sequência de separação ou divórcio parental durante a infância ou adolescência e quando a grávida está desempregada, e que a gravidez na adolescência se associa ao estilo de vinculação desligado. Mostram ainda que um estilo inseguro de vin­culação permite prever um pior relacionamento na gravidez, quer com o compa­nheiro, quer com a outra pessoa significativa, principalmente a presença de rela­ções discordantes com o companheiro e de relações apáticas com a outra pessoa significativa. As estratégias emaranhadas afectam a relação com o companheiro (em aspectos como menos confiança, menos suporte emocional e mais interacção negativa), mas não a relação com a outra pessoa significativa; enquanto as estraté­gias desligadas afectam a relação com a outra pessoa significativa (em aspectos como menos actividades partilhadas e menos interacção positiva), mas não a rela­ção com o companheiro, e as estratégias amedrontadas afectam o relacionamento, tanto com o companheiro (em aspectos como menor sentimento de ligação) quanto com a outra pessoa significativa (em aspectos como menos confiança). De acordo com a Teoria da Vinculação, conclui­‑se que condições adversas de exis­tência (anteriores e actuais) propiciam vinculação insegura e que o estilo de vin­culação interfere na qualidade do relacionamento com o companheiro e com ou­tras pessoas significativas, nomeadamente na capacidade da grávida recorrer a apoio.<hr/>This study is aimed to investigate the quality of the pregnant woman’s attachment and significant relationships during pregnancy. More precisely it intends (1) to deter­mine social and demographic characteristics as well as previous conditions of existence that may predict an (in)secure attachment style (2) to estimate the attach­ment style’s impact on the quality of the relationship and support by the partner and another significant person, during pregnancy. A sample of 130 pregnant women (66 adolescents and 64 adults) was evaluated in the last trimester of gesta­tion on the attachment style and on the quality of the relationship and support from the partner and another significant person (on the basis of the Atta­chment Style Interview, ASI, Bifulco, Figueiredo, Guedeney, Gorman, Hays et al., 2004; Bifulco, Moran, Ball & Bernazzani, 2002a; Bifulco, Moran, Ball & Lillie, 2002b). The sample was collected at the Júlio Dinis Maternity Hospital (Porto, Portugal) and is very heterogeneous regarding social and demographic characteristics, such as: age, educational level, marital status, occupational status and family unit, though it is mainly composed of primiparous pregnant. The results showed that the pregnant childhood parental divorce/separation and present unemployment predict an insecure attachment style, and an association between teen pregnancy and an dismissing attachment style. The results also showed that an insecure attachment style predicts a worse relationship with the partner, as well as a worse relationship with the significant other, principally the presence of discordant relationships with the partner and of apathetic relationships with the significant other. Enmeshed strategies affects the relationship with the partner (in aspects as less trust, poor emotional support and more negative inter­action), but not with the significant other, while dismissive strategies affect the relationship with the significant other (in aspects as less shared activities and poor positive interaction), but not with the partner, and fearful strategies affect both the relationship with the partner (in aspects as poor attachment) and the relationship with the significant other (in aspects as less trust). One concludes according to attachment theory that previous and present adverse conditions of existence increase attachment insecurity and that attachment style interferes in the quality of the relationship with the partner and with significant others, namely in the pregnant ability to seek support. <![CDATA[<b>Parental and romantic attachment in adolescents</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492006000100006&lng=en&nrm=iso&tlng=en Tomando como ponto de partida a Teoria da Vinculação de Bowlby e Ainsworth e a abordagem conceptual e metodológica de Bartholomew, é apresen­tado um estudo empírico que pretende analisar (a) as associações entre a vincula­ção aos pais e a vinculação ao par romântico; e (b) as diferenças de género do adolescente e da figura parental nas representações da vinculação. Os resultados observados com a aplicação de duas entrevistas semi­‑estruturadas (Family Attach­ment Interview e Peer Attachment Interview de Bartholomew & Horowitz, 1991) a uma amostra de 82 adolescentes evidenciam a presença de regularidades nas re­presentações de ambos os domínios, manifestas não apenas em recorrências temá­ticas e de conteúdo, mas também em recorrências estruturais ao nível da or­ganiza­ção discursiva. Ainda que a magnitude dos valores seja moderada, de um modo geral, os adolescentes com vinculações seguras às figuras parentais relacio­nam­‑se de um modo mais seguro do ponto de vista romântico, apresentando repre­senta­ções mais favoráveis acerca de si próprio e dos outros. Na generalidade não foram observadas diferenças do género do adolescente nos padrões de vinculação, tendo sido a relação com a mãe classificada como mais preocupada e a relação com o pai como mais desinvestida apenas para os rapazes.<hr/>Based on Bowlby's and Ainsworth's attachment theory, and on Bartholomew's conceptual and methodo­logical approach, this paper addresses parental and romantic attachment represen­tations of late adolescents. Using a cross­‑sectional research design, the study examines (a) continuities and discontinuities across relational domains, and (b) differences in attachment representations as a function of adolescent’s and paren­tal gender. Two coded semistructured interviews (Family Attachment Inter­view e Peer Attachment Interview, Bartholomew & Horowitz, 1991) were administrated to a sample of 82 late adolescents. Results indicate the presence of regularities in the attachment representations of both domains, evidenced in the thematic and content recurrences, as well as in the structural recurrences of the narratives' organization. Albeit the moderate magnitude of the values observed, adolescents with secure attachments to parents tend to relate in a more secure way to their romantic partners, presenting more positive representations of self and others. No gender differences in attachment patterns were observed, although attachment to mother was classified as more preoccupied for boys and girls, and attachment to father as more dismissive only for boys. <![CDATA[<b>Is attachment style relationship‑specific? A generalizability study</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492006000100007&lng=en&nrm=iso&tlng=en O pressuposto de que o estilo de vinculação nos adultos é uma caracte­rística da pessoa, igualmente expressa em diferentes relações, foi examinado atra­vés de um estudo de generalizabilidade. Estudantes universitários responderam a um curto questionário medindo as 2 dimensões fundamentais das auto­‑avaliações do estilo de vinculação dos adultos (Preocupação e Evitação) para cada uma de 5 relações (pai, mãe, melhor amigo do mesmo sexo, parceiro romântico ou melhor amigo do sexo oposto, outra pessoa próxima). Verificou­‑se que, para a Evitação, o componente de variância correspondente à interacção PessoaRelação tinha uma magnitude que era aproximadamente o dobro da do componente Pessoa, enquanto que o oposto acontecia para a Preocupação. Estes resultados implicam a necessi­dade de se considerar características específicas das relações e apoiam a proposta de Bartholomew (1990), de que a evitação reflecte a representação dos outros (e é, portanto, específica das relações), enquanto que a preocupação reflecte a repre­sentação de si próprio (e é, portanto, específica da pessoa).<hr/>The assumption that adult attachment style is a person­‑specific characteristic exhibited across different relationships was examined in a generalizability study. College students responded to a brief measure of the 2 fundamental dimensions of adult attachment style self­‑ratings (Preoccupation and Avoidance) for each of 5 dif­ferent relationships (mother, father, best friend of the same gender, romantic partner or best friend of the opposite gender, other close person). It was found that, for Avoidance, the PersonRelationship interaction variance component was approximately twice as large as that for Person, while the opposite happened for Preoccupation. These results imply the need to consider specific relationship characteristics, and support Bartholomew’s (1990) proposal that avoidance reflects the representation of others (and thus is relationship­‑specific), while preoccupation reflects representation of self (and thus is person­‑specific). <![CDATA[<b>The Assessment of Adult Attachment</b>: <b>A critical review on the sequence of the appli­cation of the <i>Adult Attachment Scale‑R</i> (<i>AAS‑R</i>) to the Portuguese population</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492006000100008&lng=en&nrm=iso&tlng=en O presente artigo, numa primeira parte, procura esclarecer algumas questões conceptuais em torno do conceito de vinculação do adulto. Seguidamente são referidas algumas implicações dos tópicos abordados para a avaliação da vin­culação do adulto, assim como debatidos alguns aspectos mais polémicos associa­dos às metodologias utilizadas. Por último, focando a avaliação da vinculação do adulto através de questionários de auto­‑resposta, apresentam­‑se alguns dos estudos psicométricos realizados em Portugal com a Adult Attachment Scale­‑R (Collins & Read, 1990), que na versão portuguesa recebe a designação de Escala de Vinculação do Adulto (EVA).<hr/>This article, in its first part, tries to gather knowledge about some of the conceptual issues on adult attachment. These conceptual issues are discussed in terms of the adult attachment assessment and also some of the most polemical aspects on methodology are also highlighted. Finally, focusing on the assessment of adult attachment through self­‑report ques­tionnaires, some psychometric data and results of Portuguese studies concerning the adaptation of Adult Attachment Scale­‑R (Collins & Read, 1990), named “Es­cala de Vinculação do Adulto” (EVA) are presented. <![CDATA[<b>Attachment styles, work orientation and relations</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492006000100009&lng=en&nrm=iso&tlng=en O presente estudo procura analisar as relações entre os estilos de vincula­ção e a qualidade das relações profissionais e com o trabalho. A maioria dos parti­cipantes do estudo - quinhentos e noventa e oito indivíduos - identifica­‑se com um estilo de vinculação segura e com uma orientação para o trabalho segura, tendo sido encontrada uma associação significativa entre estas duas variáveis. Verificou­‑se, ainda, que os indivíduos com um estilo seguro, quer ao nível da vin­culação, quer ao nível da orientação para o trabalho, manifestam maior satisfação profissional e melhor adaptação ao trabalho.<hr/>The present study was aimed to examine the relations between attachment styles and the quality of work relations. Most of the participants - five hundred and ninety­‑eight adults - show a secure attachment style and a secure work orientation. A positive association was found between these two variables. Participants with a secure attachment style and work orientation show higher levels of satisfaction and adaptation related to their work